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Os desperdícios de água que ocorrem no processo de abastecimento e distribuição podem impactar negativamente nos cofres públicos e no atendimento à população. Um levantamento do Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados revela que o país pode arrecadar R$ 40 bilhões até 2034 com a redução dessas perdas.
Pensando em como o governo pode trabalhar essas perdas, a secretária executiva da Frente Parlamentar Mista do Saneamento Básico Beatriz Nóbrega destaca a participação da iniciativa privada como um dos vetores para permitir que tudo que foi desejado e estabelecido como meta seja alcançado.
“Principalmente do ponto de vista de atração de investimentos e aporte de recurso, que são necessários tanto para a gente desenvolver a manutenção dos sistemas como também para novas infraestruturas, para a expansão dos serviços, para desenvolvimento e internalizar novas tecnologias que são capazes de aumentar a eficiência e a qualidade da prestação dos serviços e do cumprimento dos contratos e daquilo que fornece saúde e qualidade de vida para a população”, observa.
Segundo o estudo, antes de chegar às residências, 37,78% da água tratada é desperdiçada, sendo que o nível aceitável de perdas – definido pela Portaria 490/2021, do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) – indica que para um município contar com um grau de excelência deve ter no máximo 25% em perdas na distribuição.
O estado de São Paulo, por exemplo, conseguiria atender 2.390.337 habitantes com a redução de perdas de água. O número equivale a 1.377 piscinas olímpicas, de acordo com a pesquisa. Bahia, Pernambuco, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Amazonas também estão entre os estados que mais seriam beneficiados.
Se o Brasil diminuir dos atuais 37,78% para os 25% previstos pela Portaria 490/2021, o volume economizado seria da ordem de 1,3 bilhão de m3. Dados da pesquisa mostram que seria o equivalente ao consumo médio do recurso de aproximadamente 22 milhões de brasileiros. A população potencialmente atendida é calculada considerando-se somente as perdas físicas e sua redução até a meta de 25%.
Na opinião da presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, o volume de perdas é um indicador chave que reflete diretamente nas qualidades de gestão e operação. Para ela, com um plano estruturado de redução de perdas, investimentos contínuos, priorizando o tema na agenda pública e com ações estratégicas constantes, é possível atingir a meta estabelecida pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
“A gente estaria aí investindo aproximadamente 20 bilhões de reais para reduzir perdas e teria um ganho de 40 bilhões de reais. Isso sem contar em todo ganho ambiental que vem ao longo desse processo de redução de perdas. Quando a gente olha os cases de sucesso de redução de perdas nos últimos cinco anos, a gente vê que é possível reduzir perdas”, avalia.
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