Aos oito meses de idade, João Gabriel já enfrenta uma luta pela vida. Ele tem Atresia Biliar e sofre com infecções no fígado. Mesmo após ter passado por operação para tratar a doença, o bebê precisa de um transplante do órgão. Há dois meses, veio a boa notícia: o pai do pequeno é compatível e pode doar parte do próprio fígado. Agora, os dois passam por exames pré-operatórios. A mãe da criança, a enfermeira cearense Maria Carina Dantas, de 29 anos, relata a apreensão pela qual toda família passa.
“Estamos muito ansiosos e apreensivos para chegar logo esse transplante, porque é a vida dele... Para ele melhorar. Pois, a cada dia que passa, ele fica mais debilitado, a situação se agrava mais”, afirma.
Milhares de pacientes vivem a mesma angústia da família do João. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 45 mil possíveis receptores compõem a lista de espera, no país. A maioria aguarda por transplante de rim (29 mil) e fígado (1,8 mil). Há, ainda, demanda por pulmão, pâncreas, coração e intestino, e para tecidos como as córneas.
A professora Simone Oliveira, de 43 anos, enfrentou o drama da espera por duas vezes. A moradora de São Luís (MA) recebeu metade do fígado da própria irmã. Mas o órgão transplantado foi comprometido por uma trombose e ela precisou de um novo transplante. Para a “sorte” de Simone, um doador compatível foi identificado e o procedimento foi realizado. “Doar órgãos é fundamental para salvar vidas de crianças, de mulheres, de homens, idosos, de pessoas que ainda podem viver. Esta conscientização tem que ser permanente. Tive a sorte de não esperar tanto e de que tinha alguém para doar. Mas tem pessoas que aguardam há anos e acabam morrendo”, avalia.
O número de transplantes poderia ser maior, se mais familiares de pacientes com morte encefálica autorizassem a doação. No Brasil, quatro entre 10 famílias recusam o procedimento. O relato de profissionais da área é de que ainda há o desconhecimento se o familiar falecido tinha ou não interesse em doar. Outro fator que impede mais operações é o tempo prolongado entre a autorização e a retirada dos órgãos. Por isso, o diálogo entre as famílias sobre o desejo de ser doador é fundamental.
O médico do Núcleo de Organização de Procura de Órgãos da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal, Weber de Almeida, explica que os órgãos de apenas um doador podem ser aproveitados por mais de cinco receptores. “Ilumina a vida dos receptores. Para quem recebe – que iria ter uma condição de vida péssima ou até morrer – representa a salvação", diz.
Para doar, não é necessário registro em qualquer documento ou em cartório. Basta informar o desejo aos familiares. Já as doações entre pessoas vivas são autorizadas somente para cônjuge ou parentes até 4º grau – pais, irmãos, netos, avós, tios, sobrinhos e primos.
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203.
No país, os pacientes recebem assistência integral pelo SUS, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante.
A vida continua. Doe órgãos, converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
No Amazonas, oito potenciais receptores fazem parte da lista de espera estadual.
Doar órgãos pode salvar a vida de quem espera por um transplante. Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. No Amazonas, oito potenciais receptores fazem parte da lista de espera estadual.
Esses pacientes aguardam por transplante de córneas, o único procedimento realizado no estado. Os pacientes que precisam de TX de órgãos, como rins, fígado, pâncreas, coração e pulmão são encaminhados para outras Unidades da Federação por meio de TFD (Tratamento Fora de Domicilio) onde são inscritos.
O coordenador da Central Estadual de Transplantes do Amazonas, Marcos Lins de Albuquerque, relata que as maiores demandas dos pacientes do estado são para transplantes de rim, fígado e coração. A secretaria estadual de Saúde negocia o credenciamento do Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte para a realização de transplantes renais.
E o estado tem o desafio de diminuir a taxa de recusa familiar. Seis em cada 10 famílias amazonenses (63%) se recusam a doar órgãos de parentes com morte encefálica. Esse fator, na avaliação de Marcos Lins de Albuquerque, influencia diretamente no número de transplantes.
“Hoje, indicações de transplante estão aumentando, por ser um método efetivo. Então, a porta de entrada está aumentando, ou seja, vários novos doentes estão precisando de transplante, Mas a escassez de órgãos continua a ser um gargalo.”
Fabíola de Almeida Cordeiro Pinto, de 30 anos, precisou fazer transplante de córnea, após um ceratocone ter rompido o tecido. A engenheira moradora de Manaus faz um apelo para que todos se conscientizem em prol da doação de órgãos.
“Graças a Deus, todos nós temos dois olhos. Por mais que estivesse com um olho ruim, eu tinha o outro bom que me permitiu, por exemplo, tirar a primeira habilitação, concluir uma faculdade... Mas, e se fosse um coração, um fígado, órgãos vitais que não podem ser substituídos e viver só com um?”
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
Se você vive no estado e quer saber como ser um doador ou tirar dúvidas, acesse o site doeorgaos.am.gov.br, ou ligue para o número (92)3643-6340. Repetindo: (92)3643-6340. A Central de Transplantes fica no endereço Av. André Araujo nº 701, Bairro Aleixo, e funciona 24 horas.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral pelo SUS, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
De janeiro a junho deste ano, 137 transplantes de córnea e 37 de rim foram realizados.
O número de transplantes realizados em hospitais paraenses registrou uma pequena queda. De janeiro a junho deste ano, 137 transplantes de córnea e 37 de rim foram realizados. No mesmo período de 2018, 195 pacientes receberam córnea e 44 transplantaram rim. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde.
Uma das razões para a diminuição é a recusa familiar. Quarenta por cento das famílias brasileiras não autorizam a doação de órgãos de parentes com morte encefálica.
Atualmente, 1,3 mil possíveis receptores do estado compõem a lista de espera para transplantes: 392 esperam por um rim e 982 por córnea. Os hospitais locais realizam apenas esses dois procedimentos. Os pacientes que precisam de outros órgãos, como fígado, pâncreas, coração e pulmão, são encaminhados para outras Unidades da Federação por meio de TFD (Tratamento Fora de Domicílio) onde são inscritos e o transplante é feito pelo programa de Tratamento Fora de Domicílio.
O morador de Belém Kattiniz Barbosa, de 33 anos, tomou a decisão, juntamente com a esposa, de doar os órgãos do filho falecido. O gerente de transportes explica a decisão.
“Começamos a perceber, de fato, como foi importante, naquele momento de sofrimento, a gente ter autorizado a doação. Quantas pessoas aquele ato pode salvar. Depois de um ano, consegui falar alguma coisa sobre o que a gente fez e ter contato com pessoas que foram beneficiadas pelo ato que a gente tinha feito.”
O filho de Kattiniz é um exemplo de doador falecido. Este tipo de doador pode ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Neste caso, é importante que o desejo de doar os órgãos seja compartilhado com a família.
O outro tipo de doador é o vivo. Este pode doar um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Por lei apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Pará, Maria Ierecê Miranda de Carvalho, defende a conscientização das pessoas em prol da doação de órgãos.
“Frente às recusas, é preciso trabalhar a informação e a sensibilização. Às vezes, a pessoa também tem a informação, mas não está sensibilizada. Então, levamos um depoimento de alguém que já transplantou ou o depoimento de alguma família que doou, e conseguimos fazer essa sensibilização.”
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
Os hospitais que realizam transplantes em Belém são: o Hospital Universitário Betina Ferro, a Clínica Cynthia Charone, o Hospital Ophir Loyola e o Hospital Saúde da Mulher. No interior, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, e o Hospital Regional do Araguaia, em Redenção, realizam transplantes de rim.
Para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos e outras informações, a Central de Transplantes atende pelos telefones (91) 3244-9692, 3223-8168 e 98115-2941 que atende de plantão e pelo WhatsApp. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
Mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante de órgão no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. No Rio de Janeiro, mais de 1.380 pacientes compõem a lista de espera. O grupo também é formado por aqueles que aguardam por um novo tecido, como a córnea. Para este tipo de procedimento, inclusive, é que há a maior demanda no estado, com 712 pessoas à espera.
A lista dos que aguardam por um transplante conta com 468 pacientes que precisam de um rim, 171 de um novo fígado, 21 de coração e 11 de pâncreas e rim. Os números são referentes ao primeiro semestre de 2019.
O ato de doar um órgão significa dar uma nova chance de vida a alguém. Quem recebe essa doação tem a chance de um recomeço. Foi o que aconteceu, por exemplo, com Roberto da Silva Sales, administrador de empresas, de 41 anos. Ele teve um ataque de pressão alta que afetou os rins. Depois de três anos e mais de 500 sessões de hemodiálise, recebeu um rim do próprio pai. Roberto conta que o sentimento pelo gesto é de gratidão.
“Após o transplante, que foi um sucesso, a minha vida decolou. Vida nova com o transplante. Não há gesto mais humano, não há gesto com tanta demonstração de amor como esse, não há nada que possa mostrar a gratidão por esse gesto.”
O pai de Roberto foi um doador vivo. Esse tipo de doador pode doar, em vida, um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Por lei, apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores vivos sem necessidade de autorização judicial.
Existe, no entanto, o doador falecido, que pode ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE), ou Acidente Vascular Cerebral. Neste caso, é necessário que a família autorize o procedimento.
No Brasil, 40% das famílias se recusam a doar órgãos de parentes falecidos. O coordenador da Central Estadual de Transplante do Rio de Janeiro, Gabriel Teixeira, explica que as razões para isso são inúmeras, mas que a falta de conhecimento sobre o processo de doação é o principal fator.
“Os motivos de recusa são os mais variados possíveis: desconhecimento da vontade do falecido, algumas famílias por motivos religiosos, outras por descontentamento com o atendimento, outras aguardando um milagre. Os motivos são os mais variados. Agora, talvez todos eles tenham em comum, algum ponto de desconhecimento sobre o tema. Depois de entender o benefício, quase a totalidade das pessoas poderiam ser doadoras se tivessem informações prévias ou melhores sobre o tema.”
Se você vive no estado e quer saber como ser um doador, basta procurar a Central Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro, localizada na capital Fluminense, Av. Padre Leonel Franca, 248, na Gávea ou pelo telefone: (21) 2333-7550. Repetindo: (21) 2333-7550.
Para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos e outras informações, as pessoas podem ligar no Disque Transplante, 155, ou acessar o site doemaisvida.com.br. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
A doação de órgãos é um ato que pode representar recomeço e esperança para milhares de pessoas.
A doação de órgãos é um ato que pode representar recomeço e esperança para milhares de pessoas. O médico Álvaro Moreira, de 58 anos, sabe bem disso, pois é um exemplo de alguém que teve uma segunda chance. Morador de Paraíso do Tocantins, cidade a 75 km de Palmas, ele recebeu um novo fígado há dez meses. O órgão veio no dia 31 de dezembro, na virada de ano de 2018 para 2019.
A máxima “ano novo, vida nova” resume bem o sentimento de Álvaro.“A gente parece que vai nas nuvens, é muito boa aquela sensação. Às quatro horas da manhã me ligaram, tinha passado a noite em uma festa de fim de ano. Um jovem faleceu em uma cidade de São Paulo, em Praia Grande, de 21 anos. Eu agradeço a Deus e a ele todos os dias",conta.
Álvaro contraiu Hepatite B exercendo a profissão. O agravamento da doença gerou 12 tumores cancerígenos no fígado e o levou até a lista de espera para o transplante, no ano passado. Após ficar entre a vida e a morte, o médico reforça a importância de se tornar um doador.
“Eu recomendaria que as pessoas doassem, porque, de qualquer jeito, quando esse órgão morrer ele vai desaparecer. Ele ficando em um ser humano, vai ficar vivo, e a pessoa vai ficar agradecida para o resto da vida. Espero que as pessoas se solidarizem um com os outros para serem doadores, ajudar as pessoas que estão sofrendo a continuarem a viver”, explica.
Segundo a Central de Transplantes de Tocantins, até setembro deste ano, 60 pacientes aguardavam na lista de espera para o transplante de córneas, único tipo de cirurgia realizada no estado. Pacientes que necessitam de transplantes para outros órgãos são encaminhados para estados mais próximos. Em todo o país, mais de 45 mil pessoas esperam por esse tipo de cirurgia, segundo o Ministério da Saúde.
Existem dois tipos de doadores de órgãos: o vivo, que pode doar um dos rins, parte do fígado, do pulmão ou da medula óssea sem prejudicar a própria saúde - e o doador falecido, pessoas que tiveram morte encefálica, vítimas de traumatismo craniano ou de um derrame cerebral (AVC).
Após a morte cerebral, um fator é decisivo para que pacientes da lista de espera tenham uma segunda chance, assim como Álvaro: a autorização dos familiares para a doação dos órgãos. Na média nacional, quatro em cada dez famílias dos possíveis doadores dizem ‘não’ à doação.
No Tocantins, essa taxa de recusa é de 50%. Esse é o principal fator que impede a diminuição da lista no estado. Esse fato, segundo a coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Tocantins, Suziane Aguiar, eleva a importância do diálogo entre quem deseja doar órgãos e os familiares. “Aquelas pessoas que são doadoras se manifestem em vida, para familiares, amigos, e que nos ajude também a divulgar essa informação, não só na identidade, e sim que converse com a família porque ela que é detentora dessa decisão. A doação não beneficia apenas aquele que fez o transplante, mas toda uma família que está envolvida no cuidado daquele paciente, ressalta”
O Brasil é referência mundial na área e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o país são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante, financiados pela rede pública de saúde.
Se você vive no estado e quer saber como ser um doador, basta procurar a Central Estadual de Transplantes, localizada em Palmas, quadra 103 norte, alameda 05, ou pelo telefone: 0800 642 0484. Repetindo: (63) 0800 642 0484.Todo o processo de doação de órgãos no Brasil é transparente e embasado por leis para que os familiares tomem uma decisão livre e segura antes de autorizar o transplante. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
Nos seis primeiros meses deste ano, 1.082 pessoas receberam novos órgãos e tecidos.
O número de transplantes de órgãos registrou um recuo de 5% em Pernambuco. O dado é da Secretaria Estadual de Saúde e se refere à comparação das quantidades de procedimentos realizados nos primeiros semestres de 2019 e 2018. Nos seis primeiros meses deste ano, 1.082 pessoas receberam novos órgãos e tecidos. No mesmo período do ano passado, o total desse tipo de cirurgia foi de 1.139.
Segundo o Ministério da Saúde, 1.295 pacientes compõem a lista de espera no estado. A maior demanda com 1.031 pessoas na lista, é por rim. Em seguida, aparecem 94 pacientes que precisam de um fígado, 148 de córneas e 12 que esperam por pâncreas rim.
O transplante pode ser a única esperança de um recomeço para aqueles que precisam. Este foi o caso do pequeno Mathews Rodrigues, de três anos. Quando a criança tinha apenas um aninho, foi diagnosticada com atresia biliar, condição de saúde que demandava um transplante de fígado. O doador foi o pai, o técnico em enfermagem Moisés Rodrigues de Souza, de 42 anos, morador do Recife.
“Esperamos um ano para conseguir fazer o transplante. Neste tempo, tive que me preparar, perder peso, parar de fumar, estar com os exames cardíacos ‘ok’. E, depois do transplante, a sensação foi de alívio: a pressão que existia sobre eu ser doador, estar com saúde, sobre o meu filho ter saúde após o transplante... Então, a sensação foi maravilhosa e, hoje, colhemos a saúde dele”, conta.
O Moisés foi um doador ‘vivo’. Esse tipo de doador pode doar, em vida, um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Por lei, apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores.
Já o doador falecido pode ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Neste caso, é fundamental que o desejo em doar órgãos seja compartilhado com parentes e pessoas próximas. Isso porque, no Brasil, 40% das famílias dos possíveis doadores não autorizam o procedimento. Parte delas por desconhecerem a vontade do parente.
A coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Noemy Gomes, ressalta a importância da doação de órgãos.
“A doação de órgãos é um ato que salva vidas. É capaz de transformar certidões de óbito em certidões de nascimento, porque permite que pessoas condenadas à morte recebam a oportunidade de continuar vivendo. Qualquer um de nós pode passar por isso, porque as doenças que levam a necessidade de um transplante estão no nosso dia a dia. E se isso acontecer com a gente? Qual seria a nossa resposta? ‘Sim’ ou ‘não’ à doação?”, questiona.
Em Pernambuco, a retirada dos órgãos doados é realizada no Hospital onde se encontra o doador. Os transplantes de órgãos sólidos são feitos pelo SUS, em hospitais credenciados pelo Ministério da Saúde. Os principais são: Real Hospital Português, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Hospital Osvaldo Cruz e Jayme da Fonte.
Para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos e outras informações, o telefone do plantão 24 horas é o (81) 3412.0205. Repetindo: (81) 3412.0205. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: http://saude.gov.br/doacaodeorgaos.
A doação de órgãos leva esperança a quem está na lista de espera por um transplante. Para muitos deles, receber um novo órgão é renascer. Essa foi a experiência vivida pela Cícera dos Santos, de 46 anos. Após cinco anos de saúde debilitada e sessões semanais de hemodiálise, a moradora de Aracaju teve um rim transplantado. O doador foi o próprio irmão. Hoje, os dois levam o que a Cícera chama de ‘uma vida normal’. Para que mais histórias como a dela se repitam, a manicure pede aos optantes pela doação que se orientem e tornem pública tal vontade.
“Procurem mais informação sobre a doação. [Saibam que] Os órgãos doados vão ‘bater’ em outras pessoas... Vai bater o coração. Doar órgãos é deixar outras pessoas vivas”, declara.
Entre os órgãos que podem ser doados, estão coração, pulmão, rim, fígado e pâncreas. Há também a possibilidade de doar tecidos, como as córneas, tecidos musculoesqueléticos, valvas e pele. Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
O país tem o desafio de diminuir a taxa de recusas familiares à doação de órgão. Quarenta por cento dos familiares não autorizam doar órgão de parentes com morte cerebral. Em Sergipe, esse índice chega a 78%, segundo a Central de Transplantes do estado.
Diante desse contexto, o coordenador da central, Benito Oliveira, reforça a necessidade da conversa entre os possíveis doadores e famílias.“Qualquer pessoa pode precisar de um transplante. Posso doar hoje e alguém da minha família, alguém que eu amo, pode receber de alguém que doou. A doação não é só um ato de amor, mas de cidadania, porque restabelece a qualidade de vida de uma pessoa que está sofrendo muito”, afirma.
A maior demanda dos pacientes do estado é para o transplante de rim, segundo o gestor. Atualmente, são 1,3 mil sergipanos em diálise. Deste número, entre 600 e 650 devem necessitar de um transplante, estima Oliveira. Há, também, grande demanda por transplante de fígado. Como o estado não realiza o procedimento para esses dois órgãos, os receptores são encaminhados para outras Unidades da Federação.
Sergipe possui equipe e estabelecimento habilitado para realizar apenas o transplante de córnea. Em 2018, fizeram 210 procedimentos do tipo. Neste ano, até o momento, 175 sergipanos receberam o tecido.
Na tentativa de levar mais conhecimento sobre a doação de órgãos, a central sergipana desenvolve projetos de conscientização e formação. Um deles é o ‘Educar para doar’, realizado nas escolas, com adolescentes. Outro projeto é o “Dando que se recebe”, feito em postos de saúde e hospitais, para preparar os profissionais de saúde para o conhecimento sobre o processo e acolhimento familiar. Além disso, o estado conta com uma Organização de Procura de Órgãos (OPO), que desenvolve cursos de capacitação para profissionais e entrevista familiar para reduzir o número de recusa familiar.
No estado, a unidade de referência é o Hospital de Urgência de Sergipe, que atende alta complexidade e cirurgias neurológicas. O Hospital Universitário de Aracaju está sendo capacitado para realizar o transplante renal. A expectativa é que procedimentos do tipo sejam realizados em 2020.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante, financiados pela rede pública de saúde.
A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
A doação de órgãos é um ato que pode garantir a vida de pessoas que aguardam na lista, à espera de um transplante. Para muitos, a esperança se torna maior quando o doador vem da própria família. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Francimara da Costa Lima, de 28 anos. A professora que mora em Nova Parnamirim, no Rio Grande do Norte, doou 30% do fígado para a filha Rebeca, de dois anos e oito meses.
Toda a luta começou quando a criança tinha um mês e vinte dias de nascida. A pequena apresentou sintomas como pele e olhos amarelos, prurido e coceiras. Ficou internada por um tempo e, quando completou um ano, foi para São Paulo, onde o estado de saúde se agravou. Depois de muitos exames, Rebeca foi diagnosticada com uma doença genética rara.
A única saída para a filha de Francimara era passar por uma cirurgia de transplante de fígado. A mãe não pensou duas vezes e ofereceu parte do órgão para a pequena Rebeca, que reagiu bem ao procedimento. Depois de viver toda a angústia e ver a filha sã e salva, a mensagem deixada por Francimara é a de que a doação de órgãos é um gesto importante, que pode garantir vidas.
“Só quando nós estamos dentro da situação, é que realmente sabemos o quanto é importante. Depois de tudo isso que eu passei, que eu vivi, dou muita importância, incentivo às pessoas que estão ao meu redor. Chamo também as pessoas para se conscientizarem, porque um órgão (doador) salva até oito vidas. É muito! É uma coisa maravilhosa você poder dar a oportunidade de vida a outros", avalia.
Entre os órgãos que podem ser doados, estão coração, pulmão, rim, fígado e pâncreas. Há também a possibilidade de doar tecidos, como as córneas. Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. No Rio Grande do Norte, 48% das famílias se recusam a doar órgãos de parentes falecidos.
Por enquanto, o estado realiza, apenas, transplantes de rins, córnea e medula óssea. A diretora da Central de Transplantes do Rio Grande do Norte, Raissa Medeiros, explica que a lista de espera para receber um rim conta com 210 pessoas, enquanto na de córnea, há 232 pacientes. Os órgãos que são doados no estado são enviados para outros locais por meio da Central Nacional de Transplantes. “Os outros órgãos são captados normalmente aqui no estado. E, apesar de transplantarmos pouco aqui, conseguimos ajudar outras pessoas em todo o país”, diz.
No Rio Grande do Norte, a unidade de referência em captação de órgãos é o Hospital de Trauma Walfredo Gurgel. Para transplante de rim e córnea, os interessados podem procurar o Hospital Universitário Onofre Lopes, que atende pelo SUS, e o Hospital do Coração, que atende pela rede de convênios. Todas estão localizadas em Natal. O transplante de córnea também é realizado em algumas clínicas da capital.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante, financiados pela rede pública de saúde. A vida continua. Doe órgãos, converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
No estado, são realizados apenas transplantes de córnea.
A doação de órgãos representa um recomeço aos que aguardam na lista de espera por um transplante. A história da dona de casa mato-grossense Danielle da Costa, de 34 anos, e da filha Ana Caroline, de 16 anos, ilustra bem isso. A jovem está na lista de espera por um fígado há dois anos, quando foi diagnosticada com uma doença autoimune que afetou o funcionamento do órgão. Desde então, mãe e filha vivem a agonia da espera, em uma rotina entre Mato Grosso e São Paulo.
Sem familiares compatíveis para a doação e a falta de cirurgias de transplante de fígado no estado natal, as duas estão hospedadas em uma casa de apoio, na capital paulista. Até que um doador seja encontrado, Ana Caroline faz acompanhamento e exames diários, devido ao quadro emergencial que se encontra. Para a mãe Danielle, ver a filha aguardando por um novo órgão é “dolorido”.
“Essa espera é uma agonia. É muito difícil para quem está na fila (lista), esperando. Tenho muito medo. Eu sei que é um momento difícil, a família [do possível doador] está perdendo um ente querido, mas é uma vida que vai estar revivendo, nascendo de novo, porque, para mim, o transplante é renascimento. Então, seja um doador, não só pós morte, mas também em vida, pois isso faz muita diferença para quem está sofrendo.”
Coração, pulmão, rim, fígado e pâncreas são os órgãos que podem ser doados. Além de tecidos, como as córneas e ossos. Em Mato Grosso, são realizados apenas transplantes de córnea, no Hospital de Olhos, em Cuiabá. Os pacientes que necessitam de outro tipo de órgão, como a Ana Caroline, são encaminhados para a lista de espera em outros estados.
A coordenadora estadual da Central de Transplantes de Mato Grosso, Fabiana Regina de Sousa, afirma que a lista de espera atual para o transplante de córnea, no estado, reúne por volta de 310 pacientes, e que, por mês, são feitas de oito a 10 transplantes desse tipo, número insatisfatório para o estado.
Para a coordenadora, a recusa das famílias dos pacientes com morte encefálica em doar o órgão dificulta a realização do procedimento. Segundo a gestora, neste ano, a taxa de autorização familiar é igual ao índice brasileiro, de 60% (Ministério da Saúde). Por isso, a conscientização da população é muito importante para mudar tal realidade.
“Há mitos relacionados à doação. Um dos principais é o desconhecimento familiar de que o potencial doador tem o desejo de doar. A conversa entre as famílias possibilita manifestar o interesse da doação, deixar claro a posição, esclarecer dúvidas para que a família, no momento da perda, tenha segurança para decidir a favor da doação.”
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018, segundo o Ministério da Saúde. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
O país é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Se você deseja ser um doador de órgãos, converse com sua família e deixe bem claro o seu desejo de salvar a vida do próximo. Em caso de dúvidas entre em contato com a Central de Transplante de Mato Grosso pelo telefone: (65) 99983 5974. Repetindo: (65) 99983 5974. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
Trezentos e setenta e três pacientes aguardam um transplante de córnea, 232 por rim e um por fígado.
Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante de órgão no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Os dados revelam ainda que, somente em Goiás, 606 potenciais receptores estão na lista de espera. Trezentos e setenta e três pacientes aguardam um transplante de córnea, 232 por rim e um por fígado.
Quem precisou passar por esse procedimento acredita que teve uma segunda chance de continuar a levar a vida normalmente. Esse é o sentimento de Laina Maria Borges, moradora de Catalão, município localizado a 260 quilômetros de Goiânia. Há nove anos, ela teve um problema de saúde e precisou passar por uma cirurgia de transplante de rim. A dona de casa de 38 anos, conta que a doação do órgão foi feita pela irmã mais velha.
“Ainda existe família que não tem essa consciência de doar os órgãos de um ente querido que falece. Eu sou uma experiência viva que deu certo, que está dando certo, graças a Deus. Se não fosse a minha irmã, talvez eu estivesse até hoje numa lista de transplante, aguardando órgão. Graças a Deus e a ela, hoje eu sou uma nova pessoa.”
A irmã de Laina é um exemplo de doador vivo. Mas, vale lembrar que o transplante de alguns órgãos pode ser feito por alguém que já faleceu. Neste caso, é necessária a autorização dos familiares. No entanto, isso é algo que não acontece com frequência. Na média nacional, quatro em cada dez famílias dos possíveis doadores dizem ‘não’ à doação. Para mudar essa realidade, é importante comunicar aos parentes e pessoas próximas a vontade em ser um doador.
Na avaliação da gerente da Central Estadual de Transplantes de Goiás, Katiúscia Freitas, um dos fatores que contribui para esse número é a falta de conhecimento sobre a importância da doação de órgãos.
“É o receio, o medo, os mitos, a falta de informação que faz com que essa recusa ainda seja tão elevada. A campanha é essa, o desafio é esse: conscientizar as pessoas da importância de conversar em vida sobre a doação de órgãos, porque isso faz toda uma diferença.”
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
O país é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante, financiados pela rede pública de saúde.
A Central de Transplantes de Goiás localizada na Avenida Vereador José Monteiro, nº 1665, Setor Negrão de Lima, em Goiânia funciona 24 horas e o telefone para contato é (62) 3201-6720. Repetindo: (62) 3201-6720. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
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