Foto: Divulgação/CNI
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Confederação Nacional da Indústria discute atuação conjunta com o Banco do Brics

No encontro com a presidente do banco, Dilma Rousseff, o presidente-eleito da CNI, Ricardo Alban, defendeu a cooperação com mecanismos internacionais para o desenvolvimento econômico sustentável do país

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Infraestrutura, energias limpas e projetos de impacto social foram tema de diálogo entre o presidente-eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) — o chamado banco do Brics — Dilma Rousseff. Na reunião, eles concordaram sobre a necessidade de revitalizar a indústria da construção pesada. O encontro aconteceu nesta segunda-feira (21) em Joanesburgo, na África do Sul. A cidade vai sediar a Cúpula do Brics entre os dias 22 e 24 de agosto. 

De acordo com a CNI, Dilma Rousseff ressaltou a importância de proporcionar condições para que as indústrias brasileiras consigam aumentar investimentos e atender demandas de infraestrutura e inovação. Ricardo Alban destaca que, apesar do potencial brasileiro, especialmente no agronegócio, a participação internacional do Brasil ainda é pequena. 

“Nós também temos que encontrar junto a instituições internacionais como NDB forma de buscar recursos e funding suficientemente competitivos para estimular o comércio internacional. Dentro desse processo, sabemos que existem 30 projetos lá no NDB, 21 aprovados e nove ainda em tramitação”, afirma.

O presidente-eleito da CNI defende que não existe forma de garantir desenvolvimento social sustentável sem desenvolvimento econômico. Para ele, organismos internacionais como o Cebrics (Conselho Empresarial do Brics) e o B20 — braço empresarial do G20 — são fundamentais para o crescimento econômico e sustentável do Brasil. Alban enxerga o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado recentemente pelo governo federal, como uma oportunidade para estimular a indústria nacional. 

“Estamos coordenando o Brics no Brasil, as cinco empresas, e pretendemos ter os melhores resultados possíveis e trazer aqui uma equipe de trabalho, temos conversado com algumas empresas de consultoria, para que nós possamos não só iniciar e dar continuidade a um trabalho mais aguerrido e de entregas para a indústria nacional e que ele possa estar também conectado com o B20”, pontua. 

Anunciado no último dia 11, o Novo PAC prevê investimento de R$ 1,7 trilhão em infraestrutura até 2026. O programa está organizado em nove eixos de investimento: cidades sustentáveis e resilientes; transição e segurança energética; transporte eficiente e sustentável; inovação para indústria da defesa; educação, ciência e tecnologia; saúde; água para todos;  inclusão digital e conectividade; e infraestrutura social  inclusiva. O governo estima a geração de 4 milhões de empregos vinculados às obras. 

Governo vai investir R$ 1,7 trilhão em infraestrutura nos próximos anos
Brasil vai assumir a presidência do G20 e do B20, braço empresarial do grupo
Brics: ampliação deve ser principal pauta de discussão na cúpula do bloco

Novo Banco de Desenvolvimento

Criado em 2014, o NDB mobiliza recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países membros do Brics. De acordo com a CNI, ao todo já foram aprovados 94 projetos em operações de crédito nos cinco países do grupo, em um total de US$ 32 bilhões. A entidade afirma que a presença do banco no território brasileiro desde 2019 foi essencial para aumentar a carteira de projetos no país. Em 2018, havia US$ 600 milhões e, atualmente, são US$ 6,2 bilhões.

Ainda segundo a CNI, durante a pandemia de Covid-19, o NDB atuou excepcionalmente na área social e de saúde, por meio de linha especial de crédito, que alocou US$ 2 bilhões para pagamento do auxílio emergencial em 2020 e para repor recursos do fundo garantidor de crédito de auxílio emergencial em 2023.

Brics

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em Joanesburgo para participar da XV Cúpula do Brics —  bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em uma rede social, Lula declarou que “é fundamental a cooperação entre os países do Sul Global no enfrentamento das desigualdades, da crise climática e por um mundo mais equilibrado e justo.”

O bloco representa mais de 3 bilhões de habitantes, que correspondem a 40% da população mundial; e US$ 25 trilhões em PIB, ou cerca de um quarto do PIB global. O grupo se reúne desde 2009. Esta é a segunda vez que a cúpula será em território sul-africano. A primeira aconteceu há 10 anos, em 2013, em Durban. 

A ocasião ficou marcada pela criação do Conselho Empresarial do Brics (Cebrics),  com o objetivo de assegurar que as principais prioridades do setor privado sejam efetivamente comunicadas aos líderes do governo no Brics durante a cúpula. A CNI é a secretária-executiva do mecanismo no Brasil. 

B20

A CNI representa o país também no Business 20 (B20), um mecanismo de diálogo oficial do G20 com a comunidade empresarial global. Criado em 2010, o B20 é um dos principais grupos do G20 e possui papel estratégico no crescimento econômico mundial e tem a missão de fornecer recomendações de relevância para a formulação de políticas sobre as prioridades de cada presidência. 

Ainda em 2023, o Brasil assumirá a presidência do grupo, assim como do principal fórum de cooperação econômica internacional, o G20. Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia compõem o grupo. 

O Brasil vai presidir o G20 e o B20 do dia 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. Em 2023, a Cúpula do G20 vai acontecer nos dias 9 e 10 de setembro na capital indiana, Nova Delhi. 
 

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