IPC-S

09/09/2025 04:35h

Habitação lidera baixa, enquanto alimentação, transporte e vestuário avançam; expectativa é de deflação pontual até o fim do ano, apesar das pressões externas

Baixar áudio

Na primeira quadrissemana de setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou queda de 0,20%. O resultado reforça a tendência de desaceleração da inflação, depois das altas observadas em julho, e mostrou que cinco das oito classes de despesa registraram acréscimos em suas taxas de variação. 

Na composição do índice, Habitação foi o destaque de baixa, com variação passando de -0,80% para -0,27%. Os grupos que apresentaram acréscimo nas suas taxas de variações foram Educação, Leitura e Recreação (-0,90%), Alimentação (-0,28%), Transportes (0,19%) e Vestuário (0,29%). 

Segmentos como Despesas Diversas e Saúde e Cuidados Pessoais apresentaram recuo em suas taxas, enquanto Comunicação apresentou estabilidade. 

De acordo com o economista César Bergo, o movimento confirma que a inflação vem cedendo de forma gradual, mas em velocidade menor que no início do processo. Ele avalia que, apesar de pressões pontuais, os preços começam a se acomodar “dentro de um certo controle”.

“Isso mostra que a inflação, embora venha apresentando uma queda gradativa, está diminuindo a sua velocidade. Então, isso pode ter um certo impacto nas próximas semanas. Mas o importante é que vem atingindo um patamar em que coloco os preços de alguma forma dentro de um certo controle”, avalia.

A expectativa é de que, nas próximas semanas, a inflação mantenha o ritmo de queda e até registre episódios de deflação, o que poderia ampliar o poder de compra das famílias até o fim do ano. Bergo destacou ainda que fatores externos, como as tarifas impostas pelos Estados Unidos, trouxeram impacto principalmente para as capitais do Norte e do Nordeste, que sentiram a redução das exportações. “De todo modo, é ainda uma incógnita, é um peso grande no tocante às exportações brasileiras, em que a negociação, a diplomacia, não está fazendo efeito, mas o Brasil tem conseguido novos mercados."

O cenário político chama atenção, devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro que pode influenciar a postura americana em relação a novas sanções comerciais contra o Brasil.

No acumulado de 2025, o IPC-S registra alta de 2,41% e, em 12 meses, avanço de 2,90%, mantendo a inflação sob controle em meio às incertezas externas e internas.
 

Copiar textoCopiar o texto
19/08/2025 03:00h

Com recuo nos preços de combustíveis, alimentos e educação, a inflação medida pelo IPC-S registrou alta de 0,09%

Baixar áudio

Na segunda quadrissemana de agosto de 2025, o índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou alta de 0,09%, acumulando, nos últimos 12 meses, uma variação positiva de 4,31%. Esse resultado representa uma desaceleração em comparação à alta de 0,38% observada na primeira quadrissemana do mês.

Dos oito grupos que compõem o índice, seis apresentaram redução de variação. O grupo Habitação passou de 1,00% para 0,18%, enquanto Educação, Leitura e Recreação recuaram para -0,44%. Alimentação também registrou queda intensa dos preços, com -0,31%, ao lado de Transportes, com -0,29%, Despesas Diversas, de 1,52% para 1,08% e Vestuário, para 0,01%.

Segundo o economista César Bergo, esse decréscimo foi provocado, principalmente, pela queda nos preços dos combustíveis, o que impactou diretamente o grupo dos transportes. “Provocada principalmente pelo preço dos transportes, em função da queda no preço dos combustíveis. Também contribuiu para isso o item educação, onde também houve um recuo dos preços. Agora, o positivo é o preço dos alimentos também, que acaba caindo. Isso vem acontecendo de maneira geral no país, sobretudo em função da entrada de algumas safras.”, afirmou. 

TABELA DE VARIAÇÃO PERCENTUAL

IPC-S – Variação percentual por classe de despesa (FGV IBRE)
Classe de Despesa Variação percentual
15.07.2025 22.07.2025 31.07.2025 07.08.2025 15.08.2025
IPC-S 0,25 0,31 0,37 0,38 0,09
Alimentação 0,01 0,05 -0,04 -0,08 -0,31
Habitação 0,62 0,77 0,88 1,00 0,18
Vestuário 0,01 -0,30 -0,07 0,03 0,01
Saúde e Cuidados Pessoais 0,31 0,39 0,69 0,66 0,50
Educação, Leitura e Recreação 0,93 0,86 0,66 0,20 -0,44
Transportes 0,18 0,29 0,10 0,13 -0,29
Despesas Diversas 0,47 0,80 1,10 1,52 1,08
Comunicação 0,09 0,05 -0,09 -0,02 1,08
Fonte: FGV IBRE


Para os municípios, avalia o economista, esse equilíbrio nos preços é essencial, pois permite que o consumidor mantenha seu poder de compra, movimentando a economia local e contribuindo para a estabilidade dos orçamentos familiares. 

De acordo com Guidi Nunes, conselheiro do Corecon-DF, o resultado do IPC-S indica que a inflação permanece controlada e abre a possibilidade de uma eventual deflação ao longo do mês. “Agora, que fatores estão contribuindo para esse cenário? A taxação dos Estados Unidos aos produtos exportados pelo Brasil. Esses produtos que estão fora da lista de exceção, que são aproximadamente 3.300 produtos, ao gerar um excesso de oferta, ou eles ao serem ofertados no mercado interno, então aumenta a oferta. Ao aumentar a oferta, reduz o preço, ou pelo menos diminui a pressão para o aumento de preço desses produtos”, apontou. 

Além disso, ressalta que a valorização do real, a queda nos preços internacionais de commodities e uma safra agrícola robusta ajudam a conter a inflação. “Tivemos uma valorização do real frente ao dólar de 12% aproximadamente, ao longo do primeiro semestre de 2025. Queda nos preços internacionais dos produtos exportados pelo Brasil, como soja, milho, vários produtos tiveram queda. Por quê? Porque você não está tendo um crescimento internacional e econômico pujante como nos anos anteriores”, explicou. 

Com a continuidade do recuo nos preços dos combustíveis e a possibilidade de redução da bandeira tarifária de energia elétrica, a trajetória de moderação da inflação deve se manter nas próximas semanas.
 

Copiar textoCopiar o texto
05/08/2025 00:00h

Último levantamento do IPC-S mostra alta da inflação em São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Brasília, com destaque para o impacto da tarifa de energia; tendência é de alívio nos próximos meses, segundo especialista

Baixar áudio

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou aceleração da inflação em quatro das sete capitais pesquisadas na última apuração, divulgada na segunda-feira (4). 

São Paulo foi a capital com a maior variação, passando de 0,45% para 0,69%, principalmente pela tarifa de eletricidade residencial, seguida por Salvador, Porto Alegre e Brasília, com variações de 0,22%, 0,16% e 0,34%, respectivamente. 

Já as cidades que registraram desaceleração foram Rio de Janeiro (0,01%), Belo Horizonte e Recife. De acordo com o economista César Bergo, essa variação está diretamente ligada aos preços da energia elétrica e transporte aéreo. 

“O aumento e a aceleração dessa inflação decorrem da energia elétrica, principalmente em São Paulo. Você tem a bandeira vermelha sendo utilizada. Isso está, de alguma forma, comprometendo os preços na cidade, porque o peso é maior lá. Temos, do outro lado, a questão do transporte aéreo, que acabou fazendo com que o Rio de Janeiro apresentasse a menor variação. Além disso, todas elas sofreram o aumento de preço dos alimentos, também do vestuário”, explicou.

TABELA DE VARIAÇÃO PERCENTUAL

Municípios 30.06.2025 07.07.2025 15.07.2025 22.07.2025 31.07.2025
Salvador 0,02 -0,11 0,02 0,08 0,22
Brasília 0,50 0,36 0,41 0,31 0,34
Belo Horizonte 0,28 0,47 0,51 0,43 0,30
Recife 0,85 0,75 0,60 0,54 0,37
Rio de Janeiro 0,28 0,17 0,33 0,18 0,01
Porto Alegre -0,11 -0,09 0,03 0,08 0,16
São Paulo 0,03 0,03 0,23 0,45 0,69


A expectativa, no entanto, é de alívio nos próximos meses. “A partir do meio de setembro, você pode ter a mudança de bandeira tarifária para amarela e também, em sequência, para verde. Isso vai baratear o preço da energia elétrica, deve contribuir para que a inflação reduza, pelo menos nessas capitais onde o peso é maior”, disse o economista. 

O IPC-S é um dos principais indicadores da FGV para medir o custo de vida nas capitais brasileiras, com base na variação semanal dos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias.

Copiar textoCopiar o texto
24/07/2025 02:00h

FGV IBRE aponta que, com o resultado, o índice acumula alta de 3,99% nos últimos 12 meses; acréscimo foi impulsionado principalmente pelo grupo Habitação

Baixar áudio

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) subiu 0,31% na terceira quadrissemana de julho de 2025. Com o resultado, acumula alta de 3,99% nos últimos 12 meses. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE).

O índice é calculado com base nos preços coletados entre os dias 23 de junho e 22 de julho de 2025, comparados aos levantados entre 23 de maio e 22 de junho de 2025. Nesta apuração, quatro das oito classes de despesas que compõem o IPC-S apresentaram acréscimo nas taxas de variação.

A alta foi impulsionada principalmente pelo grupo Habitação, cuja taxa de variação passou de 0,62% na segunda quadrissemana de julho de 2025, para 0,77% na terceira quadrissemana deste mês.

Grupos como Despesas Diversas (de 0,47% para 0,80%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,17% para 0,30%) e Alimentação (de 0,01% para 0,05%) também registraram acréscimo, contribuindo para a alta do IPC-S.

Por outro lado, as classes de despesa Vestuário (de 0,01% para -0,30%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,93% para 0,86%), Comunicação (de 0,09% para -0,05%) e Transportes (de -0,14% para -0,15%) apresentaram desaceleração, com variações negativas ou menores que as observadas na quadrissemana anterior.

O que é o IPC-S? 

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) é um indicador que mede, a cada quatro semanas, a variação do custo de vida para famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos mensais.

Esse índice é calculado pela Fundação Getulio Vargas, por meio do Instituto Brasileiro de Economia, o FGV IBRE. Além do IPC-S, o sistema inclui outros índices de preços, sendo eles: IPC-3i, IPC-C1, IPC-DI, IPC-10 e IPC-M.

Copiar textoCopiar o texto
13/06/2024 00:06h

Economista atribui a elevação dos preços, especialmente dos alimentos, aos fenômenos climáticos e desastres naturais no sul do país

Baixar áudio

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de maio de 2024 subiu 0,64%, acumulando uma alta de 4,07% nos últimos 12 meses, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). 

Para o economista Cesar Bergo, é evidente que os fenômenos climáticos e desastres naturais que aconteceram no sul do país têm uma influência decisiva nos preços, sobretudo, dos alimentos. Ele aponta que na apuração, cinco dos oito grupos que compõem o IPC-S registraram acréscimo, com destaque para alimentos e habitação.

Bergo ainda acrescenta que quatro das sete capitais pesquisadas registraram aumento em suas taxas de variação, sendo elas: Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. 

"Do ponto de vista prático, a capital que mais apresentou um desempenho negativo foi Porto Alegre, por conta dos eventos [climáticos], mas os preços subiram um 1,2%, seguida de São Paulo, que também subiu bastante, 0,7%", destaca.

Veja as variações percentuais ao mês até o dia 7 de junho:

  • Rio de Janeiro: 0,40
  • Belo Horizonte: 0,43
  • Recife: 0,08
  • São Paulo: 0,71
  • Salvador: 0,29
  • Brasília: 0,52
  • Porto Alegre: 1,22

Expectativas

O economista informa que a tendência para os próximos meses é que os alimentos continuem pressionando a inflação.

"Sobretudo aqueles produtos que são produzidos no estado do Rio Grande do Sul, como o arroz, e também outros aspectos relacionados à logística e distribuição. Os produtos de habitação continuam sendo pressionados", completa.

Ele destaca que o resultado da próxima semana será decisivo para a expectativa futura do IPC-S.

Leia mais:

Poupança registra entrada líquida de R$ 8,2 bilhões em maio, aponta BC 

Dia dos Namorados: comércio varejista pode movimentar R$ 2,59 bi

Copiar textoCopiar o texto
04/06/2024 00:06h

Pesquisa revelou que, nos últimos 12 meses, a alta chegou a 3,30%, com destaque para cinco das oito classes de despesa

Baixar áudio

Relatório emitido pelo FGV Ibre nesta segunda-feira (3) apontou que o IPC-S da quarta quadrissemana de maio de 2024 subiu 0,53%, chegando a acumular alta de 3,30% nos últimos 12 meses.

Segundo dados da pesquisa, cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, sendo a maior delas a do grupo de Educação, Leitura e Recreação, que bateu 0,87% nesse período.

Para Alessandro Azzoni, economista e advogado, Bacharel em Ciências Econômicas pela Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU), a partir dos resultados do levantamento, os municípios conseguem fazer um acompanhamento da inflação dentro de suas regiões, o que ajuda numa análise mais localizada da economia do país. 

"Isso serve também para os dados calculados pelo IPC-S que são utilizados pelos governos para elaborar políticas públicas de programa de assistência social, principalmente no reajuste dos salários mínimos e benefícios de aluguel social. Então também ajuda os municípios nesse sentido”, explica.

Os grupos de Habitação, Alimentação, Despesas Diversas e Vestuário também apresentaram alta, com destaque para o desempenho das taxas de água e esgoto residencial, que registraram 1,54%, arroz e feijão, com -0,15%, conserto de bicicleta, que bateu o,75% e calçados infantis, que registrou -0,36%. 

 

 

Em contrapartida, os grupos de Transportes, Saúde e Cuidados Pessoais e o de Comunicação apresentaram baixa em relação às demais taxas de variação, especialmente a gasolina, que chegou a 1,20%, medicamentos em geral, que bateu 0,10% e tarifa de telefone móvel, com  0,52%. 

Na opinião de Roberto Piscitelli, economista e professor de finanças públicas da UNB, os 0,53% que foram registrados no último levantamento são bem inferiores à expectativa de inflação para todo o ano.

"A expectativa para este ano todo é de 3,73%. Alguns grupos apresentaram elevação e outros, recuos, o que é natural. Nesse mês, nessa quadrissemana, houve mais elevações do que recuos, se a gente considerar cada um desses grupos de produtos e serviços”, aponta.

 

 

A próxima apuração do IPC-S, com dados coletados até o dia 7 de junho de 2024,  será divulgada no dia 10.

Copiar textoCopiar o texto
27/05/2024 00:04h

Em pesquisa divulgada nesta quinta-feira (23), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que o IPC-S subiu 0,49%, acumulando uma alta de 3,27% nos últimos 12 meses

Baixar áudio

Uma apuração feita durante a terceira quadrissemana de maio de 2024 apontou que cinco das oito classes de despesa integrantes do Índice de preços ao consumidor (IPC-S) registraram aumento. O destaque ficou para o grupo da Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de acréscimo passou de -0,17%, na segunda quadrissemana de maio de 2024, para 0,26% na terceira quadrissemana.
Vale destacar que, nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item passagem aérea, cujo preço foi alterado 1,45%, perante -1,68% na edição anterior do IPC-S.


De acordo com o Presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo (SP), Carlos Eduardo Oliveira Jr, tal ação e suas consequências estão dentro da normalidade.


“Essa elevação no índice de preço ao consumidor semanal em 0,49% vai ter algumas implicações. A primeira delas é o custo de vida. Os serviços consumidos pelas famílias se elevaram, reduzindo o poder de compra da população. Mas também há a expectativa de mercado. A aceleração da inflação pode alterar a expectativa com relação ao desempenho econômico do Brasil, afetando, principalmente os investimentos e a confiança do consumidor”, aponta o economista. “Porém, está dentro de uma faixa controlada. Essa elevação, de forma geral, não traz necessidade de pânico ou risco muito elevado. Está dentro da expectativa”, complementa.

Compras online: 18% dos que ganham até 2 salários mínimos compraram com isenção de US$ 50

 

Foram registrados, inclusive, aumentos nas taxas de variação nos grupos de Habitação (0,26% para 0,32%), Despesas Diversas (0,16% para 0,20%), Comunicação (0,50% para 0,54%) e Transportes (0,74 % para 0,75%). Em contrapartida, os grupos de Vestuário, Alimentação e Saúde e Cuidados Pessoais apresentaram decrescimento: (-0,15% para -0,55%), (0,66% para 0,63%) e (0,75 para 0,74%), respectivamente.


Na opinião de Wanda Santos, aposentada de 63 anos de Brasília (DF), a alta prevista do IPC-S está dificultando os gastos com as despesas.


“Na minha opinião, os preços em geral subiram muito. Está sendo difícil controlar o orçamento mensal. Os custos como alimentação e aluguel, principalmente, tiveram um aumento significativo”, afirma.
 

Copiar textoCopiar o texto
19/05/2024 00:03h

Especialista aponta que as chuvas intensas no Rio Grande do Sul podem afetar o IPC-S nos próximos meses

Baixar áudio

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de maio de 2024 continuou em 0,45%, acumulando uma alta de 3,23% nos últimos 12 meses, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). 

O economista Cesar Bergo destaca que quatro das sete capitais pesquisadas registraram desaceleração em suas taxas de variação. “Não que não tenha subido, mas subiu bem menos que vinha subindo. Essas capitais foram São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte”, explica.

Veja as variações percentuais ao mês até o dia 15 de maio:

  • Rio de Janeiro: 0,40
  • Belo Horizonte: 0,53
  • Recife: 0,32
  • São Paulo: 0,52
  • Salvador: 0,47
  • Brasília: 0,23
  • Porto Alegre: 0,47 

O economista aponta que houve decréscimo nos preços, em relação ao período anterior, nos grupos de Educação e Transporte. Ele ressalta que houve uma queda no preço dos combustíveis (gasolina e etanol), no preço das roupas femininas e das frutas. 

Além disso, ele explica que ao contrário do que aconteceu no período anterior, os medicamentos também apresentaram desaceleração nos preços.

Expectativas

O economista Cesar Bergo aponta que as chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul devem afetar o IPC-S nos próximos meses.

“O estado é um bom fornecedor de alimentos, com a safra de arroz, de milho e também a produção de trigo. Lá tem muita dificuldade de escoamento e isso deve ter um impacto o preço desses produtos nas capitais, mesmo que o governo tenha importando uma quantidade de arroz. A gente estima que esse impacto pode ser algo próximo de 0,1%,até 0,2%”, informa. 

Ele também explica que a defasagem de preço de combustíveis pode continuar pressionando o IPC-S. Por isso, ele afirma que para os próximos meses, o acumulado dos preços deve cair.

Leia mais:

Volume de serviços se recupera e cresce 0,4% em março

Brasil tem 15,7 milhões de microempreendedores individuais

Copiar textoCopiar o texto
18/05/2024 00:04h

O indicador avalia semanalmente o custo de vida para famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos mensais

Baixar áudio

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou taxa de variação de 0,45% na segunda quadrissemana de maio, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Esse é o mesmo valor da semana anterior.

O indicador, que mede semanalmente a variação do custo de vida para famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos mensais, acumula alta de 3,23% nos últimos 12 meses.  

De acordo com o levantamento, houve um aumento nas taxas de variação em alguns grupos, incluindo Educação, Leitura e Recreação (de -0,70% para -0,17%), Transportes (de 0,57% para 0,74%) e Despesas Diversas (de 0,14% para 0,16%).

Vale destacar que, dentro da categoria de despesas, os dois itens que apresentaram maior variação foram passagem aérea (de -5,08% para -1,68%) e transporte por aplicativo (de 0,20% para 4,91%).

Enchentes

Para o economista José Luiz Pagnussat, ex-presidente da Corecon-DF, as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul contribuíram para essa variação no indicador.

“Você tem um problema também de redução de oferta de vários outros produtos. O Rio Grande do Sul é responsável por quase 20% da produção de carne de porco, responsável pela produção de frango, quase 10%. A redução de oferta vai afetar o preço desses produtos para o consumidor, e isso reflete na inflação", explica.

Ele explica que o IPC-S da FGV vem apresentando uma trajetória de crescimento nas últimas semanas, apesar de vir em um patamar menor que o índice oficial de inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“Em vez de continuar numa trajetória de declínio por causa do IPCA, há uma tendência de já começar a refletir aumento de preços por causa dos problemas que a gente vai ter de oferta no Brasil, de muitos produtos”, completa.

Por outro lado, os grupos Alimentação (de 0,95% para 0,66%), Vestuário (de 0,07% para -0,15%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,81% para 0,75%), Comunicação (de 0,59% para 0,50%) e Habitação (de 0,28% para 0,26%) registraram uma diminuição em suas taxas de variação.

Leia mais:

Volume de serviços se recupera e cresce 0,4% em março

Imposto de Renda 2024: termina em 31 de maio prazo para envio da declaração

Copiar textoCopiar o texto
10/05/2024 00:04h

Especialistas apontam fatores que devem ter contribuído para esse cenário

Baixar áudio

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S)  da primeira quadrissemana de maio de 2024 aumentou 0,45%, acumulando uma alta de 3,23% nos últimos 12 meses. Os dados foram divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A economista Ana Cláudia Arruda, conselheira federal da Cofecon, destaca que cinco das sete capitais pesquisadas registraram acréscimo nas taxas de variação, com destaque para Belo Horizonte, Salvador, Recife, São Paulo e Porto Alegre.

Veja as variações percentuais ao mês até o dia 7 de maio:

  • Rio de Janeiro: 0,68
  • Belo Horizonte: 0,66
  • Recife: 0,50
  • São Paulo: 0,47
  • Salvador: 0,51
  • Brasília: 0,13
  • Porto Alegre: 0,29

“Vários fatores contribuem para esse aumento. As pressões inflacionárias são decorrentes, sobretudo, do aumento dos preços dos alimentos, que também comprometem muito a cesta básica. Por outro lado, a política monetária com taxa de juros elevadas e a demanda aquecida comprometem muitos preços internos. Além disso, a desvalorização cambial também afeta os preços das importações ", aponta Arruda. 

O economista José Luiz Pagnussat, ex-presidente da Corecon-DF, explica que já era esperada essa elevação dos preços ao consumidor, especialmente devido às chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul. 

Ele explica que o Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional do arroz. Como parte do grão não havia sido colhido, agora está perdido debaixo d’água. Com parte da colheita sendo perdida do estado, ele destaca que passa a ter um problema de redução de oferta de vários produtos, e com uma menor disponibilidade os preços tendem a subir.

“Mas também há problemas internacionais, que acabaram pressionando alguns preços. Então isso reflete um pouco dessa turbulência. O normal nos meses de maio, junho, é ter preços em queda ao nível de consumidor”, explica. 

O economista aponta que, nesses meses em que o Brasil teria sazonalmente uma redução de preço, a perspectiva é de aumento dos valores. 

Leia mais:

Mês de março foi de estabilidade para varejo, segundo IBGE

Valor médio da cesta básica cai em 7 das 8 capitais pesquisadas em março

Copiar textoCopiar o texto