A maioria das cidades fica em SP, as demais em GO e MT
Atualmente, no Brasil, há nove decretos de emergência por arboviroses notificados ao Ministério da Saúde. Os decretos correspondem a todo o Acre, à capital Goiânia (GO) e ao município Nossa Senhora do Livramento (MT). Além disso, há seis municípios de São Paulo que decretaram situação de emergência em relação às arboviroses, sendo: São José do Rio Preto (SP), Pinheiro Preto (SP), Tanabi (SP), Potirendaba (SP), Araçatuba (SP) e Amparo (SP).
Acre
Segundo informações do Ministério da Saúde, são estimados 810 casos de dengue no estado, entre as semanas epidemiológicas 49 de 2024 e 01 de 2025, conforme dados do InfoDengue.
O Boletim Epidemiológico Semanal das Arboviroses no Acre, publicado em 10/12/2024 aponta que entre as semanas 1 a 47/2024 o estado teve 4.658 casos prováveis de dengue e 3.620 casos confirmados.
O Ministério enviou uma caravana para controle das arboviroses ao estado do Acre, que chegou à localidade na última quarta-feira (15). A equipe técnica do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses busca apoiar a gestão local nas ações de controle dessas doenças em cidades pelo país.
A Pasta informou, em nota, que a equipe técnica se reuniria, em campo, com gestores de saúde dos municípios de Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, da capital Rio Branco e representantes da Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre). O estado do Acre decretou emergência em saúde pública em 8 de janeiro. E, no dia 9 de janeiro, o MS instalou o COE para Dengue e outras Arboviroses.
Goiás
Em Goiás, 1.402 casos de dengue foram confirmados em 2025, segundo a Indicadores da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás.
Goiânia concentra o maior número, com 263 confirmações da doença, de acordo com a rádio CBN de Goiânia.
Segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde o estado tem 2.322 casos prováveis da doença e cinco óbitos em investigação este ano. O painel aponta que os dados foram atualizados em 17/01/2025.
São Paulo
O boletim epidemiológico de Arboviroses: Dengue, Zika e Chikungunya disponibilizado semanalmente pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (COVISA/SMS-SP), publicado em 13 de janeiro, aponta que até a semana epidemiológica 02/2025 foram confirmados 100 casos de dengue no estado, de um total de 684 casos notificados.
De acordo com o MS, a população desempenha um papel fundamental no controle das arboviroses na adoção de medidas como eliminar criadouros do mosquito. A pasta afirma que 75% dos focos do mosquito transmissor estão dentro das residências.
A orientação é que ao apresentar sintomas como febre, dores no corpo e nas articulações, o infectado procure atendimento médico.
Nas últimas semanas de 2024, estados como Amapá, São Paulo e Minas Gerais registraram um aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue DENV3, segundo uma nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde. A pasta informou, ainda, que a proporção do DENV3 tem aumentado nas últimas semanas. O sorotipo não tem incidência relevante no Brasil desde 2008, e o que predomina no Brasil são os tipos 1 (73,4%) e 2 (25,9%).
A dengue possui 4 sorotipos diferentes, sendo: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. E a infecção por um sorotipo gera imunidade somente à variante, mas não impede uma nova infecção por um sorotipo diferente.
Segundo o infectologista coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Anchieta, Henrique Lacerda, a diferença entre todos esses sorotipos basicamente é genética.
Ele explica que todos os tipos causam os mesmos tipos de sintomas, mas o diferencial é que o DENV-3 tem maior potencial para causar surtos e está relacionado aos casos mais graves da doença.
“Principalmente em quem já teve outros tipos de sorotipo da dengue em infecções prévias. Então, a segunda infecção, principalmente se for causada pelo sorotipo 3, pode ser pior. O sorotipo 3 em algumas regiões têm tido casos de surto e isso pode ser preocupante porque pessoas que nunca tiveram contato com esse sorotipo podem pegar a doença e ter sintomas mais graves”, afirma Henrique Lacerda.
O especialista explica que a circulação do DENV-3 no país é preocupante, tendo em vista que as pessoas não têm imunidade contra esse vírus.
“Consequentemente, as pessoas que já tiveram alguma dengue por um outro sorotipo, um ou dois, por exemplo, podem evoluir para formas mais graves por causa da resposta imunológica mais forte, mais exacerbada e isso pode levar a um aumento do número de casos e acabar sobrecarregando o serviço de saúde, com mais internações, pacientes mais graves e até óbito”, completa.
Segundo o infectologista Henrique Lacerda, o principal perigo de uma infecção por um sorotipo 3 da dengue é a possibilidade de evolução para formas mais graves da doença.
“Os pacientes podem apresentar desde desidratação até manifestações como sangramentos ou insuficiência hepática com necessidade até de transplante”, menciona.
Lacerda destaca, portanto, sinais de alerta que a população deve ficar atenta, como:
“Se esses sintomas acontecerem, é importante que os pacientes saibam que é necessário procurar um atendimento médico para que seja orientado devidamente e receber o tratamento correto”, afirma o infectologista.
Confira a porcentagem de circulação do sorotipo DENV3 em cada UF, segundo o MS: AP (31,8%), SP (28,7%), MG (18,2%), PR (9,3%), RR (4,8%), PA (4,2%), PE (0,8%), MS (0,55%), SC (0,3%), RJ (0,3%), AL (0,25%), MA (0,25%), AM (0,1%), BA (0,1%), GO (0,1%), TO (0,1%), MT (0,05%), PB (0,05%) e PI (0,05%).
Segundo a nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde, este ano o Brasil pode ter uma incidência elevada de casos de arboviroses acima do observado em 2024. As modelagens preditivas do MS apontam para uma elevação de incidência de casos de arboviroses em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Arboviroses: previsões do MS apontam incidência elevada de casos em 6 UFs para 2025
Conforme o documento, a continuidade do fenômeno El Niño em 2025 pode intensificar a situação por conta do impacto no clima e nas condições favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti. O El Niño de 2023 foi um fator de alerta para o aumento de casos em 2024, e sua manutenção aponta para alerta de aumento também este ano.
Em 2025 o Brasil pode ter uma incidência elevada de casos de arboviroses acima do observado em 2024, segundo uma nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (3). As modelagens preditivas do MS apontam para uma elevação de incidência de casos de arboviroses em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Segundo a nota técnica, a continuidade do fenômeno El Niño em 2025 pode intensificar a situação por conta do impacto no clima e nas condições favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti. Além disso, pontua que o El Niño de 2023 foi um fator de alerta para o aumento de casos no ano passado, e sua manutenção aponta para alerta de aumento também este ano.
O documento traz ainda um alerta para o aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue nas últimas semanas de 2024, principalmente no Amapá, São Paulo e Minas Gerais. O sorotipo não tem incidência relevante no país desde 2008, e o que predomina no Brasil é o 1 (73,4%), seguido do 2 (25,9%).
De acordo com o MS, a circulação do tipo 3 pode elevar os casos, tendo em vista que boa parte da população não possui imunidade para o sorotipo.
Diante de um cenário com tendência de aumento de casos e transmissão de arboviroses no país, a nota técnica traz recomendações de medidas aos gestores locais. Confira:
Segundo o MS, entre as Semanas Epidemiológicas (SE) 1 e 52 de 2024, o Brasil registrou 6.486.639 casos prováveis de dengue, o que representou um aumento de 303% em relação ao mesmo período de 2023.
Para o infectologista Julival Ribeiro, em 2024 faltaram campanhas de conscientização pelo governo para prevenir um aumento expressivo do número de casos. Na avaliação do especialista, as campanhas de conscientização têm papel importante para mostrar as medidas de prevenção para a sociedade e conter o avanço da doença.
“É muito importante, quando a gente tem uma doença tipo dengue, que sejam feitas campanhas de comunicação para prevenção e conscientização sobre a dengue, quer no que tange, por exemplo, ao monitoramento para ver como está a expansão dos mosquitos, mostrando quais são as medidas preventivas para a sociedade, e campanhas também em relação à vacinação. Então, na minha visão, houve essas falhas dentro do governo federal”, afirma Julival.
“Acho que faltou, sobretudo, um esforço coletivo para que não chegássemos a tantos casos de dengue aqui no Brasil. Acho que serve de lição para todos nós”, completa o infectologista.
A Região Sudeste teve a maior concentração dos casos (59%), destacando-se o estado de São Paulo, cujo crescimento foi de quase quatro vezes em relação a 2023.
Os casos de chikungunya também cresceram 68,9%, com 267.352 notificações em 2024. As regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentaram os maiores números absolutos e coeficientes de incidência, respectivamente.
O verão começa em dezembro, e a estação é caracterizada pela associação de chuvas intensas e calor no Brasil. O período acende alerta para o aumento de casos da dengue, tendo em vista que as condições climáticas favorecem a proliferação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.
O médico infectologista do Centro de Segurança Assistencial (CSA) do Hospital Anchieta, Manuel Palácios, de Brasília (DF), explica que as chuvas intensas seguidas de períodos de calor aceleram o ciclo de vida do mosquito, o que aumenta a população desse transmissor e, consequentemente, a incidência da doença.
O especialista destaca que durante esse período a população deve ficar atenta aos cuidados com a casa e demais locais, com vistas a evitar criadores de larvas dos mosquitos transmissores da dengue.
“A chegada do verão, associada ao aumento das chuvas, cria condições ideais para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Áreas urbanas, com aumento de água parada, recipientes como pneus, vasos de plantas e calhas, tornam-se criadores potenciais. A população deve estar atenta à eliminação desses focos, realizando inspeções semanais em suas residências e locais de trabalho para evitar o acúmulo de água parada”, afirma.
Manuel Palácios explica, ainda, que há previsão de aumento de casos no país entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025. Por isso, é importante que toda a população também intensifique os cuidados com a imunização.
“Em períodos de aumento dos casos de dengue, como os previstos para dezembro de 2024 e janeiro de 2025, toda a população deve intensificar os cuidados. No entanto, grupos como crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas são mais vulneráveis às formas graves da doença. É essencial que esses grupos participem ativamente na eliminação de criadouros em suas residências e busquem a imunização, se disponível”, aponta Palácios.
Segundo o especialista, a imunização é uma ferramenta crucial no controle da dengue, em especial, nas regiões com alta incidência da doença. “Vacinas como a Qdenga têm sido utilizadas em campanhas de vacinação para reduzir a transmissão e a gravidade dos casos”, destaca.
Até a semana passada, o Brasil já havia registrado 6,5 milhões de casos prováveis de dengue em 2024, sendo o maior número da série histórica. Desses, 2.1 mi foram registrados apenas em São Paulo – o que corresponde a 32,62% do total de casos no país. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde (MS).
Confira as UF com maior coeficiente de incidência da doença:
“O tempo chuvoso nessas regiões contribui para o aumento dos criadores do mosquito, elevando o risco de transmissão”, aponta Manuel Palácios. Para ele, é relevante que existam ações integradas entre governo e sociedade para evitar o agravamento de casos no país.
“A combinação de medidas individuais, como a eliminação de focos de água parada, e coletivas, como as campanhas de vacinação e as ações governamentais, é essencial para o controle efetivo da dengue, especialmente nos períodos críticos, como o verão chuvoso”, frisa o infectologista.
Entre os 6.587.367 casos prováveis de dengue em 2024 no Brasil, 2.149.172 foram registrados em São Paulo – o que corresponde a 32,62% do total de casos no país. O estado possui o quarto maior coeficiente de incidência da doença, de 4.838,3. Já o Distrito Federal tem o maior coeficiente, de 9.876,9, seguido de Minas Gerais, com coeficiente igual a 8.230,3. O estado do Paraná tem o terceiro maior índice de incidência de dengue, 5.710.
Os dados foram extraídos do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde (MS) na manhã de quinta-feira (5). Até este dia, o coeficiente de incidência da doença no país era de 3.244 casos a cada 100 mil habitantes.
São Paulo
O último Boletim Epidemiológico Arboviroses Urbanas do Estado da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), publicado em 27 de novembro, registra que de 1° de janeiro até o dia 24 de novembro foram notificados 3.725.523 casos de dengue no estado, de pessoas residentes em 645 municípios paulistas.
Do total de casos notificados em 2024, 2.079.423 foram confirmados, sendo 2.052.153 (98,69%) classificados como dengue, 24.764 (1,19%) como dengue com sinais de alarme e 2.506 (0,12%) como dengue grave. A média de confirmações diárias foi de 6.320 casos. Além disso, a incidência acumulada chegou a 4.681,2 casos por 100 mil habitantes no período.
Confira as Regiões de Saúde (RS) com incidências acumuladas mais elevadas de casos confirmados:
O boletim aponta que 1.942 óbitos foram registrados em 2024 no estado. As RS com mais óbitos foram São Paulo, Alto Vale do Paraíba, Alto do Tietê, Região Metropolitana, Campinas, Sorocaba, Vale do Paraíba, Região Serrana, Grande ABC e Baixada Santista.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas (SE 44 a 47, que vai de 28 de outubro a 24 de novembro, foram confirmados 5.374 casos em 320 municípios. Em comparação ao mesmo período do ano de 2023, houve aumento do número de notificações, das confirmações e dos óbitos pela doença.
Distrito Federal
Com o atual maior coeficiente de incidência de dengue do país, no Distrito Federal foram notificados 322.018 casos suspeitos de dengue até a Semana Epidemiológica (SE) 47 de 2024 (31/12/2023 a 23/11/2024). Do total de casos, 283.841 eram prováveis. Com relação aos casos prováveis, 97,9% são de pessoas residentes no DF. Os dados compõem o Boletim Epidemiológico da SES-DF.
Segundo o boletim, no período houve um aumento de 796,1% no número de casos prováveis de dengue em residentes no DF se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 31.007 casos prováveis. Inclusive, em janeiro foi declarada situação de emergência de saúde pública em função do risco de epidemia de dengue e outras arboviroses no DF – e, ainda, a UF teve a maior incidência de casos no 1° trimestre deste ano, com 161.299 casos no período.
Até o dia 23 de novembro foram confirmados 440 óbitos por dengue em residentes do DF e há três em investigação.
Com relação às regiões com sinais de alarme, destacam-se: sudoeste, oeste e norte. E entre as Regiões Administrativas, Varjão e Paranoá tiveram indecência classificada como média nas últimas quatro semanas epidemiológicas – o dado se refere ao local de residência do paciente.
Minas Gerais
Em Minas Gerais, até 2 de dezembro, foram notificados 1.691.253 casos prováveis (exceto os descartados) de dengue. Do total, 1.352.695 foram confirmados para a doença. Até o momento, foram confirmados 1.110 óbitos no estado e 376 estão em investigação.
Em relação à soma dos sorotipos circulantes de dengue no estado (DEV1, DEV2, DEV3 e DENV 4), Belo Horizonte tem o número mais expressivo, sendo 42.886, seguido por Divinópolis, com 11.793, e Diamantina, com total de 6.095.
Os dados são do Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika da SES-MG.
Paraná
Já o Informe Epidemiológico de Arboviroses Urbanas da SES do Paraná, que considera, cumulativamente, o período entre as Semanas Epidemiológicas 31/2024 (28/07/2024) a 30/2025 (26/07/2025), divulgados em 3 de dezembro, aponta que 39.712 casos de dengue foram notificados, sendo que 14.984 foram de casos prováveis e 4.535 casos confirmados. Além disso, dois óbitos foram confirmados pela doença no período. Os dados não representam os casos da semana da publicação.
Em comparação ao mesmo período do ano de 2023, houve aumento do número de notificações e das confirmações de dengue no estado.
Com relação às RS, Londrina (PR) teve o maior número de casos confirmados, 1.039. Em Maringá foram 447 e em Paranaguá 381.
O Brasil já registrou 6.588.586 casos prováveis de dengue em 2024, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde (MS). Com isso, o coeficiente de incidência da doença é de 3.244,6 casos a cada 100 mil habitantes. Os óbitos por dengue no país já somam 5.867.
De acordo com o Painel do MS sobre a dengue (com dados do Painel até 30 de novembro e atualizados em 2 de dezembro), o Distrito Federal aparece em primeiro lugar em relação ao coeficiente de incidência da doença, com 9.879,5 totalizando 278.311 casos prováveis de dengue. Minas Gerais possui o segundo maior coeficiente de incidência de dengue, sendo 8.234,0, mas o número de casos prováveis já passa de um milhão, com um total de 1.691.160. O estado mineiro fica atrás apenas de São Paulo em relação aos casos prováveis, cujo total chega a 2.147.916.
Com relação às regiões que apresentam os casos de dengue graves e com sinais de alarme se destacam Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O estado de São Paulo lidera, com 26.577 casos. Já Minas Gerais aparece na segunda posição, com quase 60% dos casos registrados em SP, totalizando 15.810. Paraná aparece em terceiro lugar, com 13.733, e o Distrito Federal em seguida, com 10.721 casos graves da doença. Já Roraima aparece com apenas 7 casos graves da doença no estado.
O Painel do MS mostra, ainda, que os casos prováveis de dengue no país se concentram na faixa etária de 20 a 29 anos – em que foram registrados 647.638 casos em 2024.
Em relação às demais arboviroses, em 2024, foram notificados 264.082 casos prováveis e 210 óbitos confirmados por chikungunya; 6.415 casos prováveis e nenhuma morte por Zika; 9.563 casos confirmados e dois óbitos por oropouche.
O Ministério da Saúde avança na segunda etapa do plano de ação para combater o avanço das arboviroses com foco na conscientização sobre os sintomas de dengue, zika e chikungunya e o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
A nova etapa de conscientização da iniciativa vai até 28 de dezembro e tem como slogan “Tem sintomas? A hora de ficar atento à dengue, zika e chikungunya é agora”. O objetivo é incentivar a população a procurar as UBS’S ao identificar sinais, como:
O esforço faz parte do plano de ações do governo federal, que tenta combater os casos e óbitos por dengue, chikungunya, Zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil. As ações são coordenadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios, instituições públicas e privadas, além de organizações sociais.
O documento foi elaborado por pesquisadores, gestores e técnicos estaduais e municipais, além de profissionais de saúde que atuam diretamente com as comunidades e conhecem os desafios regionais para o combate das arboviroses.
O investimento anunciado pelo Ministério da Saúde é de R$ 1,5 bilhão para aplicar em seis eixos de atuação, como prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial e manejo clínico; preparação e resposta às emergências; e comunicação e participação comunitária.
Quatro estados brasileiros e os respectivos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) receberam orientações do Ministério da Saúde sobre as ações que devem ser realizadas no período de baixa transmissão de dengue. O objetivo é diminuir os impactos da arbovirose após a temporada de chuvas em São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.
Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde, “o período de baixa ocorrência de dengue é ideal para unir esforços com estados e municípios e implementar ações que vão impactar positivamente no próximo período sazonal de arboviroses”.
Os estados foram orientados a realizar mais testes laboratoriais de dengue, reforçar ações de controle do mosquito e fazer uma força-tarefa para encerrar os óbitos em investigação. Além disso, a secretaria disponibilizou a própria equipe técnica para ir aos territórios e apoiar os estados nessas ações.
O Brasil já registrou 6.545.062 casos prováveis de dengue em 2024, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. O coeficiente de incidência é de 3.223,2 casos a cada 100 mil habitantes. Desde o começo do ano, foram contabilizados 5.680 óbitos pela doença e outros 1.384 ainda estão em investigação.
São Paulo lidera entre os estados com 2.132.735 casos prováveis de dengue em 2024, seguido por Minas Gerais (1.689.699) e Paraná (651.361). Entre os óbitos, os três estados também lideram o ranking: São Paulo com 1.871 mortes por dengue, Minas Gerais, com 1.060, e Paraná, com 682.
Para tentar combater os casos e óbitos por dengue, chikungunya, Zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil, o governo federal lançou o Plano de Ação para redução da dengue e outras arboviroses.
O documento foi elaborado por pesquisadores, gestores e técnicos estaduais e municipais, além de profissionais de saúde que atuam diretamente com as comunidades e conhecem os desafios regionais para o combate das arboviroses. Dessa forma, o plano de combate às doenças tem como base as evidências científicas mais atualizadas, além do apoio de novas tecnologias.
O investimento anunciado pelo Ministério da Saúde é de R$ 1,5 bilhão para aplicar em seis eixos de atuação:
Saiba mais em www.gov.br/saude.
O Brasil já registrou 6.519.131 casos prováveis de dengue em 2024, segundo o Informe Semanal de Arboviroses Urbanas mais recente do Ministério da Saúde. Com isso, o coeficiente de incidência da doença é de 3.210,4 casos a cada 100 mil habitantes. Os dados são referentes à Semana Epidemiológica 36, compilados de janeiro a 9 de setembro de 2024.
Os casos mais graves e com sinais de alarme para a dengue estão concentrados na Região Sudeste, com 3.993 casos graves e 43.461 sinais de alarme. Na sequência está a Região Centro-Oeste, com 1.170 casos graves; Sul, com 1.431; Nordeste, com 671; e Norte, com 78.
O levantamento do Ministério da Saúde também indica um total de 5.303 óbitos pela dengue em 2024. Os estados de São Paulo (1.662), Minas Gerais (976), Paraná (657), Distrito Federal (440), Goiás (384) e Santa Catarina (336) concentraram 84,85% das mortes por dengue confirmadas no país.
Em relação às demais arboviroses, em 2024, foram notificados 255.334 casos prováveis e 170 óbitos confirmados por chikungunya; 6.568 casos prováveis e nenhuma morte por Zika; 7.992 casos confirmados e dois óbitos por oropouche.
Para tentar combater os casos e óbitos por dengue, chikungunya, Zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil, o governo federal lançou um plano de ações que serão coordenadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios, instituições públicas e privadas, além de organizações sociais.
O documento foi elaborado por pesquisadores, gestores e técnicos estaduais e municipais, além de profissionais de saúde que atuam diretamente com as comunidades e conhecem os desafios regionais para o combate das arboviroses. Dessa forma, o plano de combate às doenças tem como base as evidências científicas mais atualizadas, além do apoio de novas tecnologias. O investimento anunciado pelo Ministério da Saúde é de R$ 1,5 bilhão para aplicar em seis eixos de atuação:
A estratégia é intensificar as ações preventivas no período intersazonal, ou seja, no intervalo entre os picos de casos, com retirada de possíveis criadouros do mosquito transmissor das doenças, o Aedes aegypti.
Saiba mais em www.gov.br/saude.
Dengue: plano de ação é antecipado
Chikungunya: Brasil registra 254 mil casos prováveis e 162 mortes em 2024
É comum que pacientes infectados por dengue sintam dores no corpo, febre alta e tenham manchas na pele. Esses sintomas duram em torno de 5 a 7 dias. Porém, mesmo após a cura, alguns sintomas podem persistir, como a fadiga extrema, dores musculares e articulares, além de manchas na pele.
Estou com dengue, o que fazer?
O infectologista Julival Ribeiro aponta que as pessoas diagnosticadas com dengue grave, chamada de dengue hemorrágica, podem continuar com sintomas e ter sequelas, como insuficiência cardíaca e miocardite – uma inflamação do tecido muscular do coração. Julival menciona, ainda, que podem haver sequelas cerebrais.
“A depender do quadro clínico da dengue, se foi grave, podem surgir manifestações neurológicas, por exemplo, perda de memória, se a pessoa teve uma inflamação no cérebro, e irritabilidade. Tudo isso pode acontecer a longo prazo com a dengue”, destaca o infectologista.
Caso o paciente apresente sintomas semanas após a cura, deve procurar assistência médica. “Nas pessoas que tiveram dengue grave, é que essas alterações podem durar por longo tempo, ou mesmo tornar-se um problema crônico. Portanto, quem teve dengue, apresenta sintomas depois de várias semanas ou meses, deve procurar um serviço de saúde para esclarecer”, indica Julival.
As alterações de saúde afetam, em especial, pacientes que tiveram dengue hemorrágica. O especialista em doenças tropicais do hospital Anchieta e infectologista, Manuel Palácios, explica como a dengue clássica evolui para a hemorrágica.
“A dengue pode evoluir para dengue hemorrágica, ou dengue grave, quando há um aumento da permeabilidade vascular, levando a vazamento de plasma, sangramentos graves e falência de órgãos. A fase crítica, onde o paciente está mais vulnerável, pode durar de 24 a 48 horas”, pontua.
Segundo Manuel Palácios, os sintomas da progressão da doença costumam aparecer entre o 3º e o 7º dia e coincidem com a queda da febre. Os sintomas são:
A médica intensivista do Hospital Santa Marta, localizado em Taguatinga Sul no Distrito Federal, Adele Vasconcelos, explica que a dengue causa desidratação interna por perda de líquido, o que faz com que o sangue engrosse e as plaquetas caiam – fatores que aumentam o risco de hemorragia. “A evolução da dengue para a hemorrágica depende de organismo para organismo. A gente só considera uma dengue como hemorrágica se o paciente tiver algum tipo de sangramento, seja ocular, no nariz, na boca, na urina, nas fezes, às vezes até na cabeça, um AVC”, salienta a médica.
Em relação às sequelas da dengue grave, órgãos como coração, rins, fígado e cérebro podem ser afetados. A professora do Gama, no Distrito Federal, Gláucia Ferreira Matos, 45 anos, teve a doença em março deste ano. Ela relata que, além da dengue ter afetado a imunidade dela, tem investigado problemas nos rins e fígado.
“A dengue atingiu gravemente o meu fígado, consequentemente o meu rim também e, agora, eu venho fazendo acompanhamento, exames de sangue, hemograma, alguns exames mais específicos para acompanhar, porque eu venho sentindo sintomas que eu nunca tive na vida antes de ter dengue”, conta a professora.
Têm maior risco de desenvolver dengue hemorrágica crianças, idosos, gestantes, portadores de doenças imunossupressoras (HIV/Aids, doenças autoimunes, neoplasias), além de pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão e indivíduos previamente infectados com um sorotipo diferente do vírus da dengue.
O Ministério da Saúde pontua que, em 2024, o avanço histórico da doença no país fez 10 estados e o Distrito Federal decretarem situação de emergência.
Veja alguns dados sobre atendimentos por dengue na rede pública do país:
Em um levantamento realizado pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), de 3 a 13 de maio de 2024, 96% dos hospitais paulistas registraram aumento de internações de pacientes por dengue e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Segundo o informe da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o número de diagnósticos e mortes por dengue em 2024, com 82% dos casos registrados no mundo, sendo 6,3 milhões de casos prováveis e 3 milhões confirmados em laboratório.
Com uma vistoria de 10 minutos semanais em casa, os moradores podem acabar com os possíveis criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, segundo o Ministério da Saúde. Confira alguns cuidados:
Para mais informações sobre a dengue e formas de prevenção, acesse: www.gov.br/mosquito.
Último boletim do Ministério da Saúde mostra que número de estados em queda já passa de 20
Das 27 unidades federativas, 22 estão em tendência de queda nos casos de dengue, de acordo com o boletim epidemiológico da semana 18, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (7). Apenas o estado do Mato Grosso segue em alta — e quatro estão em estabilidade (Ceará, Maranhão, Pará e Tocantins).
Os dados apresentados representam um avanço em relação à semana anterior, que contava com 14 estados com queda nos números. No entanto, de acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, o momento ainda é de alerta.
“Na semana 18 já tivemos uma mudança bastante importante dos estados que estão em queda, mas eu queria chamar a atenção porque nós ainda continuamos, mesmo que tenhamos passado pela fase de maior número de casos, de uma explosão maior, continuamos ainda com muitos casos confirmados. Então ainda é um quadro de preocupação”, ressalta.
O diretor do departamento de articulação estratégica de vigilância do Ministério, Guilherme Werneck, diz que a maioria dos estados já passaram do pico de casos de dengue.
No momento, o último relatório deles [da Fiocruz] demonstra que 24 das 27 unidades da federação já teriam passado pelo pico, outras estariam no pico e o Mato Grosso ainda está crescendo. Então, em geral, para a maior parte das unidades, a gente observou que elas passaram do pico. Importante também sempre lembrar que é difícil fazer uma análise do Brasil, porque cada unidade da federação e cada local tem uma dinâmica um pouquinho diferente dessa epidemia”, comenta.
Ao todo, são 4.500.594 casos prováveis no país e 2.336 mortes confirmadas — outras 2.439 ainda estão em investigação.
A taxa de letalidade da doença é de 0,05%, mas quando se trata de casos graves, esse número sobe para 4,73%. Segundo a pasta, o maior número de ocorrências de casos graves e mortes continua na faixa etária acima de 60 anos.
Quanto à vacinação, 906.675 doses foram aplicadas no público-alvo, cerca de 34% da quantidade enviada aos estados e Distrito Federal.