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03/12/2025 04:20h

Matéria prevê prioridade e celeridade em projetos definidos pelo governo como “estratégico”

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O relatório que institui a Licença Ambiental Especial (LAE) foi aprovado, nesta terça-feira (2), na Comissão Mista responsável pela análise da Medida Provisória 1.308/2025. A norma prevê simplificação e prioridade na análise, de no máximo 1 ano, para empreendimentos definidos por Conselho do Governo Federal como estratégicos.

O parecer do deputado Zé Vitor (PL-MG) manteve grande parte do texto elaborado pelo Palácio do Planalto em agosto, quando destacou a LAE do restante da Lei Geral do Licenciamento Ambiental. Dispositivos como o processo monofásico, alterado pelo governo, seguiram de fora, enquanto foram incluídas a obrigatoriedade de audiência pública com comunidades tradicionais que podem ser impactadas por uma obra e a necessidade de relatório para a mineração social, como a extração de areia, cascalho e brita.

Segundo o parlamentar, as críticas que a proposta tem recebido, de afrouxamento das regras ambientais, não condizem com a realidade. “Todos os requisitos necessários para se ter uma boa licença e ter garantida a preservação ambiental estão sendo assegurados aqui. Tem muito discurso que não está baseado no projeto, tem muito discurso e narrativa que estão sendo sustentados por uma questão ideológica, não com base na técnica e não com base no que está escrito nos nossos projetos de lei e na medida provisória”, defendeu Zé Vitor.

Após a aprovação na comissão especial, o relatório foi encaminhado para análise nos plenários da Câmara e, na sequência, do Senado. O prazo de vigência de uma medida provisória é de 120 dias. Se nesse período não for apreciada pelo Congresso Nacional, a MP perde a validade. No caso da licença ambiental especial, esse prazo termina nesta sexta-feira, dia 5. A expectativa é que as duas casas aprovem o relatório antes disso.

Alterações na LAC

O relator aproveitou o relatório para listar as atividades e empreendimentos que não podem solicitar a licença ambiental por adesão e compromisso, a LAC. A autorização autodeclaratória vai estar disponível para projetos de pequeno e médio potencial poluidor, exceto para aqueles que removam ou realoquem populações em áreas de preservação permanente (APP), em áreas declaradas contaminadas ou de mineração.

Zé Vitor vê a medida como mais um passo para a segurança e previsibilidade de investimentos essenciais de melhoramento da infraestrutura no país e rechaçou as críticas de afrouxamento da proteção ambiental. “Licença por adesão e compromisso é com base nas normas. Conhecedor das normas e ciente que todas as medidas de controle ambiental precisam estar instaladas, ciente de que deve conhecer todos os impactos ambientais, ciente que os riscos devem ser calculados, então o empreendedor recorre a esse a essa licença”, afirmou.

Judicialização

O coordenador da Frente Parlamentar Mista Ambientalista tentou frear os pontos que o grupo considera mais sensíveis. Foi a atuação de Nilto Tatto (PT-SP) que garantiu a compulsoriedade das reuniões com comunidades originárias afetadas pelas obras, acordo firmado após interrupção de uma hora na sessão da comissão.

Para o deputado, a aprovação do relatório da MP é uma derrota menor do que uma eventual derrubada dos vetos desses itens, como o Congresso fez com o restante da Lei Geral do Licenciamento Ambiental na semana passada. O político defende ainda que o governo questione no Supremo Tribunal Federal os 52 dispositivos cujos vetos do presidente Lula foram revertidos pelos parlamentares.

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02/12/2025 04:20h

Presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) promete votar relatório antes do recesso de fim de ano

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Apesar de ter aprovado o projeto de lei antifaccções há duas semanas, o debate sobre combate ao crime segue quente na Câmara dos Deputados. Nesta semana, o deputado Mendonça Filho (União-PE) deve apresentar aos líderes partidários o relatório da Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública (PEC nº 18/2025), em reunião marcada para esta terça-feira (2).

O texto original, apresentado pelo Ministério da Justiça, altera as competências da União, estados e municípios sobre a gestão da segurança. São diversas mudanças nos artigos constitucionais, do 21 ao 24, e no 144. Entre elas, a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), para integração e cooperação no combate ao crime e coordenação do sistema penitenciário; a transformação da Polícia Rodoviária Federal em Polícia Viária Federal, com competência para patrulhamento ostensivo não só em rodovias, mas também em ferrovias e hidrovias federais; e o fortalecimento dos fundos de Segurança Pública (FNSP) e Penitenciário Nacional (Funpen), com garantia de recursos e sem a possibilidade de cortes.

Em evento nesta segunda-feira (1º), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a intenção é aprovar o texto ainda em 2025, antes do recesso legislativo, ou seja, até o próximo dia 19. Segundo Motta, após discussão entres os líderes, o relatório deve ser apresentado na comissão especial para tratar da matéria nesta quinta-feira (3).

Estados contra

No mesmo dia em que o relator deve apresentar o parecer, a comissão especial que discute a PEC vai ouvir os maiores críticos da proposição. Estão previstos para expor o descontentamento com a matéria os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

A principal crítica feita por parte dos chefes dos executivos estaduais goiano e paulista é que a proposta enfraquece a autonomia dos entes federativos no combate ao crime, como define a Constituição atualmente. Tanto Caiado como Tarcísio já descreveram o texto como “falso” e “enganação”.

Já o Palácio do Planalto vê a iniciativa, assim como o PL Antifacção, como uma resposta para a insatisfação da população com a segurança pública. Pesquisas recentes mostram que o quesito é o de maior reprovação dos brasileiros e apontado por especialistas como tema central nas eleições de 2026.

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01/12/2025 04:15h

Espécie invasora representa um risco para a produção de alimentos e à saúde pública do país

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Dados do Sistema de Informação de Manejo de Fauna (Simaf), operado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e obtidos com exclusividade pelo portal Brasil 61, mostram que os 511.466 javalis abatidos neste ano no país, só até o mês de agosto, são um novo recorde.

Os abates autorizados, que são declarados voluntariamente por usuários cadastrados no Simaf, aumentaram em 465% desde 2020 (90.528). Desde então, foram 1,710 milhão de animais mortos oficialmente.

Para o professor e coordenador de capivaras e javalis da Universidade Federal de São Paulo (USP/ESALQ-LOG), Paulo Bezerra, o dado pode ser até 5 vezes maior.

“Nós fizemos uma enquete com os caçadores: nenhum caçador abate 1, 2 animais por autorização com validade de 6 meses. Eles abatem, no mínimo, três. Então, na realidade, os relatórios são declaratórios. Portanto, eles abatem 10, 20, 30, 50 animais, mas não têm coragem, nem tempo, nem paciência para preencher o relatório no Simaf. Então, eles preenchem os dados relatando o abate de 1 ou 2 animais”, alerta o pesquisador.

O especialista afirma que a forma mais eficaz de fazer o controle desses animais é pela caçada. Endêmica da Europa e da Ásia, a espécie não possui predador natural no Brasil e, somada à rápida reprodução, se tornou uma praga principalmente no Centro-Sul do país.

 

 

Prejuízos

Em Mato Grosso do Sul, a crescente população de javalis faz estragos por onde passa. De fazendas de soja e milho a áreas turísticas de Bonito, passando por encostas de rios e áreas de proteção permanente, os relatos dos transtornos de produtores, ambientalistas e entidades demonstram como o problema vem se agravando.

“Eles causam prejuízos direto às lavouras, especialmente de milho, soja, cana de açúcar e pastagens, destruindo áreas durante a alimentação e o deslocamento. Além dos danos econômicos, representam um risco sanitário para diversas cadeias produtivas, por poderem transmitir doenças e comprometer a bioseguridade”, afirma Fernanda Lopes de Oliveira, consultora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL).

A entidade defende uma integração entre produtores, iniciativa privada e poder público para fazer o manejo populacional efetivo, bem como a necessidade de investimento em pesquisa para dados mais precisos sobre a ocorrência do animal. A Assembleia Legislativa estadual discute um projeto de lei para reconhecer os javalis como pragas e endurecer o combate à espécie.

O oeste de Santa Catarina também vem se transformando numa nova fronteira para os javalis. A Embrapa Suínos e Aves está estudando a expansão da praga pelo estado e os impactos à população. “Essa invasão traz riscos sanitários para os animais e para o homem, pelos impactos que eles causam também no ambiente, contaminando ambientes, solo, água e isso também veicula patógenos  que podem acometer outras espécies”, conta a pesquisadora Virginia Santiago.

Controle de javalis

O controle de javalis está previsto em uma norma técnica de 2013 do Ibama. Para realizar esse controle, é necessário obter autorização e registro como controlador junto ao órgão. Os estados também podem redigir as próprias regras, desde que não sobreponham as definições federais. Até o momento, apenas São Paulo e, mais recentemente, Minas Gerais, aprovaram lei sobre o tema.

Rafael Salermo, engenheiro agrônomo e fundador da Associação Brasileira de Caçadores Aqui tem Javali, pede não apenas que os órgãos de fiscalização apoiem a caça à espécie mas deixem de perseguir os caçadores. “O caçador hoje é uma pessoa que é muito sabatinada, muito averiguada para estar fazendo esse controle. Até porque o produtor rural também não permitiria que uma pessoa que não fosse da sua confiança adentrasse, inclusive armado, na sua propriedade para realizar essa atividade”, protesta.

Na Câmara dos Deputados, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) apresentou uma proposta que entrega a competência do combate a espécies nocivas aos estados e municípios e flexibiliza a comercialização de produtos para o controle. “O que queremos é fazer isso de maneira ordenada, com pessoas que vão fazer de maneira espontânea, com custo próprio, mas que tenham condição de fazer de maneira regrada, de tal maneira que têm o controle disso que vai se transformando numa epidemia com grandes riscos para a economia do país.”

O projeto está em análise pela Comissão de Saúde da casa. A intenção do autor e da Frente Parlamentar de Agropecuária é aprovar um requerimento de urgência e votar a matéria no plenário da Casa ainda este ano.

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25/11/2025 04:55h

Proposta prevê mais de 1,2 mil alterações e inovações; CNI alerta para falta de clareza e aumento de riscos empresariais

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Vinte e dois anos não representam um período extenso para a vigência de uma lei – a própria Constituição Federal, de 1988, completou 37 anos e ainda é considerada recente. Mas as transformações sociais e tecnológicas das últimas décadas, impulsionadas sobretudo pela expansão do acesso à internet, levaram o Senado Federal a iniciar o debate sobre um novo Código Civil. O atual entrou em vigor em 2003.

O texto inicial foi elaborado por uma comissão especial composta por 37 juízes, que sugeriram cerca de 1,2 mil mudanças, entre atualizações e novos dispositivos, reunidas no Projeto de Lei nº 4, de 2025.

Entre as novidades, a matéria legitima a união homoafetiva, confere proteção jurídica própria aos animais, estabelece o Direito Digital e, nas relações contratuais, por exemplo, limita taxas de juros por inadimplência a 2% ao mês.

Críticas

Diante de tantas mudanças, o setor produtivo pede conservadorismo. Não na parte de costumes, mas na de contratos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o Código Civil existente foi suficientemente bem desenhado para guiar a solução de litígios, necessitando apenas de aperfeiçoamentos pontuais.

“Nos parece que, a melhor política, em se tratando de alterar o Código Civil, é o minimalismo. Vamos buscar modificar disposições do Código Civil que tenham ensejado interpretações díspares entre os nossos tribunais, que tenham gerado polêmica na doutrina”, afirmou Alexandre Vitorino, diretor Jurídico da CNI, no evento “Diálogos Brasil: a reforma do Código Civil e os impactos para a sociedade”, realizado na última quarta-feira (19).

A entidade elenca alguns itens da nova proposta do Código Civil com alto risco para a previsibilidade, a segurança jurídica e a gestão de risco empresarial no país:

  • Sobreposição normativa da regulamentação dos contratos de seguro, aprovada em 2024;
  • Aumento de ações judiciais pelo dever de indenização, independente de ilicitude;
  • Reparação de dano, independente de culpa;
  • Indenização de danos indiretos ao fato gerador;
  • Falta de definição clara para o risco especial do dever reparação;
  • Introdução da função punitiva e pedagógica da indenização;
  • Ampliação do alcance do dever de indenizar por omissão preventiva, antes de o dano ocorrer.

Diáologo

Vice-presidente da Comissão Temporária para examinar o texto, o senador Efraim Filho (União Brasil-PB) ressaltou o compromisso do Legislativo com o aprimoramento das normas brasileiras. “Será esse o trabalho, tal qual diamante bruto, sem lapidar, o trabalho da comissão: modificar aquilo que merece ser aperfeiçoado, adicionar aquilo que, porventura, não foi trazido no texto, e suprimir aquilo que o parlamento entenda que não deveria estar ali”, disse.

Frente à complexidade do tema, a comissão no Senado teve o tempo de apreciação quadruplicado. Dessa forma, o prazo final para entrega do projeto é em junho de 2026, antes de ser enviado para o plenário da Casa e, posteriormente, analisado pela Câmara dos Deputados.
 

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21/11/2025 04:00h

Proposta moderniza gestão territorial no campo e segue para o Senado em caráter conclusivo

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A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (18), o parecer do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) que atualiza a gestão territorial no campo. O Projeto de Lei 2.898/2021, de autoria do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), altera a Lei de Serviços Postais de 1978 para assegurar a criação de um código de georreferenciamento para propriedades rurais e agroindustriais em todo o país.

A proposta busca facilitar a identificação e a localização dessas áreas, ampliar a precisão logística, reforçar a segurança jurídica dos proprietários e avançar na integração de dados territoriais. Na CCJ, a análise se concentrou apenas nos aspectos constitucionais, jurídicos e de técnica legislativa, e o relator afirmou que o texto está adequado ao ordenamento jurídico e representa um aperfeiçoamento da legislação vigente.

Já aprovado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Ciência, Tecnologia e Inovação, o projeto — que tramita em caráter conclusivo — seguirá para o Senado Federal, a menos que haja pedido para votação no Plenário da Câmara. Se aprovado pelos senadores, seguirá para sanção presidencial.

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20/11/2025 04:15h

Projeto aprovado na Câmara cria tipos penais para ações de facções e milícias e será reavaliado pela CCJ do Senado

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O Senado iniciou os trabalhos para discutir o novo marco legal de combate ao crime organizado. Diferentemente do que ocorreu na Câmara dos Deputados — onde o projeto foi levado diretamente ao plenário — a análise na Casa Alta começará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sob relatoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE).

“O Brasil precisa de um projeto viável que fortaleça o combate ao crime, com penas mais duras e novas ferramentas de investigação e descapitalização dos criminosos”, publicou o parlamentar nas redes sociais. Ele afirmou que buscará consenso em torno da proposta, já que o debate na Câmara foi marcado por embates políticos. O texto, de autoria do governo federal, passou por alterações feitas pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança Pública de São Paulo, licenciado do cargo para conduzir a matéria.

Durante a tramitação, governistas tentaram barrar o avanço do projeto e retomar a versão original. A oposição, por sua vez, considerava o texto inicial “fraco” e defendia mudanças. Após duas semanas de debates e seis versões diferentes, o PL 5.582/2025 foi aprovado pelos deputados na terça-feira (18), por 370 votos a 110. A expectativa é que, no Senado, as discussões tenham caráter mais técnico.

Criação e aumento de penas

Segundo o relatório apresentado por Derrite, as versões anteriores serviram de base para o aperfeiçoamento da proposta, que incorporou sugestões de parlamentares, do Ministério Público, de magistrados e de especialistas em segurança pública. Para ele, a expansão do crime organizado decorre da transformação das facções em organizações empresariais, capazes de infiltrar-se em contratos públicos, empresas e instituições financeiras.

O projeto cria novos tipos penais específicos para crimes ligados à atuação de facções ou milícias ultraviolentas — como “novo cangaço”, domínio territorial, uso de explosivos e drones, e ataques à infraestrutura — com penas que variam de 20 a 40 anos de prisão. Já o crime de favorecimento à atividade faccionada poderá ser punido com 12 a 20 anos de reclusão.

As regras para progressão de regime também ficam mais rígidas: a mudança do regime fechado para o semiaberto ou aberto poderá exigir o cumprimento de 70% a 85% da pena. Lideranças dessas organizações criminosas deverão cumprir a condenação em presídios federais de segurança máxima.

Além disso, são agravadas as penas de crimes cometidos por integrantes de facções ou milícias:

  • Homicídio: 20 a 40 anos
  • Lesão seguida de morte: 20 a 40 anos
  • Sequestro: 12 a 20 anos
  • Roubo: 12 a 30 anos
  • Latrocínio: 20 a 40 anos
  • Extorsão: aumento do triplo das penas em todos os casos
  • Extorsão por meio de sequestro: aumento de 2/3 das penas em todos os casos.

Impasses

Durante as negociações na Câmara, dois pontos foram retirados após impasses com integrantes do governo. O primeiro foi a equiparação de facções a organizações terroristas, barrada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O segundo foi uma tentativa de alterar atribuições da Polícia Federal, órgão responsável por investigar crimes interestaduais.

Mesmo assim, o texto aprovado modifica a divisão de bens apreendidos em operações. Quando houver atuação conjunta de órgãos federais e estaduais, os valores confiscados serão destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), com repartição entre os entes. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida prejudica órgãos de fiscalização. “Temos que reforçar o Ministério Público, o COAF, a Polícia Federal e a Receita Federal — inclusive o Ministério Público estadual — para combater o crime organizado, e não asfixiar a Polícia Federal retirando recursos no momento de maior atuação contra o crime”, alertou.

Próximos passos


Para ser aprovada na CCJ do Senado, a proposta precisa de maioria simples. Caso sofra alterações, retornará à Câmara para nova análise. Aprovado pelas duas Casas, o texto será encaminhado para a Presidência da República, que poderá sancioná-lo integral ou parcialmente, ou vetá-lo.

Nas redes sociais, o presidente Lula reforçou as críticas ao texto aprovado pelos deputados. “Do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica. Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei”, escreveu.

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13/11/2025 21:46h

Segundo dados da Oceana, o Brasil lidera a poluição por plástico na América Latina; Projeto de Lei 2524/2022 enfrenta resistência da indústria

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A poluição por plástico é considerada a segunda maior ameaça ambiental ao planeta, atrás apenas da emergência climática, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Mais de 140 países já adotaram medidas regulatórias para reduzir ou restringir a produção de plásticos descartáveis como forma de conter a poluição. O Brasil, no entanto, segue sem uma legislação nacional sobre o tema.

O Projeto de Lei (PL) 2524/2022, que institui medidas para a implementação de uma Economia Circular do Plástico no país, permanece sem avanço na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Há mais de 600 dias, o texto aguarda parecer do senador Otto Alencar (PSD-BA), designado relator em março de 2024. 

Essa paralisação legislativa ocorre em meio a uma crise ambiental crescente. Um levantamento da organização Oceana aponta que o Brasil despeja cerca de 1,3 milhão de toneladas de plástico por ano nos oceanos, o equivalente a 8% do total mundial. O país ocupa a oitava posição entre os maiores poluidores do planeta e lidera o ranking na América Latina.

A contribuição brasileira para o agravamento desse cenário reforça a necessidade de medidas como as propostas no Projeto de Lei do Oceano Sem Plástico. De acordo com Lara Iwanicki, diretora de Estratégia e Advocacy da Oceana, “esse projeto se tornará uma política de Estado, não de governo. A poluição por plásticos independe de quem está no poder. Ela continuará acontecendo e é por isso que precisamos de uma política de longo prazo e estável.”

O que propõe o PL 2524/2022?

Alinhado aos princípios da Economia Circular, o Projeto de Lei propõe uma mudança estrutural na forma como o plástico é produzido, consumido e descartado no Brasil. 

O modelo parte da não geração de resíduos e prioriza a eliminação progressiva de itens de uso único, como canudos, copos, pratos e talheres que não possuem reciclabilidade. O texto prevê:

  • Proibição, de três a quatro anos após a sanção, de produtos plásticos de uso único problemáticos e desnecessários e de microplásticos em cosméticos e itens de higiene;
  • Obrigatoriedade, a partir de 31 de dezembro de 2029, de que todas as embalagens plásticas sejam retornáveis, comprovadamente recicláveis ou compostáveis;
  • Inclusão dos catadores e catadoras no programa de Pagamento por Serviço Ambiental, com remuneração pelo relevante trabalho prestado.

Trâmite

Em tramitação desde 2022, o PL do Oceano Sem Plástico foi aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, após audiência pública e parecer favorável da Senadora Zenaide Maia. Em outubro de 2023, no entanto, a proposta estagnou na CAE, Comissão de Assuntos Econômicos, sob relatoria do senador Otto Alencar (PSD-BA).

A reportagem procurou o parlamentar, mas não obteve retorno até a data desta publicação.

LINHA DO TEMPO

Data Trâmite
27/09/2022 Início da tramitação no Senado
30/05/2023 Relatório favorável na Comissão de Assuntos Sociais (CAS)
11/10/2023 Audiência pública realizada
18/10/2023 Aprovação do parecer na CAS e envio para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)
05/03/2024 Distribuição ao relator na CAE (senador Otto Alencar)

Fonte: Senado

Segundo Iwanicki, o principal entrave à tramitação do Projeto de Lei é político. Apesar da ampla base de evidências científicas sobre os impactos dos microplásticos na saúde humana e no meio ambiente, especialmente nos oceanos, setores da indústria química e do plástico resistem à proposta e alegam ameaça à sobrevivência do setor. “Isso não é verdade”, destaca a diretora.

“O projeto trata da circulação de embalagens e da redução progressiva de itens que representam apenas 1,83% da produção.” Para ela, há distorção nos dados e reação desproporcional de um setor que já perdeu espaço no mercado. “Esse avanço já é uma realidade nas legislações de vários países e nas negociações do Tratado Global Contra a Poluição por Plásticos, iniciativa da ONU em busca de soluções efetivas para essa crise mundial. Então, é um caminho sem volta”, evidencia.

Atualmente, mais de 90 organizações da sociedade civil, que integram a campanha Pare o Tsunami de Plástico, pressionam pela aprovação do Projeto de Lei. 

Iwanicki reforça ainda que o impasse político exige mobilização social: “A sociedade precisa cobrar dos parlamentares a aprovação do projeto. Sem pressão, ele não avança”.

Risco à saúde

Enquanto o projeto permanece travado no Senado, microplásticos já foram identificados em órgãos humanos, como pulmões, coração, leite materno e placenta. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com a Universidade Livre de Berlim, também detectou partículas do material sintético no cérebro.

Outro estudo, conduzido por cientistas em Nápoles, revelou que microplásticos presentes nos vasos sanguíneos podem estar associados a riscos graves à saúde. Os pesquisadores analisaram placas de gordura retiradas de pacientes com doenças arteriais e descobriram que mais da metade continha partículas de polietileno ou PVC.

Pessoas contaminadas apresentaram quase cinco vezes mais chances de sofrer acidente vascular cerebral, infarto ou morte por qualquer causa nos 34 meses seguintes. Embora o estudo não comprove uma relação direta de causa e efeito, evidências em testes com animais e células humanas sugerem que essas partículas podem contribuir para o agravamento de doenças cardiovasculares.

Impacto ecológico

Segundo o relatório Fragmentos da Destruição: impactos do plástico na biodiversidade marinha, publicado pela Oceana em outubro de 2024, a contaminação afetou cerca de 200 espécies no Brasil. O estudo revela que, entre tartarugas, aves e mamíferos que ingerem plástico, um em cada dez não sobrevive.

“Não se trata apenas do ambiente marinho, mas de todas as bacias hidrográficas e do caminho que esse resíduo percorre até chegar ao mar”, pontua Iwanicki.

Fonte: Oceana

Além de enfrentar a crise ambiental, a diretora ressalta que o Projeto de Lei abre caminho para um novo ciclo econômico. “O projeto propõe medidas concretas e necessárias para enfrentar esse cenário, impulsionando a economia ao fomentar materiais alternativos e embalagens sustentáveis. Isso gera emprego, inovação, tecnologia”, afirma.

Iwanicki destaca que “o Brasil ainda tem condições de liderar esse processo, em vez de apostar num modelo ultrapassado que diversos outros países já deixaram para trás. Mas, para isso, é preciso agir agora”.

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13/11/2025 10:00h

Ministro Carlos Fávaro representou o Governo do Brasil na solenidade que destacou a cooperação bilateral, o crescimento comercial e o compromisso com o desenvolvimento sustentável

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, representou o Governo do Brasil na cerimônia que celebrou os 50 anos de independência de Angola, realizada na terça-feira (11), em Brasília (DF). 

Organizado pela Embaixada de Angola, sob o lema “Preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor”, o evento reuniu autoridades, diplomatas e membros da comunidade angolana no Brasil.

Durante a solenidade, Fávaro destacou os laços históricos entre os dois países e reafirmou o compromisso com uma cooperação voltada para o desenvolvimento sustentável.

“Celebrar este jubileu é também reafirmar o compromisso com um futuro de prosperidade conjunta. O Brasil tem muito a contribuir com sua experiência em pesquisa agropecuária, em tecnologias de baixo carbono e em políticas de apoio à agricultura familiar. É uma parceria que beneficia ambos os países, promovendo inovação e oportunidades para os nossos produtores”, afirmou o ministro.

O embaixador extraordinário e plenipotenciário da República de Angola no Brasil, Manuel Eduardo Bravo, lembrou o papel pioneiro do Brasil no reconhecimento da independência angolana, em 1975, e celebrou cinco décadas de cooperação bilateral. “O Brasil tornou-se o primeiro país do planeta a reconhecer o Estado angolano”, enfatizou Bravo.

“Celebramos, portanto, não apenas os nossos 50 anos de independência, mas também cinco décadas de relações diplomáticas e de cooperação bilateral mutuamente vantajosa, que têm privilegiado setores-chave da vida nacional de cada um dos nossos países, como a agricultura, a saúde, a defesa, a educação e a ciência e tecnologia”, completou.

Fluxo comercial

Segundo o ministro Carlos Fávaro, em 2024 o fluxo comercial entre Brasil e Angola alcançou US$ 1,6 bilhão. Esse valor representa um crescimento de 40% em relação ao ano anterior, impulsionado por iniciativas conjuntas dos presidentes Lula e João Lourenço.

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13/11/2025 09:00h

Ministério recebe Agroligadas, destaca avanços na abertura de mercados e anuncia novo escritório da ApexBrasil

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu na terça-feira (11), em Brasília (DF), representantes do movimento Agroligadas, formado por mulheres do agronegócio de Mato Grosso. O encontro teve como objetivo apresentar as ações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e ampliar o diálogo com lideranças femininas do setor.

Durante a reunião, Fávaro ressaltou a importância da escuta ativa: “Mais do que fazer discursos, quero ouvir vocês, mulheres do agro. Quero prestar contas, mostrar o que estamos construindo no Mapa e, principalmente, fortalecer essa rede de lideranças femininas que contribui com ideias, propostas e soluções para a agropecuária brasileira”.

A presidente do Agroligadas, Geni Schenkel, destacou a visita ao Mapa. “Criamos o Agroligadas para mostrar nossa realidade, desenvolver projetos e fortalecer o protagonismo feminino em todos os setores do agro e da agricultura familiar”, afirmou.

Para Schenkel, a reunião contribuiu para aprofundar o entendimento sobre políticas públicas e mecanismos de participação. “Essa visita nos ajuda a entender como funciona o processo e como podemos contribuir de forma mais organizada”, concluiu.

Abertura de mercados

O ministro ressaltou os avanços na expansão de mercados internacionais. Segundo ele, o número de adidos agrícolas passou de 29 para 40 desde o início da gestão, o que contribuiu para a abertura de 488 novos mercados desde 2023. A meta é alcançar 500 até dezembro. “O presidente Lula nos pediu para dedicarmos atenção total à ampliação dos mercados para os produtos brasileiros”, disse.

Fávaro ainda anunciou a inauguração do escritório da ApexBrasil em Cuiabá, agendada para 24 de novembro, e convidou as participantes para o evento, que contará com a presença dos 40 adidos agrícolas. “A Apex é nossa principal parceira na promoção comercial e na abertura de mercados para o agro brasileiro. Esse escritório será estratégico para ampliar a presença internacional dos produtos do Centro-Oeste”, afirmou.

Ações do Mapa

Na ocasião, os secretários do Mapa apresentaram ações estratégicas em diversas áreas:

  • Assessoria Especial de Comunicação Social (AECS): A chefe Carla Madeira informou que a equipe cresceu de 15 para 38 profissionais, com foco em transparência e agilidade na comunicação institucional.
  • Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI): O secretário Luis Rua destacou a atuação dos 40 adidos agrícolas em 38 países e o uso do sistema Agrostat para monitorar exportações.
  • Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA): Carlos Goulart apresentou os certificados eletrônicos e-Phyto e CSI, além dos sistemas Sisbi-POA e SIF, que garantem a qualidade dos produtos comercializados.
  • Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR): A equipe apresentou a plataforma Agro Brasil + Sustentável, que já certificou mais de mil propriedades com selos digitais integrados a bases oficiais.
  • Secretaria de Política Agrícola (SPA): Coordena o Plano Safra e programas como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e o Programa de Garantia de Preços para Agricultura Familiar (PGPAF).
  • Secretaria-Executiva (SE): O Inmet, agora sob gestão direta do Mapa, recebeu investimentos de até R$ 200 milhões para modernizar a rede meteorológica nacional, com novos radares e supercomputadores.

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