A doença hepática pode ser causada por excesso de gordura no fígado, álcool, hepatites, tumores, doenças autoimunes, dentre outras. Nos casos mais graves, o funcionamento do fígado fica comprometido, definindo o quadro chamado de insuficiência hepática. Existem diversas medidas para controlar e aliviar os sintomas, e como já é de se imaginar, a alimentação tem um papel fundamental nesse processo.
Abaixo estão alguns pontos importantes a serem consideradas:
Ao adotar essas práticas alimentares saudáveis e equilibradas, você estará fornecendo ao seu fígado os nutrientes necessários para manter sua função ótima e promover a saúde geral do corpo.
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Ao todo, foram 6.766 procedimentos em 2023 — melhor resultado nos últimos dez anos
O Brasil realizou 6.766 transplantes no ano passado, entre janeiro e setembro. O transplante de rim lidera a lista dos procedimentos no país, com 4.514 cirurgias realizadas, o que representa 66,72% do total. De acordo com o Ministério da Saúde, o fígado é o segundo órgão mais transplantado, com 1.777 procedimentos, seguido do coração, com 323.
Na comparação com 2022 — quando foram realizadas 6.055 cirurgias — houve um aumento de quase 12%. No entanto, até o momento, 41.733 pessoas ainda estão na fila por um transplante — a maioria espera por um rim: 38.460. Do total, 24.510 são homens e 17.223 são mulheres.
O transplante de algum órgão precisa ser realizado quando acontece a falência dele. No caso do rim, quando há insuficiência renal crônica. A doença pode ter diversas causas, como explica a médica nefrologista e especialista em transplante renal, Rubia Boaretto.
“Doenças como diabetes de hipertensão — que podem ser tratadas — e que passam muito tempo sem diagnóstico e manejo correto, levando à perda do órgão, a falta de informação a respeito das doenças renais, que passam assintomáticas. E o fato de a população estar envelhecendo, esse tempo de acometimento que lesam o rim é cada vez maior. O envelhecimento, por si só, contribui para a doença renal”, avalia.
O professor de matemática Luiz Carlos de Domenico, de 74 anos, descobriu que precisava de um transplante de fígado em 2007 e esperou na fila por dois anos.
“Eu estava perdendo peso e um médico fez um exame e não estava bom, aí ele falou para mim: ou você está com problema no coração ou no fígado. Aí fui fazer uma ecografia e a médica disse: você vai ter que fazer um transplante. E eu falei tudo bem, vamos fazer, eu já tinha histórico de transplante na família, agora vou entrar na fila e esperar”, conta.
No caso de Domenico, diagnosticado com cirrose hepática, um dano nas células hepáticas que pode ter diversas causas, a única solução seria o transplante hepático. De acordo com ele, não é tão difícil conseguir a doação, mas o procedimento é um dos mais complicados.
Hoje, o professor vive uma vida saudável, com prática diária de atividade física, sem restrições e incentiva a doação de órgãos: “Eu faço campanha de doação, respeitando a opinião de cada um, claro, mas se a pessoa puder ser doadora, eu acho importante externar esse desejo em vida, avisar aos pais, filhos, irmãos”, ressalta.
Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a setembro do ano passado foram 3.060 doações, totalizando 17% a mais em comparação com 2022, quando foram 2.604.
Neste episódio o hepatologista, Daniel Mazo, fala sobre gordura no fígado
A esteatose hepática é o acúmulo de gordura no fígado que afeta entre 25 e 30% da população mundial. Ela geralmente não causa sintomas, por isso, muitas pessoas possuem e não sabem.
As principais causas incluem:
Nem todo mundo sabe, mas uma rotina com pouca atividade física e uma dieta hipercalórica, a obesidade e a diabetes são doenças que estão cada vez mais frequentes.
Quem tem gordura no fígado, a chamada doença hepática gordurosa não alcoólica, possui um risco maior de ter doenças cardiovasculares, como infarto e derrame, que são as principais causas de mortalidade no Brasil.
E é importante saber que a gordura no fígado aparece antes do infarto ou do derrame, funcionando como um sinal de alarme. Então, se você tem gordura no fígado, deve se preocupar também em prevenir as doenças cardiovasculares.
Isso acontece porque a hepatite gordurosa não alcoólica está associada com a síndrome metabólica, que é um conjunto de alterações composto pela obesidade, diabetes, elevação do colesterol e da pressão arterial.
Além disso, a gordura no fígado pode afetar diretamente o funcionamento do fígado, mas isso depende do paciente e da gravidade do caso. As pessoas podem ter gordura no fígado sem grandes complicações, a chamada esteatose simples, que é a mais comum. Mas também pode haver inflamação associada a esteato-hepatite e até mesmo a cicatriz no fígado, processo chamado de fibrose hepática. Já em casos mais graves, até mesmo a cirrose ou câncer podem se desenvolver por conta desse acúmulo de gordura.
Pessoas com vários componentes da síndrome metabólica, principalmente diabetes, obesidade, idosos, mulheres na menopausa e pessoas com alterações nos exames que avaliam o fígado, as enzimas hepáticas.
O diagnóstico de gordura no fígado é realizado por meio de exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética. Alguns exames de sangue também podem identificar a doença e indicar a necessidade de uma investigação mais aprofundada.
Se você possui fatores de risco, como obesidade, diabetes, colesterol alto, hipertensão ou ingere muita bebida alcoólica, é recomendado fazer uma avaliação do seu fígado, não deixe de procurar o médico.
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Neste episódio, o Hepatologista, Mário Guimarães Pessoa fala sobre hepatite alcoólica e cirrose
Você conhece alguém que ingere bebida alcoólica em excesso? Sabe o que o álcool pode fazer com seu fígado?
A hepatite alcoólica é uma inflamação que ocorre no fígado devido ao uso abusivo de álcool. Após muitos anos de inflamação, o tecido do fígado é substituído pela fibrose, o que pode levar à cirrose. O processo de metabolização do álcool que ingerimos ocorre no fígado, e tem como resultado a produção de algumas toxinas, que podem agredir o fígado levando a um processo de inflamação e cicatrização exacerbada, a fibrose hepática.
Ao longo de muitos anos de agressão ao fígado, essas cicatrizes substituem as células normais do fígado, e o resultado disso é um fígado com muitas cicatrizes e endurecido, a chamada cirrose.
É importante destacar que o fígado é uma órgão silencioso, e no início do processo inflamatório o paciente não costuma apresentar sintomas. Os principais sintomas da hepatite alcoólica grave incluem:
Não ocorrendo a parada da ingestão alcoólica, o caso do paciente vai evoluindo para cirrose e insuficiência do fígado, e nesses casos podem apresentar as complicações da cirrose que são:
Quando a cirrose se desenvolve, o fígado fica extremamente duro, dificultando a circulação do sangue por dentro dele. Quando isso ocorre, parte do sangue que iria passar por ele é desviado para outras veias menores, principalmente do estômago e do esôfago. O problema é que essas veias menores possuem paredes finas e podem romper, causando sangramento. Se o paciente rompe umas dessas varizes no esôfago, ele apresenta tosse com sangue e sangramento nas fezes.
Você deve procurar o médico para a avaliação correta, o diagnóstico da hepatite alcoólica é realizado por meio de exames de imagem e biópsia do fígado. A história clínica e entender o consumo de álcool do paciente e o exame físico pode ajudar.
O tratamento mais importante é a parada completa do consumo de bebidas alcoólicas, o que pode reverter parcial ou totalmente os danos causados pelo álcool. Sabemos que não é fácil para o dependente parar de beber, medicação, psicoterapia, apoio de grupos, uma orientação de um profissional especializado e até mesmo a internação podem ajudar nesse processo.
O segundo passo é a orientação da dieta corrigindo o déficit nutricional causado pelo álcool, de preferência com o acompanhamento de uma nutricionista. E em casos mais graves de hepatite alcoólica, o paciente necessita de internação hospitalar.
O consumo exagerado de álcool não causa apenas a hepatite aguda, crônica e cirrose no fígado, pode causar também outros problemas no fígado, por exemplo, em pacientes que têm hepatite B ou hepatite C, podem causar tumores de fígado. Além disso, pode estar associado a outros problemas como perda de memória, anemia, osteoporose, câncer e baixa imunidade.
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Aos oito meses de idade, João Gabriel já enfrenta uma luta pela vida. Ele tem Atresia Biliar e sofre com infecções no fígado. Mesmo após ter passado por operação para tratar a doença, o bebê precisa de um transplante do órgão. Há dois meses, veio a boa notícia: o pai do pequeno é compatível e pode doar parte do próprio fígado. Agora, os dois passam por exames pré-operatórios. A mãe da criança, a enfermeira cearense Maria Carina Dantas, de 29 anos, relata a apreensão pela qual toda família passa.
“Estamos muito ansiosos e apreensivos para chegar logo esse transplante, porque é a vida dele... Para ele melhorar. Pois, a cada dia que passa, ele fica mais debilitado, a situação se agrava mais”, afirma.
Milhares de pacientes vivem a mesma angústia da família do João. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 45 mil possíveis receptores compõem a lista de espera, no país. A maioria aguarda por transplante de rim (29 mil) e fígado (1,8 mil). Há, ainda, demanda por pulmão, pâncreas, coração e intestino, e para tecidos como as córneas.
A professora Simone Oliveira, de 43 anos, enfrentou o drama da espera por duas vezes. A moradora de São Luís (MA) recebeu metade do fígado da própria irmã. Mas o órgão transplantado foi comprometido por uma trombose e ela precisou de um novo transplante. Para a “sorte” de Simone, um doador compatível foi identificado e o procedimento foi realizado. “Doar órgãos é fundamental para salvar vidas de crianças, de mulheres, de homens, idosos, de pessoas que ainda podem viver. Esta conscientização tem que ser permanente. Tive a sorte de não esperar tanto e de que tinha alguém para doar. Mas tem pessoas que aguardam há anos e acabam morrendo”, avalia.
O número de transplantes poderia ser maior, se mais familiares de pacientes com morte encefálica autorizassem a doação. No Brasil, quatro entre 10 famílias recusam o procedimento. O relato de profissionais da área é de que ainda há o desconhecimento se o familiar falecido tinha ou não interesse em doar. Outro fator que impede mais operações é o tempo prolongado entre a autorização e a retirada dos órgãos. Por isso, o diálogo entre as famílias sobre o desejo de ser doador é fundamental.
O médico do Núcleo de Organização de Procura de Órgãos da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal, Weber de Almeida, explica que os órgãos de apenas um doador podem ser aproveitados por mais de cinco receptores. “Ilumina a vida dos receptores. Para quem recebe – que iria ter uma condição de vida péssima ou até morrer – representa a salvação", diz.
Para doar, não é necessário registro em qualquer documento ou em cartório. Basta informar o desejo aos familiares. Já as doações entre pessoas vivas são autorizadas somente para cônjuge ou parentes até 4º grau – pais, irmãos, netos, avós, tios, sobrinhos e primos.
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203.
No país, os pacientes recebem assistência integral pelo SUS, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante.
A vida continua. Doe órgãos, converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
De janeiro a junho deste ano, 137 transplantes de córnea e 37 de rim foram realizados.
O número de transplantes realizados em hospitais paraenses registrou uma pequena queda. De janeiro a junho deste ano, 137 transplantes de córnea e 37 de rim foram realizados. No mesmo período de 2018, 195 pacientes receberam córnea e 44 transplantaram rim. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde.
Uma das razões para a diminuição é a recusa familiar. Quarenta por cento das famílias brasileiras não autorizam a doação de órgãos de parentes com morte encefálica.
Atualmente, 1,3 mil possíveis receptores do estado compõem a lista de espera para transplantes: 392 esperam por um rim e 982 por córnea. Os hospitais locais realizam apenas esses dois procedimentos. Os pacientes que precisam de outros órgãos, como fígado, pâncreas, coração e pulmão, são encaminhados para outras Unidades da Federação por meio de TFD (Tratamento Fora de Domicílio) onde são inscritos e o transplante é feito pelo programa de Tratamento Fora de Domicílio.
O morador de Belém Kattiniz Barbosa, de 33 anos, tomou a decisão, juntamente com a esposa, de doar os órgãos do filho falecido. O gerente de transportes explica a decisão.
“Começamos a perceber, de fato, como foi importante, naquele momento de sofrimento, a gente ter autorizado a doação. Quantas pessoas aquele ato pode salvar. Depois de um ano, consegui falar alguma coisa sobre o que a gente fez e ter contato com pessoas que foram beneficiadas pelo ato que a gente tinha feito.”
O filho de Kattiniz é um exemplo de doador falecido. Este tipo de doador pode ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Neste caso, é importante que o desejo de doar os órgãos seja compartilhado com a família.
O outro tipo de doador é o vivo. Este pode doar um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Por lei apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores.
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Pará, Maria Ierecê Miranda de Carvalho, defende a conscientização das pessoas em prol da doação de órgãos.
“Frente às recusas, é preciso trabalhar a informação e a sensibilização. Às vezes, a pessoa também tem a informação, mas não está sensibilizada. Então, levamos um depoimento de alguém que já transplantou ou o depoimento de alguma família que doou, e conseguimos fazer essa sensibilização.”
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
Os hospitais que realizam transplantes em Belém são: o Hospital Universitário Betina Ferro, a Clínica Cynthia Charone, o Hospital Ophir Loyola e o Hospital Saúde da Mulher. No interior, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, e o Hospital Regional do Araguaia, em Redenção, realizam transplantes de rim.
Para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos e outras informações, a Central de Transplantes atende pelos telefones (91) 3244-9692, 3223-8168 e 98115-2941 que atende de plantão e pelo WhatsApp. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
Nos seis primeiros meses deste ano, 1.082 pessoas receberam novos órgãos e tecidos.
O número de transplantes de órgãos registrou um recuo de 5% em Pernambuco. O dado é da Secretaria Estadual de Saúde e se refere à comparação das quantidades de procedimentos realizados nos primeiros semestres de 2019 e 2018. Nos seis primeiros meses deste ano, 1.082 pessoas receberam novos órgãos e tecidos. No mesmo período do ano passado, o total desse tipo de cirurgia foi de 1.139.
Segundo o Ministério da Saúde, 1.295 pacientes compõem a lista de espera no estado. A maior demanda com 1.031 pessoas na lista, é por rim. Em seguida, aparecem 94 pacientes que precisam de um fígado, 148 de córneas e 12 que esperam por pâncreas rim.
O transplante pode ser a única esperança de um recomeço para aqueles que precisam. Este foi o caso do pequeno Mathews Rodrigues, de três anos. Quando a criança tinha apenas um aninho, foi diagnosticada com atresia biliar, condição de saúde que demandava um transplante de fígado. O doador foi o pai, o técnico em enfermagem Moisés Rodrigues de Souza, de 42 anos, morador do Recife.
“Esperamos um ano para conseguir fazer o transplante. Neste tempo, tive que me preparar, perder peso, parar de fumar, estar com os exames cardíacos ‘ok’. E, depois do transplante, a sensação foi de alívio: a pressão que existia sobre eu ser doador, estar com saúde, sobre o meu filho ter saúde após o transplante... Então, a sensação foi maravilhosa e, hoje, colhemos a saúde dele”, conta.
O Moisés foi um doador ‘vivo’. Esse tipo de doador pode doar, em vida, um dos rins, parte do fígado ou do pulmão e a medula óssea, desde que não prejudique a própria saúde. Por lei, apenas parentes como avós, pais, irmãos, tios, sobrinhos, primos, netos e cônjuges podem ser doadores.
Já o doador falecido pode ser qualquer paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), diagnosticado com morte encefálica, geralmente ocorrida após traumatismo craniano (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Neste caso, é fundamental que o desejo em doar órgãos seja compartilhado com parentes e pessoas próximas. Isso porque, no Brasil, 40% das famílias dos possíveis doadores não autorizam o procedimento. Parte delas por desconhecerem a vontade do parente.
A coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Noemy Gomes, ressalta a importância da doação de órgãos.
“A doação de órgãos é um ato que salva vidas. É capaz de transformar certidões de óbito em certidões de nascimento, porque permite que pessoas condenadas à morte recebam a oportunidade de continuar vivendo. Qualquer um de nós pode passar por isso, porque as doenças que levam a necessidade de um transplante estão no nosso dia a dia. E se isso acontecer com a gente? Qual seria a nossa resposta? ‘Sim’ ou ‘não’ à doação?”, questiona.
Em Pernambuco, a retirada dos órgãos doados é realizada no Hospital onde se encontra o doador. Os transplantes de órgãos sólidos são feitos pelo SUS, em hospitais credenciados pelo Ministério da Saúde. Os principais são: Real Hospital Português, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Hospital Osvaldo Cruz e Jayme da Fonte.
Para tirar dúvidas sobre a doação de órgãos e outras informações, o telefone do plantão 24 horas é o (81) 3412.0205. Repetindo: (81) 3412.0205. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: http://saude.gov.br/doacaodeorgaos.
A doação de órgãos representa um recomeço aos que aguardam na lista de espera por um transplante. A história da Gabriela Silva, de 45 anos, ilustra bem isso. A vida da funcionária pública de Teresina mudou do dia para noite, aos 31 anos, após um diagnóstico de cirrose biliar primária – uma doença autoimune e inflamatória do fígado. O estado de saúde era grave, pois demandava um transplante do órgão. O impacto foi “forte” e Gabriela chegou a ter depressão.
“Imagine você ouvir tudo aquilo... Falo emocionada, porque passa um filme na cabeça. Eu tinha 31, 32 anos de idade. Imagina! Com um futuro todo pela frente...”, afirma Gabriela.
Após entrar em lista de espera, Gabriela recebeu um fígado, em 2013. O doador compatível, um morador da capital cearense. Ali, viu a chance de uma “nova vida”. Atualmente, representa a Associação Brasileira de Transplantados das regiões Norte e Nordeste e cursa psicologia. A intenção é ajudar outros pacientes que aguardam por órgãos.
Outro fruto desse recomeço é o Gabriel, bebê de quatro meses. Gabriela adotou a criança – uma promessa caso sobrevivesse à troca de órgãos.
Agradecida por tudo que o transplante de fígado trouxe, ela ressalta: doar órgãos é salvar vidas.
“É uma das melhores formas do ente querido que faleceu ser lembrado pela família que está passando por um momento difícil – e muito bem lembrado. Quem recebe o órgão nunca esquece. Então, doação de órgãos é continuar a vida, dar alegria a várias famílias”, relata.
Coração, pulmão, rim, fígado e pâncreas são os órgãos que podem ser doados. Além, de tecidos, como as córneas e ossos. No Piauí, são realizados apenas transplantes de córnea e rim, no Hospital Getúlio Vargas, em Teresina. Os pacientes que necessitam de outro tipo de órgão são encaminhados para outros estados, principalmente, para o Ceará. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 614 pacientes compõem a lista de espera por um órgão no estado. Desse total, 399 esperam por um transplante de córnea e 215 por rim.
A coordenadora estadual da Central de Transplantes do Piauí, Maria de Lourdes de Freitas, afirma que a lista de espera atual para o transplante de córnea, no estado, reúne por volta de 340 pacientes e são feitas de 170 a 180 transplantes por ano. Já a lista de espera por um rim pode chegar a ter 300 pacientes.
Para a coordenadora, a recusa das famílias dos pacientes com morte encefálica em doar os órgãos dificulta a realização de um maior número de procedimentos. Segundo ela, só no ano passado, a taxa de autorização familiar foi de apenas 30%. O número é menor do índice brasileiro, de 60% (Ministério da Saúde). Por isso, a conscientização da população é muito importante para mudar tal realidade, na avaliação da gestora.
“A legislação é uma das mais seguras no mundo. Não existe favoritismo para nenhuma classe social. O transplante é a última fronteira do tratamento, a única esperança em vida. O doador – e sua família [ao autorizar a doação] – pode favorecer até sete pacientes, pois vários tecidos podem ser doados, além dos órgãos, como as córneas, a pele, os ossos”, aponta a coordenadora.
O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018, segundo o Ministério da Saúde. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes.
O país é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Central de Transplantes do Piauí funciona 24 horas e o telefone de contato é (86) 3216-3553. Repetindo: (86) 3216-3553.
Se você deseja ser um doador de órgãos, converse com sua família e deixe bem claro o seu desejo de salvar a vida do próximo. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: http://saude.gov.br/doacaodeorgaos.
Mais de 45 mil pacientes aguardam por um transplante de órgãos no Brasil. O dado é do Ministério da Saúde. No Distrito Federal, 914 pessoas fazem parte da lista de espera. A maioria delas (61%) aguarda por um rim. Já 32,7% aguardam por córneas. A demanda restante é por coração e fígado.
Já as estatísticas dos transplantes têm se mostrado estáveis em todo país. No primeiro semestre deste ano, foram realizados 13.263 transplantes. A quantidade pouco variou em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram feitos 13.291 procedimentos do tipo. Ainda segundo o ministério, o DF foi uma das 10 UFs que apresentaram crescimento no número de transplantes.
E tais números poderiam ser maiores, se mais famílias de pacientes com morte encefálica autorizassem a doação. No Brasil, quatro entre 10 famílias não autorizam o procedimento. No DF, 36% dos familiares optam por não realizar a doação. A coordenadora da Central de Transplantes do Distrito Federal, Joseane Vasconcellos, relata o porquê.
“Dois dos motivos mais comuns são o desconhecimento se o familiar falecido tinha ou não interesse em doar os órgãos e o tempo prolongado entre a autorização para a doação e a retirada dos órgãos”, relata.
O economista aposentado Edilon de Oliveira, de 65 anos, sabe bem a importância da doação de um órgão. O morador do Guará II teve uma doença grave no fígado, chamada cirrose criptogênica. Quem o salvou foi a própria filha, a Loryne de Oliveira, de 28 anos.
“Em função deste gesto de amor, de carinho e respeito pela vida que ela teve por mim, estou vivo hoje. (Ela) Teve a coragem de deitar em uma maca para salvar a minha vida. Este é um gesto que não tem como mensurar valor”, afirma.
Para Loryne, o sentimento de gratidão é mútuo, pois se sente “privilegiada” em ter salvo a vida do pai.
“Não são todos os filhos que têm a oportunidade de fazer alguma coisa neste sentido. Me sinto privilegiada em poder fazer isso, ajudar e estar presente neste momento tão essencial para a manutenção da vida do meu pai”, conta.
O transplante de órgãos pode ser única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação, assim como foi para o Edilon. Por isto, é preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar um órgão.
Pela legislação brasileira, a única maneira de garantir efetivamente que a vontade do doador seja cumprida é por meio da autorização dos familiares que possuem o conhecimento do desejo de doar do parente falecido. Por isso, a informação e o diálogo são fundamentais, segundo o Ministério da Saúde.
Em razão disso tudo, a orientação das autoridades de saúde é de que a pessoa que deseja ser doador de órgãos e tecidos comunique sua vontade aos seus familiares. Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Clique nos pontos verdes e confira as centrais de transplante de cada estado.
No Instituto Hospital de Base e no Hospital Universitário de Brasília são feitos os procedimentos para rim e córnea. Conveniado à Secretaria de Saúde, o Instituto de Cardiologia do DF (ICDF) faz mais procedimentos, incluindo coração, rim, fígado, córnea e medula óssea. O telefone da Central de Transplantes do Distrito Federal é o (61) 3550-8823. Repetindo (61) 3550-8823.
A vida continua. Doe órgãos, converse com sua família. Para mais informações, acesse: http://saude.gov.br/doacaodeorgaos.