A ação humana é uma das principais causas da seca mais severa da história do Brasil. Segundo análise mais recente do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a seca em 2024 é a de maior extensão e intensidade já registrada no país. Ao todo, são cerca de 5 milhões de km² com alguma condição de seca, o equivalente a 58% do território nacional.
Entre as causas da seca recorde, estão:
A professora Ana Ávila, pesquisadora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Universidade Estadual de Campinas (Cepagri/Unicamp), explica que a ação do ser humano é fator importante para as mudanças climáticas, tanto para a seca extrema quanto para os grandes volumes de chuvas na Região Sul do país.
“A mudança de uso e ocupação do solo, o desmatamento das matas ciliares, tudo isso tem impactado as nascentes dos rios. O regime de chuvas vem mudando em função da emissão de gases de efeito estufa, que tende a prolongar os períodos de estiagem. E, por outro lado, os sistemas meteorológicos que provocam chuva passam mais rapidamente ou ficam mais retidos na Região Sul, com chuvas mais intensas, sobretudo na região dos Pampas, no Rio Grande do Sul, e pega um pouco a Argentina, o Uruguai.”
Entre os biomas brasileiros, os mais afetados pela seca são a Amazônia e o Cerrado. Segundo o Cemaden, em agosto de 2024, vários estados desses biomas registraram seca extrema, como Mato Grosso, Acre e oeste do Amazonas. O município de Santa Isabel do Rio Negro (AM) enfrenta seca severa e extrema há 12 meses e a cidade de Apiacás (MT) registra essa condição há 10 meses.
A projeção para setembro também destaca várias localidades no Amazonas e Mato Grosso.
Seca - Agosto/Setembro 2024 (Média Municipal)
Segundo a pesquisadora Ana Ávila, em geral, todos os biomas brasileiros foram afetados, especialmente pelas queimadas.
“É difícil a gente ter uma estimativa do quanto foi impactado sem ter uma análise mais criteriosa e nas diferentes especificidades. Então, a recuperação vai depender muito também de como as ações serão tomadas. Porque parte dessa queima, consequência dessa seca extrema, não vai regenerar, porque há uma intenção de exploração agrícola e pecuária. Então, parte se regenera, mas uma parte já não retoma em função desse interesse econômico.”
No passado da história do Brasil, outro período de seca levou à morte 500 mil pessoas de fome, sede e doenças. O período ficou conhecido como a Grande Seca e assolou a Região Nordeste entre os anos de 1877 e 1879. No entanto, a climatologista Ana Ávila afirma que fenômenos extremos, como secas, chuvas, não têm periodicidade.
“A Região Nordeste é uma região que, por si só, historicamente, tem o menor regime de chuvas. É a região que, com as mudanças climáticas, tende a ser muito impactada exatamente em função desse regime de chuvas que já castiga a região.”
Da mesma forma, nos anos 1940, as águas do lago Guaíba, no Rio Grande do Sul, transbordaram, o que deixou 70 mil pessoas desabrigadas. O número foi amplamente superado nas enchentes que ocorreram em 2024, quando mais de 500 mil pessoas ficaram desalojadas e todo o estado gaúcho foi amplamente afetado.
“Em 1940 houve chuvas por vários dias, volumosas, com impacto enorme, porém essa de agora, nesse volume, nessa proporção, não se compara à de 1940. Ela foi muito mais severa, com volume muito maior, em um período de tempo menor”, afirma Ana Ávila.
Segundo a pesquisadora, com as mudanças climáticas, os fenômenos severos devem ocorrer com mais frequência, intensidade e extensão.
“E o que a gente pode destacar é que esses eventos severos, por exemplo, como essa estiagem que a gente está vivendo agora, podem ser mais frequentes com as mudanças climáticas. Toda a região tropical do Brasil é altamente sensível às mudanças climáticas em função do regime de chuvas. Então, vários estudos apontam já uma tendência de redução da chuva nessa região central aqui do país.”
A doutora Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden, afirma que, diferentemente dos outros anos — quando a seca ocorria de forma localizada em algumas regiões —, em 2024 o fenômeno passou a afetar mais áreas do território nacional.
“Em 2020, a gente teve uma seca muito extensiva na Região Centro-Oeste do país. Entre 2012 e 2017, a gente teve uma seca bastante extensiva no Semiárido e, entre 2015 e 2016, em grande parte do Centro-Norte do país. No entanto, essa de 2023-2024 é a primeira que cobre desde o Norte até o Sudeste do país.”
Segundo a pesquisadora, em 2024, pela primeira vez foi identificada seca excepcional fora da região do Semiárido, desde que o Cemaden começou a monitorar as secas no país.
“Hoje, existem áreas, principalmente no Pará, no Mato Grosso e no estado de São Paulo, com essa categoria máxima de seca, que é a seca excepcional, que indica que além da super falta de chuva prolongada, também há umidade do solo extremamente baixa e a vegetação extremamente seca.”
Além da ação do ser humano, outros fenômenos naturais são apontados pelos climatologistas como causas para as secas severas. Entre eles, a pesquisadora do Cemaden, Ana Paula Cunha, destaca o El Niño.
“Nós tivemos a ocorrência do fenômeno El Niño, principalmente ao longo do segundo semestre de 2023. O El Niño foi se intensificando ao longo do ano e, consequentemente, costuma causar secas, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Então, essa combinação de um Atlântico mais aquecido, junto com o El Niño , que é o Pacífico mais aquecido, contribuiu para que as secas ficassem mais regionalizadas ali entre as regiões Centro-Oeste e Norte, e também pegando parte do Sudeste.”
A partir de setembro, a previsão dos climatologistas é que haja a ação do fenômeno La Niña (e não mais do El Niño), que é o resfriamento das águas do Pacífico. Nessa previsão, também há um retorno gradual das chuvas durante a primavera, conforme explica a pesquisadora Ana Ávila.
“Os modelos estão apontando uma tendência de redução de chuvas, embora nesses próximos dias, por exemplo, haja uma situação de chuvas em excesso no Sul, com risco de alagamentos e enchentes no Rio Grande do Sul, principalmente. Mas a longo e médio prazo, não se espera chuvas mais tão volumosas, exatamente em função da La Ninã, que tem uma tendência de redução do volume de chuvas no sul do país e aumento do volume de chuvas no norte.”
Os meteorologistas afirmam que o La Niña já deve começar no Brasil agora em setembro, com 58% de chances de ocorrências no trimestre que vai até novembro. Já no trimestre de outubro a dezembro de 2024, a probabilidade de ocorrer o fenômeno aumenta para 60%.
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No Brasil, a primavera 2024 começa oficialmente às 09h44 do dia 22 de setembro
A primavera 2024, no Brasil, começa oficialmente no próximo domingo, 22 de setembro, às 09h44 (horário de Brasília). Para a estação, os brasileiros podem esperar um clima seco até meados de novembro, segundo o Prognóstico da Primavera elaborado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Os meteorologistas explicam que a definição e a qualidade do período chuvoso nesta estação — nas regiões Centro-Oeste, Sudeste, em parte da Região Sul e no centro-sul da Região Norte — dependem do processo de convergência de umidade vinda da Amazônia. Já a primavera no Nordeste costuma ter volumes de chuva inferiores a 100 milímetros (mm), principalmente no norte do Piauí e noroeste do Ceará.
A expectativa é que as chuvas fiquem acima da média em alguns pontos isolados, como Acre, Roraima, sudoeste do Amazonas, sudeste da Bahia e Rio Grande do Sul. Também espera-se o retorno gradual das chuvas nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
No entanto, o sul do Amazonas — onde se concentram ainda muitos focos de incêndios — deve continuar sofrendo com a seca e as queimadas até o final de outubro.
Em relação à temperatura, os termômetros vão subir em grande parte da Região Norte, interior do Nordeste e em alguns pontos da parte central do país.
A professora Ana Ávila, pesquisadora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Universidade Estadual de Campinas (Cepagri/Unicamp), explica o que deve provocar o aumento das temperaturas.
“A primavera tende a ter uma demora em estabelecer esse regime de chuvas na região central do país e, com isso, a gente tem temperaturas elevadas, que é o que se espera de um período mais prolongado ainda na primavera.”
Os meteorologistas afirmam que o fenômeno climático La Niña já deve começar no Brasil agora em setembro, com 58% de chances de ocorrências no trimestre que vai até novembro. Já no trimestre de outubro a dezembro de 2024, a probabilidade de ocorrer o fenômeno aumenta para 60%.
O La Ninã se caracteriza pelo resfriamento do Oceano Pacífico Equatorial, ao contrário do El Niño, que é o aquecimento dessas águas. A pesquisadora Ana Ávila afirma que, em 2024, o La Ninã não deve ocorrer com muita intensidade e extensão. E detalha os impactos do fenômeno no clima do Brasil nesta primavera.
“Os modelos estão apontando uma tendência de redução de chuvas, embora nesses próximos dias, por exemplo, haja uma situação de chuvas em excesso no Sul, com risco de alagamentos e enchentes no Rio Grande do Sul, principalmente. Mas a longo e médio prazo, não se espera chuvas mais tão volumosas, exatamente por conta da La Ninã, que tem uma tendência de redução do volume de chuvas no sul do país e aumento do volume de chuvas no norte.”
A primavera se encerra no Brasil às 06h20 (horário de Brasília) do dia 21 de dezembro de 2024.
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O feriado de Independência do Brasil, celebrado neste sábado (7), será marcado pelo tempo quente e seco em quase todo o território nacional, principalmente no Centro-Sul do país. A informação é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Os termômetros podem chegar na casa dos 38 ºC a 41 ºC e a umidade relativa do ar pode ficar abaixo dos 15%.
As regiões Norte e Nordeste são as únicas com expectativa de chuvas. Entre Amazonas e Roraima, devem ocorrer pancadas de chuvas típicas da região, com combinação de calor e alta umidade, principalmente no período da tarde. Norte do Amazonas, Roraima e noroeste do Pará também esperam chuvas isoladas na tarde do feriado.
No Nordeste, a previsão é de chuva fraca e passageira, principalmente no período da manhã, nas regiões entre o litoral do Rio Grande do Norte até o Recôncavo Baiano.
Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, o feriado de Independência será de céu com nebulosidade reduzida e pouca chance de chuva. Além disso, os termômetros dessas regiões e de alguns estados do Norte registram as temperaturas mais altas, como explica o meteorologista do Inmet Heráclio Alves.
“Continuam temperaturas bastante elevadas, principalmente no Centro-Oeste e em áreas também do Sudeste e da Região Norte, com máxima chegando na casa dos 38 a 41 graus, entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, áreas do Pará, do Tocantins, com temperatura bastante elevada. Nas outras áreas, a temperatura fica variando entre 30 e 33 graus.”
Em relação à umidade, o meteorologista informa que os estados mais quentes vão registrar o ar mais seco, com mínimas abaixo dos 15%, principalmente entre Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Somente nos extremos das regiões Norte e Nordeste a umidade fica um pouco mais alta, variando entre 90% e 35%.
Segundo a otorrinolaringologista Marcela Suman, com a seca e o calorão as mucosas do organismo não conseguem trabalhar de forma adequada, uma vez que 70% do corpo humano é composto de água.
“Então, em tempo de seca, as células ciliadas do sistema respiratório humano não conseguem fazer a higiene adequada; os microcílios, que deveriam bater 700 vezes por minuto, acabam ficando paralisados. Então, essa sujidade fica acumulada na cavidade nasal, gerando mais irritação, aumentando e intensificando os quadros de rinite, asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica”, explica a médica.
A principal recomendação da otorrinolaringologista é beber bastante água e manter o organismo hidratado.
“A Organização Mundial de Saúde preconiza que o ideal é 60 ml [de água] por quilo de peso. Então a gente tem que tomar muito líquido, podendo ser superior a isso, tendo coração e rim bons. Procurar sempre hidratar o nariz com soro fisiológico, podendo também pingar colírio de lágrima artificial nos olhos. Evitar, sobretudo, ficar muitas horas no calor excessivo.”
Outras recomendações incluem:
Para quem vai assistir aos desfiles de 7 de setembro nas ruas, a otorrinolaringologista Marcela Suman tem uma recomendação especial:
“Procurar um lugar onde esteja com sombra. Caso não haja, levar a sua própria sombrinha ou guarda-chuva para prevenir a desidratação. É indispensável ingerir muita água. Não coçar o nariz e os olhos para não sujar mais, para não irritar ainda mais. E ficar o tempo mínimo necessário exposto a essas altas temperaturas.”
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O Brasil deve enfrentar uma mudança de temperatura brusca no mês de agosto. Segundo o Climatempo, uma nova onda de calor deve atuar sobre o país a partir do domingo (18). A previsão aponta que o frio do início da semana vai se deslocar e a onda de calor deve durar pelo menos até o dia 22 de agosto.
De acordo com o Climatempo, uma nova e forte massa de ar quente está se estabilizando na região central, o que favorece o aumento das temperaturas. Após a recente e forte atuação de uma massa de ar frio, com recordes de baixas temperaturas no país, a chegada da massa de ar quente cria um contraste significativo.
A mudança brusca de temperatura traz alerta para a saúde dos brasileiros, em especial, dos moradores das áreas cujas temperaturas atingirem de 5 °C a 7 °C acima da média nos próximos dias, por exemplo, em parte dos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e de São Paulo.
Confira o mapa com a previsão de temperaturas para os dias 18 a 22 de agosto:
(MAPA)
O meteorologista consultor climático e ex-diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Francisco de Assis Diniz, explica que a onda de calor que chega ao país é proveniente de um bloqueio atmosférico causado pelos ventos na alta atmosfera, formado entre a Argentina e o Rio Grande do Sul. Segundo ele, esses ventos na alta atmosfera são conhecidos como correntes de jato e, ao passar dos dias, o ar quente e seco fica mais intenso.
“Quando eles estão no sentido de oeste para o leste ou noroeste para o sudeste, aí eles bloqueiam a passagem das frentes frias, não deixam chegar nada no Brasil. E aí fica predominando ar quente e seco em grande parte do país, especialmente em toda a parte central. E esse ar quente e seco, na proporção que vai passando dias, vai ganhando mais energia e ficando mais forte”, afirma Diniz.
Francisco de Assis Diniz menciona, ainda, que o bloqueio atmosférico vai ser rompido lá pelo dia 21, 22: "quando ele se romper vai passar uma frente fria, e o ar frio que vem à retaguarda dessa frente fria avança, pegando mais a parte sul e com algumas localidades da região sudeste, com a parte central do Brasil", explica.
O Climatempo alerta para o cenário de tempo seco associado à baixa umidade relativa do ar, que pode dificultar a respiração. Além disso, a situação exige maior hidratação.
O pneumologista do Hospital Anchieta, Brasília (DF), Daniel Boczar, destaca que as crianças até 5 anos de idade e idosos acima de 65 anos devem ser prioridade na atenção aos cuidados com a saúde. Isso porque os pequenos possuem um sistema imune ainda em desenvolvimento e, no caso dos idosos, o sistema imunológico está enfraquecido e eles são mais propensos a infecções.
Segundo Daniel Boczar, as alterações bruscas de temperatura contribuem para uma série de sintomas que causam diversos prejuízos ao organismo. Ele destaca que gripes e alteração de pressão arterial são algumas consequências.
“Além de alterar a resposta do sistema imune com a produção de menos anticorpos, temperaturas instáveis aumentam os riscos de infecções como gripes, resfriados, sinusites, pneumonias e gastroenterites. Afetam os batimentos cardíacos, a pressão arterial, diminuem o diâmetro dos vasos sanguíneos, levando a um aumento de eventos cardiovasculares como AVC e infarto”, diz Boczar.
A mudança brusca de temperatura também modifica as características das secreções das vias aéreas, “desencadeando crises de asma, rinites, por exemplo, e levam ao ressecamento da pele dos olhos com as dermatites e conjuntivites”, salienta Boczar.
Confira dicas do especialista para se proteger:
A temperatura pode variar entre 18ºC e 30ºC nas capitais da região
Na manhã desta segunda-feira (29), a previsão é de muitas nuvens com pancadas de chuva e trovoadas isoladas no norte de Minas Gerais, em cidades como Montes Claros, Januária e Salinas. Há um alerta de perigo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para chuvas mais volumosas, predominantemente no estado, que podem chegar a 100 milímetros. As cidades de Almenara e Ibiracatu, em Minas, e Boa Esperança (ES) estão sob alerta.
Grande parte do Espírito Santo, incluindo Vitória, tem possibilidade de chuva isolada nesta tarde de segunda-feira, assim como no Rio de Janeiro. São Paulo é o estado com menos possibilidade de chuva, mas tem céu com muitas nuvens durante todo o dia.
O litoral paulista, Rio de Janeiro e Espírito Santo e grande parte de Minas Gerais estarão sob alerta amarelo, que representa perigo potencial, com chuva entre 50 e 60 milímetros.
Já durante a semana, há previsão de pancadas de chuvas localmente fortes em áreas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, que devem ultrapassar os 80 milímetros. Nas demais áreas, são previstos menores acumulados de chuvas.
Isso porque ocorre uma migração do canal da umidade que vai avançando desde Minas Gerais e se deslocando um pouco mais para o sul da região, como explica o meteorologista do Inmet Heráclio Alves.
“Até quarta-feira grande (31), parte de Minas Gerais, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro predomina tempo mais encoberto e chuvoso, com pancadas no período da tarde. A partir de quarta, essas chuvas ficam mais concentradas entre o norte e leste de São Paulo, incluindo metade sul de Minas e também no Rio, onde podem ocorrer pancadas de chuva. Atenção principalmente para as áreas serranas tanto no Rio de Janeiro quanto no leste de São Paulo, onde pontualmente pode ocorrer um volume mais significativo”, pontua.
A temperatura mínima entre as capitais, nesta segunda-feira (29), fica na casa dos 18ºC em São Paulo e a máxima será de 30ºC, no Rio de Janeiro.
As informações são do Instituto Nacional de Meteorologia.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê uma semana chuvosa na maioria dos estados brasileiros, marcada pelo calor e umidade típicos do verão. Alertas para chuvas "intensas" e até queda de granizo em áreas do país.
O instituto prevê volume significativo de chuvas, trovoadas e rajadas, especialmente no Rio Grande do Sul. Na terça-feira (16), pode ocorrer queda de granizo no norte gaúcho e faixa sudeste catarinense.
Municípios como Alto Feliz (RS), Alecrim (RS), Água Santa (RS), Aberlado Luz (SC) e Águas Frias (SC) podem enfrentar chuvas intensas, ventos fortes e queda de granizo.
Na faixa norte do país, a previsão é de chuvas influenciadas pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
Expectativa de pancadas de chuva, raios, rajadas de vento e trovoadas na região Norte, especialmente no Amazonas, Rondônia, Pará, nordeste do Amapá e Tocantins.
Na região Nordeste, chuvas podem ocorrer no Maranhão, Piauí e Bahia, com destaque para acumulados acima de 50 mm. Possibilidade de chuvas isoladas nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e chuvas no sudoeste do Ceará.
Previsão de chuvas intensas com volumes de 100 a 150 mm em boa parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste.
O Inmet prevê acumulados significativos em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.
Possibilidade de queda de granizo na quinta e sexta-feira em áreas específicas, como norte do Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo.
Ao longo da semana, o país deve registrar máximas acima de 34°C, podendo chegar a 39°C nas Regiões Norte, Nordeste e Sul. Mínimas inferiores a 26°C no centro-sul do país.
Chuvas e calor intensos devem afetar grande parte do país nesta semana, que começa com alerta de tempestades nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, além de parte da Bahia e do Rio Grande do Sul. É o que explica o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Cleber Souza.
“Há previsão de pancadas de chuvas significativas na maioria das regiões do Brasil, com exceção do Nordeste. Como a massa de ar quente começa a ganhar força, não tem chuvas significativas para o interior e parte do litoral do Nordeste. Então a semana segue com as chuvas ocorrendo em boa parte das regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste e, ao longo da semana, a frente fria vai se originar no região Sul e mantém as pancadas de chuva em boa parte dos estados do Sul”, afirma.
O Inmet recomenda não se abrigar debaixo de árvores e não estacionar veículos próximo a torres de transmissão e placas de propaganda em casos de tempestade com rajadas de ventos. De acordo com o Instituto, também é importante remover aparelhos elétricos das tomadas.
O verão é a estação mais quente do ano e vai até março. Por isso, o calor segue intenso em grande parte do país nesta semana. O Inmet prevê temperaturas de até 40º. As mínimas devem variar entre 13º no Sul e Sudeste — e 21º no Norte do país, segundo Cleber Sousa.
“No Nordeste, onde fica mais quente, a temperatura é de 40º, principalmente em Alagoas e Pernambuco. No Norte, 39º. No Centro-Oeste temperaturas bastante quentes também, 40º em Mato Grosso do Sul e no Sul as temperaturas bastante elevadas 37º ocorrendo em áreas no Paraná. No Rio Grande do Sul também pode ter temperaturas altas”, explica.
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O recorde histórico de calor batido em novembro passado fez o consumo de energia elétrica disparar em todo o país. O aumento foi de 11,4% em relação ao mesmo mês de 2022, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Tudo isso graças ao aumento do uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores.
A advogada Maria Alice Coutinho, que mora em Independência, no Ceará, cansou de sentir calor e comprou o aparelho de ar-condicionado. Já no primeiro mês viu a conta mais que dobrar. O valor passou de R$ 100 para R$ 250 por mês. “Eu costumo ligar o aparelho entre 23h e 6h da manhã, mesmo assim senti o impacto na conta.”
Maria Alice faz parte dos consumidores do chamado mercado regulado, que inclui residências e pequenas empresas que contratam eletricidade diretamente das distribuidoras. Nesse segmento, o aumento chegou a 15,2% no comparativo anual.
O engenheiro elétrico Guilherme Barcellos explica que “a própria onda de calor pode explicar o aumento do consumo, uma vez que, com o maior calor, a tendência é dos equipamentos de ar-condicionado e refrigeração funcionarem por mais tempo e em potência máxima por um período maior”.
Além disso, o uso mais intenso dos equipamentos exige que a manutenção seja mais frequente e, caso ela não seja feita, a eficiência pode diminuir e a tendência é que esses aparelhos consumam mais energia, explica o engenheiro.
Última semana de 2023 será marcada por bastante chuva em grande parte do país
Os setores de serviços e comércio foram os que mais tiveram aumento no consumo em novembro, 16,2% e 14,1% respectivamente. São ramos que, além do impacto da temperatura, com a necessidade de um uso mais intenso de equipamentos de refrigeração em shoppings, hotéis e supermercados, também usaram mais energia para garantir estoque para as festas de fim de ano.
Por conta disso, todos os estados do país aumentaram o consumo de eletricidade em novembro com relação ao ano passado. No Espírito Santo, essa alta do consumo de energia chegou a 28,4%. Em seguida, vem Mato Grosso (28%), Maranhão (22,9%), Acre (19,3%) e Rio de Janeiro (19,2%).
O engenheiro Guilherme Barcellos explica que a escolha do equipamento é um dos principais fatores para se conseguir equilibrar o consumo de energia.
“O ideal é sempre buscar por equipamentos com a tecnologia inverter e que tenham classificação de consumo do Procel — aquela etiqueta que vem no equipamento – A ou superior. Além disso, é importante manter a manutenção em dia, equipamentos do tipo split Hi-Wall, comuns em residências e lojas comerciais, tipicamente precisam de uma limpeza realizada por profissional capacitado anual além da limpeza de filtros que pode ser feita pelo usuário.”
Barcellos ainda explica que a limpeza anual é fundamental para que o equipamento funcione em sua máxima eficiência e consuma menos energia. Outra dica importante é com relação a temperatura, que deve ser confortável para o ambiente — ela deve ficar entre 22ºC e 24°C. “Configurar o equipamento para temperaturas mais baixas não vai fazer com que o ambiente gele mais rápido. Além disso, vai fazer com que o equipamento trabalhe em potência máxima por mais tempo e, consequentemente, consuma muito mais energia, sem necessidade.”
Mudança de estação acontece na madrugada de sexta-feira (22), às 0h27
A última semana da primavera no Brasil pode ter pancadas de chuva em todas as regiões do país. É o que aponta o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo a previsão, as regiões que devem registrar maiores acumulados de chuva — mais de 80 mm — são Centro-Oeste, Sudeste e parte do Norte.
Depois da onda de calor que passou pelo país nos últimos dias, as chuvas serão causadas pelo aumento da umidade associado ao calor típico desta época do ano, como explica o meteorologista do Inmet, Olívio Bahia.
“A umidade, o conteúdo de água na atmosfera aumenta em todo o Brasil. [A temperatura] cai para a casa dos 36ºC/38ºC em algumas áreas, o que não configura onda de calor, mas ainda é quente. Esse calor, com o aumento da umidade, já vai provocar pancadas de chuva generalizadas e pode ter temporais ao longo desta semana”, observa.
Ainda segundo o meteorologista, a semana do dia 18 a 24 de dezembro não será marcada por nenhum fenômeno especial e as temperaturas no Brasil como um todo devem ficar em torno dos 30ºC.
Olívio Bahia fala ainda sobre a onda de calor que terminou no domingo (17) e a mudança no cenário em relação à seca.
“As temperaturas tem que ficar pelo menos cinco graus acima da média durante um determinado período, três dias ou mais, mas não quer dizer que a gente vai ter frio. Estamos caminhando para o verão, esse período é caracterizado justamente pelo calor e pelas pancadas de chuva, que inclusive estão abaixo da média”, explica.
O verão no Hemisfério Sul começa na sexta-feira (22), exatamente às 0h27.
Na região Norte do país, Amazonas, Acre, Rondônia, Tocantins, o sul do Pará e o leste do Amapá devem ter acumulados de chuva maiores que 70 mm. Nas demais áreas chove pouco, até 20 mm.
Bahia, Sergipe e no sul do Maranhão e do Piauí, no Nordeste, receberão pancadas de chuva ao longo da semana. Já nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão é de pancadas de chuva localmente fortes, podendo ultrapassar 80 mm.
No Sul, em geral, a previsão é de pouca chuva, com exceção do Paraná, que deve registrar acumulados maiores que 20 mm.
Com temperaturas alcançando os 40ºC em Minas Gerais, uma das principais alternativas para aliviar o calor tem sido tomar vários banhos ao longo do dia e aumentar o consumo de água. De acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), por conta da condição climática o gasto de água pela população aumentou em 20%.
De acordo com o governo estadual o aumento de consumo de água é preocupante, especialmente devido ao seu potencial impacto no abastecimento em municípios como Santa Luzia, Lagoa Santa, Ribeirão das Neves, Esmeraldas, Mateus Leme, Pedro Leopoldo e Vespasiano.
Larissa Fernandes Gontijo, pedagoga de 25 anos e moradora em Paracatu, compartilha que só terá certeza sobre o aumento no consumo de água quando receber a fatura do mês. Ela destaca que, devido ao calor, sua família tem aumentado a frequência de banhos ao longo do dia. Além disso, Larissa menciona que a casa está sendo limpa com mais frequência devido à poeira, resultante das condições climáticas.
"A gente vai poder calcular melhor na nossa próxima conta, mas tenho certeza que aumentou por conta do calor e, assim, por conta da poeira não dá para manter a casa. Então a casa mais vezes está sendo limpa mais vezes e os banhos aumentaram porque está muito quente. Então, tudo isso com certeza aumentou”, afirma a pedagoga.
O dermatologista Tiago Silveira destaca a importância de redobrar os cuidados com a pele em altas temperaturas. Segundo o especialista, a falta de proteção pode resultar em queimaduras intensas e até mesmo aumentar o risco de desenvolver câncer de pele. Segundo ele, um dos principais passos que a pessoa deve fazer é passar uma boa camada de protetor solar, beber bastante água, se alimentar bem e não se expor diretamente ao sol é uma das estratégias para se cuidar.
“É importante aumentar a hidratação, consumindo pelo menos dois a três litros de água diariamente, incluindo sucos de frutas e água de coco. Além disso, o uso adequado do filtro solar é essencial devido à maior exposição à radiação ultravioleta (UV) durante essa estação. Recomenda-se aplicar uma camada generosa de filtro solar para garantir proteção eficaz, evitando a prática comum de espalhar uma camada fina. Além disso, é importante evitar a exposição ao sol nos horários de pico, entre 10h e 16h, buscando áreas sombreadas e utilizando acessórios como bonés e chapéus para proteção adicional”, explica o especialista.
Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o mês de novembro é tipicamente caracterizado por chuvas, tornando o calor intenso algo fora do comum para essa época do ano. O INMET explica que as altas temperaturas foram ocasionadas por uma predominante massa de ar seco continental, uma condição atípica que pode ser associada ao fenômeno climático El Niño.
Segundo o instituto, o que se espera para os próximos dias é uma forte mudança nas condições climáticas, com predominância de pancadas de chuvas e uma redução nas temperaturas.