Data de publicação: 18 de Julho de 2023, 14:30h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:30h
O aspartame ainda gera dúvidas sobre o consumo. Muitas pessoas ficam preocupadas em utilizar por não saber se é perigoso para a saúde. A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, diz que tudo que é consumido em exagero gera riscos. “As pessoas acham que porque um produto é light ou diet pode ser consumido de forma exagerada, mas você tem risco em tudo o que se consome em exagero”, avalia.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou resultados de um estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês) e pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (JECFA, na sigla em inglês) que classificaram o adoçante como possivelmente cancerígeno para humanos, mas consideraram aceitável o limite atual de ingestão diária de 40 mg/kg de acordo com o peso corporal.
Para a especialista, é mais um sinal de alerta para o uso em excesso do produto. “Não existe uma recomendação formal do uso dos adoçantes, você pode, sim, orientar os pacientes, principalmente diabéticos, a utilizar o adoçante como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar, mas sempre com parcimônia, com equilíbrio. Às vezes, a gente vê as pessoas espremendo os adoçantes em gotas, caindo várias gotas quando você deveria colocar 3 ou 4 gotinhas. Não adianta consumir o adoçante se eu uso de forma exagerada”, ressalta.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou nota recomendando que a população evite o consumo do adoçante, após ser incluído pela OMS em uma lista de substâncias “possivelmente cancerígenas”. O Inca analisou o histórico das evidências científicas relativas ao uso de aspartame e concluiu que a população deve deixar de lado o produto e optar por uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e limitada em ultraprocessados.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que, até o momento, não há alteração do perfil de segurança para o consumo do aspartame, mas informa que seguirá acompanhando atentamente os avanços da ciência a respeito do tema. A agência reguladora ressalta que já estão em discussão alternativas para melhorar as regras para a declaração dos edulcorantes (substâncias que proporcionam gosto doce) e de outros aditivos alimentares na lista de ingredientes. Além dos chamados requisitos de legibilidade, que irão permitir que o consumidor identifique com mais facilidade a presença dessas substâncias nos alimentos.
O que é o aspartame?
A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, explica que o aspartame é um adoçante artificial geralmente recomendado para pessoas que têm dificuldade de metabolizar o açúcar, como os diabéticos. “O adoçante é utilizado como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar”, indica.
Segundo a Anvisa, o aspartame consegue adoçar 200 vezes mais do que o açúcar tradicional, e é encontrado principalmente na indústria de bebidas e alimentos declarados de baixa caloria. Na prática, é um aditivo alimentar com as funções de edulcorante e de realçador de sabor.