Data de publicação: 23 de Outubro de 2024, 18:04h, Atualizado em: 23 de Outubro de 2024, 18:06h
“Será uma discussão intensa sobre as boas práticas de defesa civil para reduzir os riscos e os danos desses desastres para a população". A declaração do secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, sobre o próximo evento do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20 foi feita, nesta terça-feira (22), durante entrevista para o programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Em Belém, no Pará, o próximo encontro do GTRRD, coordenado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), começará no dia de 30 outubro. O foco do evento é a discussão dos principais problemas que o Brasil e as nações que compõem o G20 enfrentam diante das mudanças climáticas nos dias atuais, como chuvas intensas e secas severas.
Segundo o secretário Wolnei Wolff, o grupo se propõe a, além de discutir os problemas, apontar direções e soluções. "O objetivo é que os países membros do G20 possam adotar as ações para a redução do risco de desastres discutidas durante o encontro e que elas possam ser replicadas em outros países", afirmou.
Os riscos hidrológicos e geológicos, diretamente relacionados a inundações e deslizamentos, serão alguns dos temas abordados pelo grupo de trabalho. "Esses são os desastres que acometem a maior parte dos cidadãos, principalmente aqueles que estão em situação de vulnerabilidade, que moram perto de rios, córregos e encostas. Em época de chuvas intensas, essas populações ficam mais sujeitas a inundações e deslizamentos", destacou o secretário.
O Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20 adotou seis prioridades para orientar as ações brasileiras e as contribuições dos países membros. São elas:
1. Combater as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades;
2. Cobertura global dos sistemas de alerta precoce;
3. Infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;
4. Estratégias de Financiamento para Redução do Risco de Desastres;
5. Recuperação, Reabilitação e Reconstrução em Caso de Desastres;
6. Soluções baseadas na natureza.
Confira aqui como foi o primeiro encontro presencial do GTRRD no Rio de Janeiro.
Orçamento e cultura de prevenção
A prevenção a desastres no Brasil começou a ser discutida a partir de 2012, com a publicação da Lei 12.608 que instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC). "Antes, só se discutia a gestão do desastre. Foi a partir dessa lei que o Governo Federal passou a discutir a gestão dos riscos e conseguiu alocar recursos dentro do Orçamento para que fosse possível fazer ações de prevenção e combater tanto o risco geológico, como o hidrológico com grandes obras de macro e micro drenagem e contenções de encostas. Com o retorno do presidente Lula, conseguimos reestabelecer esses recursos e retomar as ações de prevenção no Brasil", disse Wolnei.
O secretário reafirmou que o trabalho da Defesa Civil Nacional se dá por meio de ações de preparação com as defesas civis estaduais e municipais a partir dos alertas e avisos de possíveis desastres. Para entrar em contato com as defesas civis em caso de emergências ou orientações, basta ligar 199.
Presidência do Brasil
Desde 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 e colocou na pauta prioridades como a reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.
A logomarca da presidência brasileira, com as cores das bandeiras dos países-membros, destaca o dinamismo e multilateralismo com que o Brasil aborda as questões mundiais.
Com o slogan “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, a atual presidência traz o compromisso e o desejo do Brasil em promover o desenvolvimento econômico e social global.
G20
O Grupo dos Vinte, o G20, nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global.
Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha papel importante nas grandes questões econômicas internacionais.
Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
A agenda do G20 inclui outros temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
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Fonte: MIDR