Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Empresários apontam caminhos para governo inverter pessimismo do comércio

Reforma tributária e aumento do crédito seriam soluções para reverter desconfiança do setor em relação à Economia

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O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu pela quarta vez consecutiva, chegando a 112,3 pontos em março – uma queda mensal de 1,6%, descontados os efeitos sazonais. A pesquisa foi divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Conforme a entidade, a confiança do setor nos rumos da economia do país é a menor desde julho de 2021. A maioria dos empresários pesquisados em março afirmou que a economia piorou. O subíndice de avaliação das condições econômicas atuais caiu 16,1% – na comparação com fevereiro. De acordo com a Confederação, 58,1% dos varejistas consideram o desempenho da economia inferior ao mesmo período do ano passado.

Os dados do Icec são medidos mensalmente pela CNC. Os números demonstram que a crise no crédito tem afetado principalmente o grande varejo, com menor disponibilidade de recursos e juros altos. A entidade divulgou "nota" no final de março, revelando que a desaceleração da atividade econômica e das vendas no varejo tem desanimado os comerciantes. O levantamento demonstra ainda que a inflação persistente, o aumento de incertezas e o freio no crédito influenciam negativamente a confiança do setor.

Para o empresário Hugo Leite, coordenador do segmento jovem da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL/DF), a solução está no aumento do crédito e numa reforma tributária justa. Segundo ele, enquanto o governo não apresentar uma política econômica coerente para o Brasil, o índice de confiança do empresário continuará caindo.

Reforma 

“A gente pega uma economia que estava melhorando com relação à crise gerada pela pandemia, mas a economia ainda estava ruim. A esperança agora é que avance a reforma tributária”, opinou Leite, acrescentando que o governo precisa se dedicar a uma reforma justa e também ao aumento da linha de crédito: “Somente ações como estas poderão devolver a confiança na economia”. 

Projeto 

O presidente da CDL/DF, Wagner Silveira Júnior, segue na mesma linha de raciocínio. "A desconfiança nos rumos do Brasil acontece por falta de um projeto para o país", avaliou. “Até hoje a gente não sabe para onde o governo vai”. 

 A CDL, dirigida por Silveira Júnior, possui mais de 5 mil comerciantes associados no DF. Ele diz que tem ouvido muita reclamação de seus pares. “Quando a gente não vê um norte do governo, dizendo o que ele vai fazer na área econômica, aonde quer chegar, a classe empresarial fica refém e essa confiança só tende a piorar”, reclamou.

“Por outro lado, se você tiver um ‘norte’, um posicionamento correto para seguir, a gente tende a aumentar a confiança porque tudo depende do que o governo quer fazer, para que o otimismo volte”, diferenciou o líder lojista.

Crédito

O Icec caiu mais entre os varejistas de grande porte, com uma redução de 3,7% em março, em comparação com fevereiro. "A crise no crédito tem afetado o grande varejo nos últimos meses, com menor disponibilidade de recursos e juros altos. Esse contexto influencia negativamente a confiança dos agentes", diz a nota divulgada pela CNC. 

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LOC: O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo caiu pela quarta vez consecutiva. 

De acordo com a entidade, a confiança do setor nos rumos da economia do país é a menor, desde julho de 2021. A maioria dos empresários pesquisados no mês de março afirmou que a economia piorou. Mais de 58% dos varejistas consideram o desempenho da economia muito ruim, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Para o coordenador do "segmento jovem" da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal, o empresário Hugo Leite, enquanto o governo não apresentar uma política econômica coerente para o Brasil, o índice de confiança do empresário vai continuar em queda.
 

 

SONORA: Hugo Leite, coordenador da CDL Jovem DF

“Enquanto o governo federal não apresentar uma política econômica coerente para o Brasil, o índice de confiança do empresário e vai continuar caindo. A gente pegou uma economia que estava melhorando com relação à crise gerada pela pandemia, mas a economia ainda estava ruim. A esperança agora é que avance a reforma tributária - e tem que aumentar a linha de crédito para os empresários. Aí o índice de confiança deve aumentar”
 


LOC: O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal, Wagner Silveira Júnior, segue esta mesma linha de raciocínio. Segundo ele, a falta de confiança na economia do Brasil, demonstrada desde o início do ano - pelo Índice de Confiança do Empresário do Comércio - acontece porque o governo até hoje ainda não apresentou um projeto para o país.

SONORA: Wagner da Silveira Jr., presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF)

“A questão desse índice de confiança – de aumentar ou diminuir – é uma questão de plano econômico do governo, que até hoje a gente não sabe para onde o governo vai. Enquanto a gente não vê um norte do governo, dizendo o que ele vai fazer na área econômica, como é que vai fazer, aonde a gente quer chegar, a classe empresarial fica na mão, fica refém. E essa confiança só tende a cair. Agora, se ele tiver um norte e um posicionamento correto para poder seguir, aí sim a gente tende a aumentar esse confiança. Tudo depende do que o governo quer fazer”
 


LOC: O Índice de Confiança do Empresário do Comércio é divulgado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Conforme a Confederação, a crise no crédito tem afetado principalmente o grande varejo, com menor disponibilidade de recursos e juros altos. A desaceleração da atividade econômica e das vendas no varejo tem desanimado os comerciantes. De acordo com a entidade, a inflação persistente, o aumento de incertezas e o freio no crédito influenciam negativamente a confiança do setor.

Reportagem: José Roberto Azambuja