O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou, no dia 10 de janeiro, em Abu Dhabi, um Memorando de Entendimento (MoU) com o Ministério do Investimento dos Emirados Árabes Unidos, com o objetivo de promover a exploração e o desenvolvimento de minerais estratégicos essenciais para a transição energética.
De acordo com o MME, “a parceria representa um marco na cooperação entre os dois países e prevê investimentos que podem alcançar R$ 15 bilhões em diversas áreas, como pesquisa mineral, processamento, comercialização, transferência de tecnologia e capacitação de mão de obra”.
Segundo o ministro, a iniciativa reforça o compromisso do Brasil e dos Emirados Árabes com o desenvolvimento sustentável, contribuindo para uma transição energética global mais eficiente e inclusiva.
“Essa parceria representa uma oportunidade estratégica para fortalecer a posição do Brasil no cenário global da transição energética e da mineração sustentável. Com o aumento das exportações brasileiras para os Emirados Árabes entre 2023 e 2024, o acordo projeta um relacionamento econômico mais robusto e diversificado. Além disso, ele fomenta inovação e competitividade no setor mineral, especialmente para pequenas e médias empresas, promovendo um futuro mais sustentável e integrado globalmente. Esse memorando não apenas fortalece os laços entre Brasil e os Emirados Árabes, mas também reafirma o nosso compromisso com uma transição energética justa, inclusiva e equilibrada".
Em 2024, as exportações brasileiras para os Emirados Árabes somaram US$ 4,5 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), com uma alta de 43,5%, já que em 2023 as vendas do Brasil ao país árabe somaram US$ 3,2 bilhões.
O Memorando tem como objetivo aproximar agências governamentais, autoridades reguladoras e empresas, incluindo pequenas e médias empresas (PMEs) e startups, para fomentar a cooperação em projetos minerais no Brasil.
A expectativa é que a parceria contemple aspectos como promoção de investimentos em projetos específicos de exploração, extração, processamento, refino e comercialização mineral; transferência de tecnologia para o setor; colaboração na gestão responsável com ênfase em melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês); capacitação e treinamento de pessoal ao longo da cadeia de valor mineral; avaliação de incentivos para ampliação do apoio aos investimentos e troca de informações relevantes; colaboração em pesquisa, desenvolvimento e inovação; além da identificação de novas oportunidades de cooperação em minerais estratégicos.
A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), em parceria com a mineradora baiana Santo Antônio Minerais, tem trabalhado na promoção do aumento da oferta de barita no estado. Com o aumento da produção do mineral, amplamente utilizado em lamas de perfuração, o aproveitamento dos campos maduros de petróleo na Bahia deve ser acelerado, promovendo maior eficiência nas operações de extração.
O projeto que deve ampliar o minério de bário no território baiano avançou com a obtenção das licenças ambientais concedidas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) à Santo Antônio Minerais para implantação de uma mina de barita no município de Contendas do Sincorá. A partir de agora, a mineradora está habilitada a completar os requisitos para obtenção da Portaria de Lavra, que é concedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
De acordo com o engenheiro de minas Tunas Dantas, sócio proprietário da Santo Antônio Minerais, a mineradora, com sede localizada no município de Pojuca, atende hoje três empresas de serviço de perfuração de petróleo. O projeto desenvolvido em parceria com a CBPM deve ampliar a oferta do minério de bário significativamente para esses e outros possíveis clientes. “Essa barita que vai ser produzida pela Santo Antônio Minerais será industrializada e moída aqui mesmo dentro do estado. Hoje, será a primeira planta de moagem localizada na Bahia”, explicou Dantas.
O engenheiro conta que o apoio da CBPM foi fundamental para a viabilização do empreendimento. “A CBPM fez toda a pesquisa da área, e quando nós participamos do leilão da área, recebemos todos os estudos realizados pela companhia e sempre que precisamos de apoio para tratar com outros órgãos, como o Inema e a ANM, fomos muito bem assistidos”, afirmou. Para Dantas, o trabalho feito na área de barita é superior à de qualquer outro projeto neste sentido. “Foi feito todo um trabalho de pesquisa, relatórios, que nas outras áreas em que ocorrem a produção, inclusive em grande escala, não foi feito”, declarou o empresário.
Para o presidente da CBPM, Henrique Carballal, o projeto reafirma o compromisso da companhia em impulsionar a mineração baiana. “É uma parceria com uma empresa nova, formada por geólogos, engenheiros de minas, por jovens, que se juntaram acreditando no potencial do desenvolvimento da mineração no Estado da Bahia”, informou. “Essa é uma demonstração de que a nossa empresa hoje, com o apoio do nosso governador, Jerônimo Rodrigues, que é líder de todo esse processo, é uma empresa que visa exatamente fornecer as condições para que a mineração possa atrair cada vez mais pessoas porque a Bahia precisa disso: gerar emprego, gerar renda e, quem sabe, atrair cada vez mais investimentos, inclusive, desses minerais, no nosso estado”, completou Carballal.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançaram, em 7 de janeiro, edital de chamada pública para fomentar planos de negócios que visem a transformação de minerais estratégicos para o desenvolvimento da cadeia de materiais estratégicos sustentáveis no Brasil. Com o orçamento de R$ 5 bilhões, linhas de crédito, participação acionária em empresas e recursos não reembolsáveis, as duas instituições vão investir em capacidade produtiva e em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), visando a transformação de minerais para a transição energética e para a descabonização.
BNDES e Finep pretendem desenvolver as cadeias de lítio, terras raras, níquel, grafite e silício, entre outros, assim como a mobilização de investimentos para a fabricação de componentes: células de baterias, células fotovoltaicas e imãs permanentes. O apoio abrange plantas em escala industrial e plantas-piloto ou de demonstração, pesquisas e estudos necessários para a viabilização de novas capacidades industriais, a depender do estágio dos projetos e tecnologias envolvidas. A chamada pública poderá alavancar nos próximos anos investimentos em um volume de cinco a dez vezes o orçamento disponibilizado.
O Brasil possui projetos de produção de minerais estratégicos considerados de classe mundial, além de energia limpa e de baixo custo, que colocam o País em posição privilegiada para a construção de capacidade produtiva de materiais sustentáveis de baixo carbono. O Brasil tem a maior reserva e maior produção mundial de nióbio, segunda maior reserva de grafite natural, terceira maior reserva de níquel, terceira maior reserva de terras raras, entre outros, além de ser responsável também pela quinta maior produção de lítio e terceira maior produção de silício e o País caminha rumo a ser um dos maiores fornecedores de materiais críticos para as cadeias produtivas inseridas na agenda transição energética e descarbonização, além de serem aplicados em outras tecnologias. Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a chamada pública deve mobilizar atores de diferentes elos das cadeias produtivas dependentes desses minerais. “Mineradores e detentores de tecnologias e experiência em materiais transformados e componentes manufaturados dentro e fora do país poderão constituir parcerias e contar com as melhores opções de financiamento às indústrias no Brasil”, explica. “A chamada representa importante avanço no âmbito do setor mineral para a consecução dos objetivos do governo brasileiro de expandir a capacidade produtiva da indústria no contexto de desenvolvimento sustentável e tecnológico da nova política industrial e do plano de transformação ecológica”.
Para o presidente da Finep, Celso Pansera, o Brasil com sua ciência e suas vastas reservas de minerais estratégicos, está posicionado de forma única para liderar a transição energética global. “Não queremos ser apenas fornecedor de recursos naturais, mas protagonista na criação de um futuro mais sustentável, em que as tecnologias resultem em uma economia mais verde e de baixo carbono, e que contribuam para uma melhor qualidade de vida das pessoas, agora e nas futuras gerações”, afirmou.
O Brasil tem grandes capacidades de geração eólica e solar, além de um mercado automotivo consolidado de grande volume que caminha para a eletrificação, e consumirá cada vez mais células de baterias e outros componentes de alto valor. Assim, os investimentos no território brasileiro poderão contar com a capacidade de consumo interno, além de atender aos crescentes mercados internacionais. Essas características colocam o Brasil como um forte candidato para investimentos em novas capacidades de refino ou metalurgia e oferta de materiais transformados, assim como componentes de alto valor, como óxidos separados e imãs permanentes de terras raras aplicados em turbinas eólicas e motores de veículos elétricos, químicos de lítio, de níquel, materiais purificados de grafite e óxidos de nióbio para baterias, células e vidros para geração de energia solar, entre outros.
A Vale S.A. informa que a Agência Nacional de Transportes Terrestres e a União Federal, por meio do Ministério dos Transportes, estabeleceram hoje as bases gerais para a repactuação dos Contratos de Concessão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Os referidos contratos contam com termos aditivos estabelecidos em 16 de dezembro de 2020, os quais fixaram a prorrogação antecipada das concessões citadas até 2057, conforme Fato Relevante divulgado pela Companhia na ocasião.
A repactuação será feita em conformidade com os termos dos Contratos de Concessão, que seguem vigentes, visando promover sua modernização e atualização. Sob as bases gerais da repactuação, a Vale se compromete com um aporte global máximo de aproximadamente R$ 11 bilhões, a título da revisão de levantamento da base de ativos da EFC e EFVM, da otimização de obrigações contratuais e do replanejamento de investimentos. Os termos da transação resultam no aumento de R$ 1,7 bilhão em provisão referente a concessões ferroviárias.
O aporte global compreende todos os investimentos e obrigações previstas para a Companhia nos Contratos de Concessão e garante a aplicação de soluções consensuais definitivas quanto à otimização de obrigações contratuais, incluindo obras e investimentos. As bases gerais da repactuação dos Contratos de Concessão estabelecidas hoje cumprirão formalizações usuais e serão submetidas à avaliação e à anuência das autoridades competentes, e a sua conformação se dará por meio de uma solução consensual a ser debatida com os órgãos envolvidos junto ao Tribunal de Contas da União. A repactuação dos Contratos de Concessão, uma vez finalizada, trará definitividade ao tema de obrigações e investimentos da Vale em suas duas concessões ferroviárias.
A Atlas Lithium Corporation anuncia duas adições importantes à sua equipe de liderança, “marcando um passo significativo na jornada da empresa para se tornar uma produtora líder de lítio em seu Projeto Neves, no próspero Vale do Lítio.”
Eduardo Queiroz se junta à empresa como Diretor de Gerenciamento de Projetos (PMO) e Vice-Presidente de Engenharia, aportando mais de 20 anos de experiência prática no gerenciamento de projetos de mineração complexos e de grande escala, tornando-o o complemento perfeito para impulsionar o Projeto Neves da Empresa para a receita geração. Queiroz tem mais de duas décadas de experiência no gerenciamento de projetos de mineração complexos e de grande escala, sendo que mais recentemente atuou como Gerente Geral de Planejamento e Gestão na Bamin, uma unidade do Eurasian Resources Group, onde liderou com sucesso o planejamento estratégico de vários projetos ao longo de US$ 3 bilhões, incluindo um projeto integrado de mineração de minério de ferro que abrange operações de mineração, instalações de processamento, ferrovias e instalações portuárias oceânicas.
Conforme a Atlas Lithium, sua ampla experiência inclui supervisão de engenharia, conformidade ambiental, gestão de riscos e implementação de estratégias operacionais econômicas. Possui MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Ouro Preto.
“A chegada de Eduardo não poderia vir em melhor hora”, disse Marc Fogassa, CEO e Presidente da Atlas Lithium. "Enquanto nos preparamos para a transição para
produção, seu histórico comprovado na implementação de projetos de mineração brasileiros será fundamental para nosso sucesso. Estamos honrados e emocionados por tê-lo em nossa equipe."
Expandindo a presença no mercado asiático
A Atlas Lithium também está expandindo a sua presença global com a nomeação de Lili Wu como Chefe de Desenvolvimento de Negócios para a Ásia. Baseada em Pequim, Wu traz consigo um vasto conhecimento e uma extensa rede nas indústrias de lítio e materiais para baterias. Suas funções anteriores na InsightWoo e na IHS Markit (agora parte da S&P Global) demonstram sua capacidade de gerar resultados em mercados internacionais. “Desde a negociação de acordos de aquisição de longo prazo até o aconselhamento de importantes instituições financeiras sobre investimentos em lítio, ela tem capacidade comprovada de agregar valor à cadeia de fornecimento de lítio em constante evolução”, informa a Atlas. A executiva possui mestrado em Contabilidade pela Universidade de Nova Gales do Sul e bacharelado em Comércio Internacional pela Universidade de Estudos Internacionais de Pequim.
“A nomeação da Sra. Wu ocorre em um momento estratégico, à medida que a Atlas Lithium continua a fortalecer sua presença no mercado em regiões que experimentam um crescimento robusto de veículos elétricos. Dados de mercado recentes mostram que as vendas de veículos elétricos (VE) na China aumentaram 51% ano após ano em novembro de 2024, sublinhando o papel vital da região na transição energética global. Com acordos de fornecimento estabelecidos com grandes parceiros como Mitsui & Co. no Japão e os principais produtores químicos de lítio Chengxin e Yahua na China, a Atlas Lithium mantém relacionamentos comerciais nos principais mercados em crescimento. Esta abordagem global posiciona a Empresa para capitalizar as oportunidades mundiais na cadeia de fornecimento de lítio, ao mesmo tempo que reduz a dependência de qualquer mercado regional único.
Tive o privilégio de trabalhar com Lili e suas contribuições já foram inestimáveis para a Atlas Lithium”, disse Fogassa. “Sua ética de trabalho incomparável e profundo conhecimento do mercado asiático de lítio fazem dela a embaixadora perfeita para esta região de alto crescimento de veículos elétricos”, acrescentou.
A Atlas Lithium Corporation informa que está avançando para a produção de seu Projeto Neves de lítio de rocha dura de propriedade integral, localizado no estado de Minas Gerais. O Projeto Neves recebeu licença operacional de Minas Gerais em outubro de 2024. Além disso, com 539 quilômetros quadrados de direitos minerais de lítio, a Atlas Lithium possui a maior área de exploração de lítio no Brasil de qualquer empresa de capital aberto. A empresa também detém uma participação acionária de 32,7% na Atlas Critical Minerals Corporation (anteriormente Jupiter Gold Corporation), uma empresa de mineração diversificada com direitos minerais significativos em terras raras, cobre, grafite, níquel, minério de ferro, ouro e quartzito.
Ouro: G Mining conclui aquisição de 100% do projeto CentroGold
A G Mining Ventures Corp. anuncia que fechou a aquisição de áreas no Cinturão de Ouro do Gurupi das subsidiárias integrais do grupo BHP. A aquisição confere à GMIN 100% de participação nessas áreas, incluindo o Projeto CentroGold. Como contrapartida pela aquisição, a GMIN concederá à BHP royalties NSR de 1,0% sobre o primeiro 1 milhão de onças de ouro produzido nas áreas e royalties NSR de 1,5% sobre a produção de ouro a partir de então.
O projeto CentroGold está localizado no estado do Maranhão e inclui 47 blocos de áreas abrangendo aproximadamente 1.900 quilômetros quadrados. O Projeto contém vários alvos de ouro identificados ao longo de um trend mineralizado de +80 km, incluindo os depósitos a céu aberto Blanket, Contact e Chega Tudo, que atualmente contêm 2,3 milhões de onças de recursos de ouro em conformidade com o JORC e permanecem abertos para expansão. Em julho de 2019, a Oz Minerals Limited, que posteriormente foi adquirida pela BHP em 2023, divulgou um estudo de pré-viabilidade sobre os depósitos de Manta e Contato. O estudo de pré-viabilidade previa uma vida útil da mina de 10 anos com uma produção média anual de ouro de 100.000 a 120.000 onças por ano, com 190.000 a 210.000 onças de ouro por ano nos primeiros dois anos de produção.
A GMIN planeja atualizar o recurso de ouro do Projeto em conformidade com o JORC para atender ao Instrumento Nacional 43-101 – Padrões de Divulgação para Projetos Minerais no primeiro trimestre de 2025.
Nomeação do Conselho
A GMIN também anunciou a nomeação de Vincent Benoit, Sócio-Gerente e Diretor de Investimentos da La Mancha Capital Advisory LLP para seu Conselho de Administração, a partir de 20 de dezembro de 2024. O Conselho de Administração da GMIN é agora composto por 11 membros.
Vincent Benoit tem mais de 30 anos de experiência em finanças corporativas, desenvolvimento de negócios e fusões e aquisições nos setores de mineração, telecomunicações e energia. Vincent identificou a oportunidade de comprar La Mancha e ingressou na empresa como Chefe de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios em 2012. Entre 2013 e 2015, liderou a reestruturação do portfólio de La Mancha e contribuiu para melhorar o desempenho de suas minas na Austrália e na África. Benoit identificou e executou as combinações com a Evolution Mining Limited e a Endeavor Mining plc, posicionando a La Mancha como um investidor privado líder no setor de mineração de ouro. De 2016 a 2019, Benoit foi diretor financeiro e vice-presidente executivo de Desenvolvimento Corporativo da Endeavour, onde reformulou a estratégia, melhorou a qualidade do portfólio da mina e melhorou o balanço patrimonial para financiar o crescimento orgânico. A capitalização de mercado da Endeavour quadruplicou quando ele saiu, no final de 2019. No início de 2020, ele voltou para a La Mancha para supervisionar investimentos e captação de recursos.
Sobre G Mining Ventures Corp.
A G Mining Ventures Corp. é uma empresa de mineração envolvida na aquisição, exploração e desenvolvimento de projetos de metais preciosos para capitalizar o aumento de valor do desenvolvimento bem-sucedido de minas. A empresa se considera bem-posicionada para se tornar o próximo produtor intermediário de metais preciosos, aproveitando o forte acesso ao capital e experiência comprovada em desenvolvimento. A GMIN está atualmente ancorada na Mina de Ouro Tocantinzinho, no Brasil, e no Projeto Oko West, na Guiana, ambas jurisdições favoráveis à mineração e potenciais.
Segundo projeções para 2024 com base nos dados até novembro, o Instituto Aço Brasil divulgou que o Brasil deve produzir 33,8 milhões de toneladas no ano, um crescimento de 5,5% na comparação com o último ano, enquanto as vendas devem alcançar 21,2 milhões de toneladas, aumento de 8,4%, sob efeito do crescimento econômico acima do previsto. A pesar do viés de alta, o setor enfrenta ainda os efeitos da escalada das importações iniciada em 2023.
As exportações terão queda de 15,2% e as importações deverão crescer 24%, para 6,2 milhões de toneladas, sendo que as de laminados aumentam 15%, para 5,1 milhões de toneladas. Se comparado com a média entre 2020 e 2022, o ingresso de laminados no país crescerá 66%. Nos nove itens (NCMs, ou Nomenclaturas Comuns do Mercosul) que fazem parte do mecanismo cota-tarifa criado pelo governo, entre junho e novembro, o volume importado seguiu no mesmo patamar em comparação a igual período de 2023, com variação de 0,1%, ou 1,256 milhão de toneladas. O aço que eentra no mercado brasileiro é, em sua grande parte, da China, que segue com sua política de estado de exportar o excedente de sua produção, encontrando facilidade de acesso em mercados com defesas comerciais mais frágeis. É o que se verifica, por exemplo, no caso da bobina quente, cujos preços chineses permaneceram com margens negativas a maior parte do ano. “O mecanismo cota-tarifa, adotado pelo governo em junho, foi importante para travar a escalada das importações, mas não foi suficiente para reduzi-las. Pedimos a aplicação de mecanismos de defesa para mais quatro NCMs e seguimos monitorando os números”, diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil.
O presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil e Vice-Presidente de Assuntos Estratégicos da Usiminas Sérgio leite diz que a conjuntura econômica permitiu o crescimento da produção e das vendas, mas ainda há incertezas e preocupações no cenário e também no mercado de aço, como mostra a resistência das importações à queda. “Além disso, a mudança de governo nos Estados Unidos pode acentuar a dinâmica das importações em direção aos países menos protegidos. Por esse motivo, a indústria brasileira do aço segue atenta e ativa com sua agenda em prol da recuperação da competitividade sistêmica do país e das defesas comerciais”.
Para 2025, o Instituto Aço Brasil prevê queda de 0,6% na produção, para 33,6 milhões de toneladas; queda de 0,8% nas vendas internas, para 21 milhões de toneladas; alta de 2,2% nas exportações, para 2,3 milhões de toneladas; e 11,5% nas importações de laminados, com 5,6 milhões de toneladas. O consumo aparente no período deverá variar 1,5%, para 26,7 milhões de toneladas.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, assinaram um Acordo de Cooperação Técnica para reestruturar as empresas públicas que atuam no setor nuclear no Brasil. A medida tem como objetivo aprimorar a eficiência das companhias, fomentar a sinergia entre elas e alinhar suas atuações com os objetivos nacionais para o setor energético.
“Esse acordo, proposto pela ministra Esther, vem no mesmo momento em que propusemos soluções que modernizem a gestão das empresas do setor nuclear no Brasil. No que diz respeito ao setor energético, é fundamental alinhar os interesses nacionais com a governança dessas estatais. É sempre importante lembrar que o Brasil está entre os grandes países do mundo no uso e fomento de energias renováveis, e a nuclear é uma de nossas grandes apostas para os próximos anos”, afirmou o ministro Alexandre Silveira.
O acordo irá contemplar as estatais Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear (ENBPar); Eletronuclear; Indústrias Nucleares do Brasil (INB); e Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A (Nuclep). A iniciativa integra o Programa de Governança e Modernização das Empresas Estatais (Inova), coordenado pelo MGI, com base em estudos elaborados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Entre as propostas, o novo plano menciona a redefinição da orientação estratégica e de modelos de negócio das empresas, a reorganização societária e de governança e a redefinição das atribuições e atividades das estatais. Além das empresas do setor de energia nuclear, o programa Inova também mira em avanços nas demais estatais brasileiras.
Na ocasião, a ministra Esther também assinou ACTs que contemplam estatais coordenadas pelos ministérios das Comunicações (MCom), da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Defesa (MD); e do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Segundo números da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), o consumo de produtos de alumínio cresceu 12,1% entre janeiro e setembro de 2024 e registrou um volume de 1,225 milhão de toneladas, frente a 1,092 milhão de toneladas na comparação com o mesmo período de 2023. O número marca o quarto trimestre consecutivo de crescimento. No terceiro trimestre, o consumo interno de alumínio atingiu 437,9 mil toneladas. No mesmo período, em 2023, o volume registrado foi de 377,9 mil toneladas. Os principais segmentos consumidores – de embalagens, transportes, eletricidade, construção civil e bens de consumo - registraram alta na comparação com os primeiros nove meses do ano passado e impulsionaram o consumo de alumínio no País em 2024.
O segmento de eletricidade registrou um crescimento de 16,6% no período, impulsionado pelo aumento da demanda por cabos elétricos, devido à expansão da distribuição de energia e à expectativa de grandes investimentos em novas linhas de transmissão.
O alumínio se destaca como material preferido para fios e cabos elétricos graças à sua alta condutividade e menor peso em comparação a outros metais, como o cobre. Já a construção civil teve acréscimo de 14,9% na demanda, impulsionado pela maior concessão de crédito para o mercado habitacional e pela retomada de projetos imobiliários financiados pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Além disso, a busca por construções mais sustentáveis e eficientes tem favorecido o uso do alumínio em fachadas, esquadrias e sistemas de ventilação, devido às suas propriedades de durabilidade e leveza.
O segmento de embalagens registrou um crescimento de 11,7%, acompanhando o aquecimento da economia doméstica nos primeiros nove meses do ano. A recuperação do mercado de trabalho e o alívio inflacionário, especialmente nos preços de alimentos e bebidas, contribuíram para a melhora dos indicadores do setor, enquanto o de Bens de consumo teve acréscimo de 10,3%, impulsionado pela recuperação da produção doméstica de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, como refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado, favorecida pelas condições climáticas.
Outro fator relevante foi a antecipação da produção na Zona Franca de Manaus, onde os fabricantes ajustaram suas operações ao longo do ano para mitigar os riscos de interrupções causadas por secas em rotas de navegação de cabotagem. Já o setor de Transportes aumentou 9,4%, impulsionada pela forte produção de caminhões, carrocerias de ônibus e implementos rodoviários, atendendo à crescente demanda do mercado e o e Máquinas/equipamentos teve alta de 12,1%, decorrente da antecipação de estoques e da formação de demanda, refletindo a preparação do mercado para atender às necessidades crescentes de diversos setores.
“O crescimento do índice de consumo doméstico de alumínio no país por quatro trimestres consecutivos confirma o viés de retomada do setor. Projetamos cautelosamente um fechamento de 2024 positivo após dois anos de um ciclo de queda moderada para a nossa indústria”, avalia Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.
Janaina diz que a expectativa positiva se baseia no cenário macroeconômico doméstico: “A evolução da taxa de investimentos no mercado interno, a recuperação do mercado de trabalho e dos níveis de geração de renda, na melhoria do ambiente de crédito, além do aumento dos indicadores de confiança dos agentes da indústria em geral provoca confiança neste sentido”, finaliza.
A Centaurus Metals anuncia que o projeto de minério de ferro Jambreiro Direct Reduction Pellet Feed (DRPF) localizado em Minas Gerais recebeu status de prioridade do Governo estadual por seus potenciais impactos sociais e econômicos positivos. O Comitê de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, composto por membros dos principais departamentos estaduais, aprovou a inclusão do projeto Jambreiro DRPF na lista de projetos a serem priorizados no processo de licenciamento ambiental.
A decisão foi baseada em uma avaliação estruturada, que considera sete critérios diferentes para classificar empreendimentos de investimento, incluindo, mas não se limitando a, investimento de capital, criação de empregos, índice de desenvolvimento social e humano da região do projeto e previsão de receita do projeto. O projeto Jambreiro DRPF é capaz de produzir um produto de alto teor (+67,5% Fe) e baixa impureza (Sílica + Alumina < 2%) que garante o status de prioridade. O processo de licenciamento para Jambreiro será totalmente concluído em nível estadual.
O status de prioridade significa que o projeto será avaliado diligentemente por reguladores ambientais com vistas a licenciá-lo no menor tempo possível. A agência ambiental estadual, Supram, também reportará regularmente o progresso do processo de licenciamento ao departamento de investimentos do estado – InvestMinas – cujo objetivo é atrair investimentos para o estado de Minas Gerais. Como resultado desta decisão, o Projeto DRPF Jambreiro é entendido como um projeto crítico para a descarbonização da indústria siderúrgica e agora receberá o mesmo tratamento de licenciamento acelerado como uma série de projetos de lítio localizados no Vale do Lítio de Minas Gerais.
O projeto de Minério de Ferro Jambreiro já havia sido totalmente licenciado em 2013, quando a empresa considerou pela primeira vez seu desenvolvimento e iniciou algumas obras de construção limitadas em estágio inicial. Infelizmente, logo após o início das atividades de desenvolvimento, o preço do ferro caiu mais de 65% e a companhia tomou a decisão de colocar o projeto em espera. Com a crescente demanda por minério de ferro de alta qualidade e baixa impureza nos últimos anos para aço de baixo carbono, a Centaurus começou a avaliar a viabilidade de produzir um produto DRPF de Jambreiro. Os resultados iniciais dos testes foram muito positivos em relação à produção de um produto DRPF de Jambreiro.
Com estes resultados, a Centaurus tem revisado o trabalho de estudo de viabilidade anterior e discutindo a especificação do produto com vários potenciais compradores. Enquanto um detalhado Estudo de Viabilidade Bancável sobre o projeto Jambreiro como um projeto de concentrado de alimentação de sinterização foi concluído em 2012, um Estudo de Pré-Viabilidade mais recente sobre Jambreiro foi lançado no mercado em 5 de julho de 2019, que foi posteriormente atualizado no lançamento do Relatório de Atividades Trimestrais de junho de 2020 em 29 de julho de 2020.
O trabalho do PFS usou um preço de referência de minério de ferro de US$ 75/tonelada para 62% Fe CIF China para determinar os preços de entrada da mina do concentrado de alimentação de sinterização. O preço de referência atual para material DRPF de alto teor (+67,5% Fe) seria mais de US$ 125/tonelada CIF China. O pedido de renovação da Licença Preliminar (LP) de Jambreiro foi feito em setembro de 2023, com a apresentação de uma nova declaração de impacto ambiental (EIA/RIMA). Este EIA/RIMA atualizado incluiu algumas vantagens ambientais importantes, em comparação com o original de 2012, incluindo: Empilhamento a seco de rejeitos, em oposição ao descarte em uma barragem de rejeitos; Redução de 50% na pegada do projeto, com 80 ha de floresta nativa sendo preservada; e Fornecimento de energia da rede, em oposição à geração de energia a diesel. Com o novo status de prioridade para Jambreiro, a Centaurus espera que a LP para o Projeto DRPF seja emitida no próximo trimestre.