Ministério da Saúde

06/02/2025 16:00h

A estimativa do Ministério da Saúde é de que este ano o investimento seja de R$ 288 milhões

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As Equipes de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR) vão ter um reajuste médio de 30% no custeio. A medida - anunciada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, na última quarta-feira (5) - deverá ser publicada em portaria no Diário Oficial da União nos próximos dias. 

O anúncio foi feito durante o “Encontro Nacional da Estratégia Saúde da Família Ribeirinha: nos caminhos das águas o SUS se fortalece”. O evento foi promovido na Assembleia Legislativa do Amazonas.

Investimentos 

De acordo com o Ministério da Saúde, o financiamento destinado a esse grupo passou de R$ 80,5 milhões, em 2022, para R$ 168,1 milhões, em 2024. A estimativa é de que este ano o investimento seja de R$ 288 milhões. O valor corresponde a um salto de 71%, em relação ao ano passado. 

Quase R$ 20 bilhões em investimentos em portos previstos no Plano de Escoamento da Safra 2024/2025

O intuito é aumentar a quantidade de equipes ribeirinhas, de modo que, até o fim deste ano, o número chegue a 340. Atualmente, o trabalho conta com 310 equipes. 

Reajuste 

O Ministério da Saúde informou, ainda, que os incentivos financeiros passaram por uma ampliação. Em relação aos profissionais de nível superior, a remuneração contida na nova portaria passará de R$ 2.500 para R$ 5.000 por profissional, sendo até dois por equipe.

Já no caso de auxiliares e técnicos de enfermagem, os salários devem passar de R$ 1.500 para R$ 2.375 por profissional, sendo até 11 integrantes por equipe. 

Quanto aos auxiliares e técnicos em saúde bucal, os valores passaram de R$ 1.500 para R$ 2.375 por profissional, sendo um por equipe. 

Além disso, está prevista a aquisição de veículos pick-ups 4x4, além de incentivo de R$ 6.000 por mês, por veículo. Também foi anunciada a ampliação do recurso para transporte fluvial, passando de R$ 2.673,50 para R$ 6.000 mensais, por embarcação. 

Pontos de apoio 

De acordo com o ministério, os pontos de apoio para as equipes também vão contar com alterações nos valores de financiamento, passando de R$ 2.673,50 para R$ 4.000 mensais.

Confira outras mudanças: 

Reajuste do incentivo fixo para as equipes:

  • O valor fixo de custeio das equipes foi elevado de R$ 13.920 para R$ 24.000 mensais. 

Apoio à implantação de novas equipes:

  • O recurso de apoio para novos municípios passou de R$ 20.000 para R$ 50.000 por equipe. 

Criação de incentivos por desempenho: 

  • Premiações de até R$ 8.000 por equipe, conforme o cumprimento das metas estabelecidas.
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06/02/2025 00:05h

O 1º Informe Semanal sobre arboviroses de 2025 do Ministério da Saúde mostra que entre as semanas epidemiológicas 01 a 04 deste ano houve 139.241 registros da doença, sendo 101.631 no Sudeste

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O 1º Informe Semanal sobre arboviroses de 2025 do Ministério da Saúde (MS) mostra que entre as semanas epidemiológicas 01 a 04  deste ano – até 27 de janeiro –  foram registrados 139.241 casos prováveis de dengue no país. As regiões brasileiras que apresentaram os maiores coeficientes de incidência foram Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Já entre as Unidades Federativas (UF), Acre, São Paulo e Mato Grosso registraram as maiores incidências. 

A Região Sudeste registrou 101.631 casos prováveis de dengue entre as semanas epidemiológicas 01 a 04 de 2025. O estado de São Paulo registrou o maior número de casos na região, totalizando 82.041 – o que representa 80,7% do total de registros no Sudeste. O coeficiente de incidência no território paulista foi de 184,7 por 100 mil habitantes. Minas Gerais ficou em segundo lugar em relação ao número de casos na região, com 13.692 registros e com coeficiente de incidência de 66,7. 

O Centro-Oeste do país registrou 14.428 casos prováveis de dengue, com a maior concentração deles em Goiás, com um total de 6.209 casos – representando 43% do total  na região. Além disso, o coeficiente de incidência foi de 88. Mato Grosso aparece logo em seguida em relação ao número de casos de dengue, com 5.546 registros. Apesar do montante ser menor do que o de Goiás, o coeficiente de incidência foi bem maior – de 151,6 por 100 mil habitantes.

A Região Sul ficou em terceiro lugar no que diz respeito ao número de casos prováveis de dengue no período, sendo 12.864 ocorrências da doença. Paraná registrou 8.878 casos, sendo 69% de todos os registros na região. O coeficiente de incidência foi de 77,6. Santa Catarina aparece logo em seguida com 3.153 casos prováveis e coeficiente de 41,4. 

O Norte do Brasil teve 5.728 casos prováveis de dengue. No Acre houve 2.705 ocorrências, cujo coeficiente de incidência foi de 325,9 por 100 mil habitantes – o maior do país no período. Já Pará mapeou 1.515 pessoas com possibilidade de dengue e o coeficiente no estado foi de 18,7. 

A Região Nordeste, por sua vez, foi a região brasileira com menos casos prováveis de dengue no período entre as semanas epidemiológicas 01 a 04, totalizando 4.590 casos. A Bahia foi o único estado nordestino que ultrapassou os mil casos, totalizando 1.712 registros. Em contrapartida, o coeficiente de incidência foi de 12,1. Em Pernambuco foram 927 registros, com coeficiente de 10,2. Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba registraram pouco mais de 400 casos cada.

Ante o mesmo período de 2023, houve uma redução de 57,9% no número de casos prováveis da doença no país este ano.

Confira o ranking das dez UFs com os maiores números de casos no período:

  • São Paulo: 82.041
  • Minas Gerais: 13.692
  • Paraná: 8.878
  • Goiás: 6.209
  • Mato Grosso: 5.546
  • Espírito Santo: 3.780
  • Santa Catarina: 3.153
  • Acre: 2.705
  • Rio de Janeiro: 2.118
  • Bahia: 1.712
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04/02/2025 00:03h

Pasta informa que estoque de vacinas está regular, com envios conforme solicitações dos gestores estaduais

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No último domingo (2), o Ministério da Saúde emitiu um alerta para o aumento de transmissão de febre amarela durante o período sazonal da doença, que vai de dezembro a maio, especialmente em São Paulo, além de Minas Gerais, Roraima e Tocantins. O estado paulista é que concentra o maior número de registros em 2025. A pasta encaminhou uma nota técnica às Secretarias de Saúde com recomendações para a intensificação das ações de vigilância e imunização nas áreas de risco.

Apenas em Ribeirão Preto (SP), 20 casos de febre amarela foram confirmados este ano. Campinas, Colina, Osasco, Bragança Paulista, Pedra Bela e Pinhalzinho registraram um caso cada. 

Vacina

Como as localidades do estado de São Paulo concentram a maior parte dos casos da doença este ano, o Ministério decidiu ampliar o envio de doses do imunizante para o governo estadual. Com isso, o estado receberá dois milhões de doses até o início deste mês, sendo 800 mil doses extras. Destas, um milhão foi entregue em janeiro.

A pasta informou, em nota, que tem auxiliado a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo na investigação de casos suspeitos e confirmados de febre amarela no município de Ribeirão Preto. Na próxima semana, técnicos da pasta participarão de uma reunião em Campinas com profissionais do município e de cidades próximas.

Segundo a Pasta, o estoque de vacinas contra a febre amarela está regular no Brasil, sendo que os envios vêm sendo realizados conforme as solicitações dos gestores estaduais, que são responsáveis pela distribuição aos municípios.

Orientações para os viajantes

Aqueles que planejam viajar para áreas com transmissão da febre amarela ou para regiões rurais e de mata devem checar a carteira de vacinação. Quem ainda não tomou a vacina ou recebeu a dose fracionada em 2018 deve procurar uma Unidade de Saúde pelo menos dez dias antes da viagem para se imunizar e evitar a exposição ao vírus sem estar imediatamente protegido.

Recomendação também se aplica a:

Populações residentes em localidades com evidência de circulação viral ou em zona rural;
Populações ribeirinhas e no entorno de parques e unidades de conservação;
Trabalhadores rurais, agropecuários, extrativistas e do meio ambiente, entre outros;
Indivíduos com exposição esporádica em áreas de risco (rurais, silvestres);
Viajantes para áreas afetadas, incluindo trabalhadores e turistas/ecoturistas.

Com informações do Ministério da Saúde, Bianca Mingote.
 

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14/01/2025 00:04h

Previsões do Ministério da Saúde apontam incidência elevada de casos em 6 UFs para este ano. Sorotipo 3 está em circulação

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Em 2024, o Brasil registrou 6.041 óbitos por dengue, segundo dados do painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde. São Paulo lidera o ranking com 2.058 óbitos, o que representa 34% do total de mortes pela doença em todo o país no ano passado. Já Minas Gerais e Paraná aparecem logo em seguida, com 1.121 e 729 óbitos, respectivamente. 

No período do verão, com às chuvas intensas que ocorrem no país, as condições climáticas favorecem a proliferação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.  

O médico infectologista do Centro de Segurança Assistencial (CSA) do Hospital Anchieta, Manuel Palácios, de Brasília (DF), explica que as fortes chuvas seguidas de períodos de calor aceleram o ciclo de vida do mosquito, o que aumenta a população do inseto e a incidência da doença. Por isso, é importante que toda a população também intensifique os cuidados com a imunização.

“Em períodos de aumento dos casos de dengue, como os previstos para dezembro de 2024 e janeiro de 2025, toda a população deve intensificar os cuidados. No entanto, grupos como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas são mais vulneráveis às formas graves da doença. É essencial que esses grupos participem ativamente na eliminação de criadouros em suas residências e busquem a imunização, se disponível", diz Palácios.

Aumento de casos em 2025

Segundo uma nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde no início de janeiro, em 2025 o Brasil pode ter uma incidência elevada de casos de arboviroses, acima do observado em 2024. As modelagens preditivas da Pasta apontam para uma elevação de incidência de casos de arboviroses em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. 

O documento indica que a continuidade do fenômeno El Niño este ano pode intensificar a situação da dengue no país por causa do impacto no clima e nas condições favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti.

A nota técnica frisa, ainda, que o El Niño no ano de 2023 foi um fator de alerta para o aumento de casos em 2024, e a manutenção do fenômeno também aponta para alerta de aumento para 2025.

Circulação do sorotipo 3 no Brasil

A nota técnica do MS também alerta para o aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue nas últimas semanas do ano passado, principalmente no Amapá, São Paulo e Minas Gerais. O sorotipo não tem incidência relevante no país desde 2008, e o que predomina no Brasil é o 1 (73,4%), seguido do 2 (25,9%). 

De acordo com o MS, a circulação do tipo 3 pode elevar os casos, já que boa parte da população não possui imunidade para o sorotipo. 

O infectologista coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Anchieta, Henrique Lacerda, explica que a diferença entre os 4 sorotipos da dengue – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 – é genética. Segundo ele, todos os sorotipos causam os mesmos tipos de sintomas. Porém, a diferença diz respeito ao fato de que o DENV-3 tem maior potencial para causar surtos e está relacionado aos casos mais graves da doença.

“Principalmente em quem já teve outros tipos de sorotipo da dengue em infecções prévias. Então, a segunda infecção, principalmente se for causada pelo sorotipo 3, pode ser pior. O sorotipo 3 em algumas regiões têm tido casos de surto e isso pode ser preocupante, porque pessoas que nunca tiveram contato com esse sorotipo podem pegar a doença e ter sintomas mais graves”, afirma Henrique Lacerda.

A infecção por um sorotipo gera imunidade somente à variante, mas não impede uma nova infecção por um sorotipo diferente. 

De acordo com o especialista, a circulação do DENV-3 no país é preocupante, tendo em vista que as pessoas não têm imunidade contra esse vírus.

“Consequentemente, as pessoas que já tiveram dengue por um outro sorotipo, um ou dois, por exemplo, podem evoluir para formas mais graves por causa da resposta imunológica mais forte, mais exacerbada, e isso pode levar a um aumento do número de casos e acabar sobrecarregando o serviço de saúde, com mais internações, pacientes mais graves e até óbito”, menciona Lacerda.

Perigos DENV-3

O infectologista Henrique Lacerda aponta que o principal perigo de uma infecção por um sorotipo 3 da dengue é a possibilidade de evolução para formas mais graves da doença.

“Os pacientes podem apresentar desde desidratação até manifestações como sangramentos ou insuficiência hepática com necessidade até de transplante”, menciona.

Confira os sinais de alerta que a população deve ficar atenta:

  • Dor abdominal;
  • vômitos que não cessam; 
  • tontura; 
  • sangramentos; 
  • confusão mental.

O especialista reforça que se alguns desses sintomas acontecerem, é necessário procurar um atendimento médico para receber orientações e tratamento adequado. 

Monitoramento de 6 estados pelo MS

Com base em modelagens, há previsão de aumento na incidência de casos em seis estados brasileiros em 2025, sendo eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. Segundo o Ministério da Saúde, esses estados estão sendo monitorados de perto.

Inclusive, ao longo desta semana, a Pasta enviará equipes técnicas para quatro estados brasileiros para apoiar ações locais no controle das arboviroses. De acordo com o MS, a iniciativa busca fortalecer a vigilância epidemiológica, a assistência à população e a reorganização dos serviços de saúde. 

Pelo cronograma, a capital do estado do Espírito Santo, Vitória, seria visitada pela equipe técnica na última segunda-feira (13), bem como a cidade de São José do Rio Preto (SP) e Rio Branco (AC). Nesta terça-feira (14), Foz do Iguaçu (PR) deve contar com o apoio da missão do Ministério. 

Em 9 de janeiro, a ministra Nísia Trindade anunciou a instalação do Centro de Operações de Emergência (COE) para Dengue e outras Arboviroses para acompanhar a situação em todo o país. Confira o cenário epidemiológico nas regiões visitadas:

  • São Paulo: 2.181.372 casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025 foram notificados 7,3 mil casos até agora. Em São José do Rio Preto, foram 35.678 notificações em 2024 e 1.834 casos prováveis até o momento em 2025;
  • Paraná: 655.488 casos em 2024. Em 2025, foram notificados 1.327 casos até o momento. Em Foz do Iguaçu, foram 15.611 notificações em 2024 e 91 casos prováveis até agora em 2025;
  • Acre: 7.409 casos em 2024. Em 2025, foram notificados 412 casos até agora. Em Rio Branco, foram 1.579 notificações em 2024 e 212 casos prováveis de dengue até agora em 2025; 
  • Espírito Santo: 163 mil casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025, foram notificados 3.778 casos até o momento. Em Vitória, foram 18.598 registros em 2024 e 247 casos prováveis de dengue até o momento em 2025.
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10/01/2025 00:02h

Ideia é ampliar o monitoramento de doenças causada pelo Aedes aegypti e garantir a preparação adequada para conter o avanço da doença

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Nunca os números da dengue no Brasil foram tão altos como em 2024. E para evitar que o surto dessa e de outras arboviroses se repita em 2025, o Ministério da Saúde anunciou medidas de enfrentamento ao mosquito. Será instalado um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses. O planejamento e a resposta coordenada serão realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios.

Prevenção

Em setembro passado o ministério já havia lançado o Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika. Nesta quinta (9), em entrevista coletiva, a Ministra Nísia Trindade reforçou o uso de novas tecnologias para a prevenção da proliferação do mosquito, como o método Wolbachia. A ideia é preparar o país para enfrentar, de maneira adequada, o avanço da doença.

Em meio ao alerta sobre vírus respiratórios na China, médicos brasileiros se preocupam com dengue e Chikungunya

Enfrentamento

Com a troca de prefeitos e gestores de saúde neste começo de ano, a ministra também falou sobre a importância de reforçar e alinhar ações de prevenção junto a esses gestores, o que será feito dentro das próximas semanas. Gestores de todo o país devem receber essas orientações e seguir o plano de contingência de forma alinhada com as ações federais. 

Um outro componente do Plano, segundo a ministra, é como trabalhar com o cuidado das pessoas. 

“Dengue é uma doença que nós conhecemos, exige um manejo clínico adequado, ou seja, orientações de como se deve tratar as pessoas, uso de medicação que não deve ser feito, hidratação como aspecto essencial. E ao longo do ano passado — com tão grande número de casos — nós vimos que em muitos lugares houve estratégias boas de cuidado que resultaram em evitar as mortes.”

A gestora ainda reforçou que o plano tem como objetivo reduzir casos e óbitos evitáveis por dengue.

Números 

Em 2024 o país bateu recorde de casos e de mortes por dengue. Segundo o Ministério da Saúde, até 28 de dezembro passado foram 6,6 milhões de casos prováveis da doença e 6.022 mortes confirmadas. Outras 1.179 estão sendo investigadas. Só este ano, já são mais de 10 mil casos prováveis e 10 mortes em investigação

A professora de educação física Loane Perdigão, moradora de Brasília, foi uma dessas pessoas. Pegou dengue no começo da epidemia no país, em janeiro passado. Precisou ficar internada para tratar a doença e mudou a opinião sobre a dengue. Viu que pode ser algo perigoso e muito doloroso. 

“É algo que eu nunca tinha sentido, uma dor insuportável no corpo todo, além do mal-estar.” Loane ainda faz um alerta: “Acredito que as pessoas têm que se cuidar, passar repelente, ter cuidado com o lixo, com o armazenamento da água. Se fizermos uma campanha boa, teremos uma redução dos casos de dengue — é o autocuidado e o cuidar dos outros.”
 

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09/01/2025 00:02h

Autoridades de saúde recomendam reforço das ações de prevenção para evitar outro surto da doença, como o que matou 6.022 pessoas em 2024

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Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) está de olho em mais um vírus respiratório originado na China, as autoridades médicas brasileiras têm outra preocupação: as doenças causadas pelo Aedes aegypti — como dengue e chikungunya. O cuidado não é em vão. Em 2024, o país bateu recorde de casos e de mortes por dengue.

Segundo o Ministério da Saúde, até 28 de dezembro passado foram 6,6 milhões de casos prováveis da doença e 6.022 mortes confirmadas. Outras 1.179 estão sendo investigadas. Só este ano, já são mais de 10 mil casos prováveis e 10 mortes em investigação. Segundo o médico sanitarista e professor da Universidade de Brasília, Jonas Brant, Estados Unidos, Europa e China vivem momentos diferentes do Brasil por conta da sazonalidade, por isso a preocupação maior deles neste momento é com as doenças respiratórias. 

“No caso do Hemisfério Sul, onde o Brasil está inserido, a gente tem nessa época do ano, o aumento de outras doenças, como as doenças transmitidas por vetores, as diarreias. Então é importante a gente entender que, nesse contexto, eles estão num cenário preocupante, tá aumentando lá e tem que se organizar para enfrentar um surto de doença respiratória. No nosso caso, o risco maior agora do Brasil é a preocupação com dengue e Chikungunya”, destaca o médico.

Ministério da Saúde monitora surto de vírus respiratório na China e reforça medidas de prevenção

O que esperar para 2025

Diante do surto recorde de 2024, o governo federal se antecipou nas ações de prevenção. Além da vacinação contra a doença, que cobriu jovens entre 10 e 14 anos, para o período sazonal 2024-2025, o Ministério da Saúde anunciou o investimento de mais de R$ 1,5 bilhão na compra de mais doses da vacina. Valor que também será usado para a compra de insumos laboratoriais para ampliar a testagem, medicamentos para controlar a proliferação do mosquito e ainda mobilização e conscientização da população, além de suporte aos municípios para custeio assistencial. 

Para o sanitarista, o que vivemos em 2024 não deve se repetir esse ano. “Nós tivemos um grande surto no ano passado que, esse ano, não deve se repetir naquelas proporções. Mas, sim, um surto acima do normal pode ser esperado”, alerta. 

Na primeira semana do ano, o ministério também divulgou uma nota técnica com recomendações aos gestores estaduais e municipais. Como a maior parte das cidades brasileiras têm gestores novos este ano, o documento — direcionado a esses gestores — reforça a necessidade de monitoramento constante do cenário epidemiológico, além da implementação de medidas de controle de vetores e preparação das redes de saúde já nos primeiros meses de 2025.

“É um momento muito crítico para a vigilância em saúde. É importante que essas secretarias se organizem muito rápido para poder colocar essa estrutura em funcionamento. Detectar casos, saber onde está a circulação do vírus, para poder organizar as equipes de respostas para conter a transmissão. Transparência da informação também é muito importante, ou seja, saber onde estão ocorrendo os casos no município, em quais bairros a transmissão está maior, para que naqueles bairros a gente tenha uma organização mais forte para o enfrentamento.” 

O médico lembra que a mobilização da comunidade, o engajamento dos moradores e do comércio, além de todos os atores sociais são fundamentais para evitar um novo surto da doença. 

10 minutos contra a dengue

O Ministério da Saúde aposta no apoio da sociedade para o combate ao mosquito — já que a participação de todos é fundamental para a eliminação dos focos — que continua sendo a forma mais efetiva de evitar a doença.

A campanha nacional de conscientização, lançada no ano passado, incentiva a população a dedicar 10 minutos por semana para fazer uma busca em casa e controlar os focos do Aedes aegypti. 

Usar repelentes e telas mosquiteiras em portas e janelas também são medidas que ajudam a reduzir o número de infecções pela doença. 
 

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26/12/2024 00:03h

Iniciativa do Ministério da Saúde beneficiará 1.304 municípios brasileiros, ampliando o acesso a alternativas terapêuticas no Sistema Único de Saúde (SUS)

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1.304 municípios brasileiros receberão R$ 30 milhões do Ministério da Saúde para ações com plantas medicinais e fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS). O repasse será realizado em parcela única. A iniciativa busca promover o uso sustentável da biodiversidade, fortalecer a cadeia produtiva e ampliar o acesso da população a alternativas terapêuticas.

De acordo com a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), os municípios poderão aplicar os recursos em:  

  • Compra de fitoterápicos industrializados ou manipulados;
  • Manipulação/preparação de fitoterápicos;
  • Cultivo de espécies de plantas medicinais;
  • Promoção de formações e divulgações relacionadas às plantas medicinais e fitoterápicos;
  • Realização de capacitações e oficinas (profissionais e comunidade);
  • Pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor de plantas medicinais e fitoterápicos;
  • Entre outras ações.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que, dos 5.570 municípios brasileiros, 1.375 foram considerados elegíveis, representando 24,7% do total. Devido à limitação orçamentária, 1.304 cidades foram priorizadas, seguindo os critérios estabelecidos na Portaria GM/MS nº 5.619/2024. Foram selecionados os municípios que enviaram informações sobre a movimentação de fitoterápicos ao Ministério da Saúde por meio da Base Nacional de Dados de Ações e Serviços da Assistência Farmacêutica (Bnafar).   

Entre as Unidades da Federação (UFs) contempladas estão Santo Antônio do Içá (AM), Mata Grande (AL), Lagoa do Ouro (PE), Japorã (MS), São João das Missões (MG), Bom Jardim (MA), Alto Alegre (RR), Presidente Jânio Quadros (BA) e Campos Lindos (TO). A lista completa está disponível no portal da Pasta. 

A publicação da Portaria de Habilitação dos Municípios selecionados deve ser divulgada nos próximos dias. 

Os valores repassados serão definidos com base no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), seguindo as classificações: 

  • IDHM muito baixo: R$ 1,00 por habitante;  
  • IDHM baixo: R$ 0,80 por habitante;  
  • IDHM médio: R$ 0,60 por habitante;  
  • IDHM alto: R$ 0,50 por habitante;  
  • IDHM muito alto: R$ 0,20 por habitante.  

O cálculo dos recursos será feito com base na população de cada UF, conforme os dados do Censo Demográfico de 2022 do IBGE.

Ainda há previsão de novos investimentos no setor por meio do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027.  

As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde.

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24/12/2024 13:00h

A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, conta com 1.426.672 casos acumulados, com uma taxa de incidência de 732,11 casos a cada 100 mil habitantes

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No Brasil, o número acumulado de vítimas fatais em decorrência da Covid-19 chegou a 714.471 no início desta semana, com uma taxa de letalidade de 1,8%. Entre os casos acumulados da doença, a quantidade ultrapassou 39 milhões. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, registra 1.426.672 casos acumulados, com uma taxa de incidência de 732,11 casos a cada 100 mil habitantes.

A cidade de São Paulo também se destaca, com 1.208.221 casos acumulados. No entanto, a taxa de incidência é de 87,94 a cada 100 mil habitantes. Já em Brasília, são 956.346 casos acumulados e uma incidência de 965,95 casos a cada 100 mil habitantes.

Taxa de hospitalização por Covid-19 teve maior proporção no Nordeste

De acordo com o Ministério da Saúde, em comparação com os dados históricos, os números atuais são relativamente baixos. No entanto, como nos anos anteriores foi notada uma elevação de casos nos últimos dias de dezembro, a Pasta considera importante manter a vacinação em dia.

No Nordeste do país, o destaque vai para a capital do Ceará, Fortaleza, que conta, até o fechamento desta reportagem, com 423.488 casos acumulados e uma incidência de 277,78 a cada 100 mil habitantes. Na região Norte, Manaus (AM) acumula 322.234 casos e apresenta uma incidência de 140,88 a cada 100 mil habitantes. Já no Sul, Curitiba (PR) registra 327.626 casos e uma incidência de 790,80 a cada 100 mil habitantes.

Além disso, um estudo divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde mostra que mais de 28% dos brasileiros – o equivalente a 60 milhões de pessoas – afirmaram ter sido infectados pela Covid-19.

Vacinação

De acordo com o levantamento, a vacinação contra a doença teve adesão de 90,2% da população do país, que recebeu pelo menos uma dose. Já 84,6% completaram o esquema vacinal com duas doses. O epidemiologista Pedro Hallal, um dos responsáveis pela pesquisa, destacou quais grupos mais se sobressaíram em relação à vacinação.

“A vacinação contra Covid-19 foi mais comum na região Sudeste, nos idosos – o que reflete a própria ordem da campanha de vacinação –, nas mulheres, nas pessoas com maior escolaridade e nas famílias com maior renda”, afirma.

Entre os que não tomaram o imunizante, 32,4% afirmaram não acreditar na vacina e 0,5% disseram não acreditar na existência do vírus. Outros 31% relataram que a vacina poderia fazer mal à saúde, e 2,5% informaram já ter contraído Covid-19.

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20/12/2024 00:03h

De acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, na sequência está o Centro-Oeste, com 5,5%

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A taxa de hospitalização entre pessoas que afirmaram ter sido infectadas pelo vírus que transmite a Covid-19 teve maior proporção no Nordeste brasileiro. Na região, a taxa foi de 7,6%. Na sequência está o Centro-Oeste, com 5,5%. Os dados constam na pesquisa "Epicovid 2.0, divulgada pelo Ministério da Saúde. 

Em relação à vacinação, o estudo revela que há uma adesão de 90,2% dos entrevistados, que receberam pelo menos uma dose do imunizante. Outros 84,6% completaram o esquema vacinal com duas doses. A região Sudeste do país registrou a maior taxa de vacinação, entre idosos, mulheres e pessoas com maior escolaridade e renda.

Impactos da pandemia

Ainda de acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, o impacto da pandemia de Covid-19 foi de 14,7% em relação à morte de familiar pela doença. Em relação à perda de emprego, a taxa foi de 34,9%, enquanto à redução da renda familiar, de 48,6%

Dengue: Brasil registra 6,6 mi de casos; aumento de 400% em relação a 2023

Em relação a sintomas e condições pós-Covid, o estudo mostra que a taxa é de 18,9%, sendo mais frequentes em mulheres e indígenas. Entre essas consequências analisadas estão casos de perda de memória, dificuldade de concentração e ansiedade, por exemplo.

Casos e óbitos 

Até esta quinta-feira (19), o Brasil havia registrado mais de 39 milhões de casos da doença, com cerca de 714 mil mortes confirmadas e uma taxa de letalidade de 1,8%.

Centro-Oeste  

  • Casos: 4.575.129 
  • Mortes: 67.264 

Sul 

  • Casos: 8.287.042 
  • Mortes: 113.373 

Norte 

  • Casos: 2.984.870 
  • Mortes: 52.128 

Nordeste 

  • Casos: 7.585.515 
  • Mortes: 137.003 

Sudeste 

  • Casos: 15.630.932 
  • Mortes: 344.703 

A pesquisa também revela que 57,6% da população confiam na vacina contra Covid-19. No entanto, a desconfiança das informações recebidas sobre o imunizante foi relatada por 27,3% dos entrevistados. Entre as pessoas que não tomaram a vacina, 32,4% afirmaram não acreditar no imunizante e 0,5% sequer acreditam na existência do vírus. Ao todo, no Brasil, foram aplicadas 522.640.691 doses
 

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16/12/2024 00:02h

O comparativo considera dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde (MS) da semana 1 a 47. Especialista aponta que faltaram campanhas de conscientização pelo governo

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O número de casos de dengue no Brasil em 2024 é 400% maior em relação ao ano passado, considerando dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde (MS) da semana 1 a 47. Os dados até o último dia 7 de dezembro apontam que apenas este ano foram registrados 6.606.418 casos prováveis de dengue no país e 5.915 pessoas morreram pela doença. Há 1.088 óbitos em investigação.

De acordo com o Painel do MS sobre a dengue (com dados do Painel até 7 de dezembro e atualizados em 11 de dezembro), o Distrito Federal aparece em primeiro lugar em relação ao coeficiente de incidência da doença, com 9.899, totalizando 278.862 casos prováveis de dengue.

Já o estado de Minas Gerais possui o segundo maior coeficiente de incidência de dengue, sendo 8.237,1, mas o número de casos prováveis já passa de 1,6 mi, com um total de 1.691.797. O estado mineiro fica atrás apenas de São Paulo em relação aos casos prováveis, cujo total já chega a 2.158.639. 

Com relação às regiões que apresentam os casos de dengue grave e com sinais de alarme se destacam Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O estado de São Paulo lidera, com 26.755 casos. Já Minas Gerais aparece na segunda posição, com quase 60% dos casos registrados em SP, totalizando 15.876. Paraná aparece em terceiro lugar, com 13.734, e o Distrito Federal em seguida, com 10.725 casos graves da doença. Já Roraima aparece com apenas 7 casos graves da doença no estado.

O Painel do MS mostra, ainda, que os casos prováveis de dengue no país se concentram na faixa etária de 20 a 29 anos – em que foram registrados 649.599 casos em 2024. 

Dengue: chegada do verão e chuvas intensas associadas aumentam proliferação do mosquito transmissor

Em relação às demais arboviroses, em 2024, foram notificados 264.970 casos prováveis e 210 óbitos confirmados por chikungunya; 6.417 casos prováveis e nenhuma morte por Zika; 9.563 casos confirmados e dois óbitos por oropouche. 

Ações do governo federal

No início de 2024 foi realizada uma pesquisa inédita divulgada pela Genial/Quaest, que mostrou que 4 em cada 10 brasileiros achavam que o governo federal não estava fazendo o possível para combater a dengue. O levantamento foi realizado entre 25 e 27 de fevereiro, baseado em 2 mil entrevistas.

O estudo apontou que 40% não estavam satisfeitos com o desempenho do governo no controle da epidemia. Já  55% avaliavam que administração estava fazendo o possível para combater a crise sanitária. O restante não soube responder ou não respondeu.

Na avaliação do infectologista Julival Ribeiro, em 2024 faltaram campanhas de conscientização pelo governo para prevenir um aumento expressivo do número de casos. Para o especialista, as campanhas de conscientização têm papel importante para mostrar as medidas de prevenção para a sociedade e conter o avanço da doença.

“É muito importante quando a gente tem uma doença tipo dengue, que sejam feitas campanhas de comunicação para prevenção e conscientização sobre a dengue, quer no que tange, por exemplo, ao monitoramento para ver como está a expansão dos mosquitos, mostrando quais são as medidas preventivas para a sociedade, e campanhas também em relação à vacinação. Então, na minha visão, houve essas falhas dentro do governo federal”, afirma Julival.

“Acho que faltaram, sobretudo, um esforço coletivo para que não chegássemos a tantos casos de dengue aqui no Brasil. Acho que serve de lição para todos nós”, completa o infectologista.

Julival enfatiza que a melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti com ações do tipo: eliminar água parada, que pode se tornar em criadouro, por exemplo, em vasos de plantas e pneus. “É muito importante se ter por parte de toda a sociedade que cada um de nós somos responsáveis para adotar essas medidas para prevenir a dengue”, pontua. 

Ministério da Saúde 

Em setembro de 2024 o Ministério da Saúde (MS) lançou um plano de ação para redução dos impactos das arboviroses. De acordo com a pasta, o documento é baseado em evidências científicas atualizadas e novas tecnologias representando um pacto nacional para enfrentar tais doenças. 

Segundo a pasta, desde 2023 o MS está “em constante acompanhamento do cenário epidemiológico das arboviroses, preparando estados e municípios para atuar nos diferentes cenários que se apresentaram, emitindo alertas sobre a possibilidade de alta no número de casos e liberando recursos para ações de prevenção e controle”.

O Ministério da Saúde destinou R$ 1,5 bilhão para o controle da dengue no ciclo 2024/2025, o que representa um aumento de 50% em relação ao período anterior.

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