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A chegada da internet 5G no Espírito Santo deve mudar a perspectiva de conectividade dentro e fora das empresas. Tudo o que é ligado a automação, como centros de distribuição (CD), logística e movimentação mecânica, deve ganhar velocidade. A estrutura portuária do estado é responsável por 25% do comércio exterior do Brasil, setor que deve ser fortemente impulsionado pela eficiência da rede móvel 5G, que é 20 vezes mais rápida.
Segundo o deputado federal Evair Melo (PP-ES), essa característica comercial do estado deve ser diretamente beneficiada, permitindo reduzir as distância e otimizar o tempo. “Essa conexão de máquinas vai trazer a tecnologia para relação direta na vida das pessoas. O Espírito Santo vai poder a partir da capital Vitória, que será uma das primeiras capitais contempladas, ter a tecnologia e naturalmente vai disponibilizar para a maioria das pessoas. Com certeza o nosso estado será ainda mais competitivo”, disse.
Tráfego de carga coordenado e autônomo para passageiros, logística totalmente automatizada e controle nos portos são alguns pontos que a digitalização trará ao tráfego hidroviário, se tornando um impulso ao setor de infraestrutura.
O deputado destacou, ainda, que a tecnologia deve trazer naturalmente um grande número de oportunidades, pois o investimento em infraestrutura é uma maneira eficaz de impulsionar o crescimento econômico, já que, além de incentivar a criação de postos de trabalho, reduz também os custos operacionais e deve fomentar o desenvolvimento urbano dos municípios do estado a médio e longo prazo.
Para o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Nogueira Calvet, a revolução tecnológica causada pelo 5G deve impactar sobretudo o setor produtivo. “Terá um impacto, creio eu, até muito maior para as empresas. Porque o 5G é uma tecnologia que vai permitir a comunicação não somente entre as pessoas, mas sobretudo, entre máquinas. É máquina conversando com máquina, é máquina conversando com a infraestrutura”, afirmou.
Para chegar a toda a população, a nova tecnologia de transmissão ainda vai demandar das empresas de telefonia investimentos em equipamentos para que o sinal chegue em todo o país. O planejamento do Governo Federal é alcançar todas as capitais brasileiras até meados de 2022 e o país inteiro até 2028.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) marcou para 4 de novembro o leilão das faixas de frequência do 5G no Brasil, que deve movimentar R$ 49,7 bilhões. Desse total, R$ 10,6 bilhões devem ser desembolsados pelas empresas vencedoras para pagamento das outorgas (direito de explorar comercialmente o 5G). Esse valor irá para o caixa do governo, se todos os lotes ofertados forem arrematados. E outros R$ 39,1 bilhões terão que ser investidos pelas empresas vencedoras para cumprir as contrapartidas, ou seja, as exigências previstas no edital.
No leilão, serão ofertadas quatro faixas de frequência: 700 MHz; 2,3 GHz; 26 GHz; e 3,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz é a que desperta mais interesse das empresas de telefonia, por exigir menos investimentos para a implantação da tecnologia.
O edital prevê, para cada uma das quatro faixas, exigências que terão que ser cumpridas pelas empresas vencedoras do leilão, como disponibilizar 5G nas capitais do país até julho de 2022, levar internet 4G para as rodovias e a construção de uma rede privativa de comunicação para a administração federal.
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