Prefeitura de Belo Horizonte é beneficiada por ser vizinha do Quadrilátero Ferrífero de Nova Lima (MG). Foto: Arquivo/PBH
Prefeitura de Belo Horizonte é beneficiada por ser vizinha do Quadrilátero Ferrífero de Nova Lima (MG). Foto: Arquivo/PBH

Nova distribuição da CFEM beneficia prefeituras que antes não recebiam royalties

Municípios “limítrofes”: Decreto da ANM gera receita média de R$ 12 milhões por mês a prefeituras vizinhas de municípios mineradores

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A nova distribuição da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) passou, neste mês de fevereiro, a beneficiar prefeituras de municípios que até recentemente não tinham histórico de produzir minérios. Antes do Decreto 11.659/2023, o dinheiro arrecadado pela Agência Nacional de Mineração (ANM) junto às empresas mineradoras era repassado apenas aos municípios produtores e aos indiretamente afetados pela mineração (que são os que não produzem, mas que contribuem para o escoamento mineral).

Agora, mesmo não produzindo grandes quantidades de minério, os municípios limítrofes – que fazem divisa com municípios produtores – também passaram a receber os chamados “royalties da mineração”. É o caso, por exemplo, de Belo Horizonte (MG).

O secretário da Fazenda de Belo Horizonte, Leonardo Maurício Colombini, explica que a capital mineira está sendo beneficiada por ser vizinha do município de Nova Lima (MG). “Por conta de uma alteração da legislação e por ser limítrofe a uma cidade que tem boa produção [de minérios], Belo Horizonte passou a ter direito de receber uma pequena parcela da compensação financeira pela exploração mineral, a CFEM”, explica Colombini.

Segundo ele, o valor já recebido pela Prefeitura resulta numa média de R$ 260 mil por mês. “Portanto, de agora em diante Belo Horizonte deve ter uma receita incrementada de R$ 3 milhões ao ano – recurso que é obrigatoriamente destinado a investimentos, principalmente em obras de infraestrutura e mobilidade urbana”, informa o gestor.

O município limítrofe que mais recebeu recursos da CFEM, no acumulado de maio a dezembro do no passado, foi Água Azul do Norte (PA) — com aproximadamente R$ 3 milhões. Em segundo lugar, o maior beneficiado foi Unaí (MG), com R$ 2,6 milhões. Já o estado mais beneficiado com os repasses foi Mato Grosso, que recebeu cerca de R$ 255 mil, seguido de Mato Grosso do Sul, com quase R$ 153 mil.

Para saber quanto sua prefeitura ou o governo de seu estado recebeu destes royalties da mineração, clique aqui.

Entenda

No último dia 8 de fevereiro, a ANM distribuiu cerca de R$ 102,8 milhões aos municípios e estados limítrofes de áreas mineradoras. Deste total, cerca de R$ 100,7 milhões foram distribuídos a 4.902 municípios. Os valores se referem a CFEM de maio a dezembro do ano passado.

Municípios considerados limítrofes pela atividade de mineração são os que possuem divisa com o município onde ocorre a produção mineral devidamente autorizada e declarada na guia de recolhimento da CFEM.

A partir da Lei 14.514/2022, os municípios limítrofes àqueles onde ocorrem a produção mineral também passaram a ter a possibilidade de receber a CFEM. Especificamente, o Decreto 11.659/2023 estabeleceu que quando a produção de determinada produção mineral não se utilizar de ferrovias, estruturas de mineração, portos ou minerodutos, a parcela correspondente da CFEM deverá ser destinada aos municípios limítrofes a localidades onde ocorrer a produção.

 

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LOC: A nova distribuição da Compensação Financeira pela Exploração Mineral, a CFEM, passou, neste mês de fevereiro, a beneficiar prefeituras de municípios que até recentemente não tinham histórico de produzir minérios. Antes de criar as novas regras para o repasse dos chamados "royalties da mineração", a Agência Nacional de Mineração arrecadava os impostos da CFEM junto às empresas mineradoras e distribuía o dinheiro apenas às prefeituras de municípios produtores e de municípios indiretamente afetados pela mineração, ou seja, que não produzem, mas que contribuem para o escoamento da produção mineral de outros municípios.

Agora, mesmo não produzindo minério, os municípios limítrofes – que fazem divisa com municípios que produzem – também passaram a receber o dinheiro da CFEM . É o caso, por exemplo, de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

O secretário da Fazenda da cidade, Leonardo Maurício Colombini, explica que a capital mineira está sendo beneficiada por ser vizinha do município de Nova Lima.

SONORA: Leonardo Maurício Colombini, Secretário de Fazenda da Prefeitura de Belo Horizonte

"Belo Horizonte é um município vizinho a um grande produtor de minerais que é Nova Lima. Por conta de uma alteração da legislação e por ser limítrofe a uma cidade produtora, Belo Horizonte passou então a ter direito a receber uma pequena parcela da compensação financeira pela exploração mineral. O valor já recebido pela capital, de aproximadamente R$ 2,1 milhões, corresponde ao repasse de oito meses de 2023." 


LOC: Segundo Leonardo Colombini, o dinheiro da CFEM será investido principalmente em obras de infraestrutura e mobilidade urbana da capital mineira.

SONORA: Leonardo Maurício Colombini, Secretário de Fazenda da Prefeitura de Belo Horizonte

"Portanto, Belo Horizonte deve ter uma receita incremental de R$ 3 milhões ao ano, recurso que é obrigatoriamente destinado a investimentos, principalmente em obras de infraestrutura e mobilidade urbana."


LOC:  No último dia 8 de fevereiro, a ANM distribuiu mais de R$ 100 milhões a mais de 4.900 prefeituras brasileiras. O dinheiro foi arrecadado das empresas que fazem a extração mineral em todo o país. Os valores se referem aos royalties da mineração, que deveriam ter sido repassados aos municípios de maio a dezembro do ano passado, mas que só foram transferidos às prefeituras este ano, devido à elaboração das novas regras de distribuição desses recursos.

Os municípios considerados limítrofes pela atividade de mineração são os que fazem  divisa com municípios onde ocorrem a produção mineral devidamente autorizada e declarada, na guia de recolhimento da CFEM.

Reportagem: José Roberto Azambuja