A maioria das cidades está situada no Nordeste do país. A região conta com 621 entes nessa condição
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) estabeleceu a metodologia de aferição de perdas de rendimento agrícola dos municípios elegíveis, como critério para acesso à linha de crédito destinada à renegociação de dívidas rurais. Essa linha está prevista na Resolução n° 5.247/2025 do Conselho Monetário Nacional (CMN).
Pelo menos 1.419 cidades do país estão aptas a buscar esse acordo. A maioria dos municípios está situada no Nordeste do país. A região conta com 621 entes nessa condição, com destaque para o estado da Paraíba, com 150 cidades registradas. A metodologia consta na Portaria nº 114/2025.
A linha de crédito é decorrente da Medida Provisória nº 1.314/2025, que autorizou a criação da linha de crédito, assim como da Medida Provisória nº 1.316/2025, que abriu crédito extraordinário de R$12 bilhões.
Paralelamente, foi publicada a Resolução CMN Nº 5.257, que admite o acesso à linha de crédito por produtores e cooperativas de produção agropecuária, cujo empreendimento financiado esteja situado em municípios do Rio Grande do Sul e tenham decretado estado de calamidade pública ou situação de emergência em pelo menos três anos no período de 1º de janeiro de 2020 a 31 de dezembro de 2024.
Valor Bruto da Produção do Agro atinge R$1,4 trilhão em agosto
O MAPA informou que, no último dia 15 de outubro, foi publicada a Portaria SPA/MAPA nº 117/2025. O documento contém a lista dos 56 municípios gaúchos elegíveis pelo novo critério, que se somam aos 1.363 iniciais, totalizando 1.419.
As taxas de juros variam entre 6% e 10% ao ano, com prazo de até 9 anos para pagamento.
Apesar de responder por 76,8% dos estabelecimentos agropecuários do país, o equivalente a quase 3,9 milhões de propriedades, a agricultura familiar representa apenas 23% do Valor Bruto da Produção (VBP) nacional. Os dados fazem parte de um estudo do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), elaborado com base no Censo Agropecuário de 2017. O levantamento revela que, embora essencial, o segmento ainda é marcado por fortes desigualdades e grande diversidade interna.
Intitulado “Caracterização do Perfil dos Estabelecimentos Enquadráveis no Pronaf e no Pronamp”, o estudo traça um panorama detalhado da agricultura familiar brasileira, identificando diferentes perfis produtivos. Segundo o documento, o setor é composto tanto por pequenos produtores voltados à subsistência quanto por grupos mais estruturados e integrados às cadeias produtivas nacionais.
A análise também traz que os dados do Censo Agropecuário de 2017 ajudam a dimensionar o peso real da agricultura familiar na economia e apontam caminhos para o aprimoramento das políticas públicas voltadas ao setor.
Pelo levantamento, 83,3% da produção da agricultura familiar está concentrada em dois grupos minoritários enquadrados como Pronaf V e Pronamp Familiar – o que representa aproximadamente 1,16 milhão de propriedades.
A pesquisa destaca um contraponto à percepção de que a agricultura familiar seria responsável por 70% dos alimentos consumidos no país. O pesquisador do FGV Agro, Felippe Serigati, explica que o dado percentual não tem respaldo em estudos.
"De onde que veio esse número? Minha percepção: como esse número era coerente com a narrativa favorável a determinados grupos, o pessoal simplesmente fez o esforço de repercuti-lo, mas não de avaliá-lo. E, insisto, não faltavam evidências, trabalhos com rigor um pouco mais científico de que demonstravam que esse número não parava de pé. Então, por que a origem dessa diferença? Bom, porque um número que foi efetivamente calculado a partir de números oficiais, o outro porque foi meramente um acordo político, tal qual dito pelo próprio ex-ministro do Combate à Fome do primeiro mandato do Lula", afirma Serigati.
No entanto o levantamento pontua a relevância do segmento em cadeias estratégicas como mandioca, leite, fumo e horticultura.
Confira cadeias de destaque da agricultura familiar:
Para Serigati, corrigir o que se costuma afirmar sobre o peso da agricultura familiar, que é menor do que se imagina, a partir do estudo do FGV Agro, ajuda a valorizar o segmento de forma mais justa e realista.
"A agricultura familiar não precisa de mentiras para mostrar a sua importância. A validade desse número não se deu pela sua qualidade, vamos dizer, de ciência científica. O mérito desse número foi porque ele encontrou convergência com a narrativa de determinados grupos. Só que isso é ruim para a própria agricultura familiar. Você tem que ter políticas. Não sei como é que uma política pode ser boa se ela for desconectada da realidade do seu público-alvo", salienta Serigati.
O coordenador de mercados da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglesias, destaca a importância do diagnóstico realista do setor promovido pelo estudo. Na avaliação dele, esclarecimentos desse tipo são fundamentais para que o segmento receba as devidas políticas públicas e tenha suporte para produtividade.
“É muito importante que a gente tenha um diagnóstico claro sobre a agricultura familiar, justamente para oferecer linhas de crédito e subsídios que ajudem esse tipo de produtor rural a conquistar níveis de produtividade mais altos, para que ele tenha uma condição, uma capacidade de operar dentro do mercado, gerando números maiores, maiores produtividades e o que vai gerar renda, mas isso vai depender justamente do investimento governamental em linhas de crédito”, menciona.
Iglesias diz que, além dos investimentos públicos, também há necessidade de cursos de capacitação, com oferta de técnicas modernas de produção. “Então, é muito importante que o pequeno produtor, que a agricultura familiar, tenha um respaldo dos governos na esfera municipal, estadual e federal.”
Conforme os dados do FGV Agro, produtos como arroz, milho, feijão, ovos e carne são produzidos com maior predominância por estabelecimentos não familiares – representando 23% dos estabelecimentos e com domínio de 77% do VBP nacional.
Para os pesquisadores do estudo, reconhecer a diversidade de perfis do segmento é essencial para formular políticas públicas diferenciadas, que atendam às realidades distintas do campo brasileiro — do agricultor de subsistência às unidades integradas ao mercado.
“Para o 1,3 milhão de estabelecimentos cujos produtores têm renda de até 1 salário mínimo, as políticas públicas devem focar no bem-estar social, na infraestrutura rural e na criação de empregos não agrícolas”, diz a FGV em artigo.
O pesquisador do FGV Agro, Felippe Serigati, frisa que a agricultura familiar no país é diversa e as políticas públicas devem considerar a multiplicidade de perfis para, assim, garantir os isumos adequados aos produtores rurais.
"Para o desenho das políticas voltadas para a agricultura familiar, essa pergunta é fundamental: Qual é a agricultura familiar que nós estamos virando com essa política? A agricultura familiar definitivamente não é uma unidade homogênea. Então, dependendo do objetivo que você tiver, eu quero ver esse grupo aqui conseguindo produzir, com uma renda mais estável. Então, objetivos distintos, naturalmente, não será a mesma política, o mesmo desenho de política pública que você vai aplicar", afirma Serigati.
Inclusive, o estudo aponta que os produtores mais produtivos (Pronaf V e Pronamp) precisam de crédito e assistência técnica.
Iglesias reforça que, com linhas de crédito compatíveis às necessidades da agricultura familiar “prestando atenção no nível de endividamento dos produtores Brasil afora, o resultado que a gente teria seria muito maior, seria muito melhor para o setor”.
A publicação também mostra que é necessário revisar os critérios de enquadramento, com vistas a incluir agricultores que complementam sua renda com outras atividades, mas que ainda enfrentam limitações relevantes para seu desenvolvimento pleno.
A publicação identificou quatro perfis produtivos que têm variação em renda e inserção no mercado, sendo Pronaf B, Pronaf V, Pronamp Familiar e familiar demais – este último não se enquadra nos critérios do Pronaf, nem nos do Pronamp e tem renda bruta acima de R$ 2 milhões por ano.
PRONAF B
O perfil PRONAF B tem renda bruta anual de até R$ 20 mil e representa 53,9% dos estabelecimentos da agricultura familiar, conforme o FGV Agro. O percentual corresponde a 2,73 milhões de empreendimentos. Em contrapartida, responde por apenas 2,8% do VBP da agricultura familiar – o que representa um VBP de R$ 4.762 por unidade, a valores de 2017.
Pelo estudo, a agricultura é uma estratégia de sobrevivência para esses agricultores. Além disso, a renda é diversificada, com pensões e aposentadorias que representam até 55,7% de sua renda total. A concentração desse segmento está, principalmente, nas regiões Nordeste (60,0%) e Sudeste (14,7%).
Em relação às atividades produtivas, 18,3% do VBP do Pronaf B é proveniente da criação de bovinos (exceto leite), 16,5% da produção de leite e 12,2% da mandioca.
PRONAF V
De acordo com análise do estudo, os produtores do perfil PRONAF V são considerados os motores da agricultura familiar. O grupo tem renda entre R$ 20 mil e R$ 360 mil anuais.
O perfil possui o menor número, com 1,14 milhão de estabelecimentos – sendo 35% distribuídos na região Sul e 24,7%, na região Sudeste. Eles integram 16% de todo o VBP da agricultura familiar. As cadeias produtivas de destaque são horticultura, leite e frutas tropicais.
PRONAMP Familiar
O PRONAMP familiar é formado por produtores com renda bruta anual entre R$ 360 mil e R$ 2 milhões – que conecta a agricultura familiar aos produtores médios.
Esses agricultores representam apenas 0,5% dos estabelecimentos familiares (24,86 mil, distribuídos na Região Sul – 52,7% – e na Região Sudeste – 24,8%). Apesar disso, são responsáveis por 3,2% de todo o VBP da agropecuária do país, ou 13,8% do VBP da agricultura familiar.
Segundo o levantamento, os produtores com esse perfil dispõem de alta capacidade produtiva e maior integração aos mercados. As principais cadeias produtivas são: leite (17,8% do VBP do perfil), aves (13,1%), bovinos (exceto leite – 11,0%) e suínos (10,0%).
Além dos outros três perfis, o estudo distingue que cerca de 870 estabelecimentos familiares que não se enquadram nos critérios do Pronaf, nem nos do Pronamp, com renda bruta acima de R$ 2 milhões por ano. No total, o grupo corresponde a 1% do VBP da agropecuária nacional.
Nesse caso, 42,9% dos empreendimentos estão localizados no Sul; 26,2%, no Sudeste; e 13,0%, no Centro-Oeste.
Os agricultores desse perfil possuem alta renda e forte capitalização – com cultivos altamente produtivos, com um maior acesso a tecnologias e mercados estruturados.
As cadeias produtivas mais representativas desse perfil são: aves (26,7% do VBP), suínos (13,8%) e ovos de galinha (11%).
O Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola (Promaq) destinou 30 máquinas agrícolas a 26 municípios de Alagoas (AL). A iniciativa, coordenada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), visa fortalecer a produção local e modernizar as atividades agropecuárias.
Municípios beneficiados:
A cerimônia de entrega, realizada nesta sexta-feira (17), na Superintendência de Agricultura e Pecuária de Alagoas (SFA/AL), em Maceió, contou com a presença do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e do ministro dos Transportes, Renan Filho.
Os equipamentos foram adquiridos pelo Mapa com recursos de R$ 13 milhões, provenientes de emendas parlamentares. Entre os maquinários entregues estão motoniveladoras, pás carregadeiras, retroescavadeiras e rolos compactadores.
Durante a solenidade, Fávaro ressaltou a retomada de programas como o Promaq, com foco na ampliação das oportunidades nos estados.
“Nós temos ata pronta para entregar 20 mil equipamentos. Já distribuímos mais de 3 mil em todo o país. E com uma compra em grande escala, conseguimos garantir o respeito ao dinheiro público: descontos de 33% a 37% em relação ao preço de mercado. Uma motoniveladora que custa cerca de R$ 1 milhão foi adquirida por R$ 680 mil. É o respeito ao dinheiro público, é a boa parceria para melhorar a vida das pessoas e ampliar oportunidades”, afirmou.
O ministro Renan Filho reforçou que as máquinas devem contribuir para o desenvolvimento de Alagoas, considerado um dos estados mais produtivos do país na agricultura e referência internacional.
“Os equipamentos que entregamos são importantes para o produtor rural e para quem reside na zona rural das cidades. Porque uma máquina como essa eleva a produtividade, facilita o escoamento daquilo que é produzido, melhora as estradas para que o estudante chegue com mais facilidade à escola ou à creche e também garante mais segurança para o transporte de pessoas que precisam acessar uma unidade de saúde”, afirmou.
A Pasta prevê que, até o final de 2025, mais 22 máquinas serão entregues a Alagoas. Com isso, o estado contará com 52 equipamentos destinados à modernização da infraestrutura agrícola.
O ministro Carlos Fávaro ressaltou a importância da iniciativa: “Queremos, em dezembro, beneficiar mais 25 municípios com novas máquinas. Vamos seguir com essas ações para transformar a vida do homem e da mulher do campo, com políticas públicas que realmente fazem a diferença”.
Outra ação do Mapa em Alagoas é a ampliação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), que permite o comércio interestadual de produtos de origem animal inspecionados por estados e municípios. Entre 2006 e 2022, apenas 331 municípios haviam aderido ao sistema.
Durante o evento, Fávaro destacou que, atualmente, “sob o governo do presidente Lula, já são 1.488 municípios com o Sisbi, o que representa um avanço expressivo na regularização e expansão dos pequenos e médios produtores”.
VEJA MAIS:
Dez municípios do Amapá enfrentam uma infestação da “vassoura-de-bruxa”, que afeta lavouras de mandioca e compromete a produção agrícola. Desse total, oito estão em estado de emergência devido ao avanço da praga (ver lista abaixo).
A doença, causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae), representa uma ameaça à segurança alimentar de comunidades indígenas e não indígenas.
Municípios em situação de emergência decretada:
Com o objetivo de garantir o abastecimento local e proteger a renda das famílias afetadas, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu na quarta-feira (15) o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. A reunião tratou das ações conjuntas do Governo Federal no combate à praga.
Segundo Fávaro, o enfrentamento da vassoura-de-bruxa é prioridade na agenda do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Para conter a disseminação da doença e oferecer suporte aos produtores, a Pasta implementou convênios e destinou R$ 2,2 milhões ao custeio da defesa agropecuária no estado.
“O Brasil é uma referência mundial em defesa agropecuária. Caso sejam necessários mais recursos, estaremos prontos para disponibilizá-los, sem precarizar o trabalho”, assegurou o ministro.
Por sua vez, o ministro Waldez Góes destacou que o trabalho articulado entre o Governo, o estado e os municípios tem sido fundamental para mitigar os impactos sociais e econômicos provocados pela praga.
“Estamos há alguns meses enfrentando a vassoura-de-bruxa da mandioca no Amapá. A doença já está presente em dez municípios, dos quais oito com situação sanitária reconhecida oficialmente pelo governo federal. O ministro Fávaro tem liderado esse processo, garantindo recursos para o combate, o controle e o investimento em pesquisa e ciência, para que possamos retomar a produção de mandioca no estado”, afirmou Góes.
O Mapa autorizou a comercialização segura da mandioca braba e da macaxeira e, no mesmo pacote de ações, iniciou a distribuição de mudas sadias para plantio.
A macaxeira, também chamada de mandioca de mesa, passou a ter permissão para ser processada, cortada e embalada diretamente nas regiões produtoras. Com isso, o produto chega ao consumidor final por meio de feiras, supermercados ou venda direta, sem necessidade de deslocamento para centros industriais.
Já a mandioca braba, utilizada na produção de farinha, teve flexibilização nas regras de comercialização. O processamento agora pode ocorrer dentro das comunidades rurais, em casas de farinha móveis, com autorização para transporte e venda segura da farinha produzida. “Essas medidas atendem à demanda dos produtores, que podem manter sua renda, e dos consumidores, que continuam tendo acesso a um alimento essencial para os amapaenses”, explicou Fávaro.
Além das estratégias imediatas, o Mapa investe em pesquisa e inovação por meio da Embrapa, com foco no desenvolvimento de variedades de mandioca tolerantes ou resistentes à praga.
De acordo com Fávaro, o Governo reforçou o orçamento da empresa e solicitou à presidente da instituição, Silvia Massruhá, que priorize esse tema. “É uma doença nova no mundo, mas temos confiança de que a Embrapa vai conseguir avançar”, destacou.
Até que a variedade resistente esteja disponível, a distribuição de mudas sadias tem sido adotada como estratégia para manter o ciclo produtivo e garantir alimento à população do Amapá.
VEJA MAIS:
Mais de 1,1 mil municípios foram integrados ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA) nos últimos três anos. O crescimento é de quase 350% em comparação aos 16 anos anteriores, quando 331 municípios haviam sido integrados..
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (24), no município de Rio dos Cedros (SC), durante o encerramento da terceira edição do Projeto ConSIM. A iniciativa orienta tecnicamente consórcios públicos de municípios, em serviços de inspeção de produtos de origem animal dos consorciados
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, marcou presença na cerimônia de encerramento desse ciclo do ConSIM. Na ocasião, também foram lançados o e-SISBI 2.0 e o projeto “SIMples AsSIM – Do pequeno para o Brasil”, em parceria com o Sebrae (ver abaixo).
A programação também contou com a entrega de máquinas e equipamentos do Programa de Modernização e Apoio à Produção Agrícola (Promaq), iniciativa do Mapa que fortalece a produção local e moderniza as atividades agropecuárias em diversos municípios.
O Projeto ConSIM, voltado ao fortalecimento dos Serviços de Inspeção Municipal (SIM), apoia consórcios intermunicipais no processo de adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). A iniciativa exerce papel estratégico na expansão da agroindústria brasileiro ao oferecer oportunidades para que agroindústrias familiares alcancem mercados além dos limites locais.
Nesta 3ª edição do ConSIM, que compreendeu o ciclo 2024/2025, foram integrados 33 consórcios públicos municipais ao Sisbi-POA, abrangendo 593 municípios de 12 estados:
● Minas Gerais (MG);
● Alagoas (AL);
● Bahia (BA);
● Espírito Santo (ES);
● Mato Grosso do Sul (MS);
● Mato Grosso (MT);
● Paraíba (PB)
● Pernambuco (PE);
● Rondônia (RO);
● Rio Grande do Sul (RS);
● Santa Catarina (SC);
● São Paulo (SP).
O ministro Fávaro destacou os avanços do Sisbi-POA e os impactos positivos para produtores e consumidores.
“Hoje são 1.488 municípios que já podem vender os produtos da agricultura familiar em qualquer lugar do território nacional. E nós vamos juntos nessa parceria - o Ministério da Agricultura, os consórcios municipais, o SEBRAE – atingir, pelo menos, entre 2.500 e 3 mil municípios nesse período do governo do presidente Lula. Todos podem e devem se cadastrar no sistema SISM. Com isso, nós vamos gerar muitas oportunidades, começar a gerar emprego e renda no campo”, pontuou.
“Estamos vivendo um momento histórico. O Sisbi amplia as oportunidades dos pequenos produtores, assegura alimentos de qualidade para os consumidores e já alcança mais de 1.400 municípios. Até o próximo ano, queremos chegar a 2.500, fortalecendo a renda no campo e a economia nas cidades, com mais segurança e competitividade para a produção brasileira”, complementou o ministro.
Anunciada no evento, a plataforma digital e-Sisbi 2.0 pretende potencializar ainda mais os resultados. A inovação, além de modernizar e automatizar todo o processo de integração, desde o cadastro até a análise final, reduz pendências e acelera prazos para permitir a homologação em tempo recorde dos 33 consórcios agora incluídos.
Na programação, o ministro Carlos Fávaro, ao lado do presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, lançou o Projeto SIMples AsSIM – Do pequeno para o Brasil. A iniciativa, fruto da parceria entre o Mapa e o Sebrae, tem como objetivo acelerar a formalização das agroindústrias de pequeno porte e fortalecer os Serviços de Inspeção Municipal (SIM).
Além disso, o projeto busca ampliar a integração dos estabelecimentos ao Sisbi-POA, para promover maior competitividade e acesso a mercados. Ao integrar inclusão produtiva, segurança alimentar e desenvolvimento econômico local, transforma desafios estruturais em oportunidades concretas de crescimento para a agricultura familiar.
Durante o evento, foram entregues quatro máquinas, totalizando 13 equipamentos, entre rolos compactadores, retroescavadeiras e tratores. O investimento de R$ 5,1 milhões, beneficiará os seguintes municípios de Santa Catarina:
● Luiz Alves;
● Paraíso;
● Sangão;
● Alfredo Wagner;
● Santa Terezinha do Progresso;
● Iomerê;
● Armazém;
● Bela Vista do Toldo;
● Florianópolis;
● Monte Carlo;
● Santo Amaro da Imperatriz;
● Anita Garibaldi;
● São Miguel do Oeste.
Os equipamentos contribuem para a mecanização agrícola, o aumento da produtividade, a redução dos custos de produção e a promoção da sustentabilidade no campo. Além de ampliar a qualidade de vida no meio rural e levar infraestrutura a áreas menos assistidas.
VEJA MAIS:
Nesta terça-feira (23), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da assinatura de um Memorando de Entendimento entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). O acordo prevê a instalação de um escritório da em Cuiabá (MT) até o fim de 2025. O objetivo de fortalecer a presença da agência no estado e apoiar o crescimento das exportações e atração de investimentos.
O documento foi assinado pelo presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, e pelo presidente da Famato, Vilmondes Tomain, com o ministro Fávaro como testemunha.
A instalação do escritório da ApexBrasil na capital deverá fortalecer a internacionalização da produção mato-grossense, apoiar empresas locais na abertura de novos mercados, atrair investimentos estratégicos e fomentar a diversificação econômica do estado, um dos mais representativos do agronegócio nacional.
Na ocasião, o ministro Carlos Fávaro destacou que a expansão de mercados para produtos agropecuários brasileiros é fruto da parceria entre governo e setor privado. "Não é coincidência termos abertos 437 novos mercados. Tínhamos 29 adidos, agora são 40. Essa é a relação de buscar negócios, de trabalhar junto, ir às feiras internacionais, aproximar o empresário do comprador e gerar oportunidades comerciais. Com esse novo escritório, a Apex vai fazer mais negócios. Quem vai ganhar é a população brasileira, em especial os mato-grossenses."
Fávaro reforçou que a presença da ApexBrasil em Mato Grosso ampliará as oportunidades para o estado. “É a oportunidade de oferecer aos mato-grossenses uma agência que tem se mostrado um grande sucesso em nosso governo, aproximando o Brasil do mundo e fortalecendo tanto a agropecuária quanto a indústria local, a partir da sede da Famato”, concluiu.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, reforçou a importância estratégica do estado: “Até o final do ano, estaremos funcionando em Mato Grosso, fazendo com que o estado receba investimentos do mundo inteiro. A Apex trabalha com atração de investimentos e na promoção dos produtos do agronegócio e de outros setores da economia mato-grossense no mercado internacional.”
Para Vilmondes Tomain, presidente da Famato, a presença da Apex em Cuiabá vai aumentar a competitividade do estado. “Teremos melhores condições para discutir estratégias de exportação, atrair investimentos e gerar mais oportunidades para Mato Grosso”, afirmou.
Segundo dados da ApexBrasil, Mato Grosso mantém há mais de 20 anos uma balança comercial superavitária, consolidando-se como um dos maiores produtores agrícolas do país. Em 2024, as exportações do estado somaram US$ 27,6 bilhões, sendo soja e derivados, milho e algodão responsáveis por 83% desse total. Ao todo, 251 empresas mato-grossenses participaram do comércio exterior no período.
Entre janeiro e agosto de 2025, as exportações de Mato Grosso totalizaram US$ 19,75 bilhões, com destaque para:
● Complexo soja: US$ 13,07 bilhões
● Carnes: US$ 2,50 bilhões
● Fibras e produtos têxteis (algodão): US$ 1,91 bilhão
● Cereais, farinhas e preparações: US$ 1,60 bilhão
● Produtos oleaginosos (exceto soja): US$ 271,9 milhões
Os principais destinos das exportações mato-grossenses foram China, Espanha, Turquia, Tailândia e Vietnã.
VEJA MAIS:
.
Conab aponta alta de 16,3% sobre a temporada anterior; soja, milho e algodão puxam crescimento
O Brasil colheu a maior safra de grãos de sua história. O 12º Levantamento da Safra 2024/25, divulgado nesta quinta-feira (11), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Brasília, mostra que a produção totalizou 350,2 milhões de toneladas, um crescimento de 16,3% em relação ao ciclo anterior, ou 49,1 milhões de toneladas a mais.
Soja, milho, arroz e algodão respondem por quase todo esse avanço, juntos somando cerca de 47 milhões de toneladas adicionais.
Segundo a Conab, a expansão foi impulsionada pelo aumento de 1,9 milhão de hectares na área cultivada e pela recuperação da produtividade média, estimada em 4.284 quilos por hectare, alta de 13,7% em relação a 2023/24.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou que o resultado é fruto de planejamento e tecnologia. Fávaro completou ainda que, ao considerar toda a produção agropecuária, o Brasil ultrapassa a marca de 1,2 bilhão de toneladas em 2024/2025.
“Não se trata apenas dos 350 milhões de toneladas de grãos. Temos ainda cerca de 650 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 70 milhões de toneladas de proteínas animais, 70 milhões de toneladas de frutas, além de celulose e outros produtos. Tudo isso sai do campo, abastece a mesa dos brasileiros e também chega às mesas de consumidores em todo o mundo, graças à competência dos homens e mulheres do agro brasileiro”, ressaltou.
Entre os destaques estão a maior safra de soja já registrada, com 171,4 milhões de toneladas (alta de 13,3% sobre 2023/24), e a produção recorde de milho, com 139,4 milhões de toneladas (crescimento de mais de 20%). O algodão em pluma também atingiu o melhor resultado da série, com 4,06 milhões de toneladas, avanço de 9,7%.
A produção de arroz chegou a 12,8 milhões de toneladas, alta de 20,6%, impulsionada pelo clima favorável no Rio Grande do Sul, principal produtor do país. Já o trigo, apesar da recuperação da produtividade, deve fechar o ciclo com 7,5 milhões de toneladas, queda de 4,5% em relação à temporada anterior, em função da redução de 19,9% na área plantada.
O Banco da Amazônia anunciou, nesta sexta-feira (5), a destinação de R$ 850 milhões ao Plano Safra do estado. O anúncio foi feito durante a 54ª Expofeira do Amapá, evento que ocorre em Macapá.
A novidade foi compartilhada durante o Mutirão de Microcrédito, realizado pela instituição dentro da feira.
Durante a ação, foram contratadas 75 operações de Microcrédito Produtivo Orientado. Os contratos totalizaram R$ 5,2 milhões, além de 176 operações do Pronaf, no valor de R$ 9,8 milhões.
Banco da Amazônia apresenta o Pecuária Verde na Agropec 2025, no Pará
Ao todo, 251 operações foram formalizadas – o que representa cerca de R$ 15 milhões em créditos para o desenvolvimento do estado.
O presidente do Banco da Amazônia, Luiz Lessa, destacou o papel dessas iniciativas para o desenvolvimento regional. “O estado do Amapá é um estado com muitas oportunidades que vem se desenvolvendo cada vez mais. Tem um produto interno elevado e grandes oportunidades negociais, tanto no campo do agronegócio quanto no campo empresarial. E o Banco da Amazônia está presente para poder desenvolver a região, gerar emprego, gerar renda através de todas as nossas soluções de crédito”, ressaltou Lessa.
O Mutirão de Microcrédito contou com a presença do Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; da diretora comercial do Banco da Amazônia, Joana Lima; do superintendente regional, André Vargas; e do gerente executivo da instituição, Misael Moreno; entre outras autoridades.
Em julho, o Banco da Amazônia lançou o Plano Safra 2025/2026, com R$ 1,8 bilhão destinado exclusivamente à agricultura familiar. O montante equivale um avanço de 38% em comparação com a safra anterior e reforça o compromisso da instituição com o financiamento de práticas sustentáveis na região Norte.
Para a agricultura familiar, a taxa de custeio começa em 0,5% a.a. e a taxa de investimento também é de 0,5% a.a.
Os trabalhadores que têm contratos de trabalho por safra poderão continuar acessando o Bolsa Família, conforme estabelece o Projeto de Lei 299/2025. A proposta exclui os salários temporários do cálculo da renda familiar per capita para conseguir ou manter benefícios sociais. A ideia é garantir a continuidade da renda desses trabalhadores.
O texto é de autoria do deputado Evair de Melo (PP-ES), sob a relatoria do deputado Coronel Meira (PL-PE). A proposta teve o relatório aprovado nesta semana pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados. Agora a matéria segue para análise na Comissão de Trabalho da Casa.
No relatório, o deputado Coronel Meira destacou que o trabalho por safra integra a dinâmica produtiva agrícola no Brasil, especialmente no Nordeste. Ele usou como exemplo os cultivos sazonais da fruticultura irrigada no Vale do São Francisco (Pernambuco e Bahia), no Rio Grande do Norte e no Ceará, que movimentam a economia regional.
“Acontece que os safristas, ou seja, os trabalhadores rurais que possuem contrato de trabalho dependente das variações sazonais da atividade agrária, enfrentam o dilema de escolher entre a formalização temporária e a perda de benefícios sociais fundamentais à subsistência de suas famílias”, ressaltou na comissão.
O parlamentar defendeu que a iniciativa garante a manutenção do trabalho formal dessa parcela da população, resguardando a fonte de renda das famílias no campo.
“O PL 299/2025 busca, portanto, corrigir essa injustiça, garantindo que o trabalhador possa exercer atividade formal sem ser penalizado com a exclusão de programas como o Bolsa Família. Essa medida terá impacto direto na vida de milhares de famílias, nos municípios onde a agricultura sazonal é a principal fonte de emprego”, disse.
Segundo informações da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), os parlamentares avaliam que a proposta responde a uma realidade frequente no meio rural, principalmente em regiões onde a colheita é intensa, no entanto, concentrada em períodos curtos. Nos períodos em que estão recebendo esses salários temporários pela colheita, a soma pode ultrapassar o limite de renda exigido pelo Bolsa Família, por exemplo – o que acarreta na exclusão do benefício.
Para o deputado Evair de Melo (PP-ES), “poder assinar contrato de safra e continuar o programa social, com certeza vai trazer um benefício para o Brasil”.
Na justificativa do projeto, o parlamentar pontuou que o objetivo é fomentar a formalização do trabalho temporário para a safra de diversas culturas agrícolas pelo país.
O texto prevê, ainda, a criação de um sistema eletrônico para registro de contratações, que deverá ser desenvolvido pelo Poder Executivo. Para o relator, o dispositivo trará transparência e melhoria na fiscalização.
Coronel Meira também reforçou que o projeto garante a disponibilidade de mão de obra para a continuidade da atividade agrícola e incentiva, ainda, a formalização da mão de obra rural.
No entanto, frisou que a iniciativa não tem o intuito de incentivar a dependência de políticas assistencialistas ou benefícios sociais, “mas sim a necessidade de se evitar que trabalhadores rurais fiquem presos a esses programas por falta de alternativa”, disse no relatório.
A Bahia é responsável por 83% das exportações brasileiras de manga. Pernambuco lidera nas vendas externas de uva, com 77% de participação, enquanto o Espírito Santo domina o mercado do mamão, respondendo por 99% das exportações. No Nordeste, o Ceará concentra 54% da melancia e 78% do melão exportados pelo país. Já no segmento de cacau, a liderança também é baiana, com 74% das exportações, seguida por São Paulo e Minas Gerais. Esses estados estão entre os mais expostos à tarifa de 50% imposta recentemente pelos Estados Unidos.
Os dados foram apresentados na reunião extraordinária da Comissão Nacional de Fruticultura, promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para avaliar os impactos do chamado “tarifaço” americano. Durante o encontro, o diretor técnico adjunto, Maciel Silva, ressaltou a necessidade de reforçar a defesa do agronegócio brasileiro diante da Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. Ele também enfatizou a importância do mapeamento das frutas e regiões afetadas — um instrumento estratégico para negociações com as câmaras de comércio.
O economista-chefe da Análise Econômica, de São Paulo, André Galhardo, alerta para a dinâmica interna do mercado: “Alguns produtos cujo remanejamento das exportações é mais difícil, por questões sanitárias ou logísticas — como frutas — podem apresentar uma sobreoferta no mercado interno. Se não exportarmos mais ou reduzirmos significativamente o volume enviado aos Estados Unidos, dificilmente encontraremos outro mercado disposto a comprar esse excedente em tempo hábil, antes que esses produtos estraguem”
O “tarifaço” refere-se ao conjunto de tarifas extras anunciadas pelo governo norte-americano, que elevaram os encargos sobre produtos brasileiros em até 50% dependendo do caso.