Índice de Confiança na Indústria (ICI)

Levantamento da CNI aponta que juros altos e incertezas internacionais continuam afetando expectativas do setor

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A confiança do empresário industrial brasileiro voltou a cair em agosto, segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na quarta-feira (13). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou 46,1 pontos, recuo de 1,2 ponto em relação a julho, e permanece abaixo da linha de 50 pontos pelo oitavo mês seguido, que representa sinal de falta de confiança no setor.

O movimento foi influenciado principalmente pela piora das projeções para os próximos meses. O Índice de Expectativas, que mede a percepção sobre o futuro da economia e das próprias empresas, caiu de 49,7 para 47,8 pontos, acumulando dois meses consecutivos em quadro negativo, após mais de dois anos de resultados positivos.

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a combinação de juros elevados desde o fim de 2024 e o agravamento das incertezas no cenário externo vêm enfraquecendo a confiança. “A confiança vem sendo contaminada pela elevação das taxas de juros desde o final do ano passado. Isso vem contaminando tanto as expectativas quanto a avaliação das condições de negócio. Isso aconteceu ao longo de todo o primeiro semestre deste ano, mas agora em agosto, além disso, a gente tem um agravamento do cenário externo. Trouxe bastante incerteza e certamente isso também ajuda a explicar essa piora nas expectativas”, avalia.

Para Hugo Leonard, economista, o resultado mostra que o pessimismo já se tornou estrutural. “O setor industrial segue navegando em águas turbulentas. O fato de este ser o oitavo mês consecutivo abaixo da linha dos 50 pontos indica um quadro estrutural de incerteza, e não apenas um soluço momentâneo. Em termos práticos, esse desânimo na indústria pode se traduzir em menos contratações, cortes de produção e adiamento de projetos. É um alerta não apenas para o setor, mas também para formuladores de política econômica: se a confiança não reagir, a recuperação industrial pode ser mais lenta que o previsto”, analisa.

O Índice de Condições Atuais, que reflete a percepção sobre o momento presente, oscilou de 42,4 para 42,6 pontos, mantendo avaliação negativa sobre a situação das empresas e da economia. José Augusto Almeida, sócio e head de Inteligência e Dados da empresa Rock Mais, observa que o cenário já afeta diretamente decisões estratégicas. “Quando a confiança da indústria se mantém abaixo da linha do otimismo por vários meses, o reflexo no mercado é claro, empresas adiam investimentos, desaceleram contratações e evitam assumir riscos. Esse comportamento cria um efeito em cadeia, apertando fornecedores, reduzindo demanda por insumos e pressionando cadeias produtivas”, explica.

O ICEI é apurado mensalmente pela CNI e nesta edição ouviu 1.177 empresas, sendo 474 de pequeno porte, 423 de médio porte e 280 de grande porte, entre 1º e 7 de agosto de 2025.

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13/08/2025 03:00h

Juros elevados, carga tributária alta e aumento da competição desleal pressionam negócios. Confiança e expectativas para os próximos meses seguem em queda

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As condições financeiras da pequena indústria registraram queda de 0,3 ponto entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025, segundo o Panorama da Pequena Indústria (PPI), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na segunda-feira (11). O recuo de 40,6 pontos para 40,3 reflete dificuldades de acesso ao crédito, queda na lucratividade e impacto da elevação da taxa de juros.

“As condições financeiras da pequena indústria pioraram um pouco na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2025. Uma das explicações é a elevação da taxa de juros, que afeta diretamente a questão de acesso ao crédito. A gente percebe uma melhora das condições financeiras de uma forma geral também, o que pode ser atrelado à taxa de juros, uma vez que as dívidas ficam mais caras para as empresas. E, finalmente, a própria lucratividade também é afetada”, afirma o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

O indicador vem em queda desde o fim de 2024. Apesar da piora nas finanças, o índice de desempenho do setor melhorou, com aumento na produção e maior utilização da capacidade instalada.

A pesquisa mostra que as taxas de juros elevadas foram o principal problema da pequena indústria da construção no segundo trimestre, citadas por 37,3% dos entrevistados, seguidas da carga tributária (35,6%) e da falta ou alto custo de mão de obra não qualificada (24,6%). A competição desleal, causada por informalidade, contrabando ou outros fatores, foi o problema que mais cresceu, passando de 14,4% para 22% em relação ao primeiro trimestre.

Na indústria de transformação, a carga tributária continua no topo das preocupações, apontada por mais de 40% dos empresários. Já a demanda interna insuficiente e os juros altos dividem a segunda posição, com 27% cada. A competição com importados apresentou o maior avanço no período, de 8,3% para 12,3%.

Cenário da pequena indústria: tecnologia e educação como pilares do crescimento

Para Daniele Trindade, diretora de Operações da Trindade Soluções Construtivas, o avanço do setor da construção civil no Brasil depende do equilíbrio entre acesso a crédito, inovação e formação de mão de obra. “A nossa jornada de crescimento fica bem mais lenta, porque limita o nosso acesso às linhas de crédito para ampliação. E isso se aplica aos clientes também, pois eles também buscam linhas de crédito para adquirir os nossos produtos. Esse desempenho melhorou porque a indústria da construção civil tem um grande impacto na economia nacional, o que acaba refletindo em mais empregabilidade e movimentação da economia”, explica.

Ela destaca que a tecnologia e a inovação têm sido aliadas estratégicas para otimizar a produtividade com menos custos, mesmo diante do desafio de encarar a competitividade internacional. “É muito complicado a gente conseguir a competitividade com circuitos que são importados da China, porque eles fazem lá em em grande escala e com custo muito inalcançável para outros países. Eu acredito que o desafio é a gente conseguir equilibrar a importação desses insumos de forma que a gente consiga integrar na nossa cadeia produtiva e aumentar a nossa competitividade, dentro do aspecto de qualidade para o nosso consumidor final”, pontua. “Por aqui, para a gente ter competitividade, a gente acaba focando muito em inovação e tecnologia, para a gente melhorar os nossos processos de produção”, completa.

Além de modernizar processos produtivos, Daniele enxerga que a educação tem papel transformador para ampliar o consumo consciente e a qualificação técnica. “Eu acredito muito na educação de mercado como vetor para desenvolvimento social e econômico. A gente está cada vez mais integrado com os eixos de P&D [Pesquisa e Desenvolvimento] dentro das faculdades, que conectam bem a nossa cadeia de consumidores com bons critérios de consumo, como a sustentabilidade”, afirma.

Cenário da pequena indústria: índice de desempenho

Apesar da pressão financeira, o índice de desempenho da pequena indústria subiu de 44,7 para 45,9 pontos no segundo trimestre, puxado pelo aumento no volume de produção, melhor utilização da capacidade instalada e crescimento do número de empregados.

O terceiro trimestre, no entanto, começou com sinais de cautela. Em julho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das pequenas indústrias caiu para 46,7 pontos, acumulando recuo em cinco dos últimos sete meses. As perspectivas também encolheram: o índice que mede as expectativas para os próximos meses recuou para 48 pontos, registrando queda em dois dos últimos três meses.

O PPI é divulgado trimestralmente e reúne dados da Sondagem Industrial, da Sondagem Indústria da Construção e do ICEI.

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13/07/2025 13:14h

Alta dos juros e estoques elevados impactam na confiança das empresas em julho

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O Índice de Expectativas do setor industrial teve nova queda no mês de julho: com baixa de 1,2 ponto, chegou a 49,7 pontos. O indicador passou todo o 1º semestre de 2025 no campo negativo. Os dados fazem parte do Índice de Confiança do Empresário Industrial, o ICEI, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (11).

Segundo a CNI, ao ficar abaixo dos 50 pontos, o índice revela que as perspectivas dos industriais são negativas até o final de 2025. Tanto para a economia, quanto para os próprios negócios. A última vez que o indicador ficou abaixo dos 50 pontos foi em janeiro de 2023, quando marcou 48,8 pontos. 

Índice de Confiança do Empresário Industrial

Neste mês de julho, o ICEI caiu 1,3 ponto, de 48,6 pontos para 47,3 pontos, chegando ao sétimo mês consecutivo de falta de confiança. É a segunda pior sequência negativa da história do indicador, atrás, somente, dos resultados observados na recessão econômica de 2015 e 2016. 

Entre os fatores que explicam a queda de confiança do empresário industrial, Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI, destaca as taxas de juros ainda elevadas – que contribuíram para a retração da atividade industrial no primeiro trimestre, com crescimento de apenas 0,1% no PIB do setor – além de duas quedas consecutivas na produção industrial, conforme dados do IBGE.

Larissa Nocko também aponta o aumento do nível de estoques na indústria, em um cenário de estabilização dos indicadores relacionados à demanda por bens industriais, como outro fator que contribuiu para a queda do índice em julho. "Isso confirma também esse cenário de redução do ritmo de crescimento da atividade econômica, em particular da atividade industrial”, afirma a especialista.

Fonte: CNI

Mais sobre o ICEI

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) é uma pesquisa mensal da CNI que mede a confiança dos empresários da indústria. Para esta edição, foram consultadas 1,2 mil empresas, sendo 482 de pequeno porte; 442 de médio porte; e 285 de grande porte, entre os dias 1 e 7 de julho de 2025.


 

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14/06/2025 03:00h

ICEI de junho cai para 48,6 e reflete aumento do pessimismo dos empresários, sobretudo em relação à economia brasileira

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A confiança dos empresários da indústria continua em baixa no Brasil. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor chega ao sexto mês consecutivo com o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) abaixo da linha dos 50 pontos — o que sinaliza um cenário de desconfiança generalizada.

Em junho, o ICEI registrou uma leve queda, de 48,9 para 48,6 pontos. Embora a variação seja pequena, ela reforça uma tendência de cautela entre os industriais, especialmente em relação ao rumo da economia nos próximos meses, explica Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.

“Os empresários mostraram um otimismo mais moderado, quando se fala das expectativas com relação às suas próprias empresas. Mas com relação à economia brasileira, houve uma queda mais forte, um aumento do pessimismo nessa passagem de maio para junho.”

A pesquisa revela que, mesmo com uma discreta melhora na percepção das condições atuais — que subiu 0,1 ponto, chegando a 44,1 — o sentimento geral ainda é de insatisfação. Quando abaixo de 50 pontos, esse indicador mostra que os empresários veem o momento presente de forma negativa, tanto em relação à própria empresa quanto ao ambiente econômico mais amplo.

Já o componente que mede as expectativas para os próximos seis meses caiu para 50,9 pontos, refletindo um aumento do pessimismo, principalmente com o desempenho da economia nacional. O otimismo com o futuro das próprias empresas também perdeu força.

Sobre a pesquisa

O ICEI é um levantamento mensal da CNI que capta o clima entre os industriais. Nesta edição, foram ouvidas 1.169 empresas de todo o país, entre os dias 2 e 6 de junho de 2025. A amostra incluiu negócios de diferentes portes: 480 pequenas empresas, 420 médias e 269 grandes.
 

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Sondagem Indústria da Construção mostra índices de atividade e de emprego em patamar muito acima do usual para o mês

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O indicador que mede o otimismo dos empresários da construção civil subiu dois pontos em relação ao mês de agosto e está próximo da média histórica, com 53,8 pontos. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção é medido pela Sondagem da Indústria da Construção e divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

No mês de setembro, todos os componentes que formam o ICEI da Construção tiveram alta, o que mostra, segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, que a avaliação dos empresários sobre o momento e o futuro da economia está menos negativa.

“A confiança dos empresários da construção aumentou e se afastou da linha divisória de 50 pontos, mostrando uma confiança cada vez mais disseminada, muito por conta da avaliação da economia brasileira. Isso é bastante importante, porque é essa avaliação que vem segurando a confiança dos empresários da construção, de forma geral”, avalia. 

Atividade e emprego em alta

O índice que mede o nível de atividade da indústria da construção ficou em 49,7 pontos no mês de agosto, em queda na comparação com o mês de julho, mas próximo à linha dos 50 pontos — o que significa relativa estabilidade, segundo a CNI. 

No segmento de Obras de Infraestrutura houve alta no nível de atividade e de empregos, já os setores de Construção de Edifícios e de Serviços Especializados registraram recuo na atividade. Mesmo com índices estáveis ou em leve queda em agosto, ambos estão em patamar muito acima do comum para o mês. 

O bom desempenho, tem explicação, segundo Marcelo Azevedo.

“A construção vem tendo resultados positivos por conta de mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, que impulsionaram as vendas e o lançamento de unidades residenciais. Há também um crescimento de obras de infraestrutura. Há também a questão da taxa de juros. Apesar do recente aumento, a Selic ainda está menor do que no ano passado e esses efeitos defasados positivos continuam impulsionando o setor da construção”, analisa. 

Expectativas seguem otimistas 

Em setembro, os empresários da construção demonstraram expectativas positivas para todas as variáveis pesquisadas, em especial para aquelas ligadas à produção do setor, como nível de atividade e novos empreendimentos e serviços. A expectativa de compra de matérias-primas registrou leve alta, ao passo que a do número de empregados não mudou. 

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O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) mostra crescimento em pequenos, médios e grandes setores, com destaque para a recuperação no Sul e em diversos setores industriais.

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A indústria de pequeno porte apresentou um aumento na confiança pela primeira vez em cinco meses. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das pequenas indústrias subiu 1,8 ponto de julho para agosto, passando de 49,3 para 51,1 pontos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, destacou a importância do aumento da confiança na indústria.

“O fato da confiança estar bastante espalhada e intensa em vários dos setores industriais, portes de empresa e regiões é bastante importante. Esse sentimento positivo mostrado pela pesquisa da indústria nesse mês de agosto, ele pressupõe um melhor momento da indústria, antecipa o que pode ser um aumento da produção, um aumento do emprego e do investimento, de uma forma geral, para toda a indústria, desde as pequenas empresas, médias e grandes setores de atividade. É bastante importante perceber que as pequenas entraram agora no momento de maior confiança, normalmente depois de um período de dificuldades econômicas.”

O otimismo também cresceu entre as empresas de médio e grande porte. Nas médias indústrias, o ICEI aumentou 1,3 ponto, alcançando 51,9 pontos. Já nas grandes indústrias, o indicador subiu 1,5 ponto, atingindo 53,1 pontos. Desde abril deste ano, os empresários de todos os portes não demonstravam confiança.

A confiança também retornou à indústria do Sul do país após quatro meses. O ICEI na região subiu 2,2 pontos, passando de 47,9 para 50,1 pontos. A recuperação é observada após os impactos das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul entre abril e maio.

Em agosto, a confiança aumentou nas indústrias das regiões Centro-Oeste (+1,8 ponto), Sudeste (+1,6 ponto), Norte (+0,7 ponto) e Nordeste (+0,4 ponto). A melhora no Sudeste fez com que o ICEI ultrapassasse a linha de 50 pontos na região. Assim, empresários de todas as cinco regiões do país estão demonstrando otimismo.

Além disso, a confiança aumentou em 19 dos 29 setores industriais analisados pela CNI. Os setores que apresentaram as maiores elevações foram: produtos de minerais não metálicos (+5,3 pontos), vestuário e acessórios (+4,2 pontos), produtos de material e plástico (+3,9 pontos) e madeira (+2,2 pontos). Atualmente, 22 setores da indústria estão demonstrando confiança, enquanto sete ainda registram falta de confiança.

A CNI consultou 1.797 empresas entre 1° e 9 de agosto de 2024, incluindo 696 de pequeno porte, 658 de médio porte e 443 de grande porte.

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14/08/2024 03:00h

Índice que avalia desempenho subiu 1,6 em um mês. Mais emprego, faturamento e produto podem ter influenciado

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Foram dois meses de quedas consecutivas até que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) tomasse fôlego e subisse 1,6 ponto em agosto. O aumento muda o patamar de confiança, que passa de neutro a confiante — passando de 50,1 em julho para 51,7 em agosto. 

A CNI considera alguns pontos para o avanço, como o aumento recente da produção industrial, a alta nos números de emprego na indústria e a elevação do faturamento. 

Apesar do resultado favorável e dos números maiores, a CNI ainda entende que o resultado recente precisa ser interpretado com moderação. De acordo com a Confederação, mesmo com a recuperação neste mês, o índice de confiança ainda está abaixo da média histórica. Interrupção nos cortes da taxa básica de juros (Selic) e a flutuação recente do câmbio também são motivos de preocupação para os industriais.

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28/02/2024 16:45h

O resultado é sinal de acomodação após altas consecutivas

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A confiança da indústria brasileira, mensurada através de um índice (ICI) da Fundação Getúlio Vargas, registrou estabilidade em fevereiro deste ano, após quatro meses de altas consecutivas. Entretanto, em médias trimestrais, o índice pode avançar. 

O resultado revela acomodação no presente mês. Segundo especialistas da FGV, os quatro meses anteriores haviam sido de melhoria da demanda e de estoques. Para os próximos meses, há maior cautela com relação à produção e ao ambiente de negócios futuros, sem a percepção de impacto positivo da nova política industrial pelo setor. 

Porém, houve resultado positivo deste mês em relação à empregabilidade da indústria. 

As informações são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). 

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01/09/2023 04:45h

Segundo a Confederação Nacional da Indústria, o índice de perspectivas teve alta de 2,1 pontos. Redução da taxa básica de juros e expectativa sobre aumento da demanda e atividade industrial melhoram a percepção do setor sobre o futuro

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Empresários da indústria de pequeno porte estão com expectativas melhores sobre o setor para os próximos seis meses. Segundo o Panorama da Pequena Indústria, compilado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de perspectivas registrou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos. É o maior resultado do ano até o momento e está acima da média histórica de 46,9 pontos. 

De acordo com o levantamento da CNI, a melhora do indicador de perspectivas está relacionada, principalmente, ao aumento das expectativas sobre demanda e nível de atividade para os próximos meses. No trimestre encerrado em julho, o índice de desempenho da pequena indústria ficou em 44,8 pontos, considerado positivo pelo setor se comparado ao primeiro trimestre do ano (44 pontos) e à média histórica (43,8 pontos). 

O economista e professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, também relaciona o aumento da perspectiva do empresário industrial à redução da taxa básica de juros. 

“Um dos fatores importantes para a melhoria desse cenário é a redução da taxa de juros que vem acontecendo. Então, na última reunião do Copom, o Banco Central reduziu a taxa de juros. Isso vai ter um impacto direto nesse fator motivacional do pequeno empresário industrial, porque a indústria depende muito do crédito e também o crédito afeta diretamente o serviço, sobretudo a venda de bens duráveis.”

Produção Industrial cresceu 0,1% em junho

Consumo de bens industriais teve alta em junho

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Confiança

Ainda de acordo com o levantamento da CNI, a confiança do empresário da indústria de pequeno porte aumentou 1,3 ponto entre junho e julho e alcançou 50,6 pontos, ou seja, acima da linha divisória de 50 pontos que separa a confiança da falta dela. No entanto, o indicador segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.

Segundo o economista e pesquisador Felipe Queiroz, a redução da taxa básica de juros e o conjunto de medidas de incentivo à produção e ao consumo adotadas ao longo dos primeiros meses do ano têm surtido um efeito gradual na confiança do empresário.

“Ao longo dos últimos anos, a taxa básica de juros aumentou de modo substancial. E não obstante a isso, há um reflexo direto sobre o custo de financiamento do empresário industrial, especialmente para os pequenos industriais que necessitam captar recursos de capital de giro, de investimento. Outro ponto é que o governo tem adotado um conjunto de medidas para produzir a retomada do crescimento e um ambiente melhor de negócios, ou seja, medidas como reforma tributária são vistas de modo muito positivo. Então o que temos observado é que a economia brasileira começa a engrenar e isso afeta o humor, mas ainda de modo muito tímido.”

O deputado federal Otto Alencar Filho (PSD-BA) destaca que tanto a reforma tributária quanto o arcabouço fiscal são extremamente importantes para o fortalecimento da indústria brasileira.

“A aprovação desses dois projetos irá desburocratizar e simplificar o sistema tributário nacional, democratizar a arrecadação, retirando o peso dos impostos sobre bens de consumo, que afetam a maior parte da população (classe média e baixa), adequando os impostos sobre serviços.”

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31/08/2023 04:15h

Pela primeira vez no ano, empresários da pequena indústria estão confiantes, mas melhoria ainda é tímida. Os dados são de levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

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A carga tributária e a alta taxa de juros são os maiores problemas enfrentados pela pequena indústria brasileira. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os empresários da indústria da transformação, com 10 até 49 funcionários, indicaram que a carga tributária está em primeiro lugar no ranking dos principais problemas, com 41,6% das indicações. Para a indústria da construção, as taxas de juros elevadas estão em primeiro lugar, com 33,3%. 

O economista e pesquisador Felipe Queiroz afirma que a pequena indústria é onerada pelo complexo sistema tributário brasileiro.

“Hoje nós temos uma carga extremamente excessiva e complexa, que demanda um exército enorme de contadores, de tributaristas, especialmente para saber o que tem ou não que pagar e quanto pagar. O processo de simplificação e de reforma tributária traz ganhos e eficiência para diversas cadeias produtivas e, no caso específico da indústria, tira um peso, um ônus e passa a dividir de modo mais equânime sobre diferentes setores de atividade.”

O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) defende que a reforma tributária vai trazer um alívio para os empreendedores da pequena indústria.

“E o primeiro passo foi dado. Qual é o primeiro passo? A simplificação. Se gasta muito recurso, muita energia para superar as barreiras burocráticas que a nossa legislação tributária impõe. E a mudança da estrutura tributária, para que o tributo se faça no destino e não na origem, eu acho que é uma coisa bastante relevante. Espero que seja possível, nesse debate que ainda está em curso, ampliar as diferenciações tributárias para o pequeno negócio e particularmente para a pequena indústria.”

Segundo o parlamentar, o Brasil enfrenta uma fase desafiadora para construir um ambiente favorável para a retomada da industrialização e “a reforma tributária pode desempenhar um papel fundamental nisso e já começou bem, na minha opinião”, avalia.

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Confiança

Ainda de acordo com o levantamento da CNI, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para as indústrias de pequeno porte aumentou 1,3 ponto entre junho e julho de 2023, passando de 50,6 pontos. É a primeira vez este ano que o indicador ultrapassa a linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança e a falta dela, mas ainda segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.

Segundo o economista Felipe Queiroz, a redução da taxa básica de juros e o conjunto de medidas de incentivo à produção e ao consumo adotadas ao longo dos primeiros meses do ano têm surtido um efeito gradual na confiança do empresário.

“Ao longo dos últimos anos, a taxa básica de juros aumentou de modo substancial. E não obstante a isso, há um reflexo direto sobre o custo de financiamento do empresário industrial, especialmente para os pequenos industriais que necessitam captar recursos de capital de giro, de investimento. Outro ponto é que o governo tem adotado um conjunto de medidas para produzir a retomada do crescimento e um ambiente melhor de negócios, ou seja, medidas como reforma tributária são vistas de modo muito positivo. Então o que temos observado é que a economia brasileira começa a engrenar e isso afeta o humor, mas ainda de modo muito tímido.”

O economista e professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, também relaciona a confiança do empresário industrial com a redução da taxa básica de juros. 

“Um dos fatores importantes para a melhoria desse cenário é a redução da taxa de juros que vem acontecendo. Então, na última reunião do Copom, o Banco Central reduziu a taxa de juros. Isso vai ter um impacto direto nesse fator motivacional do pequeno empresário industrial, porque a indústria depende muito do crédito e também o crédito afeta diretamente o serviço, sobretudo a venda de bens duráveis.”

Segundo o Panorama da Pequena Indústria, o índice de perspectivas da indústria de pequeno porte — que capta as expectativas para os próximos seis meses — apontou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos. 

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