LOC.: Em votação simbólica, a Câmara dos Deputados aprovou na sexta-feira, 7, o texto-base do projeto de lei que retoma o voto de qualidade nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O texto agora vai ser analisado no Senado Federal. O Carf julga disputas entre contribuintes e o Fisco. Com a aprovação da matéria a União passa a ter direito ao voto de minerva no caso de empate nas análises.
Durante a votação, o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) destacou que a volta do voto de qualidade prejudica o contribuinte.
TEC./SONORA: Joaquim Passarinho, deputado federal (PL-PA)
“Nós vamos voltar a prejudicar o empresário, o empreendedor, aquele que emprega nesse país que se pagou algo errado, segundo o fisco. Estou falando aqui em caso de desempate, nós vamos prejudicar o contribuinte, o empregador, aquele que gera emprego nesse país que gera renda. Aí é prejudicial mesmo.”
LOC.: Segundo a advogada especialista em direito tributário Mirian Lavocat, de acordo com a lei, havendo empate no julgamento do caso, o correto seria a decisão ser resolvida em favor do contribuinte. Para a tributarista, a volta do voto de qualidade é uma ofensa ao processo constitucional.
TEC./SONORA: Mirian Lavocat, advogada especialista em direito tributário
"É inaceitável você tem que ter uma ampla defesa, tem que ter um contraditório, que são princípios mínimos que nós temos dentro da Constituição de 88. Quando você tem oito pessoas julgando e elas não chegam a uma conclusão, a quem você daria o desempate: a favor do contribuinte ou da própria Fazenda?”.
LOC.: Além da volta do voto de qualidade, o texto estabelece prazo de 90 dias para que o contribuinte apresente uma proposta de pagamento do valor principal da dívida sem incidência de juros. O texto também limita em 60 salários mínimos o alcance para que os contribuintes possam recorrer ao Carf.
Reportagem, Landara Lima.