LOC.: Plástico, lixo doméstico, papel e até mesmo resíduos de construção civil. São apenas alguns exemplos de materiais que acabam sendo jogados no chão, em terrenos, praças entre outros locais a céu aberto. O descarte irregular de resíduos segue como um desafio para 43% das cidades brasileiras, que continuam destinando o lixo incorretamente. A última edição do Índice de Sustentabilidade da Limpeza urbana (ISLU) 2023, da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA) revela que nenhum município brasileiro se situa na faixa de pontuação mais alta.
De acordo com o presidente da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA), membro do conselho da ONU para temas de resíduos e sócio da S2F Partners, consultoria internacional de gestão de resíduos e economia circular, Carlos Silva Filho, o manejo dos resíduos sólidos urbanos é constituído pelas atividades de disponibilização e manutenção de infraestruturas operacionais.
TEC./SONORA: Carlos Silva, S2F
“É para uma destinação final adequada com a reciclagem, o tratamento, a recuperação dos resíduos sólidos potencialmente recuperáveis, recicláveis e disposição final ambientalmente adequada para os rejeitos. Mas ainda não conseguimos cumprir essa meta, estamos bastante distantes, ainda cerca de 40% dos resíduos no país têm destinação inadequada, contabilizando também aquilo que sequer é coletado, então precisamos realmente de ações para avançar, ações integradas, precisamos de uma política de estado..”
LOC.: Na tentativa de melhorar esse cenário, pesquisadores estão testando drone e Inteligência Artificial (IA) para monitorar o descarte ilegal de resíduos sólidos em áreas remotas. O projeto é do engenheiro Marcelo Musci, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ele explica que os drones, devido a sua mobilidade e alcance, permitem a visualização de resíduos sólidos urbanos em locais de difícil acesso. Já a IA ajuda na identificação desses resíduos de forma automática, permitindo assim, identificá-los de forma rápida. O advogado especialista em direito digital Mário Paiva acredita que, futuramente, outras atividades e funções também serão atingidas por essas novas tecnologias.
TEC./SONORA: Mário Paiva, advogado digital
“É possível hoje, por exemplo, você administrar uma plantação através de drones, através de colheitadeiras, em método à distância, ou seja, transformar a agricultura, transformar as atividades, principalmente nas áreas rurais e nas áreas do agronegócio, onde a tecnologia tem dominado e tem feito uma série de bem-feitorias em atividade do agronegócio, seja na administração de máquinas, colheita e drones para distribuição de inseticidas e distribuição também de grãos para a plantação de várias linhas de atividade em relação às plantações”
LOC.: Após o mapeamento feito por vídeo pelo drone o reconhecimento dos resíduos sólidos urbanos que se deseja identificar, é feita a marcação envolvendo os possíveis objetos de interesse, no caso em particular, lixo. Isso permite uma rápida identificação, georreferenciada (GPS), dos locais de interesse.
Reportagem, Lívia Azevedo