Em 2022 foi observada uma queda na cobertura vacinal contra o HPV (papiloma vírus humano). No ano passado, entre as meninas a primeira e a segunda dose tiveram, respectivamente, 75,91% e 57,44% de adesão. Entre os meninos, os números são ainda menores: 52,26% na primeira aplicação e 36,59% na segunda. Os dados de 2023 ainda não estão consolidados.
De acordo com a pesquisa nacional, encomendada pelo Ministério da Saúde e feita por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), a prevalência da infecção pelo HPV de alto risco é de 54,4% entre mulheres sexualmente ativas e de 41,6% entre homens.
O infectologista Werciley Júnior destaca a vacinação como a forma mais eficaz de prevenir a infecção pelo HPV, uma doença sexualmente transmissível ligada a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero e de ânus. A vacina HPV quadrivalente, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), protege contra essas complicações e está disponível em postos de vacinação em todo o Brasil.
“Atinge todas as faixas de idade, tem uma maior prevalência em população jovem, sexualmente ativa, atinge em todas as regiões do país, de Norte a Sul, não tem uma prioridade, ou seja, uma região mais concentrada”, avalia.
De acordo com o Ministério da Saúde, a infecção pelo HPV pode levar de 2 a 8 meses para manifestar os primeiros sinais, embora em alguns casos possa demorar até 20 anos para a aparição de sintomas.
As manifestações são mais comuns em gestantes e pessoas com baixa imunidade. O diagnóstico é feito através de exames clínicos e laboratoriais, variando conforme o tipo de lesão.
Existem dois tipos principais de lesões:
As lesões podem afetar vulva, vagina, colo do útero, ânus, pênis, bolsa escrotal e região pubiana, e em casos mais raros, áreas extragenitais como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.
O infectologista salienta que o HPV não tem tratamento com remédio específico. São feitas medidas físicas, que é a cauterização, quando é em forma de verruga, ou no caso da mulher, a conização, que é a retirada do tecido que foi afetado”, explica.
Pessoas de 9 a 14 anos de idade, do sexo feminino e masculino, vítimas de violência sexual, devem tomar duas doses conforme o Calendário Nacional de Vacinação de rotina. As doses devem ter um intervalo de 6 meses;
Pessoas de 15 a 45 anos de idade, do sexo feminino e masculino, imunocompetentes e vítimas de violência sexual, devem tomar três doses, com um intervalo de 2 meses entre a primeira e a segunda; e de 6 meses, entre a primeira e a terceira. O intervalo para vacinar deve ser de no máximo 6 meses;
Pessoas de 15 a 45 anos de idade, do sexo feminino e masculino nas indicações especiais (vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea); pacientes oncológicos; imunossuprimidos (pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos); e vítimas de violência sexual, devem tomar três doses, com um intervalo de 2 meses, entre a primeira e a segunda; e de seis meses, entre a primeira e a terceira (0, 2 e 6 meses).
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A emergência para Covid-19 foi retirada, mas isso não é motivo para descuidar. Foram identificadas duas novas cepas da doença no Brasil — a JN.1 e a JG.3. A melhor forma de se proteger contra elas, segundo o Ministério da Saúde, ainda é se vacinando. O imunizante bivalente, disponível, oferecido pelo SUS e disponível nos postos de saúde, protege contra essas novas cepas.
Segundo o infectologista Marcelo Daher, os sintomas dessas subvariantes são os mesmos da Covid-19 — febre, tosse, dores de cabeça e no corpo, ausência de olfato e paladar —, mas o grande problema é a forma como a doença se espalha a cada nova cepa.
“Cada variante que surge favorece uma nova onda de doença. O que a gente observa é que os tivemos duas grandes ondas, em 2020 e 2021, e agora a gente passa a ter repiques de ondas, cada vez que surge uma nova subvariantes.”
Quem tem mais de 60 anos, algum comprometimento imunológico ou já recebeu a última dose da vacina contra a Covid -19 há mais de 6 meses, deve reforçar a imunização. Mas quem não faz parte desse grupo, também precisa manter o esquema vacinal em dia para evitar sintomas graves da doença e até a morte.
Inicialmente detectada em exames de pacientes do Ceará, a variante JN.1 se espalhou e já representa 3,2% dos casos de Covid-19 no mundo.
A JG.3, que também foi encontrada no estado nordestino, é monitorada em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás nos últimos meses. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as duas subvariantes já foram encontradas em 47 países.
O Ceará recebeu, desde o mês passado, um reforço de 900 tratamentos antivirais para casos leves de Covid-19. O tratamento é ministrado em maiores de 65 anos e imunossuprimidos. O Ministério da Saúde também enviou ao estado cerca de 35 mil reações para diagnóstico molecular do vírus e 30 mil testes rápidos de antígeno.
De acordo com o painel que mostra a cobertura vacinal no Brasil, até hoje já foram aplicadas 30.788.008 doses da vacina bivalente, o que corresponde a 17,26% da população apta a receber as doses.
A aposentada Ângela Cuculo, de 70 anos, já tinha tomado três doses da vacina quando pegou Covid-19, em 2022. “Foi a forma mais branda da doença, quase não tive sintomas e só descobri porque fiz o exame.” Ela acredita que o imunizante é a única forma eficaz de combater a doença.
“É muito importante a vacina principalmente para crianças e idosos que já têm a saúde vulnerável, eu acredito totalmente na vacina e acho que todo mundo tem que se vacinar.”
O infectologista explica que a vacina bivalente oferecida pelo SUS protege, de fato, contra a novas cepas, mas já existem outros imunizantes fora do Brasil que são mais modernos e ainda mais eficazes contra o vírus.
“A vacina atual que está sendo utilizada nos Estados Unidos tem uma proteção maior do que a vacina bivalente que nós temos no Brasil. O que precisamos cobrar do Ministério não é para não vacinar, mas é para que tenhamos vacinas atuais oferecidas para a população.”
Brasil, Colômbia e Venezuela são responsáveis por 77% de contaminação do continente americano
Novembro é o mês de combate à malária nas Américas, uma iniciativa para que todos os países do continente criem ações contra a doença. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Brasil, Colômbia e Venezuela são responsáveis por cerca de 77% dos casos da doença nas Américas. Mas entre os anos de 2000 e 2020, os números de casos notificados reduziram aproximadamente 58% no Brasil.
A malária é uma doença infecciosa transmitida por um mosquito e prevalente em países tropicais. Embora a transmissão se dê por picadas de mosquitos, para que haja contaminação, é preciso que o inseto tenha sido contaminado a partir do contato com pessoas portadoras do parasita.
Apesar da alta circulação nos países da América, a letalidade pela doença em países de outros continentes, como a África, é maior. A explicação para isso é que há cerca de seis tipos de protozoários, uns mais letais que os outros. Ainda não existe vacina contra as variações da Malária no Brasil, como explica a vice-diretora e pesquisadora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes:
“Recentemente foi implementada uma vacina para a malária, no entanto, é uma vacina exclusiva para um certo tipo de protozoário, e ela tem sido aplicada apenas em alguns países da África. Essa vacina é uma vitória no controle da doença, porém ela tem uma eficácia ainda parcial. Os números mostram uma redução de 50% de casos graves e uma redução similar na mortalidade pela doença”, esclarece.
Os sintomas das malárias são comuns a outras doenças: febre, dor de cabeça, sudorese, calafrios, entre outros. Por isso, ao ter contato com regiões com alto índice de contaminação de malária, deve-se informar ao médico que esteve em uma zona de risco.
O clínico geral Lucas Albanaz explica que o uso de repelentes e itens que protejam janelas e portas, como mosqueteiros e telas, são medidas importantes de prevenção para evitar a contaminação por malária em locais de risco. O médico também destaca a importância do tratamento precoce. “Quebrar o ciclo da doença é muito importante! O ideal é que o tratamento com remédios seja feito no início do contágio para evitar quadros mais graves”, explica. O tratamento contra a malária está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
O Dia do Hemofílico no Brasil é comemorado em 4 de janeiro. A data é uma oportunidade de falar sobre essa doença que é rara mas que tem tratamento disponível no Sistema Único de Saúde. Atualmente, existem pouco mais de 12 mil pessoas com hemofilia no Brasil. De acordo com dados da World Federation of Hemophilia, esta é a quarta maior população mundial de pacientes com a doença. Mas você sabe o que é hemofilia? Se não, esse é o programa certo para aprender a respeito desse distúrbio genético! Então fiquem ligados e aproveitem mais um Pausa para Saúde.
O Ministério da Saúde abriu uma chamada pública para selecionar projetos de pesquisa que envolvam novas tecnologias no combate à tuberculose. O edital tem a abrangência dos países do BRICS, formados pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ou seja, os estudos devem ter parceria com pelo menos um pesquisador de algum país dos BRICS. Além disso, os projetos devem focar no desenvolvimento de novas intervenções e esquemas terapêuticos, além de novos métodos de diagnóstico e acesso ao tratamento da doença e devem servir para os cinco países. Essa chamada pública é o primeiro passo para cumprir o compromisso brasileiro de investir R$ 16 milhões durante três anos em pesquisa e desenvolvimento contra essa doença. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que preside a STOP TB, um dos mais importantes programas mundiais que busca soluções para reduzir o número de doentes, explica porque o Brasil tem se mostrado um dos países mais avançados no combate contra a tuberculose.
“Nós já trabalhávamos o tema da tuberculose no âmbito do Parlamento, na Frente Parlamentar da Tuberculose. Agora, no Ministério da Saúde, uma das primeiras agendas internacionais no ministério foi a escolha do Brasil, do ministro da Saúde do Brasil, para ser o chairman (presidente) da Stop TB. A Stop TB é um programa que reúne iniciativa privada, sociedade civil e governos para uma meta ambiciosa: até 2030 acabar com a tuberculose. É um trabalho que vai exigir todos os países”.
A tuberculose é uma doença grave em todo o mundo e, por isso, está listada entre as 10 principais causas de morte, com cerca de 10 milhões de novos casos todos os anos. O prazo de inscrição dos trabalhos é até o dia 30 de março deste ano e podem ser realizadas pelo site CNPq.br
A palavra verão vem de “estio” um termo específico – que é quase um sinônimo de uma palavra em Latim. A palavra era usada para retratar a seca e veio da expressão, também em Latim, “tempus aestivum” que significa “tempo de forte calor”. E isso porque o verão é uma época em que as temperaturas são mais elevadas e, também, quando a quantidade de chuvas aumenta na maior parte do Brasil. O Verão é a estação do ano que ocorre entre a primavera e o outono. E se a gente comparar o verão com as outras estações, perceberemos os dias ficam mais longos e as noites mais curtas e isso acontece porque uma parte do planeta Terra fica mais próxima do sol. E é justamente isso que faz esta ser a estação mais quente do ano. No Brasil, o verão começa em 21 de dezembro e termina no dia 20 de março. E daí você se pergunta o que tudo isso tem a ver com o nosso podcast? Claro que todas essas informações são interessantes, mas também são importantes para o nosso podcast desta semana, que são os cuidados que devemos ter, justamente durante o verão! Então fiquem ligados e aproveitem mais um Pausa para Saúde.
Seis séculos! Isso mesmo. De acordo com registros históricos, desde o século XV a Sífilis circula no mundo. E segundo a Organização Mundial de Saúde, a doença atinge mais de 12 milhões de pessoas no planeta. Em 2016, a Sífilis foi declarada epidemia no Brasil e conforme aponta o Ministério da Saúde, a maior parte dos casos notificados de Sífilis adquirida – aquela transmitida por meio do contato sexual– ocorreu entre jovens de 20 a 29 anos. No Pausa para Saúde de hoje vamos conversar com o médico infectologista Filipe Perini, coordenador-geral de assistência e tratamento HIV/IST do Ministério da Saúde. Acompanhe!
Acompanhe um bate-papo ao vivo com a coordenadora de Saúde da Mulher, Mônica Nery.
Começou nesse 08 de março, os 80 dias de mobilização pela Saúde da Mulher, promovido pelo Ministério da Saúde. O período, que vai até o dia 28 de maio, foi escolhido como forma de relembrar a população do apoio oferecido pelo Sistema Único de Saúde às mulheres de todas as idades. Por isso, a coordenadora-geral do Departamento de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Mônica Nery, conversou com a gente e deu um panorama das ações, bem como dicas essenciais para o cuidado feminino. Acompanhe!
Medicamentos servem para ajudar a reestabelecer a saúde de pessoas doentes e, por serem feitos com substâncias químicas, mesmo aqueles feitos de para serem mais naturais, podem trazer riscos quando ingeridos de forma inadequada, principalmente quando falamos sobre a automedicação. Por isso, nessa edição do Pausa para Saúde, vamos abordar os riscos da prática de tomar remédios por conta própria sem buscar orientação de um profissional da saúde.
É muito possível que o Carnaval seja a festa mais popular, comemorada e aguardada pelo brasileiro. Ao longo do tempo, esses dias de folia se tornaram um elemento emblemático na cultura nacional e, provavelmente, é uma das maiores exposições que o Brasil tem no exterior. Mas apesar de tudo isso, o carnaval não é uma invenção brasileira e muito menos, realizada apenas por aqui. A História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma, mas como não estamos em um podcast sobre história, vamos ao que interessa, pois o tema dessa edição são os cuidados que devemos ter durante esses dias de festa!