Até agosto de 2023, foram realizados no Distrito Federal, 213 transplantes de córnea e 93 de rim, representando um aumento em relação ao mesmo período de 2022, quando foram contabilizados um total de 501 transplantes entre órgãos, medula óssea e córnea. O transplante renal teve o maior crescimento, de 64 para 93 procedimentos. Além disso, em 2023, ocorreram 21 transplantes de coração, 81 de fígado e 135 de medula.
Isabela Pereira Rodrigues, enfermeira chefe do Banco de Órgãos e Tecidos do DF, explica que como o tecido ocular não necessita de compatibilidade, a doação de córneas tem uma abrangência e uma possibilidade de ter o maior número de doadores de córneas e, portanto, aumenta o número de transplantes.
“O rim, considerando também ser órgão duplo, ele é também elevado o seu número de transplantes, porque ele pode ajudar dois receptores diferentes, apesar de que a doação de órgãos já demanda outras especificidades, que é a necessidade da compatibilidade, não só sanguínea, mas de outros aspectos genéticos também”, explica.
A enfermeira afirma que em 2022 o Brasil teve 17 doadores efetivos por unidade de milhão de habitantes. “No Distrito Federal, nós tivemos um total de doadores efetivos de 14,2 por milhão de população. Em 2023, no primeiro semestre, o Brasil já obteve 19 doadores efetivos por unidade de milhão de habitantes e o DF já alcançou 9,2 por milhão de pessoas”, avalia.
Isabela destaca que houve um aumento na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes ao longo dos últimos dois anos. Em 2022, a lista contabilizava 54.172 pacientes aguardando por um órgão ou tecido. Já no primeiro semestre de 2023, esse número subiu para 58.522 em todo Brasil. No Distrito Federal, a lista também aumentou. Enquanto em 2022 havia 537 pacientes cadastrados na lista de espera, no primeiro semestre de 2023 esse número praticamente dobrou, chegando a 1.083 pacientes aguardando por um órgão ou tecido.
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Rim, fígado, coração, pâncreas, pulmão e córnea. A lista de transplantes no país tem hoje 66 mil pacientes à espera de algum ou mais de um desses órgãos. Pessoas que dependem da doação e do esclarecimento de outros para continuarem vivendo, ou tendo mais qualidade de vida.
O transplante de órgãos no Brasil hoje só acontece quando a família do doador permite a doação, como explica a coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde, Daniela Salomão..
“A doação no Brasil hoje é do modelo consentido. Ou seja, você só é doador se sua família autorizar o consentimento da doação. Então, no momento do nosso falecimento, a família é entrevistada e opta ou não pela autorização da doação. E é a única forma de nos tornarmos doadores hoje.”
Por isso, o “setembro verde” é o mês dedicado à conscientização da doação. Para que a informação chegue ao maior número de pessoas e essa fila, que ultrapassa os 66 mil, possa diminuir. Mas não é só a vontade de doar que decide o futuro de um transplante. Há critérios como: compatibilidade sanguínea, tipo físico e até a distância entre doador e paciente podem definir quem receberá um órgão doado.
De acordo com o levantamento diário feito pelo Ministério da Saúde, até o dia 21 de setembro deste ano, 37.281 pessoas esperavam por um rim no Brasil. O estado de São Paulo lidera com mais pacientes, 19.658. Por outro lado, também é o órgão mais transplantado, foram 4.206 cirurgias desse tipo só em 2023.
A médica nefrologista e especialista em transplante renal Rubia Boaretto, de Cascavel, no Paraná, explica as principais causas da falência renal — motivo que leva as pessoas à diálise e que tem o transplante como solução — na maioria dos casos.
“Doenças como diabetes de hipertensão — que podem ser tratadas — mas passam muito tempo sem diagnóstico e manejo correto, levando à perda do órgão. Além da falta de informação a respeito das doenças renais, que passam assintomáticas. E o fato de a população estar envelhecendo, esse tempo de acometimento que lesam o rim é cada vez maior. E o envelhecimento, por si só, contribui para a doença renal.”
Segundo a médica, “as chances de uma vida normal após o transplante são de 100%. Há uma recuperação na qualidade de vida exponencial e as taxas de mortalidade são muito menores quando se transplanta em comparação com os pacientes que ficam na diálise — seja na hemodiálise ou na diálise peritoneal.”
O paciente transplantado ainda consegue ter melhorias em:
Em 2021, a cantora brasiliense Simone Ribeiro, na época com 51 anos, usava lentes de contato para corrigir uma grave miopia. Como costumava dormir com as lentes e não fazia a higiene correta, acabou pegando uma bactéria e — em poucos dias — desenvolveu uma úlcera na córnea que culminou na perda da visão.
Foram vários meses de tratamento com antibióticos fortíssimos, até que a lesão fosse curada e ela pudesse, então, entrar na fila do transplante para ter uma chance de voltar a enxergar. Em novembro do ano passado, Simone foi inscrita na lista e, desde então, espera pelo órgão.
“A minha expectativa é que eu não tenha rejeição e que eu consiga enxergar pelo menos 80% do olho direito, já que hoje não enxergo nada dele.”
Segundo a médica oftalmologista do hospital CBV de Brasília Fabiola Gavioli, apesar da maior parte dos transplantes serem bem sucedidos e devolver a visão ao paciente enxertado, ainda existe um índice de rejeição.
“A córnea é um tecido, por isso ela traz consigo algumas informações genéticas do doador. E ela tem um índice de rejeição de 15%, considerado um índice pequeno. Como não tem sangue, é um índice de rejeição menor que outros órgãos, como fígado e rins, por exemplo.”
Hoje, 245 pessoas estão na frente de Simone na lista para receber o órgão. Segundo ela, todos os exames pré-operatórios já foram feitos, mas ela imagina que só deve receber o novo órgão dentro de um ano. E teme ficar sem enxergar também do olho sadio, já que o grau é alto e tende a aumentar ainda mais com o avançar da idade.
“Eu parei de trabalhar na música porque não estava enxergando as letras. Hoje eu só enxergo com o olho esquerdo, mas ele está com uma lente de 10 graus e o médico falou que a tendência é aumentar, devido à minha idade.”
A lista de espera por uma córnea soma 25.945 pessoas. Segundo a oftalmologista Fabíola Gavioli, para doar a córnea não é necessário ter compatibilidade sanguínea, de idade, física, “porque o que a gente leva em consideração é a avaliação do tecido, a quantidade de células, a vitalidade que ela tem.”
“Eu posso ter uma córnea jovem, mas que já está bastante comprometida no momento da doação, ou posso ter uma córnea de 60 anos, mas que está ótima. É legal isso da córnea justamente porque a quantidade de pessoas que podem ser doadoras é muito maior.”
Além disso, um doador pode beneficiar dois pacientes. Apesar da maior facilidade na doação nesse órgão, de acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), entre 2019 e 2022, o número de pacientes aguardando o órgão duplicou, passando de 12.212 para 24.319.
Segundo a oftalmologista, a pandemia agravou esse aumento, já que “durante todo o ano de 2020 ficamos sem receber o órgão e sem fazer as cirurgias, porque sabíamos muito pouco sobre a COVID.”
O Ministério da Saúde confirma que a pandemia atrasou a fila de doação e de cirurgias de transplantes, mas segundo a coordenadora-geral do SNT, tudo já foi normalizado.
“A pandemia impactou negativamente no número de doadores por conta de a maioria dos pacientes que estavam em UTIs, estavam lá por causa da Covid. E como naquele momento não se entendia direito a forma de contágio, por isso o paciente com Covid não podia ser doador — o que gerou uma diminuição do número de possibilidades de doação.”
De janeiro até hoje, segundo o Ministério da Saúde, foram feitas 11.274 cirurgias de transplante de córnea no Brasil, a maioria, 4.230 no estado de São Paulo.
No ano passado, a campanha Junho Vermelho somou mais de 59 mil doações em duas unidades de captação
Com o objetivo de abastecer os estoques de sangue da Rede Estadual de Hemocentros (Rede Hemo) em Goiânia e outros oito municípios no estado de Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) promove a campanha Junho Vermelho. A iniciativa busca ampliar a participação da população para um ato de solidariedade e destaca a importância do dia 14 de junho, Dia Mundial do Doador de Sangue.
No ano passado, a quantidade de doações nestas unidades somou 59.242. Durante os primeiros quatro meses deste ano, já foram registradas 19.585 doações. O hematologista e hemoterapeuta associado da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Denys Fujimoto destaca a importância da doação de sangue, pois segundo ele, a transfusão de sangue é uma prática terapêutica muito utilizada nos hospitais para o tratamento de diversos tipos de pacientes.
“Então assim, não só a parte do sangue dos glóbulos vermelhos, mas também é muito importante a doação de sangue para obtenção de outros componentes do sangue, como plasma que ajuda muitos pacientes que têm problemas de coagulação de sangue, que tem tendência a sangramento, hemorragia e pacientes que tem plaquetas baixas”, explica.
A Rede Hemo também possui filiais em Catalão, Ceres, Formosa, Iporá, Jataí, Rio Verde, Porangatu e Quirinópolis. Também possui mais duas instituições em Goiânia, o Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG).
Goiânia
Hemocentro Coordenador (Hemogo) – Avenida Anhanguera, 5.195, Setor Coimbra (agendamento: 0800 642 0457)
Hugol – Av. Anhanguera, 14.527, Setor Santos Dumont – (62) 3270-6661
HGG – Avenida Anhanguera, 6.479, Setor Oeste – (62) 3209-9952
Catalão
Rua Osório Vieira Leite, nº 78, Bairro São João – (64) 3441-4013
Ceres
Rua 29, nº 576, Centro – (62) 3323-2538
Rio Verde
Rua Augusta de Bastos c/ Rua Luiz de Bastos, nº 395, Centro – (64) 3622-6171
Jataí
Rua Joaquim Caetano c/ Rua Caçu, s/n, Bairro Divino Espírito Santo – (64) 3632-8778
Formosa
Av. Maestro João Luiz do Espírito Santo, nº 450, qd. B, lt. 11, Parque Laguna 2 – (61) 3642-3418
Iporá
Av. São Paulo, nº 351, Bairro Mato Grosso – (64) 3603-7294
Porangatu
Rua 4, esquina com Rua 7, lt. 13, s/n, Bairro Planalto – (62) 3362-5140
Quirinópolis
Rua Júlio Borges, nº 48, Centro – (64) 3651-6699
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O Brasil é referência mundial em transplante de órgãos, já que possui o maior programa público do planeta direcionado às cirurgias, que são gratuitas e garantidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na outra ponta, porém, está o lado fraco da corda: o número de doadores. Antes da pandemia da Covid-19, a cada um milhão de brasileiros, 18 eram doadores. Com a questão do vírus, o índice caiu para 16 pmp (doadores por milhão da população). Isso fez aumentar ainda mais a fila de pessoas que esperam pelo gesto que pode garantir a vida. Em 2019, a fila de espera por órgãos estava em aproximadamente 38 mil pessoas. Hoje, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantados (ABTx), o número aumentou cerca de 30%.
“Hoje, no País, nós temos mais de 48 mil pessoas na fila, são praticamente 50 mil pessoas na fila esperando por um órgão, uma doação”, destaca Edson Arakaki, presidente da Associação. “Essa é a grande necessidade. E muitas dessas pessoas na fila podem vir a falecer. Quem aguarda um transplante de pulmão ou de coração não consegue ficar na fila muito tempo.”
O médico ressalta que o grande problema é a doação em si, já que muitos fatores acabam diminuindo as cirurgias e aumentando a espera dos pacientes, algo que piorou durante a pandemia.
“Entre os vários fatores de não doação a gente tem, por exemplo, uma negativa familiar ainda grande e o reporte da morte encefálica pelas UTIs, que ainda é uma subnotificação. Temos ainda a falta de recurso humano para chegar em todos os locais, de uma equipe que poderia fazer uma entrevista familiar na doação. Então, são vários os fatores que contribuem para o aumento da fila”, explica Edson.
Patrícia Jung, 45 anos, moradora de Estrela (RS), passou por esse problema, principalmente porque descobriu que tinha a doença policística hepatorrenal e precisava de um duplo transplante, fígado e rim. A enfermeira conta que enfrentou momentos complicados até finalmente conseguir a doação e iniciar uma nova vida.
“A gente precisa passar por isso para descobrir que o transplante não é morte, como as pessoas associam, transplante é vida. Toda família, quando opta pela doação de órgãos de uma pessoa querida, num momento de muita tristeza, na mente dela há a consciência de que ela vai renascer em outra pessoa. Porque é assim que eu me sinto. O transplante, pra mim, foi um renascimento.”
Patrícia explica que infelizmente esse assunto não é debatido pelas famílias com antecedência e a questão da doação só aparece, muitas vezes, quando a morte encefálica do doador é notificada, o que torna tudo mais complicado, já que é um momento delicado para a família, que por lei é quem decide pela doação ou não. A enfermeira aponta que hoje já é comum as pessoas conversarem com bastante antecedência sobre como deve ser realizado o funeral e ressalta que a questão da doação deveria ser tão comum quanto, o que ajudaria a diminuir ou até mesmo acabar com a fila de espera.
“A gente tem de falar sobre doação para desmistificar o assunto. A gente precisa tocar nesse assunto, assim como a cremação. Você quer ser cremado? Enterrado? O que você quer? E as pessoas tratam isso com certa naturalidade, sendo que era tabu até um tempo atrás. E a doação tem de ser trazida justamente para essas conversas”, alerta a transplantada.
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Segundo o Ministério da Saúde, foram realizados 9.235 transplantes de órgãos em 2019. As cirurgias nos dois anos posteriores, no entanto, foram afetadas pela pandemia. Em 2020, foram realizados 7.453 transplantes, e no ano passado, 7.425.
Segundo dados da Pasta, o Brasil contava com 18,1 pmp (doadores por milhão da população) em 2019 e o número caiu para 15,8 em dezembro de 2020. Isso em uma gama de cerca de 50 potenciais doadores a cada milhão de pessoas.
Edson Arakaki explica que o Brasil é apenas o 26º em número de doações de órgãos, mas tem potencial para ser um dos principais, ao lado de Espanha e Estados Unidos, que possuem mais de 30 pmp na população. O médico ressalta que aqui mesmo encontramos bons exemplos que poderiam ser seguidos. “Tem alguns estados no Brasil, como Santa Catarina, Paraná, que esse número chega a ser de 30 por milhão, número equivalente ao da Espanha. A luta é chegar a pelo menos 20, porque aí poderemos baixar bastante a fila”, destaca.
Segundo a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote), o estudo científico mais recente publicado mostrou que o total de transplantados no mundo caiu 16% em consequência da pandemia. O Brasil teve redução de 29%. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o principal motivo do declínio nesse período tem relação com o aumento de 44% na taxa de contraindicação, em virtude do risco de transmissão do coronavírus ou pela dificuldade encontrada para realizar a testagem em alguns momentos durante a pandemia.
A ABTO ressalta que a desinformação e os tabus são os principais inimigos da doação de órgãos no Brasil, ato que pode salvar e melhorar a vida de milhares de pessoas todos os anos.
Em vida, é possível, com as compatibilidades necessárias, doar rim, parcialmente o pâncreas, parte do fígado e do pulmão, em situações excepcionais. Já de doadores não vivos podem ser obtidos rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado, intestino, entre outros.
Para ser doador de órgãos no Brasil, é preciso comunicar a família, pois somente parentes podem autorizar a doação. A doação de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais, ou em vida. Um único doador pode salvar mais de dez pessoas doando órgãos e tecidos, como córneas, coração, fígado, pulmão, rins, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem. Além de avisar a família, o interessado na doação de órgãos pode fazer o cadastro no site da Adote.
De acordo com a Adote, o doador em vida deve ter mais de 21 anos e boas condições de saúde. A doação ocorre somente se o transplante não comprometer suas aptidões vitais. Rim, medula óssea e parte do fígado ou pulmão podem ser doados entre cônjuges ou parentes de até quarto grau com compatibilidade sanguínea. No caso de não familiares, a doação só ocorre mediante autorização judicial.
Em se tratando da doação de medula óssea, o interessado precisa ter entre 18 e 35 anos e pode ir a um Hemocentro (segundo o Ministério da Saúde, são 137 em vários estados do Brasil), coletar uma amostra de sangue (apenas 10 ml), preencher os dados cadastrais e se colocar à disposição para ser chamado no caso de surgir um receptor compatível.
No Brasil, a quantidade de doadores de sangue corresponde a 1,6% da população do país e está dentro dos parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar disso, o Ministério da Saúde pede que a prática continue, mesmo neste período de pandemia.
O apelo é feito porque, no momento, pessoas com anemias crônicas, acidentes que causam hemorragias, complicações decorrentes da dengue, febre amarela, e tratamento de câncer, por exemplo, continuam precisando de sangue para o tratamento.
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O Ministério da Saúde garante que a doação de sangue é segura e não gera nenhum risco para as pessoas que vão doar. Atualmente, o país conta com 32 hemocentros públicos. Cada estado conta com pelo menos um, bem como outras instituições que recebem doadores de sangue e ajudam a manter os serviços de saúde abastecidos.
Para manter a segurança dos doadores, todos os serviços estão disponíveis com condições para lavagem de mãos, uso de antissépticos e acolhimento que minimizem a exposição e o aglomerado de pessoas. Além disso, os hemocentros têm intensificado os cuidados com a higienização das áreas, instrumentos e superfícies.
No Brasil, podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos, que pesam, no mínimo, 50 quilos e estão em bom estado de saúde. Para os menores de 18 anos é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos.
No Amazonas, oito potenciais receptores fazem parte da lista de espera estadual.
Doar órgãos pode salvar a vida de quem espera por um transplante. Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. No Amazonas, oito potenciais receptores fazem parte da lista de espera estadual.
Esses pacientes aguardam por transplante de córneas, o único procedimento realizado no estado. Os pacientes que precisam de TX de órgãos, como rins, fígado, pâncreas, coração e pulmão são encaminhados para outras Unidades da Federação por meio de TFD (Tratamento Fora de Domicilio) onde são inscritos.
O coordenador da Central Estadual de Transplantes do Amazonas, Marcos Lins de Albuquerque, relata que as maiores demandas dos pacientes do estado são para transplantes de rim, fígado e coração. A secretaria estadual de Saúde negocia o credenciamento do Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte para a realização de transplantes renais.
E o estado tem o desafio de diminuir a taxa de recusa familiar. Seis em cada 10 famílias amazonenses (63%) se recusam a doar órgãos de parentes com morte encefálica. Esse fator, na avaliação de Marcos Lins de Albuquerque, influencia diretamente no número de transplantes.
“Hoje, indicações de transplante estão aumentando, por ser um método efetivo. Então, a porta de entrada está aumentando, ou seja, vários novos doentes estão precisando de transplante, Mas a escassez de órgãos continua a ser um gargalo.”
Fabíola de Almeida Cordeiro Pinto, de 30 anos, precisou fazer transplante de córnea, após um ceratocone ter rompido o tecido. A engenheira moradora de Manaus faz um apelo para que todos se conscientizem em prol da doação de órgãos.
“Graças a Deus, todos nós temos dois olhos. Por mais que estivesse com um olho ruim, eu tinha o outro bom que me permitiu, por exemplo, tirar a primeira habilitação, concluir uma faculdade... Mas, e se fosse um coração, um fígado, órgãos vitais que não podem ser substituídos e viver só com um?”
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
Se você vive no estado e quer saber como ser um doador ou tirar dúvidas, acesse o site doeorgaos.am.gov.br, ou ligue para o número (92)3643-6340. Repetindo: (92)3643-6340. A Central de Transplantes fica no endereço Av. André Araujo nº 701, Bairro Aleixo, e funciona 24 horas.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral pelo SUS, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
De janeiro a junho deste ano, 137 transplantes de córnea e 37 de rim foram realizados.
O número de transplantes realizados em hospitais paraenses registrou uma pequena queda. De janeiro a junho deste ano, 137 transplantes de córnea e 37 de rim foram realizados. No mesmo período de 2018, 195 pacientes receberam córnea e 44 transplantaram rim. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde.
Uma das razões para a diminuição é a recusa familiar. Quarenta por cento das famílias brasileiras não autorizam a doação de órgãos de parentes com morte encefálica.
Atualmente, 1,3 mil possíveis receptores do estado compõem a lista de espera para transplantes: 392 esperam por um rim e 982 por córnea. Os hospitais locais realizam apenas esses dois procedimentos. Os pacientes que precisam de outros órgãos, como fígado, pâncreas, coração e pulmão, são encaminhados para outras Unidades da Federação por meio de TFD (Tratamento Fora de Domicílio) onde são inscritos e o transplante é feito pelo programa de Tratamento Fora de Domicílio.
O morador de Belém Kattiniz Barbosa, de 33 anos, tomou a decisão, juntamente com a esposa, de doar os órgãos do filho falecido. O gerente de transportes explica a decisão.
“Começamos a perceber, de fato, como foi importante, naquele momento de sofrimento, a gente ter autorizado a doação. Quantas pessoas aquele ato pode salvar. Depois de um ano, consegui falar alguma coisa sobre o que a gente fez e ter contato com pessoas que foram beneficiadas pelo ato que a gente tinha feito.”
O filho de Kattiniz é um exemplo de doador falecido. Este tipo de doador pode ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Neste caso, é importante que o desejo de doar os órgãos seja compartilhado com a família.
O outro tipo de doador é o vivo. Este pode doar um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Por lei apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Pará, Maria Ierecê Miranda de Carvalho, defende a conscientização das pessoas em prol da doação de órgãos.
“Frente às recusas, é preciso trabalhar a informação e a sensibilização. Às vezes, a pessoa também tem a informação, mas não está sensibilizada. Então, levamos um depoimento de alguém que já transplantou ou o depoimento de alguma família que doou, e conseguimos fazer essa sensibilização.”
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
Os hospitais que realizam transplantes em Belém são: o Hospital Universitário Betina Ferro, a Clínica Cynthia Charone, o Hospital Ophir Loyola e o Hospital Saúde da Mulher. No interior, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, e o Hospital Regional do Araguaia, em Redenção, realizam transplantes de rim.
Para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos e outras informações, a Central de Transplantes atende pelos telefones (91) 3244-9692, 3223-8168 e 98115-2941 que atende de plantão e pelo WhatsApp. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
Mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante de órgão no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. No Rio de Janeiro, mais de 1.380 pacientes compõem a lista de espera. O grupo também é formado por aqueles que aguardam por um novo tecido, como a córnea. Para este tipo de procedimento, inclusive, é que há a maior demanda no estado, com 712 pessoas à espera.
A lista dos que aguardam por um transplante conta com 468 pacientes que precisam de um rim, 171 de um novo fígado, 21 de coração e 11 de pâncreas e rim. Os números são referentes ao primeiro semestre de 2019.
O ato de doar um órgão significa dar uma nova chance de vida a alguém. Quem recebe essa doação tem a chance de um recomeço. Foi o que aconteceu, por exemplo, com Roberto da Silva Sales, administrador de empresas, de 41 anos. Ele teve um ataque de pressão alta que afetou os rins. Depois de três anos e mais de 500 sessões de hemodiálise, recebeu um rim do próprio pai. Roberto conta que o sentimento pelo gesto é de gratidão.
“Após o transplante, que foi um sucesso, a minha vida decolou. Vida nova com o transplante. Não há gesto mais humano, não há gesto com tanta demonstração de amor como esse, não há nada que possa mostrar a gratidão por esse gesto.”
O pai de Roberto foi um doador vivo. Esse tipo de doador pode doar, em vida, um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Por lei, apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores vivos sem necessidade de autorização judicial.
Existe, no entanto, o doador falecido, que pode ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE), ou Acidente Vascular Cerebral. Neste caso, é necessário que a família autorize o procedimento.
No Brasil, 40% das famílias se recusam a doar órgãos de parentes falecidos. O coordenador da Central Estadual de Transplante do Rio de Janeiro, Gabriel Teixeira, explica que as razões para isso são inúmeras, mas que a falta de conhecimento sobre o processo de doação é o principal fator.
“Os motivos de recusa são os mais variados possíveis: desconhecimento da vontade do falecido, algumas famílias por motivos religiosos, outras por descontentamento com o atendimento, outras aguardando um milagre. Os motivos são os mais variados. Agora, talvez todos eles tenham em comum, algum ponto de desconhecimento sobre o tema. Depois de entender o benefício, quase a totalidade das pessoas poderiam ser doadoras se tivessem informações prévias ou melhores sobre o tema.”
Se você vive no estado e quer saber como ser um doador, basta procurar a Central Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro, localizada na capital Fluminense, Av. Padre Leonel Franca, 248, na Gávea ou pelo telefone: (21) 2333-7550. Repetindo: (21) 2333-7550.
Para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos e outras informações, as pessoas podem ligar no Disque Transplante, 155, ou acessar o site doemaisvida.com.br. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
Nos seis primeiros meses deste ano, 1.082 pessoas receberam novos órgãos e tecidos.
O número de transplantes de órgãos registrou um recuo de 5% em Pernambuco. O dado é da Secretaria Estadual de Saúde e se refere à comparação das quantidades de procedimentos realizados nos primeiros semestres de 2019 e 2018. Nos seis primeiros meses deste ano, 1.082 pessoas receberam novos órgãos e tecidos. No mesmo período do ano passado, o total desse tipo de cirurgia foi de 1.139.
Segundo o Ministério da Saúde, 1.295 pacientes compõem a lista de espera no estado. A maior demanda com 1.031 pessoas na lista, é por rim. Em seguida, aparecem 94 pacientes que precisam de um fígado, 148 de córneas e 12 que esperam por pâncreas rim.
O transplante pode ser a única esperança de um recomeço para aqueles que precisam. Este foi o caso do pequeno Mathews Rodrigues, de três anos. Quando a criança tinha apenas um aninho, foi diagnosticada com atresia biliar, condição de saúde que demandava um transplante de fígado. O doador foi o pai, o técnico em enfermagem Moisés Rodrigues de Souza, de 42 anos, morador do Recife.
“Esperamos um ano para conseguir fazer o transplante. Neste tempo, tive que me preparar, perder peso, parar de fumar, estar com os exames cardíacos ‘ok’. E, depois do transplante, a sensação foi de alívio: a pressão que existia sobre eu ser doador, estar com saúde, sobre o meu filho ter saúde após o transplante... Então, a sensação foi maravilhosa e, hoje, colhemos a saúde dele”, conta.
O Moisés foi um doador ‘vivo’. Esse tipo de doador pode doar, em vida, um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Por lei, apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores.
Já o doador falecido pode ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Neste caso, é fundamental que o desejo em doar órgãos seja compartilhado com parentes e pessoas próximas. Isso porque, no Brasil, 40% das famílias dos possíveis doadores não autorizam o procedimento. Parte delas por desconhecerem a vontade do parente.
A coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Noemy Gomes, ressalta a importância da doação de órgãos.
“A doação de órgãos é um ato que salva vidas. É capaz de transformar certidões de óbito em certidões de nascimento, porque permite que pessoas condenadas à morte recebam a oportunidade de continuar vivendo. Qualquer um de nós pode passar por isso, porque as doenças que levam a necessidade de um transplante estão no nosso dia a dia. E se isso acontecer com a gente? Qual seria a nossa resposta? ‘Sim’ ou ‘não’ à doação?”, questiona.
Em Pernambuco, a retirada dos órgãos doados é realizada no Hospital onde se encontra o doador. Os transplantes de órgãos sólidos são feitos pelo SUS, em hospitais credenciados pelo Ministério da Saúde. Os principais são: Real Hospital Português, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Hospital Osvaldo Cruz e Jayme da Fonte.
Para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos e outras informações, o telefone do plantão 24 horas é o (81) 3412.0205. Repetindo: (81) 3412.0205. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: http://saude.gov.br/doacaodeorgaos.
Trezentos e setenta e três pacientes aguardam um transplante de córnea, 232 por rim e um por fígado.
Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante de órgão no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Os dados revelam ainda que, somente em Goiás, 606 potenciais receptores estão na lista de espera. Trezentos e setenta e três pacientes aguardam um transplante de córnea, 232 por rim e um por fígado.
Quem precisou passar por esse procedimento acredita que teve uma segunda chance de continuar a levar a vida normalmente. Esse é o sentimento de Laina Maria Borges, moradora de Catalão, município localizado a 260 quilômetros de Goiânia. Há nove anos, ela teve um problema de saúde e precisou passar por uma cirurgia de transplante de rim. A dona de casa de 38 anos, conta que a doação do órgão foi feita pela irmã mais velha.
“Ainda existe família que não tem essa consciência de doar os órgãos de um ente querido que falece. Eu sou uma experiência viva que deu certo, que está dando certo, graças a Deus. Se não fosse a minha irmã, talvez eu estivesse até hoje numa lista de transplante, aguardando órgão. Graças a Deus e a ela, hoje eu sou uma nova pessoa.”
A irmã de Laina é um exemplo de doador vivo. Mas, vale lembrar que o transplante de alguns órgãos pode ser feito por alguém que já faleceu. Neste caso, é necessária a autorização dos familiares. No entanto, isso é algo que não acontece com frequência. Na média nacional, quatro em cada dez famílias dos possíveis doadores dizem ‘não’ à doação. Para mudar essa realidade, é importante comunicar aos parentes e pessoas próximas a vontade em ser um doador.
Na avaliação da gerente da Central Estadual de Transplantes de Goiás, Katiúscia Freitas, um dos fatores que contribui para esse número é a falta de conhecimento sobre a importância da doação de órgãos.
“É o receio, o medo, os mitos, a falta de informação que faz com que essa recusa ainda seja tão elevada. A campanha é essa, o desafio é esse: conscientizar as pessoas da importância de conversar em vida sobre a doação de órgãos, porque isso faz toda uma diferença.”
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
O país é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante, financiados pela rede pública de saúde.
A Central de Transplantes de Goiás localizada na Avenida Vereador José Monteiro, nº 1665, Setor Negrão de Lima, em Goiânia funciona 24 horas e o telefone para contato é (62) 3201-6720. Repetindo: (62) 3201-6720. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
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