Data de publicação: 10 de Julho de 2023, 15:35h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:27h
Ministros e representantes de alto nível se reuniram há duas semanas no Fórum Global sobre Excesso de Capacidade de Aço (GFSEC) em Paris, na França, para debater sobre o excesso de capacidade de produção de aço em todo o mundo, que atingiu o seu maior nível histórico. Os participantes alertaram que o excesso de capacidade global de produção de aço deve aumentar significativamente até 2025, atingindo a marca de 644 milhões de toneladas.
Na América Latina, a Associação Latino-Americana do Aço (Alacero) informa que a região tem produção anual de aço bruto superior a 60 milhões de toneladas e o setor gera, entre empregos diretos e indiretos de qualidade, quase 1,4 milhão de pessoas. A produção mundial é de quase 2 bilhões de toneladas, sendo que a China corresponde à metade desse volume total. Em termos de capacidade produtiva, globalmente, o setor atingiu um total de 2,463 bilhões de toneladas em 2022. A produção efetiva, por sua vez, atingiu 1,885 bilhão de toneladas, o que deixou um superávit produtivo de 578 milhões de toneladas. A China se destaca como o principal player do setor, com uma capacidade produtiva de 1,150 bilhão de toneladas e uma produção efetiva de 1,018 bilhão de toneladas em 2022, o que gerou um excedente produtivo de 132 milhões de toneladas ou 5,4% da produção mundial e 22,8% do superávit produtivo mundial.
O excesso de capacidade global foi impulsionado por fatores como intervenções governamentais que distorcem os mercados e a concorrência, inclinando o campo de atuação para produtores ineficientes, incentivando práticas comerciais desleais e desfavorecendo a produção eficiente e sustentável. Neste sentido, constitui a maior ameaça à viabilidade a longo prazo desta indústria crítica, num momento em que necessita de estabilidade de mercado e saúde financeira para inovar e transitar para um futuro sustentável.