No Brasil, mais de 174 milhões de pessoas moram em áreas com características urbanas. Desse total, quase 120 milhões, ou seja, 68,8%, residem em cidades com vias sem rampas para cadeirantes. Os dados foram divulgados recentemente pelo IBGE e se referem ao Censo 2022.
Mato Grosso do Sul é a unidade da federação brasileira com o maior percentual de pessoas residentes que dispõem de vias com existência desta infraestrutura. A taxa chega a 41,1%. De acordo com o levantamento, o Paraná aparece na sequência, com 37,3%.
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Já em terceiro no ranking está o Distrito Federal, com 30,4%. O menor percentual foi registrado no Amazonas, apenas 5,6%, acompanhado de Pernambuco e Maranhão, com 6,2% e 6,4%, respectivamente.
Situação por município
Já entre os municípios, um dos destaques é para Maringá. Entre os entes com mais de 100 mil habitantes, a cidade paranaense aparece com 77,3% de seus habitantes com acesso a vias com rampas para cadeirantes. Já Itapevi, em São Paulo, registra a menor taxa, com 1,3% de seus moradores nesta situação.
UF |
Rampa para cadeirante (%) |
Via sinalizada para bicicleta (%) |
Calçada / Passeio (%) |
Obstáculo na calçada - Não existe (%) |
Mato Grosso do Sul |
41,1 |
1,1 |
84,1 |
23,4 |
Paraná |
37,3 |
1,9 |
88,1 |
26,8 |
Distrito Federal |
30,4 |
4,1 |
92,9 |
20,9 |
Mato Grosso |
22,4 |
1,4 |
82,7 |
27,4 |
Rio Grande do Sul |
20,2 |
1,5 |
82 |
28,7 |
Santa Catarina |
19,9 |
5,2 |
78,1 |
26,3 |
Sergipe |
17,4 |
2,3 |
90,3 |
12 |
Goiás |
16,9 |
0,9 |
92,6 |
21,1 |
Espírito Santo |
16,6 |
2,5 |
79 |
16,7 |
Roraima |
15,5 |
1,3 |
60,3 |
19,5 |
Brasil |
15,2 |
1,9 |
84 |
18,8 |
Amapá |
14,8 |
3,1 |
57,1 |
11,1 |
São Paulo |
14,8 |
2,2 |
91,6 |
25,5 |
Minas Gerais |
14,2 |
0,9 |
90,3 |
15,3 |
Rio Grande do Norte |
14,1 |
0,9 |
86,7 |
10,8 |
Tocantins |
13,3 |
0,6 |
84,7 |
11,8 |
Rondônia |
12,7 |
1 |
68,8 |
11,9 |
Alagoas |
12,0 |
0,9 |
85,6 |
11,7 |
Rio de Janeiro |
12,0 |
2,5 |
79,4 |
19,2 |
Acre |
10,2 |
2,9 |
72 |
5,6 |
Paraíba |
9,2 |
1,5 |
85,3 |
10 |
Bahia |
8,9 |
1,3 |
74,4 |
12,9 |
Piauí |
8,4 |
1,5 |
83,1 |
4,9 |
Ceará |
7,1 |
3,2 |
85 |
10,8 |
Pará |
7,0 |
2,1 |
64,8 |
8,8 |
Maranhão |
6,4 |
0,5 |
77,1 |
4,6 |
Pernambuco |
6,2 |
1,8 |
71,2 |
8,5 |
Amazonas |
5,6 |
0,5 |
73,8 |
7,5 |
Fonte: IBGE - Censo Demográfico |
Calçadas livres de obstáculos
As informações revelam, ainda, que 32,8 milhões de pessoas residem em cidades com vias calçadas livres de obstáculos. Esse número corresponde a 18,8% do total da pesquisa. Nesse caso, as menores taxas foram notadas no Maranhão, que conta com 4,7%; no Piauí, com 4,9%; e no Acre, com 5,6%. Os destaques positivos, por sua vez, foram para o Rio Grande do Sul, com 28,7%, Mato Grosso, com 27,4% e São Paulo, com 25,5%.
Nesse aspecto, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, o destaque foi para Santos, em São Paulo. A cidade tem 64,5% dos moradores com acesso a vias com calçadas livres de obstáculos. Quanto às capitais, o melhor quadro registrado foi de Porto Alegre (RS) com 46,6%. No geral, o município maranhense de Bacabal tem o menor índice, com 1%.
Bueiro ou boca de lobo
Ainda de acordo com o estudo, a infraestrutura de drenagem representada pela presença do bueiro ou boca de lobo nas vias está presente para 53,7% dos moradores de todo o país, o que corresponde a 93,6 milhões de habitantes. Em 2010, esse percentual era de 39,3%, ou seja, 60,3 milhões de pessoas.
A unidade da federação com o maior percentual de moradores com acesso a essa infraestrutura é Santa Catarina, com 85,2%. Na sequência aparece o Paraná, com 83,4%. Na outra ponta estão os estados do Piauí (11,6%), do Rio Grande do Norte (19,2%) e do Ceará (20,9%).
Planaltina (GO) tem 6% de seus moradores com acesso a vias com bueiro ou boca de lobo. Trata-se do menor percentual para os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes.