A cobertura vacinal entre crianças e adolescentes contra Covid-19 continua baixa no Brasil. É o que revela estudo divulgado nesta segunda-feira (11), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com o levantamento, a cobertura vacinal em crianças de 3 a 4 anos está em 23% para duas doses e 7% para o esquema vacinal completo, com três doses. Além disso, entre as que tem entre 5 e 11 anos, a cobertura está em 55,9% com duas doses e 12,8% em relação ao esquema vacinal completo.
Diante desse cenário, o estudo revela que houve uma redução significativa no número de mortes entre crianças e adolescente, desde o início da vacinação contra a doença, o que segundo a Fundação, pode indicar uma eficácia do imunizante.
O estudo analisou dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica de Gripe da Fiocruz, levando em conta as oito primeiras semanas epidemiológicas de cada ano, entre 2021 e 2024. Por volta do final de fevereiro do primeiro ano em questão, foram registradas 118 mortes por Covid-19 entre crianças e adolescentes de até 14 anos de idade. Já no mesmo período de 2024, o total de mortes pela doença entre crianças e adolescentes com menos de 14 anos foi de 48.
A taxa de mortalidade por Covid-19 foi de 4,3 mortes por 100 mil habitantes para menores de 1 ano e 0,6 por 100 mil para crianças de 1 a 4 anos entre agosto de 2021 e julho de 2022, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os dados mostram que, apesar do número de mortes, apenas 22,2% das crianças entre três e quatro anos foram vacinadas com duas doses da vacina contra a doença.
A pesquisadora da Fiocruz Viviane Boaventura recomenda aos pais que vacinem seus filhos contra a doença, que tirou a vida de 708.999 brasileiros. Ela afirma que as vacinas contra a Covid-19 são seguras e evitam mortes de crianças pela doença.
“Para as crianças realmente é um chamado para que os pais mantenham a caderneta vacinal das crianças para a Covid 19 em dia. Não tem por que desconfiar. A mesma ciência que é feita, as mesmas estratégias que são usadas para analisar a efetividade e a segurança das vacinas são as mesmas para todas as vacinas”, afirma a pesquisadora.
Mesmo com a queda no número de casos da doença, segundo Viviane Boaventura é importante se vacinar. A pesquisadora enfatiza a importância da imunização, em especial para crianças e adolescentes. Boaventura assegura aos pais — com algum receio de vacinar os filhos — que não existe controvérsia sobre a segurança, eficácia e efetividade dos imunizantes.
“É natural que os pais se preocupem com eventuais riscos adversos à vacina ou a qualquer medicamento. Mas as vacinas são consolidadamente um método efetivo contra a infecção e principalmente contra formas graves da doença. Então quando se opta por vacinação, os estudos feitos da segurança, da eficácia, já comprovam que essas vacinas são protetoras e evitam que essas crianças possam falecer de Covid”, destaca.
Quanto a possíveis reações, a pesquisadora explica que todos os medicamentos possuem riscos de efeitos adversos. No entanto, no caso das vacinas, são “extremamente baixos”. Viviane Boaventura pontua que a vacinação é indicada e necessária.
Número de crianças vacinadas contra a Covid-19 ainda é baixo, diz Fiocruz
Em 2023, até novembro, foram registrados 5.310 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 e 135 mortes de crianças menores de cinco anos. Segundo o Ministério da Saúde, desde o início da pandemia, em 2020, até novembro do ano passado, também foram notificados 2.103 casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) no Brasil, com 142 mortes entre crianças.
Covid-19: vacinação de crianças será obrigatória a partir de 2024
Apenas 22,2% das crianças entre três e quatro anos foram vacinadas com duas doses da vacina contra a Covid-19. De acordo com nota técnica divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta segunda-feira (22), de agosto de 2021 a julho de 2022 a Covid-19 foi a principal causa de morte por doença imunoprevenível — que podem ser prevenidas por vacina — entre menores de 19 anos.
Ainda conforme o documento, a vacinação reduz em até 41% o risco de a criança ou adolescente desenvolver a chamada Covid-Longa — quando os sintomas permanecem mesmo após a fase aguda da doença. A Fiocruz ressalta ainda que as duas vacinas aplicadas em crianças no Brasil, do Instituto Butantan e da Pfizer, têm efetividade próxima a 90% para alguns grupos etários, principalmente contra hospitalização pela doença.
“Apesar dessa alta carga de mortalidade, a cobertura vacinal, no Brasil, contra Covid-19 em crianças permanece baixa: entre 3 e 4 anos, apenas 22,2% foram vacinados com 2 doses; 55,4% entre 5 e 11 anos e 82,6% entre 12 e 17 anos. Em relação à terceira dose, a cobertura cai para 6,0%, 12,1% e 33,4%, respectivamente. Trata-se de cobertura muito baixa, especialmente quando comparada a população entre 40 e 69 anos, que é de 93,3% e 68,1% para duas e três doses, respectivamente”, diz a nota.
A infectologista Rosana Richtmann destaca que a pandemia acabou, mas a Covid-19 continua de forma semelhante ao que ocorre com o vírus da gripe. A especialista ressalta que a vacinação contribuiu de forma significativa para a redução dos casos graves da doença e defende a aplicação de dose anual para crianças e grupos prioritários, conforme recomendação do Ministério da Saúde.
“Então, independente do que você fez no passado, se você tomou uma ou cinco doses no passado, isso não vai ter tanta importância à medida do momento que a gente passa a ter grupos prioritários que vão necessitar de uma dose de vacina atualizada por ano. A única exceção dessa regra são as crianças, essas, sim, vão precisar da vacinação como rotina no calendário deles. Exceto as crianças, os outros grupos passam a ser vacinados só os grupos prioritários”, afirma.
Joyce Conde é arquiteta e mãe dos pequenos Maria Eduarda e Davi. Ela conta que os dois filhos foram vacinados contra a doença. “No geral, todas as vacinas são importantíssimas. Meus filhos de 2 e 3 anos não tiveram nenhuma reação, pelo contrário, ficaram super tranquilos. E eu recomendo a vacinação para pais, idosos, crianças, para todo mundo se vacinar, que a vacina de Covid é importantíssima”, pontua.
2,5 milhões comprimidos contra Covid-19 já foram distribuídos na rede pública de saúde no Brasil
A Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à Covid-19 durou de janeiro de 2020 a maio de 2023. No Brasil, foram registrados mais de 38 milhões de casos confirmados da doença e 708.999 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Os dados da pasta mostram que mais de 517 milhões de vacinas monovalentes foram aplicadas e mais de 32 milhões de pessoas receberam o imunizante bivalente.
Já está em vigor a Lei 14.811/2024 que deixa mais rígidas as punições para quem praticar crimes contra crianças e adolescentes. A nova lei, que já está em vigor, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (15), tornando crimes como o bullying e o cyberbullying, por exemplo, passíveis de maiores punições. Para o professor de direito e processo penal Leonardo Pantaleão, a lei tem por objetivo instituir uma série de medidas de proteção ao jovem, contra práticas de violência dos estabelecimentos educacionais ou similares, públicos e privados.
“A criação de tipos penais que têm esse objetivo. O objetivo da criminalização de diversas condutas sempre é — por parte do legislador —preveni-las. E quando nós analisamos o texto legal significa que esse enrijecimento da lei contra o bullying e cyberbullying também tem o objetivo de conter essa prática.”
A pena prevista para esses crimes passa a ser de dois a quatro anos de prisão para casos praticados em ambiente digital que não representem crime grave.
A nova lei também torna crime hediondo com pena de cinco anos de prisão para os responsáveis por comunidade ou rede virtual, onde seja induzido o suicídio ou a automutilação de menor de 18 anos. Segundo o professor de processo penal, além da punição maior, a lei também prevê uma capacitação para os profissionais que trabalham com jovens e adolescentes.
“Deve sempre haver agora uma capacitação continuada e frequente por parte, tanto do corpo docente, quanto também de uma política de conscientização integrada a uma informação da comunidade escolar como um todo e também da vizinhança em torno desse estabelecimento escolar.”
Para o advogado, o objetivo não é apenas cumprir a lei, mas evitar prevenir que novos casos desse tipo de crime aconteçam. Segundo a lei, também foram tipificados como crimes hediondos sequestro, cárcere privado e tráfico de crianças e adolescentes.
Em setembro passado, mês em que se celebra o Setembro Amarelo — de prevenção ao suicídio, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a participação de 188 mil jovens, mostrou que 20% das vítimas de bullying, acabam tendo pensamentos suicidas.
O Anuário 2023 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, por sua vez, indicou que 38% das escolas brasileiras registram casos de bullying. Para a psicóloga Jéssica Almeida, o bullying é caracterizado como uma subcategoria de violência, que se configura em atos agressivos — verbais e psicológicos — e as consequências podem ser muitas e graves.
“Isolamento social, menor rendimento escolar e em relação à vivência do trauma, como a pessoa foi exposta a ele, pode gerar traumas psicológicos, desmotivação. Com tudo isso a gente pode ver também quadros mais ansiosos, depressivos, autoestima baixa, uma imagem negativa sobre si mesmo.” As consequências variam muito de acordo com a situação em que o jovem foi exposto àquela violência.
Crime de homicídio contra menor de 14 anos em instituições de ensino passam a ter a pena ampliada para 12 a 30 anos de prisão. O novo texto também passa a exigir certidões de antecedentes criminais de todos os colaboradores que trabalhem em locais onde são desenvolvidas atividades com crianças e adolescentes. O texto estabelece ainda pena de dois a quatro anos de prisão para o crime de não comunicação de desaparecimento de criança ou adolescente, de forma intencional.
Neste vídeo, a endocrinologista pediátrica, Marianna Ferreira, fala sobre a puberdade precoce
A puberdade é a transição entre a infância e a vida adulta, caracterizada pelo aparecimento dos caracteres sexuais secundários, como a maturação dos ovários e testículos, além da aceleração do crescimento. É normal que isso ocorra nos meninos a partir dos 8 anos e nas meninas a partir dos 9 anos. A puberdade precoce é considerada quando esses caracteres ocorrem antes disso.
Nas meninas aparecem o broto mamário, aumento do crescimento, surgimento dos pelo pubianos e nas axilas, espinhas e o odor axilar. Já nos meninos, é caracterizado pelo aumento testicular, pelos pubianos e axilares, odor nas axilas, espinhas e ejaculação espontânea. É importante ressaltar que não é necessário que esses fatores ocorram juntos para se dizer que a puberdade teve início.
Essas mudanças corporais são resultados de dois eventos fisiológicos e independentes: a maturação das gônadas (testículos e ovários) e a maturação adrenal.
A maturação das gônadas é o que leva ao broto mamário, ao aumento do útero e dos testículos, além da aceleração do crescimento. Já a maturação adrenal é o que faz surgir os pelos, acne e o odor das axilas, então podem ocorrer separadamente, mas para os dois eventos é utilizado o mesmo limite de idade, 8 anos para meninas e 9 anos para meninos.
Para que esse início de puberdade aconteça, todo um processo multifatorial precisa acontecer e nele estão envolvidos fatores hormonais, metabólicos, genéticos, nutricionais e ambientais. É considerado puberdade precoce toda vez que um desses fatores se inicia antes da idade normal.
Existem situações em que alguns podem ocorrer isoladamente e não representar uma ativação real dos hormônios ou que precise de intervenção. Nem sempre é fácil diferenciar situações que não precisam de intervenção, por isso, apenas o médico pode determinar se é caso de puberdade precoce após uma avaliação especializada. Um aspecto importante de se destacar, é que essa ativação está cada vez mais comum, principalmente em meninas.
Algumas causas que têm sido relacionadas com esse aumento, é a maior incidência de obesidade, exposição a agrotóxicos e produtos químicos que contém substâncias chamadas de desreguladores endócrinos, que são substâncias que vão interferir nos hormônios.
A puberdade precoce possui tratamentos seguros e bem estabelecidos, mas vai depender da causa e deve ser iniciado assim que o diagnóstico for feito. Mas algumas considerações devem ser feitas antes de procurar um médico, uma delas é o odor nas axilas:
Não há nada que se possa fazer para evitar completamente, até porque existem causa genéticas e orgânicas, mas algo que pode diminuir o risco é evitar o consumo de alimentos e produtos com plásticos, alumínio, chumbo e agrotóxicos, hoje em dia os rótulos das embalagens costuma indicar se são livres dessas substâncias.
Caso seu filho apresente algum desses sinais de puberdade antes do tempo ou se você está em dúvida se essas mudanças já estão acontecendo, busque a ajuda de um médico para a avaliação adequada.
Para mais informações, assista ao vídeo no canal Doutor Ajuda.
Cerca de 30 mil integrantes dos Conselhos Tutelares serão eleitos neste ano. A votação acontece no próximo dia 1° de outubro, e pela primeira vez todo o país contará com o apoio da Justiça Eleitoral, que irá emprestar e preparar as urnas eletrônicas, treinar as equipes que irão compor as mesas receptoras de votos, além de prestar suporte técnico ao voto informatizado.
A votação para os conselhos tutelares acontece a cada quatro anos, no primeiro domingo de outubro no ano subsequente ao da eleição presidencial. A posse dos eleitos acontece no dia 10 de janeiro. O voto é sigiloso e facultativo, toda a população pode participar do processo. Para votar é preciso estar em dia com a Justiça Eleitoral.
A participação da população é uma das etapas do processo de escolha dos conselheiros tutelares. O pedagogo, professor e conselheiro tutelar de Belo Horizonte, Wellington Amorim, representante nacional dos conselheiros tutelares por Minas Gerais e membro da executiva nacional do Fórum Colegiado Nacional de Conselheiros Tutelares (FCNCT), explica que cada cidade tem suas singularidades neste processo, porém, para que o conselho seja representativo, o Estatuto da Criança e do Adolescente exige que o conselheiro seja escolhido pela população.
“São várias etapas. Essas etapas são definidas pelo município, algumas vêm previstas no Estatuto da Criança Adolescente. De modo geral, os municípios optam, principalmente os menores, por fazer uma prova e depois nós temos a campanha eleitoral, que é, e aí que é importante esclarecer, o nome é processo de escolha. A votação, a campanha é uma das etapas dentro do processo de escolha”, elucida Amorim.
Em cada cidade, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente é o órgão encarregado pelo processo de escolha, com acompanhamento e fiscalização do Ministério Público.
Os conselheiros tutelares agem com autonomia assegurada pela legislação para garantir os direitos de crianças e adolescentes, Entre suas funções está o atendimento a crianças e adolescentes com direitos violados ou ameaçados, o recebimento de denúncias dessas situações, além da fiscalização.
Em entrevista coletiva sobre o tema realizada nesta semana, o presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal, Cleidison Figueredo, reforçou o papel dos que desempenham essa função.
“Esses conselheiros são figuras importantíssimas para a sociedade. Nós temos ali no conselheiro uma figura que é o guardião do direito das crianças e dos adolescentes. Ele é o acionador de toda a rede de proteção dessas crianças e adolescentes. Então, se estão acontecendo um abuso ou uma violação de direito, essa violação de direito vai ser ali identificada por esse conselheiro tutelar. Ele vai acionar toda essa rede de proteção — e nós vamos sim garantir e salvar essa criança e adolescente em última análise”, ressaltou.
Segundo levantamento da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Brasil conta com aproximadamente 6.100 conselhos tutelares instalados em 5.570 municípios. Cada Conselho Tutelar é formado por 5 membros escolhidos pela população local, que atuam de forma colegiada, de acordo com as atribuições estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Em seguida, Nordeste e Centro-Oeste fazem parte deste ranking. A maioria das vítimas são mulheres
Na última quinta-feira (18), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Ministério da Saúde lançou um boletim epidemiológico com dados de violência sexual contra crianças e adolescentes entre 2015 e 2021.
O evento foi realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), e contou com a presença do o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Lula reforçou a importância do combate à exploração sexual de vulneráveis e enalteceu ao trabalho realizado pelos profissionais que atuam no combate desse crime.
Em 2021, o boletim epidemiológico identificou que dentre as regiões brasileiras com maior número de serviços prestados às pessoas em situação de violência sexual estão o Sudeste com 299, o Nordeste com 230 e, em seguida, a região Centro-Oeste, com total de 200 atendimentos. Durante todo o período analisado no levantamento, 202 mil 948 casos de violência sexual foram notificados no Brasil, sendo 119 mil 377 casos contra adolescentes e 83 mil 571 contra crianças. O maior número de casos foi registrado em 2021.
O núcleo familiar é o ambiente com grande recorrência do crime de abuso contra crianças e adolescentes. A doutora em Direito das Relações Sociais, Lygia Copi, explica quais comportamentos estão configurados neste crime. “O termo abuso sexual inclui: carícias, toques íntimos, masturbação, exibicionismo, penetração vaginal, anal ou oral e também outras práticas que não tenham ato físico como, por exemplo, expor a criança a vídeos pornográficos. A importunação sexual também se configura como um ato de abuso sexual infantil”.
Ela fala ainda sobre os direitos que as pessoas em situação de violência sexual podem usufruir. “Essa criança ou adolescente, assim que chega na unidade de saúde, tem o direito de receber o atendimento médico a fim de verificar a necessidade de assistência naquele momento. Também deve receber assistência psicológica naquele momento e, também, após. Um atendimento que se estenda para o momento futuro”.
O crime de estupro de vulnerável, que significa ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos, a pena prevista pelo código penal é de 8 a 15 anos de reclusão. Trata-se de um crime inafiançável.
O artigo 205 da Constituição Federal Brasileira assegura que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Mas de acordo com dados mais recentes divulgados pelo UNICEF, cerca de dois milhões de crianças e adolescentes entre 11 a 19 anos, não estão frequentando a escola. O motivo seria o trabalho infantil e a dificuldade de aprendizagem na educação básica.
Além disso, o UNICEF ainda aponta que em 2020, no pico da pandemia, aproximadamente 5,2 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos não tiveram acesso à educação, pela falta de internete, tecnologia, entre outros fatores.
Diante desses números, o UNICEF, a Undime e o Itaú Social lançaram um guia sobre "papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento à exclusão Escolar”. O documento tem o objetivo de "ensinar e apoiar a atuação das organizações no fortalecimento das redes de proteção empenhadas na transformação do Brasil pela educação".
Especialista em educação pela Universidade de Brasília (UnB), Catarina Santos explica que é dever do poder público garantir o direito à educação a crianças, adolescentes e adultos que não tiveram acesso ainda jovens, mas a sociedade civil precisa estar ativa para colaborar com as organizações.
“A participação da sociedade civil nesse processo de busca ativa é importante e fundamental. É responsabilidade também da sociedade nessa oferta, nesta garantia do direito à educação. A própria constituição estabelece que estado e a família entre em colaboração com a sociedade”, explica Catarina Santos.
O guia lançado contém estratégias de busca ativa escolar, compostas por uma metodologia social e uma ferramenta tecnológica com o objetivo de apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão.
Ainda sobre o tema, Catarina Santos afirma que a evasão escolar tem múltiplos fatores e precisam ser resolvidos na raiz, já que a grande maioria dos problemas com desigualdade social e racial, trabalho infantil e de inúmeros tipos de violências, principalmente a violência sexual, além das condições da estrutura escolar que o governo oferece, entre outros.
A mãe da Valentina, de 7 anos de idade, Carolina Pujol, acredita que o guia vai servir para ajudar nas informações necessárias para combater a evasão escolar.
“Eu achei uma ótima iniciativa. Eu acredito que vai ajudar a enfrentar a evasão escolar dos alunos e vai ser melhor para a educação”, elogia a e empreendedora.
O guia foi desenvolvido de maneira didática para que todos possam ter acesso e entendimento sobre como utilizá-lo.
Em 2050, metade da população mundial terá miopia. A projeção é da Academia Americana de Oftalmologia (AAO). Trata-se de um distúrbio na visão cuja principal característica é a dificuldade de enxergar de longe. Um dos principais motivos apontados para o cenário é o uso excessivo de telas digitais, como celulares e televisores por crianças e adolescentes.
As vítimas mais comuns são os jovens. A estimativa é de que 20% dos jovens em idade escolar são diagnosticados com doenças visuais. No Brasil, o número de prescrições de óculos por oftalmologistas triplicou para crianças de 6 a 8 anos, comparado há cinco anos.
“Os maiores problemas com a miopia podem acontecer na escola, por exemplo, para enxergar o quadro. Também para enxergar placas de trânsito ou letreiros de ônibus ou assistir TV. Tudo o que for mais distante pode ser dificultado”, destaca a médica oftalmologista, Fabíola Marazato.
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Casos de Covid-19 e dengue preocupam neste fim de ano
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a miopia é um dos problemas de saúde pública que mais evoluem em todo o mundo. Até os cinco anos, por exemplo, a quantidade de crianças que sofrem com a condição é de cerca de 1%. Aos 10 anos, a taxa vai para 8% e aos 15, chega aos 15%.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) e com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os pais devem estimular os filhos a olhar mais para o horizonte. Isso pode ser orientado por meio de brincadeiras. Além disso, é preciso evitar a exposição de telas por crianças menores de dois anos.
Quando elas têm 5 anos, é necessário limitar o tempo máximo a uma hora por dia. Para crianças com idade entre 6 e 10 anos, o tempo limite deve ser de duas horas diárias. Já os adolescentes, até três horas.
As unidades de saúde do SUS de todo o País já aplicaram mais de 3,6 milhões de doses da vacina contra a paralisia infantil, desde o começo da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação, iniciada no último dia 8 de agosto.
Em Belo Horizonte, são cerca de 47 mil doses aplicadas contra a pólio. O dado preliminar é do painel montado pelo Ministério da Saúde, com base nas notificações feitas em tempo real por estados e municípios. O público-alvo é de cerca de 104 mil bebês e crianças menores de cinco anos. A Bruna mora na cidade e mantém a caderneta de vacinação do filho em dia.
“A orientação que eu dou é essa: busque conhecimento. Busque entender o que é [vacina], para que serve, como é o processo. E você vai ver que é o maior benefício que você pode deixar para o seu filho e dar a ele saúde.”
O objetivo da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é vacinar 95% da população menor de cinco anos de idade. Além de reduzir o número de crianças e adolescentes menores de 15 anos que estão com vacinas atrasadas, com a Campanha da Multivacinação.
A infectologista Joana D’arc alerta: o Brasil apresenta redução nas coberturas vacinais, o que pode ser um risco para a população. “Essa campanha é importante porque a gente tem tido uma redução muito grande do número de pessoas vacinadas no Brasil e isso faz com que a gente tenha risco de reintrodução de doenças, podendo ter surtos e epidemias de doenças já controladas. Vacinar é um gesto de amor porque a gente tem a certeza de que nossos filhos vão estar protegidos.”
CADERNETA DE VACINAÇÃO: Pais devem manter documento atualizado
POLIOMIELITE: Entenda os riscos de não vacinar as crianças
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação vai até o dia 30 de setembro nas unidades básicas. Para as crianças e adolescentes estão disponíveis as vacinas BCG; hepatite A, hepatite B; penta; pneumocócica 10-valente; pneumocócica 23-valente; poliomielite inativada (VIP) e poliomielite oral (VOP); rotavírus humano; meningocócica C (conjugada), meningocócica ACWY (conjugada); febre amarela; tríplice viral; tetraviral; tríplice bacteriana (DTP); dupla adulto (dT); varicela e HPV quadrivalente.
Em Belo Horizonte, a mobilização acontece de segunda a sexta-feira em todos os centros de saúde. O endereço das unidades e os horários de funcionamento podem ser consultados no site da prefeitura da capital: prefeitura.pbh.gov.br.
A atualização da caderneta vacinal aumenta a proteção das crianças e adolescentes contra as doenças imunopreveníveis, evitando a ocorrência de surtos, hospitalizações e óbitos. Todos os imunizantes são seguros e estão registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
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