LOC.: O setor agropecuário fechou o mês de novembro de 2024 com um saldo negativo de quase 30 mil postos de trabalho. De acordo com levantamento feito pela Confederação Nacional de Municípios, a CNM, o resultado veio após cerca de 179 mil contratações e aproximadamente 209 mil demissões.
Para a entidade, o desempenho foi puxado, sobretudo, pela queda nas atividades agrícolas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que registraram maior número de desligamentos. O presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo, Carlos Eduardo Oliveira Jr., dá mais detalhes sobre esses fatores.
TEC./SONORA: Carlos Eduardo Oliveira Jr., presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo
“A desaceleração em atividades agrícolas tradicionais, como cultivo de soja, de cana de açúcar, no Sudeste e Centro-Oeste, que são grandes empregadoras, foi uma das principais razões para essa queda. Essas atividades são frequentemente sujeitas a fatores climáticas adversos, oscilação nos preços internacionais de commodities, e custo elevado de produção. Outro ponto é o uso da tecnologia.”
LOC.: Entre os mais de 4.600 entes locais com movimentação no mercado de trabalho agropecuário, 1.854 apresentaram crescimento e 2.426 contaram com diminuição no número de vagas. Ainda segundo Oliveira Jr., essas perdas afetam, principalmente, municípios menores, com pouca diversidade de atividades econômicas.
TEC./SONORA: Carlos Eduardo Oliveira Jr., presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo
“Além disso, você tem os resultados que refletem desafios estruturais que podem comprometer a competitividade do agro, no longo prazo.”
LOC.: Quase todas as regiões do país tiveram perdas na quantidade de postos de trabalho. A exceção é o Sul do Brasil, que teve um saldo positivo de 4,8 mil vagas. Por outro lado, o Sudeste contou com a maior queda, com um saldo negativo de 17,7 mil vagas.
Entre os estados, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina se destacam com os resultados positivos. As duas unidades da federação tiveram respectivos saldos de 2,8 mil e 2 mil vagas. Em contrapartida, São Paulo registrou a maior perda de vagas no mês analisado, com um recuo de 13,4 mil.
Reportagem, Marquezan Araújo