Este resultado é considerado bom, porém menor do que o mesmo período no ano passado
Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência registram superávit em abril de R$ 15,6 bilhões.
Ainda que este resultado possa ser considerado positivo para a economia e indique sustentabilidade da dívida, ele é mais baixo que o valor registrado há um ano, de R$ 28,9 bilhões.
No acumulado de janeiro a abril, o saldo nas contas públicas foi positivo em R$ 47 bilhões.
Neste mesmo período do ano passado, o acumulado foi de R$ 79 bilhões.
O Tesouro Nacional avaliou o saldo como bom, mas alerta que a margem acumulada no período deve ser consumida nos próximos meses. O mês de maio é um mês historicamente deficitário e deve consumir uma margem do saldo positivo registrado até abril.
A instituição mantém a perspectiva de fechar o ano de 2023 com um déficit primário inferior a 1% do PIB.
Ministério da Fazenda anuncia medidas desde janeiro para tentar melhorar este resultado, a um déficit de 0,5% do PIB. A proposta é zerar o rombo até 2024.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic, a taxa básica de juros da economia, de 13,25% para 13,75%, nesta quarta-feira (3). Especialistas afirmam que a Selic em alta é boa oportunidade para quem quer começar a investir no Tesouro Direto.
Em junho de 2022, mais de 34 mil pessoas passaram a ter saldo no programa, o que totaliza mais de dois milhões de brasileiros com aplicações desse tipo, segundo o governo federal. Mas, afinal, o que é e como investir no Tesouro Direto?
Quem explica é Allan Augusto Gallo, mestre em Economia e Mercados pela Universidade Mackenzie. “O Tesouro Direto é uma modalidade de investimento em que você empresta o seu dinheiro para o governo federal e ele, ao final de determinado prazo, se compromete a devolver o seu dinheiro mais o ‘lucro’ que você teve daquele investimento, baseado em algum indicador econômico”.
André de Souza, diretor de Investimentos do PagBank PagSeguro, diz que o Tesouro Direto é “um dos investimentos mais seguros do mercado brasileiro, pois é 100% garantido pelo Tesouro Nacional”.
Assim como a poupança, o Tesouro Direto é um tipo de renda fixa, ou seja, um investimento em que é possível prever quanto aquele dinheiro aplicado vai render ao longo de um determinado período. Segundo os especialistas, o aporte em renda fixa é recomendado para quem está começando a investir.
Segundo o site oficial do Tesouro Direto, qualquer pessoa pode começar a investir em títulos do governo com pouco mais de R$ 30. Para começar, é preciso ter um CPF e uma conta bancária (corrente ou poupança). Em seguida, fazer o cadastro no Tesouro Direto por meio do banco ou corretora. É por meio dessas instituições que você aplica o dinheiro e recebe o retorno, quando resgatar os investimentos no Tesouro Direto.
Depois do cadastro, você já pode começar a investir, seja pela plataforma da própria instituição financeira, seja pelo site ou aplicativo do Tesouro Direto. Antes de investir no Tesouro, os especialistas dizem que é importante ter em mente o objetivo daquele investimento. Isso porque o Tesouro Direto tem três modalidades, e cada uma delas é mais adequada a um tipo de meta.
A rentabilidade do Tesouro Selic é baseada na Taxa Selic. Allan Gallo explica que se o objetivo é fazer reserva de emergência e ter aquele dinheiro sempre disponível, o Tesouro Selic é a melhor opção. Isso porque tem liquidez diária e a Selic está alta.
Outro tipo de aplicação é o Tesouro IPCA +. A rentabilidade também leva em conta um valor prefixado: a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. “Isso é muito interessante para quem tem vontade de deixar o dinheiro por longo período de tempo, para aposentadoria, comprar uma casa, porque não importa se a Selic está pra baixo ou pra cima, o tesouro IPCA mais a taxa vai estar sempre performando acima da inflação”, explica o economista.
Existe também o Tesouro Prefixado. Ao investir nessa modalidade, você já sabe o quanto aquele dinheiro vai render e quanto vai receber na data do vencimento do título público.
André de Souza afirma que ao dividir os objetivos em curto, médio e longo prazo, fica mais fácil saber como investir. “Por exemplo, se uma pessoa pretende comprar um carro daqui a cinco anos, deve optar por um título que tenha data de vencimento próxima à realização dessa compra, como o Tesouro IPCA +. Mas, se o objetivo desta pessoa é investir para a reserva de emergência, o mais adequado é o Tesouro Selic”, indica.
A poupança é o investimento em renda fixa mais popular do país. Também atrelado à Selic, o rendimento da poupança costuma ser menor que o do Tesouro Direto. Se a Selic for maior ou igual a 8,5% ao ano (o que é o caso, já que está em 13,75%), o rendimento será de 0,5% ao mês, mais a TR (Taxa Referencial). Ou seja, é um rendimento de 6% ao ano, mais a TR, que hoje é de 0,24%.
Já o Tesouro Selic, como o próprio nome indica, está atrelado à Taxa Selic. Isso quer dizer que deixar o dinheiro na poupança em vez de aplicar no Tesouro Selic vai trazer menos lucro. Jessyka Vieira, analista de sistemas, conta porque trocou a poupança pelo Tesouro.
“Eu invisto no Tesouro Direto há um ano. Investia na poupança e resolvi trocar porque a rentabilidade do Tesouro está maior do que a da poupança. A vantagem de estar investindo no Tesouro é a possibilidade de ter o dinheiro guardado e rendendo alguma coisa pra mim. O meu objetivo maior é ter uma reserva de emergência”, conta.
Gabriel Souza Lopes, 23 anos, é enfermeiro e investe no Tesouro Direto há dois anos. Ele utiliza o programa para manter a reserva de emergência e investe em outras aplicações para viagens e aposentadoria. “Na poupança rende muito pouco em relação ao Tesouro Direto. Eu invisto no Tesouro para ter esse rendimento diário maior do que a poupança e eu poder tirar quando quiser sem ter um prejuízo muito grande. E isso é uma das vantagens da renda fixa”, avalia.
Allan Gallo explica que o investidor não tem por que desconfiar do Tesouro Direto por ser menos conhecido que a poupança. “A vantagem do Tesouro Direto é que você está tendo como garantia desse investimento o próprio governo. Para que o valor que você emprestou para o governo não seja pago, o cenário tem que ser apocalíptico. Agora, veja que engraçado: na época do Collor, todo mundo fala do confisco da poupança, que é um investimento considerado mais seguro, mais conhecido, mas naquela época ela foi confiscada. O Tesouro não”, lembra.
“A poupança também é segura, mas possui uma rentabilidade muito pequena que, em períodos de inflação em alta, pode chegar a ter uma rentabilidade real negativa”, conclui André.
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