A Vale inaugurou, dia 4 de setembro, a mina Capanema, em Ouro Preto (MG), em solenidade com o governador Romeu Zema e outras autoridades. A retomada da operação marca o início de uma nova fase da Vale em Minas Gerais, com investimentos de R$ 67 bilhões até 2030. Os recursos serão destinados para processos produtivos mais seguros, inovadores e sustentáveis, além de priorizar a redução do uso de barragens, reduzir as emissões de carbono e ampliar a mineração circular, com o apoio de novas tecnologias nos cinco complexos operacionais da empresa em Minas Gerais.
A mina Capanema vai operar a umidade natural, sem a utilização de água no processamento do mineral e sem gerar rejeito, eliminando a necessidade de barragem. O novo modelo contempla cinco caminhões fora de estrada autônomos e soluções de circularidade, com o reprocessamento de minério de ferro contido em uma antiga pilha de estéril. A mina vai adicionar aproximadamente 15 milhões de toneladas por ano à produção de minério de ferro da Vale, contribuindo para o alcance do guidance de 340–360 milhões de toneladas anuais em 2026. A Vale investiu cerca de R$ 5,2 bilhões na reativação da unidade, que estava paralisada havia 22 anos, incluindo a modernização das instalações e a integração com outras minas da região para a otimização de processos e redução de impactos ambientais. As obras tiveram duração de cinco anos, envolveram cerca de 40 empresas e mais de 6 mil trabalhadores no pico das atividades, com priorização de mão de obra local. A operação conta com 800 empregados. “Minas Gerais está no centro da transformação da Vale. Temos uma longa história de aprendizados, de uma profunda evolução cultural e, sobretudo, de parceria com os mineiros. Seguimos juntos nessa jornada, na certeza do nosso legado para o desenvolvimento sustentável do Estado. Capanema exemplifica a nova fase da mineração em Minas Gerais e reforça nosso compromisso com um processo produtivo mais responsável, minimamente invasivo e com tecnologia e inovação aplicadas para o melhor aproveitamento dos recursos minerais e para iniciativas de descarbonização”, afirma Gustavo Pimenta, presidente da Vale.
O investimento de R$ 67 bilhões em Minas Gerais está inserido na estratégia da Vale para 2030 para oferecer um portfólio de minério de ferro mais flexível, impulsionado por melhorias no desempenho operacional. Os aportes neste período devem gerar cerca de R$ 440 milhões em royalties por ano, movimentando R$ 3 bilhões anuais em salários para cerca de 60 mil profissionais, entre próprios e contratados. A maior parte dos investimentos será destinada a soluções para ampliar a filtragem e o empilhamento a seco do rejeito, com o objetivo de reduzir de 30% para 20% o uso de barragens nas operações da empresa no Estado. “Esses projetos oferecerão mais segurança na produção do portfólio de alta qualidade, que requer etapas de concentração do minério, especialmente o pellet feed high grade, essencial para as rotas de redução direta na produção de aço com menor emissão de gases de efeito estufa. Minas Gerais é estratégico no fornecimento desse produto, contribuindo diretamente para a descarbonização da indústria siderúrgica”, explica Rogério Nogueira, vice-presidente executivo Comercial e de Desenvolvimento da Vale.
A Vale investirá também na modernização dos cinco complexos operacionais da mineradora, além do aumento na gestão de estruturas geotécnicas das minas, incluindo conectividade, renovação de frota, instrumentação e monitoramento, entre outros processos que garantem a segurança, sustentabilidade e inovação na produção de minério de ferro no Estado. Os recursos abrangem a eliminação de barragens e diques do Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante. Desde 2019, cerca de 60% do programa foi executado. Das 13 estruturas remanescentes, oito estão em obras. Todas estão inativas e são monitoradas 24 horas por dia pelos Centros de Monitoramento Geotécnico da Vale. “Continuamos avançando na gestão de nossas estruturas geotécnicas, aprimorando os controles e estudos técnicos e desenvolvendo tecnologia de ponta, em parceria com nossos fornecedores, para eliminar nossas barragens a montante, com foco absoluto na segurança dos nossos empregados, das comunidades vizinhas e na proteção do meio ambiente. Esse é um passo essencial para uma mineração mais segura e alinhada às expectativas da sociedade”, ressalta Rafael Bittar, vice-presidente executivo de Serviços Técnicos da Vale.
Desde 2020, a vale tem intensificado práticas de mineração circular em Minas Gerais com o reprocessamento de minério de ferro de estruturas geotécnicas em descaracterização, como as pilhas de estéril da mina Serrinha e a barragem Vargem Grande da mina de mesmo nome. O reaproveitamento permite a eliminação de riscos associados às estruturas e traz ganhos ambientais, como a redução de área para disposição do material. No primeiro semestre de 2025, a mineradora produziu cerca de nove milhões de toneladas a partir desses programas, um aumento de 14% em relação ao mesmo período de 2024. No ano passado, a produção de fontes circulares somou 12,7 milhões de toneladas, e há potencial para que a empresa alcance 10% de sua produção total por meio dessas fontes até 2030. Minas Gerais responde por cerca de 80% desse volume.A Vale iniciou também a produção de Areia Sustentável em Minas Gerais, com mais de três milhões de toneladas comercializadas nos últimos dois anos, e a Fábrica de Blocos em Itabirito, que transforma rejeitos em materiais para a construção civil, retornando para a cadeia produtiva materiais que seriam anteriormente descartados em barragens e pilhas. Com 63 mil empregados, entre próprios e contratados, as atividades da Vale representaram 3,5% do PIB do Estado em 2023, conforme estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Nos últimos dois anos, Minas Gerais foi responsável por cerca de 45% da produção total de minério de ferro da companhia. A Vale também apoia as manifestações artísticas e ativos culturais do Estado. De 2020 a 2024, investiu cerca de R$ 370 milhões em 335 projetos, democratizando o acesso à arte e cultura para mais de um milhão de pessoas em 45 municípios de Minas Gerais. A Vale protege 73 mil hectares de áreas verdes no Estado, o equivalente a mais de duas vezes o tamanho da capital Belo Horizonte, entre áreas próprias e em parceria com o ICMBio. Desse total, mantém 13 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), em municípios onde possui operações. Adicionalmente, a empresa conserva outros 41 mil hectares, entre reservas legais, áreas de compensação ambiental e destinadas à criação de novas RPPNs, atualmente em análise pelos órgãos competentes.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) firmaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para desenvolver estudos sobre minerais críticos e estratégicos, fundamentais para a transição energética e para a soberania mineral brasileira. Com o acordo, as instituições ampliam esforços em pesquisa e inovação para incentivar o desenvolvimento da cadeia produtiva do setor mineral. O ACT foi formalizado em agosto. “Vamos unir as experiências de duas instituições científicas que são referência nos estudos sobre minerais para avançar na agenda dos minerais críticos e estratégicos, colocando o Brasil em posição de destaque no cenário internacional”, afirmou o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo.
A diretora do CETEM, Silvia França, ressaltou que a parceria tem o objetivo de potencializar o desenvolvimento tecnológico em temas estratégicos para o fortalecimento do setor mineral brasileiro. O trabalho conjunto prevê a execução de três projetos ao longo dos próximos quatro anos. O primeiro consiste na elaboração de um documento técnico sobre a oferta e demanda de minerais críticos e estratégicos que será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), a ser realizada em Belém (PA). O segundo contempla ações de caracterização tecnológica de minerais voltados à transição energética. Serão realizadas análises dos minerais de minérios e rochas dos depósitos e ocorrências que o SGB estuda, além de troca de experiências para novas metodologias de caracterização em laboratório.
Também está prevista, nesta linha de trabalho, a realização de ensaios tecnológicos para definir rotas de aproveitamento de materiais para gerar. O objetivo é gerar informações mais detalhadas sobre cada área de estudo e disponibilizar dados pré-competitivos que poderão diminuir o grau de incertezas para o setor mineral. No terceiro plano, são previstas ações para desenvolver tecnologias que reduzam o uso e ampliem o reuso de água na mineração.
Melo enfatiza a importância da parceria para fortalecer a sustentabilidade e a inovação no setor: “As atividades previstas são essenciais para estruturar toda a cadeia produtiva, desde a identificação de oferta e demanda até análises detalhadas que gerem dados robustos e confiáveis. Esses resultados irão orientar políticas públicas, estimular investimentos estratégicos e apoiar o desenvolvimento de rotas tecnológicas para o aproveitamento de recursos minerais de forma mais eficiente e sustentável, ampliando os impactos positivos dessa parceria para o setor e para a sociedade”. O acordo terá validade de quatro anos e não envolve a transferência de recursos financeiros.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgou que o setor registrou faturamento de R$ 26.716 bilhões em julho de 2025, um crescimento de 7,3% na comparação com o mesmo mês do último ano. A receita líquida interna somou R$ 19.700 bilhões, 14,5% a mais do que em julho de 2024, enquanto o consumo aparente totalizou R$ 36.374 bilhões, um acréscimo de 8,9% sobre julho do último ano. Nos sete primeiros meses de 2024, o faturamento alcançou R$ 174.5 bilhões, um incremento de 13,9% sobre o mesmo período de 2024. Já a receita líquida interna e o consumo aparente somaram R$ 133.8 bilhões e R$ 246.4 bilhões até julho, o que corresponde a aumentos de 18,2% em cada um, respectivamente.
As exportações renderam US$ 1.269 bilhão, um decréscimo de 4,8% quando comparado a julho de 2024, enquanto as importações somaram US$ 2.904 bilhões, um aumento de 8,6% sobre julho do último ano. Com isto, o setor fechou o mês com déficit de US$ 1.635 milhão, um aumento de 21,9% quando comparado a um ano antes. As vendas externas alcançaram US$ 7.050 milhões no acumulado até julho, enquanto as importações ficaram em US$ 18.607 milhões, o que significa recuo de 4,4% e crescimento de 10,5%, respectivamente, na comparação com os sete meses iniciais de 2024. O setor fechou o período entre janeiro e julho de 2025 com déficit de US$ 11.556 milhões, um acréscimo de 22% sobre os sete meses iniciais de 2024. A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de julho utilizando 78% da sua capacidade instalada, 2,5% acima de julho do último ano. Em média o setor atuou em 2025 com 77,6% da sua capacidade, 3,4%superior ao nível de 2024 (74,2%). Em julho de 2025 houve alta de 9,1% no número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos e o setor encerrou o mês com 425 mil colaboradores.
As 200 Maiores Empresas do Setor Mineral responderam por aproximadamente 86% do valor da Produção Mineral Brasileira em 2024, que somou R$ 270,8 bilhões, excluindo-se petróleo e gás. Elas também foram responsáveis por 93,5% da toda a CFEM (Contribuição Financeira pela Exploração Mineral), arrecadada no ano, que totalizou R$ 7,45 bilhões.
O segmento com maior participação na produção mineral é o minério de ferro que respondeu por 59,2% do valor total da produção. Os produtores de minério de ferro também são responsáveis pelo maior aporte de CFEM, tendo participado com nada menos que 74,6%. Este alto percentual é explicado pela maior alíquota paga pelo segmento, na faixa de 3,5%.
O ouro ocupa o segundo lugar no ranking, em termos de aporte no valor da produção, com um percentual de 7,77%. Já a participação do segmento no recolhimento de CFEM é de 4,22%, lembrando que o ouro paga uma das menores alíquotas do chamado royalty da mineração.
Em seguida, ainda no que se refere a participação no valor da produção vem o cobre, com 7,41% do valor da PMB e 5,40% da CFEM. Os outros produtos minerais com maior peso na produção são o calcário (2,13%), bauxita (2,05%), Agregados (1,88%), fertilizantes (1,73%), carvão (0,43%), rochas ornamentais (0,33%) e estanho (0,24%).
Já em termos de recolhimento de CFEM, depois do minério de ferro, ouro e cobre, os principais aportes são feitos pelos seguintes segmentos: bauxita (2,16%), calcário (1,66%), fertilizantes (1,35%), agregados (0,75%), carvão (0,36%), estanho (0,18%) e rochas ornamentais (0,11%).
No que se refere ao número de empresas no ranking, o minério de ferro empata com o segmento de agregados, com 43 empresas entre as 200 Maiores, seguido pelo calcário (36 empresas), ouro (22 empresas), carvão e rochas ornamentais (ambos com 7 empresas), cobre e estanho (5 empresas cada um) e fertilizantes e bauxita (com 4 empresas).
Vale
No segmento do minério de ferro, a liderança inconteste permanece com a Vale, com uma participação superior a 40% no valor da produção mineral, com um total de 32 frentes de operação. A empresa também foi responsável por quase 55% do total recolhido de CFEM em 2024. No ano, a Vale produziu um total de 327,7 milhões de toneladas de minério de ferro, sendo 86,9 milhões t no Sistema Sudeste (Itabira, Minas Centrais e Mariana), 63,3 milhões t no Sistema Sul (Vargem Grande e Paraopeba) e 177,5 milhões t no Sistema Norte (Serra Norte, Serra Leste e Serra Sul). Já a produção de pelotas somou 36,9 milhões t. A receita financeira obtida pela empresa com minério de ferro (incluindo pelotas e outros produtos) somou US$ 31,4 bilhões.
Para 2025, a Vale estima uma produção entre 325 e 335 milhões t de minério de ferro, que evoluiria para 340 a 360 Mt em 2026 e estacionando na faixa de 360 Mt em 2030. Para alcançar esses níveis de produção, a empresa está conduzindo um programa de investimentos no valor de US$ 5,299 bilhões, dos qual uma parte já foi executado. Em 2024, a Vale investiu, em projetos de crescimento em minério de ferro, um total de US$ 971 milhões, assim distribuídos: Lavra da barragem do Gelado, em Carajás – US$ 30 milhões; fábrica de briquetes de Tubarão – US$ 68 milhões; aumento da capacidade em Serra Norte (US$ 85 milhões); maximização da capacidade em Capanema (US$ 298 milhões); expansão na Serra Sul – S11D (US$ 490 milhões). Já para 2025, a Vale programou investimentos de US$ 728 nesses programas, com as seguintes destinações: Barragem do Gelado (US$ 35 milhões); Fábrica de briquete de Tubarão (US$ 30 milhões); Expansão em Serra Norte (US$ 17 milhões); Maximização da produção em Capanema (US$ 199 milhões); Expansão em Serra Sul – S11D (US$ 447 milhões).
Desde algum tempo, a Anglo American coloca-se em segundo lugar entre os produtores de minério de ferro no Brasil, considerando-se o valor declarado de produção, não o volume. Em 2024, no seu Sistema Minas-Rio, a empresa produziu 25 milhões de toneladas de minério premium, com um aumento de 3% em relação aos 24,2 Mt obtidos no ano anterior. O nível de produção de 2024 é recorde histórico desde que o complexo entrou em operação, em 2014.
Esse nível de produção proporcionou à empresa uma receita operacional líquida de R$ 11,6 bilhões em 2024.
No final de 2024, a Anglo American adquiriu os recursos minerais de alto teor da Serra da Serpentina, em Minas Gerais, que pertenciam à Vale. Com a transação, a Vale passou a deter 15% de participação nas operações do Minas-Rio, tendo ainda a opção de adquirir mais 15%, caso ocorra uma expansão futura do empreendimento.
A Anglo American está implementando um programa de investimentos que contempla um montante de US$ 1,12 bilhão até 2027, em dois projetos principais. O primeiro deles é a instalação de uma planta de filtragem de rejeitos de minério de ferro, em Conceição do Mato Dentro (MG), que tem como objetivo aumentar a vida útil da barragem de rejeitos. A planta poderá filtrar cerca de 85% do rejeito total gerado pela empresa e a capacidade de processamento é de 24,5 milhões t/ano. O investimento nesta planta é da ordem de US$ 820 milhões e a previsão de conclusão é 2026.
O segundo projeto é uma instalação de Recleaner e Vertimills, também em Conceição do Mato Dentro, visando aumentar a capacidade de produção em 1,7 milhão t/ano através da implementação de uma coluna de células de flotação e Vertimills, com investimentos previstos de US$ 300 milhões. A previsão é que este projeto esteja concluído e inicie operação em 2027.
Para continuar com a operação em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas (MG), a Anglo American prevê o 2º alteamento de barragem do Sistema Minas-Rio. O processo está em consonância com o projeto original do empreendimento, desde 2008, e corresponde à etapa de conclusão da capacidade projetada para a estrutura. O 2º alteamento da barragem do Minas- -Rio prevê a elevação da cota 700 para 725 metros (em relação ao nível do mar) e visa dar continuidade às operações de minério de ferro na região por, pelo menos, mais 50 anos.
O Congresso Nacional aprovou decreto do Projeto de Resolução nº31/2025 que institui a Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras Brasileiras no âmbito do Senado Federal. A Frente será um órgão suprapartidário composto por senadores que assinarem sua constituição e terá regulamento próprio, com reuniões que poderão ocorrer no Senado ou em outros locais do Brasil.
A Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras Brasileiras tem como objetivo promover debates sobre a exploração sustentável das terras raras no Brasil; Fortalecer a soberania nacional sobre esses recursos estratégicos; Incentivar a agregação de valor no território nacional, evitando a exportação de matéria-prima bruta; Apoiar políticas públicas de pesquisa, inovação e capacitação; Propor e monitorar o marco regulatório do setor; Fortalecer a posição do Brasil na cadeia global de terras raras; Garantir segurança jurídica e atratividade para investimentos; Acompanhar e propor ações de governança e fiscalização do setor e Articular a criação de um Plano Nacional de Terras Raras.
O Senado Federal prestará colaboração às atividades desenvolvidas pela Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras Brasileiras no Senado e o PRS nº31/2025 já está em vigor. A criação da Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras Brasileiras no âmbito do Senado Federal é justificada pela importância estratégica, econômica, ambiental e tecnológica que os elementos conhecidos como terras raras vêm assumindo no cenário global. Esses minerais são insumos essenciais na produção de componentes de alta tecnologia, tais como ímãs permanentes, baterias recarregáveis, turbinas eólicas, painéis solares, semicondutores, equipamentos médicos, sistemas de defesa e dispositivos eletrônicos em geral.
O Brasil figura entre os países com maior potencial geológico para exploração de terras raras, especialmente nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, com depósitos relevantes em estados como Amazonas, Minas Gerais, Goiás e Bahia. Apesar disso, o país ainda ocupa posição marginal na cadeia global de produção e beneficiamento desses elementos, exportando eventualmente matéria-prima sem processamento e sem agregar valor, o que representa perda de oportunidades industriais, tecnológicas e de geração de emprego qualificado. Além disso, a concentração da cadeia global de terras raras em poucos países acarreta risco geopolítico e dependência estratégica, situação que tem levado diversas nações a buscar alternativas de diversificação de fornecedores e fortalecimento de sua própria soberania mineral.
Nesse contexto, o Brasil tem condições de assumir papel de destaque, desde que implemente políticas públicas e marcos regulatórios que incentivem a pesquisa geológica e tecnológica; o fortalecimento de centros de excelência científica; estímulo à mineração responsável e ao refino nacional; apoio à industrialização de produtos de alto valor agregado e a compatibilização entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental. O documento foi assinado eletronicamente por diversos senadores, incluindo Nelsinho Trad, Eduardo Girão, Tereza Cristina, Marcos Pontes, entre outros.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) acaba de lançar o Mapa Geológico da Região Centro-Oeste, que destaca as unidades estratigráficas presentes no território, acompanhado por um encarte técnico detalhando os principais compartimentos geológicos da região. Além disso, contém uma classificação das formações de acordo com suas eras e períodos geológicos, proporcionando uma visão ampla da história geológica da região Centro-Oeste ao longo de bilhões de anos. “A região Centro-Oeste é dominada por bacias sedimentares, como a do Paraná (com sedimentos paleozoicos, mesozoicos e coberturas basálticas) e as bacias interiores do Parecis, Bananal e Pantanal (com sedimentos quaternários recentes), importantes para aquíferos e a geomorfologia atual”, afirma o pesquisador do SGB Frank Gurgel. Sob essas bacias estão escudos cristalinos muito antigos, do Pré-Cambriano, como a Província Tocantins e o Cráton Amazônico, formados por rochas como granitos, gnaisses e migmatitos que datam de bilhões de anos.O estudo representa um importante avanço no conhecimento geocientífico da região, fortalecendo a infraestrutura técnica disponível para políticas públicas, atração de investimentos e gestão ambiental. Gurgel explica que, entre os principais recursos minerais da região, estão: ouro e manganês, além de ferro, níquel e diamantes em certos setores do escudo cristalino. “A exploração de calcário e fosfato em sedimentos da Bacia do Paraná também é relevante, especialmente para a indústria de cimento e fertilizantes”, complementa. Além disso, o Centro-Oeste abriga parte do aquífero Guarani, que, embora esteja mais presente na Região Sudeste, estende-se parcialmente ao Centro-Oeste, sendo vital para o abastecimento de água subterrânea e com grande valor estratégico.
Com o mapa, a Região Centro-Oeste passa a dispor de uma ferramenta cartográfica moderna e confiável, essencial para impulsionar a pesquisa mineral e a valorização dos recursos naturais locais. O produto está disponível na escala 1:2.500.000, nos formatos PDF e JPEG, e o mapa foi estruturado em Sistema de Informações Geográficas (SIG). Essa iniciativa faz parte da Ação Geologia para Mineração e Desenvolvimento Sustentável do Programa Mineração Segura e Sustentável, conduzida pelo SGB.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) informa que o País é o maior detentor global de reservas de nióbio (94%) – com 16 milhões de toneladas. No ranking global, é o segundo maior em reservas de grafita, com 74 milhões de toneladas (26%), e de terras raras, com 21 milhões de toneladas (23%). No caso do níquel, o Brasil possui a terceira maior reserva global, com 16 milhões de toneladas (12%) das reservas mundiais. Os dados são apresentados na publicação “Uma Visão Geral do Potencial de Minerais Críticos e Estratégicos do Brasil”, do SGB. “O trabalho que realizamos subsidia políticas públicas, orienta investimentos privados e fortalece a presença do Brasil em cadeias produtivas globais essenciais para a transição energética, segurança alimentar e o desenvolvimento tecnológico”, destaca o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo.
Para Melo, os desafios do Brasil para as próximas décadas são ampliar o conhecimento geológico e transformar o enorme potencial geológico dos recursos minerais estratégicos em reservas minerais explotáveis e bem conhecidas. “Precisamos descobrir novas ocorrências e superar as limitações tecnológicas e logísticas”, afirmou. Apesar do potencial mineral, o país produziu, em 2024, apenas 20 toneladas de terras raras, menos de 1% da produção mundial, que foi de 390 mil toneladas.
Atualmente, a China lidera os volumes de suas reservas e produção de elementos terras raras, mas, sobretudo, na cadeia tecnológica de separação e refino para obtenção de óxidos de alta pureza (em inglês, REO). “Parcerias entre o SGB, outras ICTs e o setor privado serão o caminho seguro para o desenvolvimento de novas tecnologias que se tornarão a chave para o Brasil transformar recursos estimados em depósitos minerais medidos e viáveis economicamente”, destaca o diretor-presidente. A maior parte dos recursos medidos de Elementos Terras Raras (ETRs) no Brasil está concentrada, principalmente, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Amazonas, Bahia, além de Sergipe. Esses estados abrigam os principais tipos de depósitos com potencial econômico de ETRs, conforme levantamentos do SGB, da Agência Nacional de Mineração (ANM) e de estudos técnicos consolidados.
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos com propriedades similares encontradas em alguns minerais. São definidos como terras raras os 15 lantanídeos, além do escândio e do ítrio. Os principais elementos são os utilizados para fabricação dos ímãs magnéticos, que são o neodímio, praseodímio, térbio e o disprósio. Os elementos terras raras são encontrados como produtos secundários em depósitos de outros bens minerais, principalmente em depósitos de nióbio e fosfato (PO4). Dos mais de 200 minerais que contêm ETR, apenas alguns têm potencial para formar depósitos econômicos desses elementos e são explorados atualmente: bastnaesita, monazita, xenotímio e loparita. Apesar de não serem escassos na natureza, os elementos terras raras (ETR) são considerados críticos devido à complexidade dos processos envolvidos em sua extração e beneficiamento.
Os elementos terras raras são usados para melhorar a eficiência de diversos produtos de alta tecnologia e de energia limpa, com destaque para a aplicação em turbinas eólicas e motores elétricos, além da aplicação em equipamentos aeroespaciais, como satélites, foguetes e mísseis. Os elementos têm altas propriedades magnéticas, elétricas, catalíticas e luminescentes.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) desenvolve estudos para identificar áreas com potencial e impulsionar o desenvolvimento da cadeia de valor de terras raras. A principal iniciativa é o Projeto de Avaliação do Potencial de Terras Raras no Brasil, inserido na linha de atuação “Minerais Estratégicos para Transição Energética”, dentro da Ação do Programa de Aceleração do Crescimento-PAC do governo federal. Atualmente, o projeto desenvolve atividades nos estados de Goiás e Tocantins (Província Estanífera de Goiás), Minas Gerais (Província Alto Paranaíba), Bahia (Província Jequié e região de Prado) e Paraná, São Paulo e Santa Catarina (Vale do Ribeira). Além desse projeto, há outras pesquisas do SGB relacionadas a terras raras em áreas potenciais dos estados Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará e Piauí. A Elevação do Rio Grande também tem sido estudada. Em todo o país, o SGB realiza pesquisas sobre o potencial mineral e identifica áreas com indícios favoráveis à presença de elementos terras raras e outros minerais estratégicos.
Em Araxá (MG), os minerais com terras raras nas rochas alcalinas são apatita e calcita. Na região de Poços de Caldas (MG), há diversas empresas de mineração pesquisando para terras raras e já identificaram recursos de 950 milhões de toneladas com teor de 0,25% de TREO. As pesquisas do SGB também indicam ocorrências de terras raras no município de Tapira (MG), conhecido pelas mineralizações de fosfato, nióbio e titânio. Já em Goiás, o SGB cita o município de Minaçu (GO) como destaque, com recursos estimados de 910 milhões de toneladas. É a primeira mina fora da Ásia a operar um depósito de argila iônica – um tipo de mineralização considerada a principal fonte de terras raras pesadas do mundo e que possui o processo de extração de ETR com maior rentabilidade. Até então, apenas a China produzia terras raras em depósitos desse tipo. A mina de Serra Verde possui recursos medidos de cerca de 22 milhões de toneladas, conforme o relatório técnico da empresa de 2015.
O termo produção industrial de terras raras refere-se ao conjunto de operações, como processos físicos, químicos e metalúrgicos, necessários para transformar minérios contendo ETRs em produtos comercializáveis em escala industrial, em especial os óxidos de terras raras – produtos de alto valor agregado. A Mineração Serra Verde, em Minaçu (GO), comercializa como produto final um concentrado misto de óxidos de terras raras (REO – Rare Earth Oxides), com destaque para os elementos magnéticos críticos. Em Nova Roma (GO), há um projeto com recursos de terras raras estimados em 168,1 milhões de toneladas. Além disso, há ocorrências nas regiões de Catalão (GO) e em outros corpos graníticos da Província Estanífera de Goiás (GO).
No Amazonas, há ocorrências identificadas no depósito de Seis Lagos, um depósito de nióbio com altas concentrações de terras raras. O recurso estimado é de 43,5 milhões de toneladas de ETR. É importante reforçar que a região é uma reserva legal indígena, portanto, a exploração é impedida por restrições legais, enquanto o depósito de Pitinga, no município de Presidente Figueiredo (AM), é também conhecido como distrito mineiro de vários bens minerais, dos quais a cassiterita é o bem mineral principal. Os elementos terras raras são encontradas nos minerais xenotima, gagarinita, niobidatos e fluocerita. Desses, a xenotima é o principal mineral com terras raras. Esse depósito é considerado um dos poucos com potencial expressivo de ETRs pesados, mas ainda sem exploração dedicada.
Na Bahia, o Complexo de Jequié tem depósito de bauxita conhecido e recentemente uma província mineral constatou com mineralizações de alto teor de terras raras (11,2% de TREO) associados a outros bens minerais como nióbio, urânio, tântalo, escândio, bauxita e gálio no Projeto Pelé. O depósito pesquisado pela Brazilian Rare Earth tem mineralização associada a rocha com teor de até 40,5% de TREO no Projeto Velhinhas e em rocha alterada, denominada areais de monazita que chegam a teor de 7, 9% no projeto Pelé. Além deste, na região de Prado há depósito de monazita em minerais pesados da planície costeira. No início do século passado, a região de Cumuruxatiba foi produtora de monazita.
Por último, em Sergipe, na porção norte do estado, há depósito de monazita em minerais pesados em antigos cordões litorâneos e dunas do delta do Rio São Francisco. Há recursos JORC totais de 196 milhões de toneladas com 0,4% de concentrado de monazita. Este é um novo projeto na região.
O Sistema Minas-Rio produziu 13,1 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2025, um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado é fruto da maior recuperação de massa na planta de beneficiamento, impulsionada pela menor variabilidade do minério, maior teor de ferro, disciplina operacional aprimorada e estabilidade garantida pela maior disponibilidade de equipamentos. O EBITDA do Minas-Rio alcançou aproximadamente US$ 561 milhões, 7% a mais em comparação com os seis primeiros meses de 2024, impulsionado principalmente pelos maiores volumes de vendas e pela redução de custos unitários, reflexo da desvalorização do Real e do aumento da produção.
As operações de níquel em Barro Alto e Niquelândia (GO) se mantiveram estáveis, com 19,3 mil toneladas produzidas no primeiro semestre de 2025. O EBITDA do negócio de níquel alcançou cerca de US$ 43 milhões, um aumento de 5%, comparado ao primeiro semestre do ano passado. O resultado também reflete maior volume de vendas e menor custo unitário, em função de melhor eficiência de custo, menor preço dos insumos e desvalorização do Real. As unidades seguem em processo de venda, conforme anunciado anteriormente.
“Nosso desempenho no Brasil embasa a estratégia de transformação da Anglo American global, em busca de uma empresa cada vez mais segura, sustentável e que gera valor a todas as partes relacionadas ao nosso negócio. Sabemos que o minério de ferro premium produzido pelo Minas-Rio ocupa uma posição estratégica no cenário mineral global, contribuindo para a descarbonização na cadeia produtiva do aço e para transição energética. Estamos confiantes que seguiremos cumprindo o nosso propósito de forma responsável, colaborando com o desenvolvimento do nosso país”, afirma Ana Sanches, presidente da Anglo American no Brasil. A previsão de produção da companhia para o Minas-Rio em 2025 segue entre 22 e 24 milhões de toneladas e, para o negócio de níquel, permanece entre 37 e 39 mil toneladas.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) iniciou, em julho, pesquisas no oeste de Minas Gerais para investigar áreas potenciais e ocorrências de minerais críticos, como terras raras (ETRs), fosfato e nióbio, além de outros bens minerais estratégicos, incluindo titânio, alumínio, cobre, ouro e diamantes. Os recursos minerais são essenciais para novas tecnologias, como carros elétricos, turbinas eólicas e equipamentos eletrônicos. Os estudos integram o projeto “Geologia e Avaliação do Potencial Mineral da Província Ígnea do Alto Paranaíba”, desenvolvido no âmbito do Programa Mineração Segura e Sustentável, Ação Pesquisa Mineral do Novo PAC. As atividades são realizadas nas áreas dos complexos alcalino-carbonatíticos de Serra Negra, Salitre I, II e III, Araxá e Tapira, bem como nas unidades subvulcânicas e piroclásticas do Grupo Mata da Corda. “Essas unidades geológicas são reconhecidas pelo elevado potencial mineral, incluindo a possível presença de ETRs em argilas iônicas formadas por intemperismo químico”, explica o pesquisador em geociências Paulo Dias. Os dados obtidos vão ajudar a entender melhor o potencial mineral do local e apoiar decisões do setor público e privado.
A iniciativa está alinhada com as diretrizes e metas de documentos estratégicos do setor mineral e com o programa mineração segura e sustentável, além de contribuir diretamente para o avanço do conhecimento geológico e o desenvolvimento sustentável do setor mineral brasileiro. Os trabalhos são realizados pelo Departamento de Recursos Minerais, por meio da Gerência de Geologia e Recursos Minerais de Belo Horizonte.
A equipe do SGB composta pelos pesquisadores Paulo Dias, Joana Magalhães, Raianny Ferreira, Cassiano Castro e Francisco Vilela realizou visita técnica ao Complexo Alcalino-Carbonatítico de Salitre, em parceria com a Mosaic, representada pelos geólogos Rodolfo Gonçalves, Giovanna Moreira e Carla Grasso, que conduziram a visita de campo à mina e seu entorno, apresentando testemunhos de sondagem e os principais aspectos geológicos da região. A atividade foi essencial para alinhamento técnico e padronização do conhecimento geológico da equipe do SGB, além de fornecer subsídios importantes para o planejamento das próximas etapas investigativas com foco nos dados geofísicos e geoquímicos da área. As próximas fases do projeto incluem novos trabalhos de campo nos afloramentos, depósitos e minas associados ao Grupo Mata da Corda, bem como a caracterização estratigráfica e mineralógica dessa unidade, com base em testemunhos doados ao SGB.
No ano em que completa 40 anos do primeiro embarque de minério de ferro proveniente da mina de Carajás, a Vale desenhou um ambicioso plano de expansão na região, denominado Novo Carajás, para o qual estão previstos investimentos da ordem de R$ 70 bilhões, no período de 2025 a 2030. O plano está voltado principalmente ao aumento da produção de minério de ferro e expansão da produção de cobre. A expectativa é que o plano de expansão possa gerar um impacto significativo na economia do Pará, com estimativas de R$ 80 a R$ 100 bilhões por ano e um aumento de R$ 15 bilhões nas exportações do estado.
A Vale admite que a expansão na Amazônia, especialmente a duplicação da Estrada de Ferro Carajás, tem gerado controvérsias e desafios, incluindo impactos em terras indígenas e comunidades locais, e que tem enfrentado críticas e discussões sobre seus pedidos de exploração em terras indígenas e o relacionamento com esses povos.
No entanto, segundo a empresa, o seu plano na Amazônia “é um grande investimento para aumentar a produção de minerais estratégicos para a transição energética global, ao mesmo tempo em que busca alinhar essa expansão com uma agenda de sustentabilidade e desenvolvimento econômico regional”.
Uma das iniciativas na região contempla mineração circular, como é o caso do projeto Gelado, já em operação. Até 2030, a Vale prevê que 10% de sua produção total de minério de ferro seja composta por produtos de mineração circular.
“O Projeto Gelado, que deverá atingir até 2030, uma produção de 6 milhões t/ano, resultante do reaproveitamento de rejeito, terá um papel fundamental nessa meta, em direção a uma mineração sem rejeitos e produtos com baixa pegada de carbono”, destaca Gildiney Sales, diretor do Corredor Norte da Vale. Com investimento de US$ 428 milhões, o Projeto Gelado produz minério a partir do reaproveitamento de rejeitos acumulados na barragem do Gelado ao longo dos 40 anos de operação da Vale em Carajás.
Além disso, a previsão é que, até 2027, 100% da produção de minério de ferro no Pará seja feita sem uso de água. Atualmente, 90% da produção de minério de ferro no Estado, que envolve as operações Serra Norte, Serra Sul (S11D) e Serra Leste, já operam a seco, sem o uso de água.
Em minério de ferro, a expectativa é que a capacidade de produção evolua para 200 milhões de toneladas/ano até 2030, adicionando 20 milhões t de capacidade na mina Serra Sul (S11D), compensando o esgotamento de outras minas que atualmente estão em operação. O objetivo da Vale é manter elevados níveis de produção em Carajás, porque o minério de ferro de alta qualidade é considerado crucial para a produção do chamado “aço verde”, com menor pegada de carbono. Hoje, graças ao Sistema Norte, a Vale tem pelo menos dois produtos considerados nobres no mercado, que são os Finos de Carajás (um produto com 65% Fe e baixos níveis de contaminantes como sílica, alumina e outros) e o Brazilian Blend Fines (com 62% Fe e baixa alumina, produzido a partir da mistura dos finos de Carajás e minério com alta sílica).
Atualmente, o Sistema Norte é responsável por mais da metade da produção de minério de ferro da Vale. Em 2024, de um total de 328 milhões de toneladas produzidas pela empresa, 177,5 milhões t foram aportadas pelos três complexos localizados no estado do Pará, sendo cerca de 94,5 milhões de toneladas em Serra Norte (incluindo Serra Leste) e 83 milhões t no complexo S11D.
De acordo com a empresa, o plano Novo Carajás “enfatiza a mineração a seco, uma abordagem tecnológica que busca um modelo de mineração mais responsável, especialmente por estar na Amazônia, em resposta a preocupações crescentes com segurança e meio ambiente”. Além disso, a Vale afirma que “se compromete a proteger a Amazônia em colaboração com comunidades locais, especialistas e organizações, e apoia iniciativas de bioeconomia na região”.
Atualmente a Vale possui três complexos de mineração de ferro em Carajás: o complexo da Serra Norte (que completou 40 anos de operação), o Serra Sul, conhecido como S11D, que opera desde 2016, e o Serra Leste, de operação mais recente, que produz desde 2014. Além disso, a empresa tem um projeto greenfield, ainda em fase de estudos de pré-viabilidade, que é o Serra do Rabo.
Em Serra Norte, as concessões minerárias abrangem uma área de 30 mil hectares, todas inseridas na área da FLONACA (Floresta Nacional de Carajás), enquanto Serra Sul tem 98.910 hectares (incluindo a área do projeto Serra do Rabo) e Serra Leste 9.915 hectares.