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O Brasil será mais uma vez destaque nos debates sobre o clima no mundo. O país vai participar da COP28, que acontece de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e cumprirá um papel importante ao apresentar sete motivos que o colocam como protagonista nas discussões.
A energia eólica offshore — que usa a força dos ventos em alto mar para produção de energia — é uma dessas ações que serão abordados no encontro. Segundo o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo, essa energia tem alto potencial de geração de eletricidade, além de ser uma grande oportunidade para a indústria brasileira se descarbonizar e manter sua relevância frente à transição energética.
“É um dos pilares mais importantes quando se fala de transição para a economia de baixo carbono. Hoje, a gente tem dentro desse pilar, a exploração a partir da eficiência energética, a expansão de energias renováveis e aí entra a exploração a partir de eólica offshore, temos também o fortalecimento da Política Nacional de Biocombustíveis e a atração de novas tecnologias como hidrogênio e captura de carbono”, destaca.
A CNI divulgou um estudo que revela um total de US$ 500 bilhões até 2030 para projetos de larga escala anunciados a partir de 2021. Isso mostra que o país tem condições de entrar de forma competitiva nesse mercado, tanto pela disponibilidade de recursos renováveis, como pelas possibilidades de uso interno e exportação.
“A offshore ela veio pra somar rumo a essa expansão de renováveis com o objetivo de manter a matriz energética e elétrica do Brasil cada vez mais limpa, cada vez mais sustentável”, afirma Davi Bomtempo.
Mas as discussões vão além. O Brasil também quer mostrar que possui a segunda maior cobertura florestal do mundo – 60% de seu território – e abriga 20% da biodiversidade do planeta, além de ser detentor de 12% da água doce do globo terrestre. Ao abordar a abundância de recursos naturais, o país pretende destacar que é possível avançar, por exemplo, na agenda da bioeconomia, que tem como uma das bases o uso da biodiversidade para o desenvolvimento de novos bens e serviços sustentáveis.
Somado a abundância de recurso naturais, o Brasil vai aproveitar para dizer que já se encontra na vanguarda da transição energética, com elevada participação de fontes renováveis na matriz energética e que segue em uma trajetória sustentável, ampliando e diversificando, cada vez mais, o uso dessas fontes. A participação das renováveis na matriz energética brasileira hoje é de 45%, mais que o triplo da média mundial, que é de 14%.
Veja a lista com os sete motivos:
Durante a COP28, o país quer destacar o estímulo à produção e ao uso de biocombustíveis — demanda que o coloca como segundo maior produtor do mundo, atrás dos EUA. Na Cúpula do G20 em setembro, Brasil, Índia e Estados Unidos lançaram a Aliança Global de Biocombustíveis.
A gasolina, por exemplo, já tem 27,5% de etanol em sua mistura — e o governo federal estuda aumentar esse percentual para 30%. No caso do diesel, o Executivo espera alterar a proporção da mistura obrigatória de biodiesel no diesel fóssil de 12% para 20%.
O Brasil é o país que mais tem fontes renováveis de energia e está entre as 20 maiores economias do mundo. Além dos parques eólicos, da energia solar e de biomassa, os projetos de hidrogênio verde têm se multiplicado. Isso também será destacado no encontro no fim do ano, em Dubai. O Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe vai repassar até US$ 600 milhões para o BNDES e para o Banco do Nordeste em linhas de crédito para plantas industriais verdes.
Outro dado de destaque a ser apresentado é a redução de 33,6% do desmatamento na Amazônia, em relação ao primeiro semestre de 2022. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aplicou 1.141 autos de infração na Amazônia no primeiro semestre, o que representa um aumento de 348% em relação à média dos primeiros semestres dos quatro anos anteriores, com R$ 125 milhões em multas.
E, para encerrar, o Brasil vai falar sobre a retomada do Fundo Amazônia. O programa de apoio a medidas de proteção da região, financiado com recursos estrangeiros, desempenha papel central no apoio às ações necessárias à reversão das novas tendências de desmatamento. Atualmente, conta com R$ 3,9 bilhões em caixa, doados por Noruega e Alemanha.
O Brasil é destaque nessa temática das mudanças climáticas desde a Conferência de Meio Ambiente, em Estocolmo, passando pela Eco92, Rio+20 e Acordo de Paris. Ainda que China e Estados Unidos sejam os países que mais emitem gases poluentes, as atenções costumam recair sobre o Brasil, o que acaba atribuindo mais relevância às discussões no país.
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