LOC.: Olá, sejam bem-vindos ao Entrevistado da Semana. Eu sou Marquezan Araújo e comigo está o superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi. Nós vamos falar sobre o desempenho do setor durante a pandemia, além de expor os principais desafios para o Brasil, agora, durante a crise, e para o futuro.
Senhor Bruno, obrigado por nos receber.
TEC./SONORA: Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da CNA
“Olá, Marquezan. Obrigado pelo convite.”
LOC.: Para começar, eu gostaria de saber como você avalia o desempenho do Brasil em relação às atividades de escoamento de produtos. Como está o desenvolvimento do país em relação às hidrovias e as ferrovias, com esta finalidade?
TEC./SONORA: Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da CNA
“O Brasil ainda precisa avançar muito nesses dois modais. Produzimos acima do paralelo, porém, exporta, se não me engano, abaixo de 30%. Sendo que 70% ou mais saem pelos portos da região Sul e Sudeste onde a produção hoje se encontra menor. A cada ano tem melhorado a infraestrutura dos portos, em questão de ampliação de capacidade de exportação, porém, a logística até chegar a esses portos ainda é difícil. Mas, estamos tendo avanços. Conseguimos concluir a BR-163, que é um canal importantíssimo para escoar os grãos do Mato Grosso, pelos portos do Arco Norte.”
LOC.: Como você avalia o desempenho do setor durante a crise? Apesar dos desafios, foi possível manter as atividades comerciais em dia, sobretudo no que diz respeito às exportações?
TEC./SONORA: Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da CNA
“O setor usa a tecnologia muito bem é extremamente competitivo e, nesse momento de pandemia, foi extremamente importante. Como o país tem esse potencial de produção, já vinha se organizando para cada vez mais ampliar a sua capacidade exportadora, a gente acredita que, somado à questão cambial que, de certa forma, fomenta ainda mais essa exportação, nós teremos ainda um patamar positivo no segundo semestre principalmente no que se refere às proteínas animais, carne bovina, carne suína e carne de aves.”
LOC.: Tem algum fator específico que contribuiu para a manutenção do padrão das atividades dos agricultores familiares e que, se for extinto, causa preocupação para o setor?
TEC./SONORA: Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da CNA
“É, principalmente, a questão do auxílio emergencial do governo se encerrar nos próximos meses, ou reduzir. Sabemos que ele ajudou muito a manter o consumo de alimentos e, em alguns casos, até aumentou, principalmente o consumo em domicílio. Então, isso tudo preocupa. Como vai ser esse comportamento nos próximos meses, principalmente vindo de um patamar de aumento de custo de produção.”
LOC: Há alguma iniciativa com o envolvimento da CNH que você considera entre as mais relevantes, principalmente que foi desenvolvida no sentido de minimizar os efeitos da atual crise? A questão da alimentação escolar seria um exemplo?
TEC./SONORA: Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da CNA
“Com o fechamento das escolas, havia uma preocupação de suspender essas compras governamentais nesse primeiro momento. Nós fizemos um trabalho muito forte. Nós conseguimos, inclusive, alterar uma lei, permitindo que as escolas continuassem comprando alimento, porém, doando às famílias dos estudantes. De certa forma, com isso, você ajudaria duas famílias. A família dos agricultores familiares, que continuaria mantendo esse canal de vendas; e a família das crianças, que muitas se encontram em vulnerabilidade social, perdendo emprego e renda.”
LOC: É isso, Bruno. Muito obrigado pela participação no portal Brasil61.com.
TEC./SONORA: Bruno Lucchi, superintendente técnico da Confederação da CNA
“Eu agradeço o convite e a CNA segue à disposição. Um abraço.”
LOC.: O Entrevistado da Semana fica por aqui. Obrigado pela sua audiência e até a próxima. Tchau!