O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério de Minas e Energia (MME) irão lançar, durante a convenção PDAC 2024, o Fundo de Investimento em participações (FIP) Minerais Estratégicos no Brasil. O evento, que acontece em Toronto, Canadá, de 3 a 6 de março, é a principal convenção de mineração e exploração mineral do mundo.
De acordo com o banco, os recursos poderão ser utilizados por empresas júnior e de médio porte que se enquadrem na tese de investimentos do fundo, que será colocada em prática pelo gestor a ser selecionado por meio de chamada pública. O FIP tem estimativa de mobilizar até R$ 1 bilhão de reais, com aporte de até R$ 250 milhões do BNDES.
“Não há transição energética sem mineração e sabemos que o Brasil, com seu amplo território, diversidade geológica e riqueza mineral, será o protagonista e grande alicerce mundial na transição energética”, avalia o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “Dessa forma, lançaremos, junto com o presidente Aloizio Mercadante, o fundo que irá alavancar o setor e atrair ainda mais investimentos para a cadeia dos minerais estratégicos”, completa.
“A transição energética é uma prioridade do governo do presidente Lula. A iniciativa contribui para o aproveitamento do vasto potencial geológico brasileiro, permitindo que o país se posicione como fornecedor de minerais estratégicos para atender à demanda mundial por tecnologias de energia limpa”, destaca o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O FIP Minerais Estratégicos objetiva viabilizar o desenvolvimento de projetos de minerais considerados estratégicos para a transição energética, descarbonização e produção sustentável de alimentos. Segundo o plano de trabalho desenvolvido pelo BNDES, espera-se que o Fundo invista em 15 a 20 empresas com projetos de pesquisa mineral, desenvolvimento e implantação de novas minas de minerais estratégicos no Brasil. O BNDES irá aportar até R$ 250 milhões no Fundo, com participação limitada a 25% do total, sendo esperados outros investidores nacionais e internacionais.
“Ao criar esse Fundo, estamos viabilizando que empresas menores consigam acessar o mercado ao mesmo tempo que garantimos uma atividade mais sustentável”, explica o ministro. “O Brasil já é o maior produtor mundial de nióbio, o segundo maior de ferro, magnesita e tântalo, o terceiro de bauxita e o quarto maior em vanádio. Somos o país com a quinta maior reserva de lítio, com 1,2 milhão de toneladas. Com esse incentivo, iremos crescer ainda mais e nos tornar o maior fornecedor de minerais estratégicos do mundo”, destaca o ministro Alexandre Silveira.
O Fundo irá priorizar os minerais para transição energética e descarbonização, sendo eles, cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, minérios do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco. Fosfato, potássio e remineralizadores, minerais fundamentais para a fertilidade do solo, também estão no rol de elementos abrangidos pelo fundo.
A criação do Fundo de Minerais Estratégicos dá continuidade ao apoio do BNDES ao setor de mineração, que nos últimos dez anos soma R$ 8,3 bilhões em financiamentos para cerca de 1.800 empresas. Como explica Mercadante, o “FIP busca estimular um novo ciclo de fomento à produção de minerais estratégicos, com foco em inovação e sustentabilidade, que são pilares da Nova Indústria Brasil e do Plano Mais Produção”.
O FIP Minerais Estratégicos terá como meta também induzir as empresas investidas a adotarem melhores práticas ESG, que possam gerar impacto positivo para comunidades locais e minimizar os impactos ambientais dos projetos. Para isso, serão incentivadas ações de capacitação de mão de obra e de fornecedores locais, de regularização do cadastro ambiental rural (CAR) e recuperação de vegetação nas áreas afetadas, e de gestão eficiente de água e resíduos, além de práticas de transparência e comunicação adequada com as comunidades locais.
“O mundo pode contar com o Brasil nesse enorme desafio pela sobrevivência humana. E, para isso, desenvolveremos uma indústria robusta de transformação mineral e um setor mais eficiente, mais verde, mais seguro, mais global e mais sustentável”, conclui o ministro.
O Brasil participará ativamente da convenção PDAC 2024 este ano, com uma vasta delegação do setor privado e governamental, coordenada pela Adimb. Brasil Mineral também participará do evento com uma edição especial em inglês mostrando o potencial do Brasil na produção de minerais para transição energética e a atuação das companhias canadenses na mineração brasileira.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB), em parceria com a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMGE), incluiu dados de 16 projetos aerogeofísicos no GeoSGB, sobre o estado de Minas Gerais, para disponibilizar gratuitamente essas informações para a sociedade. Os projetos foram levantados entre 2005 e 2012 por meio da magnetometria, que investiga a geologia com base nas variações locais do campo magnético terrestre e das propriedades magnéticas das rochas e estruturas geológicas que ocorrem na subsuperfície, e gamaespectrometria, investigação geofísica que vai medir as fontes de radiação daquele determinado material, com espaçamento entre linhas de voo de 500 metros. “Essa inclusão dos dados e projetos no GeoSGB é um marco no estímulo à pesquisa geocientífica, tanto de empresas quanto da academia”, disse o chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica do SGB, Iago Costa.
Os projetos representam aproximadamente 1 milhão de km lineares levantados, cobrindo aproximadamente 480 mil km², o que representaria, nos dias de hoje, um investimento necessário de cerca de R$ 140 milhões. Para o superintendente de Belo Horizonte (Sureg-BH), Marlon Marques Coutinho, a disponibilização de novos projetos aerogeofísicos no GeoSGB é de suma importância, pois proporcionam uma compreensão mais abrangente da geologia e dos recursos minerais de determinada região. “Além de orientar a exploração mineral e apoiar o planejamento territorial, os dados aerogeofísicos disponíveis no GeoSGB também contribuem significativamente para a pesquisa científica, promovendo avanços no entendimento da geologia do país e facilitando a implementação de práticas sustentáveis em diversos setores, em especial o da mineração”, esclareceu.
O GeoSGB, onde esse novo dado está hospedado, reúne o maior acervo de informações geológicas brasileiro e apresenta uma série de recursos que permitem a consulta gratuita de todo tipo de dado ligado à geologia brasileira, com direito inclusive a mapas interativos. É possível explorar ocorrências de recursos minerais, limites de bacias sedimentares, gravimetria, hidrogeologia e até mesmo o mapa tectônico brasileiro. O gerente de Geologia e Recursos Minerais, Julio Lombello, afirmou que a disponibilização dos dados aerogeofísicos fornece uma base sólida para estudos e pesquisas no campo da geologia e da pesquisa mineral. “A riqueza de informações geradas por meio dessas tecnologias permite uma análise detalhada do subsolo, identificando áreas potenciais para depósitos minerais, o que é crucial para aprimorar a eficiência das atividades de exploração mineral. A sociedade, como um todo, também se beneficia dessa disponibilização, uma vez que ela favorece a transparência e a democratização da informação”. O site é direcionado a gestores públicos, ambientalistas, acadêmicos, geólogos ou a qualquer pessoa interessada em geologia.
Descoberta levou à identificação de um vulcão formado por erupções explosivas
O geólogo e pesquisador Marcell Leonard Besser, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), descobriu novas rochas conhecidas como piroclásticas, no Paraná, o que levou à identificação de um vulcão formado por erupções explosivas. O local recebeu o nome de Vulcão Tapalam. As rochas piroclásticas encontradas, chamadas de tufos, são formadas de erupções explosivas e estão em uma mina no município de Marilândia do Sul (PR). As rochas piroclásticas foram formadas a partir da pulverização da lava e posterior solidificação da mesma em partículas de vidro vulcânico, evidenciando a intensidade dos jatos de lava do vulcão Tapalam.
A área da mina faz parte da maior província vulcânica do Brasil, e da América do Sul como um todo, denominada Província Magmática Paraná-Etendeka, com 134 milhões de anos e que abrange o Centro-Sul do Brasil (RS, PR, SC, SP, MG, MS, MT, MG e GO), Argentina, Paraguai e Uruguai, e tem uma porção na Namíbia, na África. A ocorrência na África ocorre porque o vulcanismo foi grande e vasto e se formou antes da separação entre América do Sul e África. “O diferencial do vulcão Tapalam é que ele produziu erupções explosivas com depósitos de cinzas vulcânicas”, explica Besser.
O pesquisador comenta que a descoberta é única até o momento e ajuda na compreensão mais aprofundada da geologia desta enorme província vulcânica e de seu passado remoto. Além disso, revela a existência de jatos de lava ainda mais expressivos que os vistos na Islândia em 18 de dezembro de 2023 e que chegaram a 200 metros de altura. Os jatos ou fontes de lava do vulcão Tapalam provavelmente ultrapassaram 1 km de altura. “O vulcão Tapalam, agora famoso, permanece como testemunha desses eventos ancestrais. No entanto, as pesquisas continuam para entender mais sobre a natureza do vulcão, sua forma, taxas de efusão das lavas e a datação precisa de sua formação”, disse.
Besser comenta ainda que o estudo contribui para a compreensão das grandes províncias magmáticas da história da Terra, as chamadas LIPs (da sigla em inglês Large Igneous Provinces - ou Grandes Províncias Ígneas). O estudo destas LIPs é muito importante porque os eventos vulcânicos que ocorreram nestas áreas foram responsáveis por direcionar a evolução da vida no planeta, contribuindo inclusive para eventos de extinção em massa. A pesquisa, que contou com a participação do geólogo André Luís Spisila, será continuada com o objetivo de ampliar a descoberta. "A gente vai dar continuidade a essa pesquisa para entender um pouco melhor o formato desse vulcão e provavelmente tentar encontrar outros, porque, se tinha esse, então existem muitos outros que ainda não foram encontrados”, destaca o pesquisador.
No contexto nacional, o conhecimento geológico não é apenas uma busca científica, mas também uma fonte valiosa de recursos. “A mina onde foram encontradas as rochas vulcânicas destina-se à exploração de brita, algo essencial na construção civil para erguer casas, prédios, escolas, entre outros. Esse é um exemplo prático da importância do mapeamento geológico e do entendimento da geologia, pois fornece informações cruciais sobre a localização de minérios, água potável subterrânea e outros recursos essenciais, muitos deles essenciais para a transição energética”, explica Marcell. A pesquisa desenvolvida durante os últimos quatro anos e seus resultados estão disponíveis e foram publicados na revista científica "Bulletin of Volcanology", a mais antiga sobre vulcanologia e uma das mais conceituadas na área.
O Serviço Geológico do Brasil, por meio da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM), apresentou o Mapa de Recursos Minerais do Oeste de Pernambuco. O documento é a cartografia da região de Salgueiro até Araripina, passando por diversos outros municípios importantes. O trabalho mostra dados sobre novas ocorrências minerais que possam resultar em novos depósitos com potencial para exploração mineral.
O objetivo é estimular a pesquisa geológica e promover o desenvolvimento do setor mineral na região. Com as informações, o SGB visa fornecer uma ferramenta atraente para gestores públicos e iniciativa privada, incentivando atividades relacionadas à produção mineral, educação e desenvolvimento científico. Além disso, o mapeamento desempenha um papel crucial ao abrir oportunidades para novos empreendimentos e investimentos, contribuindo significativamente para a geração de empregos diretos e indiretos.
O mapa revela descobertas, como ocorrências de ouro na região de Serrita/Parnamirim, novos depósitos de ouro em Verdejante, próximos a sede do município de Salgueiro, novas ocorrências de titânio, associado a ferro, no município de Parnamirim. Entre os produtos que integram o mapa se destaca a tabela das ocorrências minerais, com os dados de localização e status econômico dos recursos, mapas de anomalias de elementos químicos e destaques mineralométricos em sedimento de corrente ativa dos rios, mapas de anomalias megnetométricas e informações sobre as unidades geológicas que hospedam as mineralizações. O mapa pode ser conferido no https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/22832.
Vai ser possível trabalhar em grandes áreas com precisão e em curto espaço de tempo
A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) está investindo R$ 7 milhões para iniciar um novo ciclo de aerolevantamentos na Bahia, aplicando as mais recentes tecnologias aerogeofísicas disponíveis no mercado. O trabalho usa sistemas aerotransportados eletromagnéticos no domínio do tempo/magnetométricos, em caráter de semi-detalhe/detalhe, instalados em helicópteros. “É o método disponível na indústria que tem a melhor qualidade de sinal, a melhor resolução, então a CBPM está com dados na vanguarda do que se tem hoje em dia em levantamentos aerogeofísicos eletromagnéticos. Vai ser possível trabalhar em grandes áreas com precisão e em curto espaço de tempo. E tudo isso vai ocorrer sem agredir o ambiente. Vamos estabelecer trabalhos subsequentes logo após os resultados destes aerolevantamentos, que vai depender dos resultados encontrados”, sinalizou o geólogo da CBPM, Ives Garrido.
O novo levantamento aerogeofísico irá analisar o extremo norte da Bahia, em zona, principalmente, sob a influência das faixas marginais de Rio Preto e do Riacho do Pontal, que fazem parte da borda norte do Cráton do São Francisco, sendo detentora de importantes depósitos minerais, destacando-se os grandes depósitos de Fe-Ti-V associado ao Complexo máfico-ultramáfico de Campo Alegre de Lourdes, o expressivo depósito de rochas fosfáticas associadas ao Complexo Carbonatítico de Angicos Dias e o depósito magmático de sulfetos de Ni-Cu denominado Caboclo dos Mangueiros. “Estaremos recobrindo partes dos municípios de Santa Rita de Cássia e de Pilão Arcado, que ficam na mesma região, ou seja, na porção noroeste do Estado da Bahia. Cobre, níquel, cobalto, fosfato, grafita, ferro, titânio, vanádio e terras raras estão entre os nossos interesses no local, desta forma vamos aumentar a nossa extensão da província mineral”, disse Ives.
O projeto prevê recobrir 1.260,28 km2, perfazendo um total de 6.982,00 km lineares de linhas de voo, utilizando um multisistema aerogeofísico, configurado pelos métodos: eletromagnético no domínio do tempo e magnético. O espaçamento entre as linhas de voo e de produção são de 200 metros e 2.000 metros, respectivamente, a altura de voo será de 72 metros e a altura das bobinas do transmissor e do receptor eletromagnético e do magnetômetro deverão situar-se no máximo a 35 metros do terreno. “Todos os trabalhos terão acompanhamento e avaliação da equipe técnica da CBPM, tendo por objetivo a descoberta de jazidas minerais nas áreas compreendidas entre Campo Alegre de Lourdes e Santa Rita de Cássia, o que possibilitará, em caso de êxito, a implantação de empreendimentos mineroindustriais para a extração e a transformação desses bens minerais, gerando emprego e renda nas respectivas regiões. Deste modo, a CBPM está convicta de que os resultados a serem atingidos permitirão ampliar significativamente a participação do setor mineral na economia baiana, levando progresso para regiões onde outros segmentos da indústria, por certo, teriam grande dificuldade para implantação”.
A Latin Resources anunciou atualizações sobre o depósito Colina, que é parte do seu projeto Salinas, em Minas Gerais. Segundo o vice-presidente de Operações Américas, Tony Greenaway, a empresa continua obtendo “sólidos resultados da perfuração em Colina”, após cinco meses de sondagem focada na extensão do depósito Colina para o sudoeste, ao longo do Corredor de Lítio Salinas, bem como preencher partes do modelo de recursos existente.
Ele diz que a equipe de geologia no local tem trabalhado em estreita colaboração com os consultores de recursos independentes, a SGS, para construir os novos wireframes e compilar todos os dados necessários para atualizar o modelo de recursos que formará a base do DFS (Estudo de Viabilidade Definitivo), que está programado para ser concluído em meados de 2024.
Ele acrescenta que a perfuração não parou no local, com todas as dez plataformas ainda em operação. “Mudamos o nosso foco para a perfuração predominantemente de preenchimento dentro da nova pegada de recursos, com o objetivo de aumentar a classificação dos recursos para permitir a declaração de reservas mineiras como parte do processo DFS.”
Os programas de perfuração em andamento continuam a produzir mais informações sobre a possível escala, importância e possibilidades de expansão do Depósito Colina. Atualmente, 10 plataformas estão operando no local, realizando o programa de perfuração a diamante de 65.000 metros durante o restante de 2023. Recentemente, a Empresa levantou com sucesso US$ 35 milhões em uma colocação com excesso de adesões, onde o uso de fundos, entre outras coisas, será usado para um programa de perfuração expandido para 2024. O programa de 2024 continuará a aumentar a tonelagem e a melhorar o nível de confiança no depósito de Colina e a identificar e validar ainda mais novos alvos de perfuração prioritários em Colina e no Bloco Nevoeiro.
Desde o lançamento do MRE Colina, em junho de 2023, a empresa concluiu mais 53 furos para 23.617 m de perfuração no Depósito de Colina, elevando o total de furos para 188, totalizando aproximadamente 62.650 m de núcleo de perfuração.
Os resultados de ensaio adicionais da última fase da Perfuração de Recursos continuaram a fornecer consistência de teor e continuidade de pegmatito, esperando-se que o Depósito de Colina cresça significativamente em tamanho. Até o momento, as interceptações encontradas melhoraram a compreensão da empresa sobre a conectividade da mineralização entre o próprio MRE Colina e as áreas extensionais, mostrando maior teor, qualidade e consistência do espodumênio ao longo do ataque e profundidade. A Empresa continua confiante de que Colina caminhará para se firmar como um depósito de nível 1, reconhecido globalmente.
Já no Bloco Nevoeiro, um alvo, localizado a aproximadamente 12 km a sudoeste de Colina, com 45,2 Mt em recursos, a empresa já concluiu um total de 13 furos para 4.575,7 m de perfuração. Os resultados completos do ensaio foram agora recebidos para mais 3 furos (elevando o total para 9 furos testados), com interceptações significativas incluídas. A Empresa identifica o Bloco Nevoeiro como um alvo importante na adição de toneladas de recursos de apoio ao Depósito Colina, melhorando os Recursos Globais e, em última análise, a economia do Projeto Salinas. A Empresa continuará a dedicar recursos de perfuração de diamante à perfuração da área do Bloco Nevoeiro, onde o o mapeamento e outros programas regionais continuam a identificar novos alvos de perfuração.
Listada na bolsa australiana, a Latin Resources Limited é uma empresa de exploração mineral sediada na Austrália, com projetos na América do Sul e na Austrália, que está desenvolvendo projetos minerais em commodities que promovem os esforços globais em direção a emissões líquidas zero.
Os ativos estão nos estados de Tocantins, Pará, Paraíba, Pernambuco e Bahia
O Ministério de Minas e Energia (MME), por meio do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), irá promover leilão de áreas com depósitos de minerais no dia 23 de novembro. Os ativos estão nos estados de Tocantins, Pará, Paraíba, Pernambuco e Bahia. O evento ocorrerá no auditório localizado no térreo do Ministério de Minas e Energia (MME), a partir das 10 horas.
“Esses leilões são importantes para alavancar ainda mais a mineração nacional. O Brasil é rico em depósitos minerais e é um desperdício manter essas áreas, com tamanho potencial, sem exploração. Com os cinco leilões, criaremos empregos, renda e investimentos para todas as brasileiras e brasileiros das regiões”, avalia o secretário Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Vitor Saback.
Os estudos que fizeram o levantamento das reservas dos minerais nas regiões foram realizados pelo SGB entre as décadas de 1980 e 1990. A equipe encontrou a presença de agrominerais no Pará; ouro em Tocantins; diamante na Bahia; fosfato em Pernambuco e Paraíba e Caulim no Pará. Os leilões acontecerão de forma separada, com um estado de cada vez, e serão realizados por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República.
Relatório aplica novas abordagens, como a modelagem geológica 3D dos depósitos minerais
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) disponibiliza o Informe de Recursos Minerais - Área Gipsita Rio Cupari, situada no município de Aveiro (PA), com a aplicação de novas abordagens, como a modelagem geológica 3D dos depósitos minerais, realizada com dados geológicos, geoquímicos e geofísicos, e de sondagens e escavações geradas entre as décadas de 1970 e 1990.
O Informe é parte do projeto Reavaliação do Patrimônio Mineral, que tem como objetivo oferecer ainda um banco de dados com todas as informações existentes, para apoiar a valoração das áreas e indicar blocos para licitação através do Programa de Parceria de Investimentos (PPI). As atividades realizadas na área do Rio Cupari incluíram o levantamento e consistência de todo o acervo disponível, relativo a mapas geológicos, boletins de sondagem, perfis geológicos e dados analíticos diversos, e sua conversão em arquivos digitais, que foram utilizados para a reavaliação e quantificação dos recursos de gipsita.
O documento apresenta que os recursos estão associados a dois blocos de áreas (Bloco Leste e Bloco Oeste), nos quais são caracterizados dois tipos de minério: a gipsita compacta e a fraturada. A gipsita compacta possui praticamente 100% de pureza e representa quase 80% dos recursos dimensionados, enquanto a gipsita fraturada tem material argiloso, em geral calcífero, presente em fissuras ou fraturas, assim como em níveis subordinados e intercalados, mas que também é considerada parte integrante do minério aproveitável. Os recursos totais de minério, quantificados pela modelagem geológica para o Bloco Oeste, são da ordem de 287 milhões de toneladas, enquanto para o Bloco Leste, de mais de 316 milhões de toneladas de gipsita, o que representa um depósito de grande porte, capaz de suprir a demanda nacional por décadas, conforme pode ser conferido no relatório disponível no link https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/22729.
Conhecida também como “pedra de gesso”, a gipsita é a forma hidratada do sulfato de cálcio e é muito utilizada na produção de cimento e gesso, para aplicação na construção civil ou em materiais ortopédicos, na produção de ácido sulfúrico, vidro, cerveja, esmalte, corretivos de solo, e como aglutinante na produção do tofu, entre outros. No cenário econômico, a expectativa é que ocorra a retomada do setor produtivo de gesso no Brasil, em médio e longo prazos, junto ao aquecimento do setor de construção civil, indústria e de serviços, especialmente com a retomada da indústria, após recuperação dos efeitos econômicos causados pela pandemia Covid-19.
O projeto de Reavaliação do Patrimônio Mineral está alinhado a quatro dos 17 ODS: energia limpa e acessível; trabalho decente e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; e consumo e produção responsáveis. O projeto é parte do Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral, vinculado ao Plano Plurianual 2020-2023, e terá continuidade no quadriênio 2024-2027, no contexto do Programa Mineração Segura e Sustentável.
São depósitos minerais com milhões de toneladas de ouro, diamante, fosfato, caulim e agrominerai
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou uma série de levantamentos nas décadas de 1980 e 1990 nos estados de Tocantins, Pará, Paraíba, Pernambuco e Bahia, onde foram constatados depósitos minerais com milhões de toneladas de ouro, diamante, fosfato, caulim e agrominerais. Estas áreas fazem parte dos cinco ativos minerários que serão leiloados pelo SGB no dia 18 de outubro, às 10 horas, por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República.
O leilão acontecerá na sede administrativa do SGB, na cidade do Rio de Janeiro, com um mês de antecedência à realização das sessões públicas que preveem a cessão dos direitos minerários das cinco áreas. “Os leilões representam uma grande oportunidade para que estas localidades recebam investimentos e vivam, em um futuro breve, uma nova realidade. É preciso esclarecer que os leilões integram a primeira etapa do processo, quando os interessados fazem a oferta para arrematar um dos lotes disponíveis, tendo ainda pela frente outras quatro etapas que devem ser cumpridas legalmente. Ainda assim, mesmo sendo uma etapa inicial, a economia local será movimentada em curto prazo, gerando receita por meio do setor de produtos e serviços considerando a chegada dos profissionais que serão responsáveis pela segunda etapa, que é da pesquisa mineral”, disse o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo.
Segundo Melo, conforme a experiência de cidades com ativos minerários já leiloados pelo SGB por meio do PPI, a estadia de pesquisadores a partir da segunda etapa incide em hospedagem, em consumo para refeições e aquisição de itens pessoais no período de realização, além da necessidade da contratação de mão de obra local para determinados serviços. “Os ativos já representam benefícios à população devido à receita gerada em hotéis, restaurantes, supermercados, farmácias e lojas de mantimentos, bem como pela abertura de postos temporário de trabalhos”. As informações detalhadas sobre cada um dos cinco leilões, que acontecerão simultaneamente no dia 18 de outubro, estão disponíveis no link
https://www.sgb.gov.br/publique/Acesso-a-Informacao/Leiloes-dos-Ativos-Minerarios-do-SGB-6571.html.
Com o Atlas, será possível facilitar a gestão e o emprego dos dados
O Serviço Geológico do Brasil (SGB), por intermédio da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM), apresentou o Atlas Aerogeofísico de Goiás, trabalho vinculado ao Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral. Com o Atlas será possível facilitar a gestão e o emprego dos dados, de acordo com as preferências e prioridades de cada gestor estadual e características geológicas e potencialidades minerais locais.
Os levantamentos geofísicos fornecem informações sobre propriedades físicas em superfícies e subsuperfícies, o que possibilita inferir feições geológicas, como corpos geológicos, estruturas e depósitos minerais, por meio de interpretações e modelagens dos dados geofísicos.
Segundo o SGB, todos estes dados diminuem os riscos de investidores do setor mineral e, por conseguinte, aumentam a competitividade do Brasil no cenário global, além de auxiliar nas decisões estratégicas pelos gestores do meio físico de diversos setores, como meio ambiente, infraestrutura, agronegócio, dentre outros.
Nos últimos vinte anos, o Governo Federal, via SGB, investiu na aquisição de dados aerogeofísicos (magnetometria e gamaespectrometria) em uma área de cerca de 3,7 milhões km², que corresponde a aproximadamente 43% do território brasileiro e a 92% do embasamento cristalino do Brasil. A iniciativa visou contribuir para o aprimoramento do conhecimento geológico brasileiro e para a descoberta de jazidas minerais. O Atlas Aerogeofísico goiano está alinhado a três dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), que visam promover, até 2023, a proteção ambiental, o progresso social e o crescimento econômico, de forma integrada. São eles: Trabalho decente e crescimento econômico; Indústria, Inovação e Infraestrutura; e Consumo e produção responsáveis.
Os primeiros levantamentos aerogeofísicos executados são da década de 1950 e patrocinados por instituições federais do governo brasileiro. A atuação do SGB começou em 1971, quando assumiu o papel de órgão executor de projetos aerogeofísicos sistemáticos (magnetometria e gamaespectrometria), a princípio realizados por meio de convênios com o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), que procurava atender à política do Ministério de Minas e Energia (MME) para realizar o recobrimento aerogeofísico dos terrenos pré-cambrianos do escudo brasileiro.
Entre 1971 e 2001, o SGB executou 48 projetos aerogeofísicos em diversas regiões do País, predominantemente por magnetometria e gamaespectrometria. A maioria dos projetos aerogeofísicos tiveram espaçamento das linhas de voo entre 2.000 e 1.000 m e altura de voo de 150 m, com área recoberta de 2.413.323 km².