Data de publicação: 10 de Outubro de 2023, 15:15h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:32h
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) disponibiliza o Informe de Recursos Minerais - Área Gipsita Rio Cupari, situada no município de Aveiro (PA), com a aplicação de novas abordagens, como a modelagem geológica 3D dos depósitos minerais, realizada com dados geológicos, geoquímicos e geofísicos, e de sondagens e escavações geradas entre as décadas de 1970 e 1990.
O Informe é parte do projeto Reavaliação do Patrimônio Mineral, que tem como objetivo oferecer ainda um banco de dados com todas as informações existentes, para apoiar a valoração das áreas e indicar blocos para licitação através do Programa de Parceria de Investimentos (PPI). As atividades realizadas na área do Rio Cupari incluíram o levantamento e consistência de todo o acervo disponível, relativo a mapas geológicos, boletins de sondagem, perfis geológicos e dados analíticos diversos, e sua conversão em arquivos digitais, que foram utilizados para a reavaliação e quantificação dos recursos de gipsita.
O documento apresenta que os recursos estão associados a dois blocos de áreas (Bloco Leste e Bloco Oeste), nos quais são caracterizados dois tipos de minério: a gipsita compacta e a fraturada. A gipsita compacta possui praticamente 100% de pureza e representa quase 80% dos recursos dimensionados, enquanto a gipsita fraturada tem material argiloso, em geral calcífero, presente em fissuras ou fraturas, assim como em níveis subordinados e intercalados, mas que também é considerada parte integrante do minério aproveitável. Os recursos totais de minério, quantificados pela modelagem geológica para o Bloco Oeste, são da ordem de 287 milhões de toneladas, enquanto para o Bloco Leste, de mais de 316 milhões de toneladas de gipsita, o que representa um depósito de grande porte, capaz de suprir a demanda nacional por décadas, conforme pode ser conferido no relatório disponível no link https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/22729.
Conhecida também como “pedra de gesso”, a gipsita é a forma hidratada do sulfato de cálcio e é muito utilizada na produção de cimento e gesso, para aplicação na construção civil ou em materiais ortopédicos, na produção de ácido sulfúrico, vidro, cerveja, esmalte, corretivos de solo, e como aglutinante na produção do tofu, entre outros. No cenário econômico, a expectativa é que ocorra a retomada do setor produtivo de gesso no Brasil, em médio e longo prazos, junto ao aquecimento do setor de construção civil, indústria e de serviços, especialmente com a retomada da indústria, após recuperação dos efeitos econômicos causados pela pandemia Covid-19.
O projeto de Reavaliação do Patrimônio Mineral está alinhado a quatro dos 17 ODS: energia limpa e acessível; trabalho decente e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; e consumo e produção responsáveis. O projeto é parte do Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral, vinculado ao Plano Plurianual 2020-2023, e terá continuidade no quadriênio 2024-2027, no contexto do Programa Mineração Segura e Sustentável.