Investimento

16/10/2025 04:50h

Estudo aponta gargalos em transporte, energia e saneamento e lista obras prioritárias para destravar o desenvolvimento da região

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Sete em cada dez empresários industriais avaliam a infraestrutura da Região Norte como regular, ruim ou péssima, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice, que chega a 74%, é significativamente superior à média nacional de 45%. Os dados integram o estudo Panorama da Infraestrutura – Região Norte, divulgado nesta quarta-feira (15) durante o evento Pré-COP30: O Papel do Setor Privado na Agenda de Clima, realizado em Brasília (DF).

O levantamento reúne informações sobre transportes, energia, saneamento e telecomunicações, além de propostas para melhorar a logística e a competitividade dos sete estados da região.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a Região Norte tem papel estratégico no desenvolvimento sustentável no Brasil, devido à sua vasta extensão territorial, biodiversidade e abundância de recursos naturais. No entanto, o déficit de infraestrutura é um entrave que precisa ser superado

“As deficiências em rodovias, a baixa integração energética, os entraves no transporte hidroviário e as limitações no acesso a serviços essenciais impactam a qualidade de vida e elevam os custos logísticos, desestimulando investimentos”, avalia. “Fortalecer a infraestrutura da região, com respeito aos marcos legais e ambientais, é condição indispensável para atrair investimentos e estimular o crescimento industrial”, complementa.

De acordo com o especialista em Políticas e Indústria na CNI, Ramon Cunha, o estudo pode contribuir para orientar o desenvolvimento regional. “A expectativa é que o trabalho sirva como um importante instrumento para que a sociedade, investidores e planejadores de política possam priorizar aqueles projetos de maior impacto e interesse do setor industrial. Isso tudo é fundamental para a geração de emprego, de renda, de crescimento e desenvolvimento local”, detalha.

Gargalos e prioridades

O estudo da CNI aponta que o Norte enfrenta obstáculos logísticos e estruturais que comprometem a articulação entre seus polos produtivos. Rodovias em más condições – com trechos precários ou incompletos, quase ausência de ferrovias e hidrovias com grande potencial, mas sem investimentos em dragagem, sinalização e interligações modais estão entre os principais problemas. 

Entre as obras consideradas prioritárias estão a ampliação da Hidrovia Araguaia-Tocantins, com o derrocamento do Pedral do Lourenço, e a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial — nas bacias da Foz do Amazonas e do Pará-Maranhão. A entidade também destaca a conclusão da ponte sobre o Rio Xingu, na Transamazônica, a pavimentação do trecho central da BR-319 (Porto Velho–Manaus) e a implantação da Ferrogrão (EF-170).

“Se bem conduzidos, esses projetos podem integrar o interior da região aos mercados nacionais e internacionais, gerar emprego e renda e garantir segurança energética ao país”, afirma Alban.

Déficits em energia e saneamento

O estudo mostra ainda que a Região Norte tem o pior desempenho do país em saneamento básico. Apenas 61% da população é atendida por rede de abastecimento de água e 23% conta com rede de esgoto — o menor índice nacional. Em Roraima, o estado com melhor desempenho, 66% da população tem acesso à rede de esgotamento sanitário.

As perdas na distribuição de água chegam a 50%, acima da média nacional de 40%. Tocantins (31%) e Rondônia (37%) são os únicos estados com índices abaixo da média. O déficit estrutural compromete a instalação de novos empreendimentos e afeta diretamente a qualidade de vida da população.

Obras e investimentos

O estudo cita a recente conexão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) como um passo importante para reduzir o isolamento energético da região. Em 2024, o Ministério dos Transportes e o de Portos e Aeroportos autorizaram R$ 13,7 bilhões em investimentos, dos quais R$ 3,6 bilhões foram destinados ao Norte. O total efetivamente pago, incluindo restos a pagar, foi de R$ 3,8 bilhões.

Levantamento do Tribunal de Contas da União mostra que 58% das obras públicas com recursos federais na região estão paralisadas — um total de 2.207 contratos, principalmente nas áreas de saneamento e transportes.

O Novo PAC, anunciado em 2023, prevê R$ 294 bilhões em obras e serviços no Norte, dentro de um total de R$ 1,7 trilhão em investimentos no país.
Infraestrutura e transporte

A região tem frota de 7 milhões de veículos, sendo 38,5% motocicletas e 30,6% automóveis. Os aeroportos mais movimentados são os de Belém (4 milhões de passageiros em 2024) e Manaus (2,8 milhões), seguidos por Palmas, Macapá e Santarém.

A CNI defende que investimentos em transporte, energia e saneamento são fundamentais para reduzir desigualdades regionais e tornar o Norte mais competitivo.
Preparativos para a COP 30

O levantamento foi lançado durante os preparativos para a COP 30 – o principal evento mundial sobre mudanças climáticas, realizado pela Organização das Nações Unidas – que terá início no dia 10 de novembro, em Belém, capital do Pará, coração da Amazônia brasileira. 

A CNI realiza uma série de ações relacionadas à participação da indústria no fomento ao desenvolvimento sustentável. Entre elas, está a Pré-COP30: O Papel do Setor Privado na Agenda do Clima. Durante o evento, foram apresentadas as propostas oficiais da indústria para a COP30, cases internacionais de descarbonização e os desafios de infraestrutura da Amazônia Legal. 

“A promoção e o avanço, o fortalecimento da infraestrutura na Amazônia em novas bases, infraestrutura verde, é o que vai permitir o sucesso da agenda do desenvolvimento sustentável”, defendeu o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero) e do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Marcelo Thomé, durante o evento. 
 

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30/09/2025 04:25h

Investimentos integram o programa Agora Tem Especialistas e buscam ampliar a capacidade de atendimento público de saúde

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O Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 2,5 bilhões para a construção de 899 novas unidades de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país e a chegada de 322 médicos especialistas, que atuarão em 156 municípios brasileiros. As iniciativas fazem parte do programa Agora Tem Especialistas, iniciativa da Pasta para reduzir o tempo de espera por atendimentos de média e alta complexidade no SUS. 

Os recursos, provenientes do Novo PAC Seleções 2025, serão destinados à construção de 100 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), 31 policlínicas e 768 Unidades Básicas de Saúde (UBS). De acordo com o ministério, as UBS vão contribuir para reduzir a sobrecarga da Atenção Especializada à Saúde, foco do Agora Tem Especialistas. 

Dos 322 médicos contratados pelo programa, 212 atuarão no interior do país e 188 vão para estados da Região Nordeste.  É o caso da médica especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem Tássia Maria Oliveira, que se mudou de Niterói (RJ) para Itapecuru Mirim, município no interior do Maranhão com mais de 60 mil habitantes, para atuar no diagnóstico do câncer de mama. 

“O objetivo é que as unidades básicas de saúde filtrem os pacientes que necessitam de biópsias, assim como as unidades especializadas em mastologia ou ginecologia, para que eu faça as biópsias e a gente tenha o diagnóstico diferencial entre lesões benignas e malignas das mamas”, explica.

Tássia ressalta a importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento. “A maioria das pessoas que têm o diagnóstico de câncer precoce sobrevivem e vivem bem e não tem recidiva. Quanto mais o paciente demora para fazer uma biópsia, depois que um nódulo é identificado, maior a chance desse nódulo crescer e fazer metástases, que é a distribuição de células cancerosas pelo restante do corpo”, detalha. 

Outros 70 profissionais atuarão na Região Sudeste, 40 na Norte, 17 na Centro-Oeste e sete na Sul. Além disso, 72% vão para áreas classificadas como de alta ou muito alta vulnerabilidade, sendo 22% alocados em municípios da Amazônia Legal.  

Na última sexta-feira (26), especialistas chegaram aos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, além do Distrito Federal.   

As especialidades com maior número de profissionais são ginecologia (98), anestesiologia (37), otorrinolaringologia (26), cirurgia geral (25) e diferentes áreas do atendimento oncológico (66).   

Para a distribuição das vagas, foram priorizadas as regiões com número de especialistas abaixo da média nacional e as em que a população precisa se deslocar mais para conseguir atendimento. Também foi considerada a capacidade instalada para oferta da assistência.   
 

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29/09/2025 04:05h

Raio-x do setor, elaborado por Sinicon e Firjan, mostra que o país investe menos que a média mundial e alerta que aporte anual deve subir de 2% para 4,19% do PIB, nos próximos 20 anos

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O Brasil enfrenta um déficit estrutural em infraestrutura e precisa dobrar os investimentos no setor para alcançar o patamar médio global. A conclusão está no estudo Raio-x do Setor de Infraestrutura Brasileiro 2025, lançado pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), durante o painel “Raio-x da infraestrutura: caminhos para o desenvolvimento do Brasil”, realizado na quinta-feira (25), no Rio Construção Summit.

O levantamento revela que o país ocupa a 62ª posição, em um ranking de 67 países em desenvolvimento, quando o assunto é infraestrutura. Nos últimos 15 anos, os investimentos médios ficaram em apenas 2,31% do PIB, chegando a 2,22% em 2024. O dado chama a atenção, porque, segundo o estudo, o Brasil vem investindo abaixo da taxa de depreciação anual dos ativos de infraestrutura.

O gerente de Infraestrutura da Firjan, Isaque Ouverney, reforça a relevância do estudo ao mostrar como o setor é estratégico para o país. “O que o Raio-X mostra é a importância do setor da construção pesada, não só pelos empregos e geração de riqueza que o próprio setor consegue produzir, mas por todo o impacto na cadeia produtiva da construção, além, claro, do impacto na competitividade nacional. O Brasil tem a necessidade de reduzir esse gap de infraestrutura em relação aos países desenvolvidos. E é fundamental que haja bons planos setoriais, para atender a essa demanda nos próximos anos”, afirmou.

O diretor-executivo do Sinicon, Humberto Rangel, destacou ainda a necessidade de o país tratar o investimento em infraestrutura como prioridade nacional. “Chamo atenção para um dos dados fundamentais que estão aqui expressos nesse raio-x, que se refere ao estoque de infraestrutura que o Brasil tem na sua totalidade, que corresponde a 35% do PIB nacional. Uma parte do investimento, talvez cerca de 2% do PIB, seria o valor necessário só para você ficar no mesmo lugar e nós não podemos ficar no mesmo lugar. O Brasil precisa atingir cerca de duas vezes esse valor, 60% seria um patamar mínimo de valor de estoque de infraestrutura para que o Brasil possa se colocar na posição de equivalência com países desenvolvidos”, ressaltou.

Desafios estruturais

O estudo aponta entraves históricos que prejudicam a competitividade do Brasil e a qualidade de vida da população. Os principais desafios internos são:

  • Rodovias: Mais da metade da malha viária apresenta problemas, com 40% em estado regular e 13% em condição ruim ou péssima. Essa situação gera um prejuízo logístico anual estimado em R$ 8,8 bilhões.
  • Saneamento Básico: cerca de 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e mais de 90 milhões vivem sem coleta de esgoto adequada.
  • Logística: O setor é marcado por ineficiências, como ferrovias subutilizadas, portos congestionados e uma rede metroferroviária insuficiente para atender às necessidades dos grandes centros urbanos.
  • Telecomunicações: Apesar do avanço de tecnologias, como a fibra ótica e o 5G, ainda há desigualdade no acesso, notadamente em áreas rurais e periféricas.

Queda na competitividade internacional

O país também registrou uma perda de relevância no mercado global de serviços de engenharia. Segundo dados do Sinicon e da Firjan, o faturamento das construtoras brasileiras no exterior sofreu uma queda de 60%, entre 2013 e 2022. Essa retração resultou na eliminação de mais de 4 milhões de empregos. A principal razão para essa queda foi a redução no financiamento à exportação de serviços, especialmente por parte do BNDES.

O estudo do Sinicon e da Firjan reforça que ampliar os investimentos em infraestrutura é essencial para destravar o crescimento econômico, melhorar a competitividade do Brasil e garantir avanços sociais e ambientais.

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24/09/2025 04:45h

Atividade, emprego e uso da capacidade caem; alta dos juros pressiona setor e expectativas seguem contidas

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A indústria da construção registrou, em agosto de 2025, o desempenho mais fraco para o mês em nove anos, de acordo com a Sondagem Indústria da Construção, divulgada, nesta terça-feira (23), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O índice de evolução do nível de atividade caiu 3,5 pontos em relação a julho, chegando a 46 pontos – o menor patamar para agosto desde 2016. O recuo atingiu também o emprego, com o indicador passando de 50,1 para 46,3 pontos, e a Utilização da Capacidade Operacional (UCO), que caiu de 68% para 66%, nível mais baixo em três anos.

“A elevação da taxa de juros vem trazendo, progressivamente, maiores problemas para a indústria da construção, um encarecimento do investimento, mas principalmente uma perda de ritmo na demanda, por conta da elevação dos custos”, avaliou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. Segundo o especialista, o quadro acende um sinal de alerta, já que os empresários relatam queda em indicadores que, historicamente, registram crescimento no período.

Sondagem Indústria da Construção: reação do setor

A diretora de Operações da empresa goiana Trindade Soluções Construtivas, Daniele Trindade, vai viajar, em outubro, para um dos maiores polos de tecnologia e inovação da construção civil, em Guangzhou, na China, com o objetivo de desenvolver ideias para o mercado nacional. Envolvida diretamente com o cenário atual do setor, ela confirma que a retração na indústria da construção civil já impacta não apenas o ritmo das obras, mas também os investimentos em inovação no segmento.

Segundo ela, o reflexo desse movimento pode ser observado até em grandes eventos especializados. “Nitidamente tem-se, de fato, essa retração no modelo industrial para a construção civil. Isso, inclusive, reflete no cancelamento que houve recentemente de um dos maiores eventos de tecnologia e inovação para a Construção Civil do estado de Goiás, que é a Construtec. Eles cancelaram e passaram para o ano que vem, pela baixa adesão de empresários em expor as suas tecnologias para o mercado”, pontuou Daniele.

Mesmo com canteiros de obras ativos em vários municípios, a empresária alerta que a falta de investimento em tecnologia compromete a qualidade e a produtividade das entregas. “A gente vê canteiros de obra aí em todas as esquinas. Mas, será que esses canteiros estão fazendo serviço de alta performance? Está tendo mão de obra? Essas são as dúvidas quando a gente fala de tecnologia e inovação para a Construção Civil. Porque estão acontecendo obras, mas poderiam ser muito melhores, muito mais qualitativas, evoluir de uma maneira a servir a um cronograma assertivo de maneira muito mais cogente, o que não está acontecendo”, completa.

Sondagem Indústria da Construção: indicadores do setor

Apesar do cenário negativo, houve leve melhora na confiança. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção avançou 1,2 ponto, em setembro, para 47 pontos. Embora ainda abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa confiança de falta de confiança, o movimento indica menor pessimismo do que em agosto. A melhora foi puxada pelas expectativas em relação ao desempenho das próprias empresas nos próximos seis meses.

Já os indicadores de expectativa ligados à atividade apresentaram piora. O índice de compras de matérias-primas caiu para 49,4 pontos, enquanto o de novos empreendimentos recuou para 49,2 pontos, ambos em campo negativo. As projeções para número de empregados e nível de atividade também diminuíram, mostrando moderação no otimismo para os próximos meses.

Mesmo nesse ambiente adverso, a intenção de investir mostrou pequena recuperação, subindo para 41,1 pontos em setembro, após três quedas consecutivas. O avanço, no entanto, recupera apenas parte das perdas acumuladas no período.

Esta edição da Sondagem Indústria da Construção consultou 298 empresas, entre os dias 1º e 10 de setembro, sendo 122 pequenas, 118 médias e 58 grandes.

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23/09/2025 04:25h

Os recursos fazem parte do Novo PAC. Do montante, R$ 10,3 bilhões serão destinados a drenagem, enquanto R$ 1,4 bilhão será aplicado em projetos de contenção de encostas

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O Governo Federal anunciou R$ 11,7 bilhões em investimentos para ações voltadas à proteção de comunidades vulneráveis que vivem em áreas de risco, além de reforçar a capacidade do país a eventos climáticos extremos. Os recursos fazem parte do Novo PAC Seleções 2025, destinado à drenagem e contenção de encostas, e beneficia 235 municípios em 26 estados. As informações são do Ministério das Cidades,

Do montante, R$ 10,3 bilhões serão destinados a obras de drenagem em 174 municípios, enquanto R$ 1,4 bilhão será aplicado em projetos de contenção de encostas em 102 cidades. Os investimentos são provenientes do Orçamento Geral da União (OGU) e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou o impacto social das obras: “quando falamos em obras de drenagem, é não ver mais as águas alagando as casas das pessoas, fazendo com que elas percam fogão, geladeira e cama. Cuidar disso é dar dignidade e segurança às famílias que sofrem com alagamentos em todas as regiões do Brasil”.

Entre os projetos selecionados, destacam-se obras de macrodrenagem em Duque de Caxias (RJ), com verbas de R$ 554 milhões, e em Camaçari (BA), que receberá R$ 240 milhões. Já entre os empreendimentos voltados à contenção de encostas, estão obras em Santarém (PA), com R$ 38 milhões, e em Olinda (PE), que contará com R$ 42 milhões.

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20/08/2025 00:00h

Estudo do Instituto Trata Brasil aponta necessidade de investimentos anuais de R$ 45,1 bilhões para cumprir a meta de universalização até 2033

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O Marco Legal do Saneamento Básico completa cinco anos desde a entrada em vigor. Embora a lei tenha sido implementada para incentivar investimentos no setor e ampliar o acesso aos serviços básicos até 2033, 16,9% da população brasileira ainda vive sem acesso à água potável, e 44,8% não possuem coleta de esgoto.

O levantamento compõe a quarta edição do estudo Avanços do Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2025, divulgado nesta terça-feira (19) pelo Instituto Trata Brasil. O material analisa o progresso na aplicação da Lei nº 14.026/2020.

Contudo, a pesquisa reforça que os dados abrangem apenas o período de três anos após a promulgação, o que pode ser considerado insuficiente para observar efeitos significativos nos indicadores. 

Como os avanços dependem de processos que demandam tempo, como projetos, licenciamentos e obras de infraestrutura, o estudo afirma que “é provável que a melhoria nos indicadores ocorra no médio e no longo prazo”.

Evoluções

Atualmente, cerca de 34 milhões de brasileiros vivem sem acesso à rede de abastecimento de água, enquanto mais de 90 milhões não estão conectados às redes de esgotamento sanitário.

Em relação à oferta de serviços, o levantamento evidencia que, entre 2019 e 2023, o atendimento de água à população caiu de 83,6% para 83,1%, uma queda de 0,5 ponto percentual. Por outro lado, os serviços de coleta e tratamento de esgoto registraram avanços de 2 p.p. e 5,5 p.p., respectivamente. Apesar de o tratamento de esgoto ter apresentado a maior evolução no período, esse indicador permanece como o mais distante da meta de universalização.

Investimentos

A média de investimentos em saneamento básico nos últimos cinco anos foi de aproximadamente R$ 20,7 bilhões. No entanto, a pesquisa aponta que, para alcançar a meta de universalização prevista na legislação, será necessário mais do que dobrar esse valor. Para isso, o Brasil precisará investir R$ 45,1 bilhões por ano.

Segundo Luana Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil, “só haverá perspectiva de universalização caso haja um contrato estabelecido e um maior aporte de investimentos. Como ressaltamos no estudo, em 1.557 municípios já há contrato entre o ente público e o ente privado para alavancar esses investimentos”.

Pretto reforça que o avanço depende não apenas da ampliação dos investimentos, mas também do monitoramento das metas estabelecidas. 

“Ainda existe um ‘gap’ nesse investimento, advindo tanto dos municípios que ainda não se mobilizaram quanto daqueles que não possuem contrato. E mesmo nos que já possuem contrato, é necessário acompanhar o cumprimento das metas intermediárias previstas”, afirma.

Segundo o estudo, sem esses elementos, o país corre o risco de manter o ritmo lento de progresso.

Marco Legal do Saneamento Básico

O objetivo central da legislação é universalizar o saneamento básico no país. Para isso, foi estabelecido que todas as localidades brasileiras devem atender 99% da população com abastecimento de água e 90% com esgotamento sanitário até 31 de dezembro de 2033.

Os pilares fundamentais podem ser resumidos em cinco pontos:

  1. Definição de metas para universalização dos serviços;
  2. Aumento da concorrência pelo mercado com vedação a novos Contratos de Programa (instrumento pelo qual um ente federativo transfere a outro a execução de serviços);
  3. Maior segurança jurídica para processos de desestatização de companhias estatais;
  4. Estímulo à prestação regionalizada dos serviços; e
  5. Criação de um papel de destaque para a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) na regulação dos serviços.
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18/07/2025 01:00h

Estudo do Instituto Trata Brasil aponta que 8 das 20 piores cidades são capitais dessas regiões; Porto Velho, Macapá e Rio Branco têm os menores índices de coleta e tratamento de esgoto

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Levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil (ITB), em parceria com GO Associados, voltado à análise da universalização dos serviços de saneamento básico, evidencia que oito dos 20 municípios com pior desempenho em 2025 são capitais estaduais do Norte e Nordeste: Recife (PE), Maceió (AL), Manaus (AM), São Luís (MA), Belém (PA), Rio Branco (AC), Macapá (AP) e Porto Velho (RO).
 
Os dados da 17ª edição do Ranking do Saneamento, com o foco nos 100 municípios mais populosos do Brasil, revelam que as maiores dificuldades relacionadas ao saneamento básico entre as capitais brasileiras estão concentradas nessas regiões. 

Nesse recorte, o estudo aponta que a macrorregião Norte foi a mais afetada, onde diversas capitais apresentaram baixos índices de coleta e tratamento de esgoto, além de cobertura limitada no abastecimento de água. Porto Velho (RO), Macapá (AP) e Rio Branco (AC), por exemplo, registraram indicadores significativamente inferiores à média nacional.

A presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, acredita que “muitas vezes não se prioriza o saneamento básico como deveria. Então, por isso, os investimentos não acontecem e aí a gente não vê também o indicador evoluir”.

Tratamento de esgoto

Das 27 capitais brasileiras, apenas cinco tratam ao menos 80% do esgoto gerado: Curitiba (PR), Brasília (DF), Boa Vista (RR), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). Enquanto quatro capitais tratam abaixo de 20% do esgoto coletado: Porto Velho (RO) com 12,18%; Macapá (AP) com 14,42%; São Luís (MA) com 15,89%; e Teresina (PI) com 19,19%.

Quanto à coleta total de esgoto, somente seis cidades-sede superam 90% de atendimento: Goiânia (GO), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR) e Porto Alegre (RS). Em contraste, duas capitais da Região Norte do país registram taxas de esgotamento sanitário inferiores a 10%. São os casos de Porto Velho (RO), com 9,27%, e Macapá (AP), com 7,78%.

Abastecimento de água

Em relação ao abastecimento total de água, sete capitais alcançaram pelo menos 99% de cobertura. Embora a média nacional seja de 94,11%, regiões no Norte registram indicadores próximos ou abaixo de 50%, como Rio Branco (AC), com 53,13%; Macapá (AP), com 40,04%; e Porto Velho (RO), com 35,02%.

Os indicadores de perdas de água também apresentaram números elevados. No que se refere a perdas na distribuição, apenas Goiânia (GO) e Teresina (PI) apresentaram índices abaixo de 25%, com 12,68% e 24,20%, respectivamente, e foram considerados exemplos para o país.

Investimentos

Entre 2019 e junho de 2023, o total somado dos investimentos realizados por todas as 27 capitais brasileiras em saneamento básico foi de aproximadamente R$ 30,5 bilhões. O município de São Paulo (SP) realizou o maior investimento do período, no qual concentrou 40% do montante, com aproximadamente R$ 11,5 bilhões. Enquanto o Rio de Janeiro (RJ) investiu R$ 2,9 bilhões e Fortaleza (CE), R$ 1,8 bilhão.

A análise mostra que, em investimento médio anual por habitante, a média das capitais é de R$ 130,05. A cidade de Cuiabá (MT) lidera com R$ 415,02, seguida por São Paulo (SP) com R$ 198,97 e Campo Grande (MS) com R$ 195,31. Porém, apenas Cuiabá supera o patamar do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) de R$ 223,82; as demais capitais apresentaram investimentos por habitantes inferiores ao valor estimado.

Pretto afirma que “os municípios que se destacaram fizeram um planejamento de longo prazo em relação ao saneamento básico. Viram quais obras eram necessárias e o que precisaria ser feito para universalizar. Transformaram o saneamento básico em uma política de estado, mantendo os investimentos ano a ano e não alterando essa política que havia sido estabelecida. Isso ajuda muito para que o saneamento avance”.

O patamar mais baixo foi observado em Rio Branco (AC), que registrou R$ 8,09 por habitante. O fator justifica parcialmente a posição do município como último do ranking de 2025.

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10/07/2025 03:00h

Aportes beneficiam cinco regiões e visam impulsionar logística e economia local

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Junto com o setor produtivo, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciou o aporte de R$ 4,72 bilhões para implantação e ampliação de 9 terminais em 6 estados brasileiros. Os investimentos visam alavancar o escoamento da produção do país via Amapá, Pará, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A assinatura das autorizações dos Terminais de Uso Privado aconteceu nesta quarta-feira (9), em Brasília. 

Dos nove projetos contemplados, cinco referem-se à criação de novos terminais e quarto à expansão de estruturas já existentes. Vão receber investimentos terminais dos municípios de Itaituba e Barcarena/PA, Santana/AP, Cáceres/MT, Santos/SP, São João da Barra/RJ e Rio Grande/RS.  

Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, os investimentos estão direcionados a regiões estratégicas do Brasil e, entre outros objetivos, buscam alinhar o setor portuário ao crescimento do agronegócio. O ministro citou os recordes anuais consecutivos da balança do agro, que impulsiona as exportações. 

“São mais de R$ 80 bilhões em dois anos de saldo na balança comercial. E o Brasil tem um potencial ainda maior, porque Ásia, Europa e América do Sul estão, cada vez mais, procurando o Brasil. E, para isso, a gente precisa estar com portos estruturados e de maneira descentralizada. Estamos fazendo esse dever de casa no dia de hoje: ampliando as operações portuárias no agronegócio”, afirmou Costa Filho.  

Segundo o MPor, as empresas responsáveis já podem iniciar as obras. A expectativa é que os empreendimentos gerem mais de 10 mil empregos diretos e indiretos nas fases de construção e operação. A previsão é que os primeiros canteiros de obras sejam montados ainda no segundo semestre de 2025, com operações começando progressivamente a partir de 2026.

Região Norte

Do valor total, o maior montante está destinado ao estado do Pará, com R$ 2,71 bilhões, divididos em quatro empreendimentos. Dois terminais de uso privado do município de Barcarena vão receber aportes de R$ 2,37 bilhões e de R$ 261 milhões. Já Itaituba vai contar com duas novas instalações voltadas à ampliação da capacidade de movimentação de granéis sólidos: uma com aporte de R$ 68,1 milhões e outra de R$ 13 milhões. 

Também no Norte, o Amapá vai receber R$ 377 milhões para modernização do terminal portuário na cidade de Santana, que atenderá a demanda por granéis líquidos e sólidos.

Região Centro-Oeste 

Em Mato Grosso, o município de Cáceres terá investimento de R$ 15,8 milhões para aprimorar a infraestrutura de um porto voltado ao escoamento de granéis sólidos.

Região Sudeste

No Rio de Janeiro, o terminal de São João da Barra vai contar com R$ 275,3 milhões para a ampliação da capacidade de movimentação de granéis líquidos.

Em São Paulo, o terminal de Santos será modernizado com R$ 1,24 bilhão voltado à melhoria da estrutura para o transporte de passageiros. O valor total para a região é de R$ 1,52 bilhão. 

Região Sul

No Rio Grande do Sul, o município de Rio Grande vai receber R$ 93 milhões para ampliar a capacidade operacional no transporte de granéis líquidos e sólidos.

Balanço

Em 2024, os portos brasileiros privados movimentaram 846,9 milhões de toneladas de cargas, impulsionados principalmente pelo transporte de minério de ferro, petróleo e seus derivados, além de grãos, com destaque para a soja. O setor segue em trajetória de crescimento: apenas entre janeiro e maio de 2025, os terminais privados movimentaram 341,4 milhões de toneladas, um avanço de 1% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 337,8 milhões de toneladas. 

Em maio deste ano, o desempenho foi ainda mais expressivo: as movimentações portuárias saltaram 8%, chegando a 76,1 milhões de toneladas, frente aos 70,4 milhões registrados em maio de 2024. O minério de ferro, o petróleo e seus derivados, além da soja, seguem como os principais motores desse crescimento.

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04/07/2025 04:00h

Impulsionado por dados positivos do mercado de trabalho nos EUA, índice supera perdas do ano anterior; ações da Emae disparam mais de 100% no pregão

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O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), fechou a última sessão em alta, renovando máxima histórica. O aumento superou os 10% de perda acumulados no ano passado. A alta foi de 1,35% atingindo 140.928 pontos. O resultado sofreu influência do otimismo que atingiu Wall Street nesta quinta-feira (3), após dados robustos sobre o mercado de trabalho americano.

Maiores altas e quedas do Ibovespa

Confira as ações com melhor e pior desempenho no pregão desta quinta-feira:

Ações em alta no Ibovespa
 

  • Emae (EMAE3): +114,31%
  • Armac (ARML3): +24,75%


Ações em queda no Ibovespa

  • Santanense (CTSA3): -36,03%
  • Cee,d (CEED3): -18,99%


Volume negociado na B3 hoje

O volume financeiro total negociado na B3 nesta sessão foi de R$ 16,5 bilhões, distribuídos Para mais informações, acesse o site oficial da B3.

O que é o Ibovespa e como ele funciona?

O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal indicador do mercado acionário brasileiro. Calculado pela B3, ele reflete a média do desempenho das ações mais negociadas na bolsa, com base em critérios de volume e liquidez. O índice é composto por uma carteira teórica de ativos, que representa cerca de 80% do volume financeiro total negociado no mercado.

O que é a B3, a bolsa de valores do Brasil?

A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) é a bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo. É responsável pela negociação de ações, derivativos, títulos públicos e privados, câmbio e outros ativos financeiros. A B3 está entre as maiores bolsas do mundo em infraestrutura e valor de mercado.
 

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17/06/2025 23:00h

Com R$ 220 milhões em investimentos, novo equipamento permitirá operação de voos comerciais e reforçará logística da Bacia de Campos

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Inaugurada nesta terça-feira (17), a segunda pista de pouso e decolagem do Aeroporto de Macaé, no Rio de Janeiro (RJ), contou com investimento de R$ 220 milhões. O objetivo do projeto é possibilitar que o terminal tenha capacidade de movimentar aeronaves de maior porte, como o Embraer 195.

Agora, a pista de pouso e decolagem passou a ser de 1.410 metros, o que permitirá a operação de voos comerciais regulares. A iniciativa foi responsável pela geração de aproximadamente 380 empregos diretos e indiretos, entre junho de 2023 e dezembro de 2024.

A obra foi executada pela Zurich Airport Brasil e integra o Plano Aeroviário Nacional (PAN). O CEO da companhia no Brasil, Ricardo Gesse, destacou que o empreendimento vai fortalecer a aviação regional, uma vez que o terminal amplia o suporte às operações offshore na Bacia de Campos.

“Acreditamos no potencial de desenvolvimento econômico de Macaé. Estamos falando de uma das maiores operações do mundo de offshore. Estamos entregando uma infraestrutura hoje, que tem duas pistas, mais uma questão que reforça toda a nossa segurança. Nós confiamos muito que o desenvolvimento de Macaé vai ser uma coisa constante”, disse.

Obra do Aeroporto de Macaé: serviços executados

  • Terraplenagem;
  • Drenagem;
  • Pavimentação;
  • Sinalização;
  • Balizamento;
  • Revestimento vegetal;
  • Realocação de equipamentos de navegação aérea;
  • Construção de taxiways;
  • Ampliação do pátio de aeronaves de asa rotativa.

Durante o evento de inauguração, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que a cidade é considerada um local estratégico para o setor de petróleo e gás, o que será fortalecido a partir dos investimentos feitos no terminal.

"Os investimentos que estão colocados para os próximos cinco anos são extraordinários aqui na região, na área de petróleo e gás. E isso significa mais desenvolvimento e mais geração de oportunidade. E para isso, a gente precisava melhorar o aeroporto de Macaé”, destacou o ministro.

Obra do Aeroporto de Macaé: Elevação de categoria

A partir desse projeto, o Aeroporto de Macaé passa a ser o único do país com duas pistas dedicadas a esse tipo de operação. Vale destacar que, durante as obras, os voos offshore – que concentram a maior parte da movimentação do terminal – foram preservados, com o intuito de garantir o suporte logístico às plataformas de petróleo.

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O secretário Nacional de Aviação, Tomé Franca, considera que essa entrega também favorece um pólo essencial para a indústria offshore e para o desenvolvimento econômico e social da região.

“Com essa nova infraestrutura, reafirmamos o compromisso do governo em modernizar nossa malha aeroportuária, ampliar a conectividade e garantir que o Brasil siga avançando como referência em aviação”, pontuou.

Desempenho econômico de Macaé (RJ)

Em 2024, Macaé foi apontada como o segundo município que mais gerou empregos no estado do Rio de Janeiro. A cidade foi reconhecida como o segundo melhor ambiente de negócios do país, com base econômica sustentada por energia, agronegócio, logística e turismo.

Para o diretor-presidente interino da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Roberto Honorato, esse cenário poderá ser reforçado a partir do projeto de ampliação da infraestrutura do Aeroporto de Macaé. "Ao apresentar uma segunda pista, nós estamos falando de melhorar a conectividade e abrir possibilidades para o desenvolvimento. A gente está falando de manter uma operação com muito mais volume, mas também de maneira segura”, afirmou.

Na ocasião, o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Renato Jordão, entregou a licença de operação ambiental. O documento autoriza o funcionamento do aeroporto conforme as diretrizes ESG (ambientais, sociais e de governança).

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