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Mais de 45 mil pacientes aguardam por um transplante de órgãos no Brasil. O dado é do Ministério da Saúde. No Distrito Federal, 914 pessoas fazem parte da lista de espera. A maioria delas (61%) aguarda por um rim. Já 32,7% aguardam por córneas. A demanda restante é por coração e fígado.
Já as estatísticas dos transplantes têm se mostrado estáveis em todo país. No primeiro semestre deste ano, foram realizados 13.263 transplantes. A quantidade pouco variou em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram feitos 13.291 procedimentos do tipo. Ainda segundo o ministério, o DF foi uma das 10 UFs que apresentaram crescimento no número de transplantes.
E tais números poderiam ser maiores, se mais famílias de pacientes com morte encefálica autorizassem a doação. No Brasil, quatro entre 10 famílias não autorizam o procedimento. No DF, 36% dos familiares optam por não realizar a doação. A coordenadora da Central de Transplantes do Distrito Federal, Joseane Vasconcellos, relata o porquê.
“Dois dos motivos mais comuns são o desconhecimento se o familiar falecido tinha ou não interesse em doar os órgãos e o tempo prolongado entre a autorização para a doação e a retirada dos órgãos”, relata.
O economista aposentado Edilon de Oliveira, de 65 anos, sabe bem a importância da doação de um órgão. O morador do Guará II teve uma doença grave no fígado, chamada cirrose criptogênica. Quem o salvou foi a própria filha, a Loryne de Oliveira, de 28 anos.
“Em função deste gesto de amor, de carinho e respeito pela vida que ela teve por mim, estou vivo hoje. (Ela) Teve a coragem de deitar em uma maca para salvar a minha vida. Este é um gesto que não tem como mensurar valor”, afirma.
Para Loryne, o sentimento de gratidão é mútuo, pois se sente “privilegiada” em ter salvo a vida do pai.
“Não são todos os filhos que têm a oportunidade de fazer alguma coisa neste sentido. Me sinto privilegiada em poder fazer isso, ajudar e estar presente neste momento tão essencial para a manutenção da vida do meu pai”, conta.
O transplante de órgãos pode ser única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação, assim como foi para o Edilon. Por isto, é preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar um órgão.
Pela legislação brasileira, a única maneira de garantir efetivamente que a vontade do doador seja cumprida é por meio da autorização dos familiares que possuem o conhecimento do desejo de doar do parente falecido. Por isso, a informação e o diálogo são fundamentais, segundo o Ministério da Saúde.
Em razão disso tudo, a orientação das autoridades de saúde é de que a pessoa que deseja ser doador de órgãos e tecidos comunique sua vontade aos seus familiares. Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Clique nos pontos verdes e confira as centrais de transplante de cada estado.
No Instituto Hospital de Base e no Hospital Universitário de Brasília são feitos os procedimentos para rim e córnea. Conveniado à Secretaria de Saúde, o Instituto de Cardiologia do DF (ICDF) faz mais procedimentos, incluindo coração, rim, fígado, córnea e medula óssea. O telefone da Central de Transplantes do Distrito Federal é o (61) 3550-8823. Repetindo (61) 3550-8823.
A vida continua. Doe órgãos, converse com sua família. Para mais informações, acesse: http://saude.gov.br/doacaodeorgaos.
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