Chikungunya

21/09/2024 09:00h

Ministério da Saúde lançou plano de ação para combater avanço das arboviroses no próximo período sazonal

Baixar áudio

O Brasil já registrou 6.519.131 casos prováveis de dengue em 2024, segundo o Informe Semanal de Arboviroses Urbanas mais recente do Ministério da Saúde. Com isso, o coeficiente de incidência da doença é de 3.210,4 casos a cada 100 mil habitantes. Os dados são referentes à Semana Epidemiológica 36, compilados de janeiro a 9 de setembro de 2024.

Os casos mais graves e com sinais de alarme para a dengue estão concentrados na Região Sudeste, com 3.993 casos graves e 43.461 sinais de alarme. Na sequência está a Região Centro-Oeste, com 1.170 casos graves; Sul, com 1.431; Nordeste, com 671; e Norte, com 78.

O levantamento do Ministério da Saúde também indica um total de 5.303 óbitos pela dengue em 2024. Os estados de São Paulo (1.662), Minas Gerais (976), Paraná (657), Distrito Federal (440), Goiás (384) e Santa Catarina (336) concentraram 84,85% das mortes por dengue confirmadas no país.

Em relação às demais arboviroses, em 2024, foram notificados 255.334 casos prováveis e 170 óbitos confirmados por chikungunya; 6.568 casos prováveis e nenhuma morte por Zika; 7.992 casos confirmados e dois óbitos por oropouche.

Plano de combate às arboviroses

Para tentar combater os casos e óbitos por dengue, chikungunya, Zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil, o governo federal lançou um plano de ações que serão coordenadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios, instituições públicas e privadas, além de organizações sociais. 

O documento foi elaborado por pesquisadores, gestores e técnicos estaduais e municipais, além de profissionais de saúde que atuam diretamente com as comunidades e conhecem os desafios regionais para o combate das arboviroses. Dessa forma, o plano de combate às doenças tem como base as evidências científicas mais atualizadas, além do apoio de novas tecnologias. O investimento anunciado pelo Ministério da Saúde é de R$ 1,5 bilhão para aplicar em seis eixos de atuação:

  • Prevenção;
  • Vigilância;
  • Controle vetorial;
  • Organização da rede assistencial e manejo clínico;
  • Preparação e resposta às emergências;
  • Comunicação e participação comunitária. 

A estratégia é intensificar as ações preventivas no período intersazonal, ou seja, no intervalo entre os picos de casos, com retirada de possíveis criadouros do mosquito transmissor das doenças, o Aedes aegypti.

Saiba mais em www.gov.br/saude.

Dengue: plano de ação é antecipado

Chikungunya: Brasil registra 254 mil casos prováveis e 162 mortes em 2024

Copiar textoCopiar o texto
05/09/2024 00:08h

De janeiro até agora foram contabilizados 5.267 óbitos pela doença e outros 1.988 estão em investigação, segundo o Ministério da Saúde

Baixar áudio

O Brasil já registrou 6.509.794 casos prováveis de dengue em 2024. O dado é da mais recente atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. De janeiro até agora, foram contabilizadas 5.267 mortes pela doença e outras 1.988 estão em investigação. No momento, o coeficiente de incidência de dengue no país é de 3.205,8 casos para cada 100 mil habitantes.

Segundo o monitoramento da pasta, 55% dos casos foram identificados entre as mulheres. A faixa etária mais acometida pela dengue é entre 20 e 29 anos, seguida por 30 a 39 anos e 40 a 49 anos. Bebês com menos de 1 ano, idosos com 80 anos ou mais e crianças de 1 a 4 anos são os menos atingidos pela doença.

Entre os estados, São Paulo lidera com o maior número de casos graves e sinais de alarme, com 24.934 casos de janeiro até agora. Na sequência estão Minas Gerais, com 15.128; Paraná, com 13.546, e Distrito Federal, com 10.249. Roraima (3), Acre (11) e Rondônia (33) são os estados com menos casos graves ou sinais de alarme.
O infectologista Antônio Carlos Bandeira reforça as medidas preventivas contra a dengue.

“As principais medidas de prevenção podem ser divididas em duas partes, a primeira individual e a segunda coletiva. Na parte individual, é fundamental usar repelentes, tais como aqueles à base de icaridina ou DEET, principalmente as gestantes precisam usar repelentes do primeiro ao último dia da gestação para que não tenham possibilidade de se contaminarem com o vírus da zika, que é altamente teratogênico. A outra situação para prevenção é você utilizar roupas mais compridas, telas, em regiões onde você pode dormir com telas, e ar-condicionado.” 

Na parte coletiva, é fundamental eliminar os focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti — transmissor da dengue e outras doenças como zika, chikungunya e febre amarela — não deixando água parada.

Dengue: plano de ação é antecipado

Chikungunya: Brasil registra 254 mil casos prováveis e 162 mortes em 2024

Copiar textoCopiar o texto
01/09/2024 03:00h

Minas Gerais concentra a maior parte dos casos prováveis de chikungunya, seguido por Bahia, Espírito Santo e São Paulo

Baixar áudio

O Brasil já registrou 254.170 casos prováveis de chikungunya em 2024. O dado é do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Até a última atualização, em 28 de agosto, foram registrados 162 óbitos pela doença e 153 ainda estão em investigação. O coeficiente de incidência da chikungunya é de 125,2 casos para cada 100 mil habitantes.

A maioria das notificações foi registrada entre as mulheres (60%). Em relação à faixa etária, os grupos entre 20 e 29 anos, 40 a 49 anos, 30 a 39 anos e 50 a 59 anos foram os mais afetados pela doença. 

Entre os estados, Minas Gerais concentra a maior parte dos casos prováveis de chikungunya (159.844), seguido por Bahia (15.508), Espírito Santo (13.058) e São Paulo (10.667). Já entre as unidades federativas com menos registros da doença estão Roraima (36), Amazonas (102), Rondônia (224), Acre (264) e Amapá (322).

A chikungunya é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aedypti, mesmo transmissor da dengue, zika e febre amarela. Por isso, a principal forma de se proteger da doença é combater o mosquito, não deixando água parada.

Risco de morte após a febre chikungunya continua por até 84 dias, diz Fiocruz

Em meio à epidemia de dengue, Ministério da Saúde inaugura biofábrica de mosquitos não transmissores de vírus

Copiar textoCopiar o texto
30/04/2024 00:02h

Operações com Método Wolbachia devem iniciar em 2025 em Belo Horizonte

Baixar áudio

O Brasil registrou 131.900 casos prováveis de dengue na última semana epidemiológica de abril (semana 16), o que representa uma queda de 55% em relação à semana anterior, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. 

Mesmo com a redução, o número de casos prováveis da doença neste ano já é mais que o dobro do que o registrado em todo o ano passado: 1.649.144. 

Até o momento, 1.937 pessoas morreram por causa da dengue no país em 2024 e outras 2.345 mortes estão em investigação. O Distrito Federal (8320,7) lidera a lista dos maiores coeficientes de incidência — taxa que estima o risco de ocorrência de casos em uma determinada população, considerando 100 mil habitantes — com 234.400 casos prováveis. Em seguida, vem Minas Gerais (5795,3), com 1.190.280 casos prováveis e Paraná (3463,8), com 396.367 — todos acima do coeficiente nacional, que é de 1931,1.

Para aumentar o combate a doenças causadas pelo Aedes aegypti, na tarde desta segunda-feira (29), foi inaugurada em Belo Horizonte a biofábrica do Método Wolbachia, pelo Ministério da Saúde, em parceria com o governo de Minas Gerais e a prefeitura da cidade. A administração será da Fiocruz, em parceria com o World Mosquito Program (WMP), instituição que detém a patente da tecnologia. 

O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, Zika e chikungunya se desenvolvam no inseto. A partir disso, é criada uma nova população de mosquitos, todos com a bactéria — os chamados de Wolbitos —, que não são geneticamente modificados e não transmitem doenças.

A unidade será responsável pela manutenção do ciclo completo dos mosquitos. A previsão é de que a operação seja iniciada em 2025 e a estimativa de produção é de dois milhões de mosquitos por semana. Na primeira fase, os insetos serão soltos na cidade de Brumadinho e em outros 21 municípios da Bacia do Rio Paraopeba.

Eficácia 

A aplicação do Método Wolbachia em Niterói, no Rio de Janeiro, mostrou uma redução de 69,4% dos casos de dengue, 56,3% nos casos de chikungunya e 37% nos casos de Zika na cidade, segundo o Ministério da Saúde. 

Em partes da capital mineira a tecnologia já havia sido testada com a liberação de mosquitos. A primeira etapa, na região de Venda Nova, foi finalizada em janeiro de 2021 e uma expansão foi finalizada em 2023. A nova biofábrica fica no bairro Gameleira, região oeste da capital mineira e tem 4 mil m². 

Participaram da  solenidade de conclusão da obra o Governo de Minas Gerais, o Ministério Público (MPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública (DPMG), além de representantes do Ministério da Saúde e do World Mosquito Program (WMP) Brasil/Fiocruz.

Copiar textoCopiar o texto
17/04/2024 19:00h

A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Alda Maria da Cruz, fala sobre os sintomas das três arboviroses

Baixar áudio

Dengue, zika e chikungunya. Três arboviroses, que são doenças transmitidas por artrópodes, e que chegam ao ser humano através do mesmo vetor – o mosquito Aedes aegypti. Apesar disso, tratam-se de vírus diferentes. O que faz com que a gente confunda os três são os sintomas, todos muito semelhantes.

A diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Alda Maria da Cruz, explica que sintomas são esses. “Febre, dor no corpo, dor nas articulações, cansaço, manchas no corpo. São doenças que podem levar à morte, então há o risco e o que diferencia elas são a evolução posterior.”

Segundo a doutora Alda, o maior risco da infecção pelo Zika é a Síndrome Congênita nas mães, com a transmissão para o bebê e o consequente aparecimento de microcefalia e doenças neurológicas. “O paciente com chikungunya pode evoluir durante muito tempo com dores nas articulações. Já a dengue pode ter uma evolução com uma morte muito abrupta.”

Confira 8 dicas para eliminar criadouros do mosquito

Entre as três doenças, a dengue é a que predomina na maior parte do Brasil.  Mas, em algumas regiões, há aumento dos casos de chikungunya. Como todas são transmitidas pelo Aedes, a principal tarefa diária, para todos os brasileiros, é trabalhar no combate ao mosquito. Limpar a casa e se atentar a locais onde possa ter água limpa acumulada é fundamental para evitar os criadouros e a proliferação dos transmissores.

Conheça os sintomas da dengue

Além do combate ao mosquito, é importante estar alerta ao aparecimento dos sintomas da dengue. São sinais de alerta:

  • Febre alta e/ou persistente
  • Dores musculares e nas articulações
  • Manchas vermelhas (exantema)
  • Dor de cabeça ou atrás dos olhos
  • Diarreia e/ou dor forte na barriga
  • Pressão baixa
  • Náusea e vômitos frequentes
  • Agitação ou sonolência 
  • Sangramento espontâneo 
  • Diminuição da urina 
  • Extremidades frias

E não se esqueça: são apenas 10 minutos por semana para proteger sua família e vizinhos da dengue. 

Para mais informações sobre a dengue e sobre as formas de prevenção, acesse: www.gov.br/mosquito.
 

Copiar textoCopiar o texto
08/04/2024 00:03h

Até o momento, o Brasil contabilizou 2.747.643 casos prováveis de dengue, resultando em 1.078 mortes associadas ao vírus

Baixar áudio

O aumento de casos de dengue neste ano fez com que 288 municípios, de 6 estados, entrassem em situação de emergência  por Arboviroses. A informação é do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Social (MIDR). Até o momento, o Brasil contabilizou mais de 2,7 milhões de casos prováveis de dengue e mais de mil mortes associadas ao vírus da doença.

De acordo com os dados ministério, órgão do Executivo federal responsável pelo reconhecimento da situação de emergência, 246 municípios são localizados no estado de Goiás, 23 no Paraná, 3 no Amapá, 11 no Rio Grande do Sul, 3 em Minas Gerais e 2 em Santa Catarina.  

Em Goiás, Defesa Civil Nacional reconheceu a situação de emergência em todo o estado devido ao aumento dos casos. De acordo com último boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás, foram contabilizados, neste ano, 80,3 mil casos. Até o momento, 118 mortes em investigação. No período, foram mais de 1,9 mil internações pela doença em hospitais da rede da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás.

Já o Paraná registrou cerca de 45 mil notificações e 23,3 mil casos confirmados de dengue em uma semana, segundo último informe semanal da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Ainda de acordo com o boletim, os 399 municípios do Estado já registraram notificações de dengue e 389 tiveram casos confirmados. 

Desde 30 de julho do ano passado, o estado paranaense contabilizou 351 mil notificações e 77 óbitos. Essas mortes ocorreram em 36 municípios, como Cascavel, Londrina e Maringá.

A infectologista Larissa Tiberto atribui os altos índices de infecção pela dengue ao aumento das chuvas, aumento da temperatura e falta de controle dos reservatórios dos mosquitos. Ela destaca que a vacinação contra a dengue é importante para prevenir casos graves da doença.

“Outras maneiras de evitar formas graves da doença são: Ingerir muita água, fazer repouso, não ingerir antiinflamatórios não esteroidais e o principal é limpar e remover possíveis locais de acúmulo de água em casa, repelente, telas em janelas para se proteger contra a picada do inseto”, explica.

Vacinação

Em abril, o Ministério da Saúde recebeu mais 930 mil doses da vacina contra a dengue, destinadas aos 521 municípios já selecionados e a outros 165 recém contemplados. De acordo com a pasta, a seleção dos novos municípios seguiu critérios como grande porte, população acima de 100 mil habitantes, alta incidência de dengue na última década e a predominância do sorotipo DENV-2, além do número de casos no período de 2023/2024. Atualmente, a vacinação foca em jovens de 10 a 14 anos, por ser a faixa etária com maior taxa de hospitalizações por dengue.

O estudante de fisioterapia de 23 anos e morador de Caldas Novas - GO, Alisson Coutinho conta que quando teve dengue, sentiu muita dor de cabeça e no corpo e febre alta. Ele afirma que para evitar a proliferação do mosquito, coloca areia nos potes de planta para evitar o acúmulo de água. 

Alisson diz que pretende tomar a vacina contra a dengue assim que possível. “Eu acho que ela é muito boa para prevenir que as pessoas se contaminem e, se pegar ou se contaminar, seja mais tranquilo, porque o corpo já estará mais acostumado com o vírus. Então, eu acho que é bem útil e necessário para a nossa população”, comenta.

Outros tipos de Arboviroses 

Em relação aos casos prováveis de Zika e Chikungunya, foram registrados 3.600 e 122.216 casos, respectivamente. Quanto às mortes, não há registros por Zika, enquanto a Chikungunya resultou em 49 mortes confirmadas, com outras 83 ainda sob investigação. 
 

Veja Mais:

Brasil registra sinalização de queda no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave
Brasil tem mais de 540 mil trabalhadores com deficiências no mercado de trabalho
 

Copiar textoCopiar o texto
02/04/2024 00:01h

Dos casos reportados, 55,4% correspondem a mulheres e 44,6% a homens

Baixar áudio

Até o momento, o Brasil contabilizou cerca de 2.573.293 casos prováveis de dengue, resultando em 923 mortes associadas ao vírus. Dos casos reportados, 55,4%  correspondem a mulheres e 44,6% a homens. Os maiores índices de casos prováveis estão concentrados em sete estados, além do Distrito Federal, com Minas Gerais liderando com 832.393 casos, seguido por São Paulo com 535.316 e Paraná com 246.444.

Hemerson Luz, infectologista, atribui o aumento de casos da doença no começo do ano a uma combinação de fatores, destacando-se o aumento da temperatura e o acúmulo de chuvas. Essas condições climáticas favorecem a criação de ambientes propícios para a proliferação do mosquito transmissor da dengue.

O especialista, porém, destaca que a diminuição da temperatura — com o final do verão e a diminuição do volume de chuvas — poderá contribuir com a diminuição dos casos de dengue.

“Para evitar outros casos, outras contaminações, o ideal é evitar aqueles objetos que venham acumular água nos terrenos baldios, nos quintais e também usar repelente durante o dia. Lembrando que se você enxergar mosquito dentro da sua casa, o transmissor da dengue, é porque deve ter alguma coleção de água em pelo menos um perímetro de 200 metros, que é a autonomia do mosquito”, explica.

Tatiana Araújo, estudante de 24 anos e moradora de Brasília, conta sua experiência com a dengue, destacando que os primeiros sintomas foram as pintinhas pelo corpo que inicialmente eram leves, mas se intensificaram causando coceira. Ela também teve febre alta e fortes dores de cabeça.

“Para evitar a proliferação do mosquito, são as mesmas medidas que eu tomava, inclusive antes de pegar. Que é evitar deixar água parada. Evitar o acúmulo de água na calha e também colocamos um produto químico para evitar a proliferação do mosquito”, relata.

Vacinação 

De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos um terço das doses enviadas aos 521 municípios foram aplicadas até agora. Das 1.235.119 doses distribuídas, 534.631 foram registradas como aplicadas, enquanto 700.488 ainda não tiveram esse registro. 

O governo recebeu uma nova remessa — com 930 mil doses — que serão distribuídas para os 521 municípios anteriormente selecionados e para os 154 previstos na ampliação. Dessa forma, será possível garantir que a vacinação continue, sem que haja falta do imunizante. 

O grupo prioritário para essa fase de vacinação é de jovens de 10 a 14 anos.

Outros tipos de Arboviroses

Em relação aos casos prováveis de Zika e Chikungunya, foram registrados 1.318 e 115.441 casos, respectivamente. Quanto às mortes, não há registros por Zika, enquanto a Chikungunya resultou em 46 mortes confirmadas, com outras 71 ainda sob investigação.
 

Copiar textoCopiar o texto
22/02/2024 21:30h

Veja as principais medidas para combater a proliferação dessas pragas

Baixar áudio

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de chuvas intensas e rajadas de vento para a região Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Essas condições podem contribuir para o aumento de pragas urbanas, insetos e pequenos animais que se proliferam desordenadamente nessas áreas e oferecem risco à saúde humana. O alerta é do vice-presidente executivo da Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas (Aprag), Sérgio Bocalini.

“Falando sobre insetos e aracnídeos, principalmente, vamos ter a relação da umidade e a temperatura elevada, principalmente nessa época do ano, acelerando o ciclo biológico desses animais e fazendo com que o processo reprodutivo deles também fique mais acelerados, dessa forma, deixando muito mais descendentes  — e eles passam a ocupar os espaços com grande facilidade, em grande número”, explica Bocalini.

Um exemplo dessa praga urbana é o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. Em 2023, o Brasil registrou um aumento de 15,8% nos casos de dengue (1.601.848), na comparação com o mesmo período de 2022 (1.382.665). Também houve aumento de 5,4% no número de mortes em 2023, em relação a 2022.

Com relação à chikungunya, foram registrados 149.901 casos da doença, uma redução de 43% se comparado com 2022. Já a zika registrou um crescimento de 1% nos casos em relação à 2022

As informações são do Ministério da Saúde.

Além disso, focando em roedores urbanos, como ratazanas, as chuvas influenciam no aumento deles também. Sérgio Bocalini pontua que algumas áreas ficam alagadas, fazendo com que esses animais se desloquem para o interior de edificações, como residências, comércios ou indústrias.

Como evitar pragas urbanas?

O vice-presidente executivo explica que são quatro fatores principais que propiciam a proliferação de pragas: os 4A’s: água, alimento, abrigo e acesso. De acordo com ele, pragas como baratas, roedores, mosquitos e escorpiões podem ser evitadas por meio do:

  • descarte correto de alimentos;
  • limpeza de gavetas e armários;
  • monitoramento de vias de acesso à casa, como buracos e rachaduras.

“As pessoas podem fazer nas suas residências, nos seus quintais, no comércio e até em áreas maiores, é não deixar uma série de atrativos que fiquem à disposição desses animais, principalmente a questão do lixo. Então se a gente não tem essa situação favorável, consequentemente a gente acaba diminuindo a presença delas [pragas]", completa. 

Além disso, Bocalini  ressalta que o trabalho de empresas especializadas no controle de pragas pode contribuir para evitar a presença delas, mas é preciso estar atento para encontrar uma “boa” empresa.

Em parceria com a Aprag, o Sindicato das Empresas de Controle de Vetores e Pragas Urbanas e a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes, o Conselho Federal de Química divulgou o segundo volume da cartilha “Enfrentando estragos causados por chuvas fortes, alagamentos e enchentes”, com foco no controle de pragas.

A cartilha está disponível no portal do CFQ.

Leia mais:

Brasil registra mais de 688 mil casos de dengue, segundo Ministério da Saúde

Copiar textoCopiar o texto
20/02/2024 04:30h

Segundo a instituição, pessoas que possuem doenças crônicas correm mais risco de ter a doença de base descompensada

Baixar áudio

Em meio à epidemia de dengue e ao aumento de casos por febre chikungunya, um estudo realizado pela Fiocruz Bahia indica que há risco de morte de pessoas infectadas pelo vírus por até três meses após o início dos sintomas da doença — além da fase aguda da doença, sendo os primeiros 14 dias.

Segundo a Fiocruz, o estudo comparou o risco de morte de pessoas infectadas com pessoas que não tiveram a doença. As pessoas infectadas tiveram um risco 8,4 vezes maior de morte do que as pessoas não infectadas entre 1 e 7 dias. Já entre 57 e 84 dias, o risco diminuiu para 2,26 vezes maior que as pessoas sem a doença. Após esse período, não houve diferença significativa no risco de morte entre os grupos expostos e não expostos.

Também foram analisados os dados de 1.933 pessoas que tiveram a doença do vírus chikungunya e morreram em um tempo médio de 294 dias — menos de um ano. Dos casos por morte natural, o risco foi maior entre o primeiro e o sétimo dia do início dos sintomas da doença pelo vírus, com um risco de 8,75 vezes maior em comparação com outros períodos, diminuindo para 1,59 entre 57 e 84 dias.

De acordo com o pesquisador Thiago Cerqueira, o primeiro autor do estudo, o levantamento apresentou evidências sobre o risco aumentado de mortalidade natural e de morte associado com outras doenças crônicas. 

“A gente não consegue dizer exatamente o porquê que está tendo esse aumento. A gente consegue mostrar que tem um aumento. Mas na literatura, vem sendo pressuposto que tem um desbalanço com as pessoas que têm com comorbidades prévias, então você tem uma descompensação das comorbidades. Então, quem tem diabete acaba tendo um descontrolo glicêmico — e isso acaba prejudicando a doença e pode levar a óbito. Ou também se as infecções podem causar mais um desbalanço no sistema de coagulação e predispor a eventos cardiovasculares”, explica.

Conforme os pesquisadores, em um cenário com 100 mil pessoas doentes por chikungunya, é esperado cerca de 170 mortes a mais nos primeiros 84 dias do que em um contexto sem a doença. O pesquisador da Fiocruz Bahia ainda reforça a necessidade de os profissionais de saúde acompanharem de perto os infectados por chikungunya.

“Em termos de profissional de saúde, quando se vê um caso de chikungunya, lembrar que pode ter essa duplicação a longo prazo. Não é só os primeiros 14 dias que tem que estar atentos. Então, tem que ter esse olhar mais atento ao paciente, tanto com o chikungunya quanto com o dengue, que eles podem ter complicação depois que passa a fase aguda da doença”, destaca.

O estudo utilizou dados da do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), do Sistema Nacional de Informação sobre Doenças de Notificação Notificável (Sinan) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Ao todo, foram avaliados 143.787 casos de doenças causadas pelo vírus da chikungunya entre o período de 1ª de janeiro de 2015 a  31 de dezembro de 2018.

Chikungunya no Brasil 

De acordo com o Ministério da Saúde, até a sexta semana epidemiológica de 2024, o Brasil já registrou 32.483 casos prováveis da doença. O número é 18,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, (26.493). Também foram confirmadas 4 mortes pela doença e 34 estão sob investigação.

Segundo o médico infectologista Daniel Pompetti, embora a dengue, zika e chikungunya sejam arboviroses transmitidas pelo mesmo mosquito — Aedes aegypti — e possuem sintomas similares, há algumas diferenças que ajudam a diferenciar uma para a outra. 

“No caso da chikungunya, esta apresenta no início, de forma súbita, febre alta. Porém, diferente da dengue, que pode durar até 7 dias, na chikungunya o período febril pode ser um pouquinho mais curto. Uma diferença importante da chikungunya é a artralgia, ou seja, a dor nas articulações, que pode ser bem intensa e pode estar acompanhada de inflamação chamada de artrite — e que em alguns casos, ela pode permanecer no tempo e se transformar em sequela. Assim como na dengue, na infecção por chikungunya o paciente pode apresentar dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares menos intensas que na dengue. O paciente pode ter também vermelhidão no corpo e fadiga”, explica.

O infectologista destaca que não existem antivirais específicos para tratamento a chikungunya. Ele explica como é realizado o tratamento contra a doença.

“Infelizmente, até o momento não há um medicamento antiviral específico para chikungunya. Então, a terapia utilizada é sintomática, ou seja, tratamento dos sintomas específicos, que seria principalmente manejo da dor e hidratação. Inicialmente, na fase aguda da doença, é importante incentivar a hidratação oral dos pacientes. Já no manejo da dor é recomendado o uso de paracetamol ou dipirona. É importante destacar que por se tratar de uma doença viral, o uso de antibióticos não está indicado e muitas vezes, devido ao envolvimento de dores crônicas articulares com esta doença, os pacientes podem precisar de fisioterapia”, completa.

Prevenção

De acordo com o médico infectologista, o mais importante para prevenir a doença é evitar os criadouros dos mosquitos que podem transmitir a doença. Isso previne não só a transmissão de chikungunya, como também de dengue e Zika.

“No que respeita a vigilância em saúde, é importante manter e alimentar os sistemas de informações de arboviroses, com o objetivo de gerar indicadores epidemiológicos para orientar ações de prevenção e controle. Além do aprimoramento da vigilância e do controle do vetor, que nesse caso é o mosquito. É importante também a identificação de locais de reprodução de mosquito e de áreas com maior número de casos, para assim orientar ações de prevenção para a população e intensificar as ações de visita domiciliar. E é necessário ressaltar a importância da eliminação de água armazenada, que pode se tornar criadouro — e o uso também de repelentes adequados para diminuir a chance de picada pelo mosquito”, ressalta.
 

Copiar textoCopiar o texto
25/01/2024 07:00h

Até o momento, 600 municípios de Minas Gerais apresentaram casos de dengue, com destaque para a região central do estado

Baixar áudio

Em 2023, Minas Gerais registrou 327.238 casos de dengue e 204 mortes. Neste ano, até o dia 22 de janeiro, foram notificados 11.490 casos confirmados, 14 mortes em investigação e uma confirmada no estado. Os dados são do Painel de Arboviroses, divulgado pela Secretaria de Saúde mineira (SES - MG). 

Até o momento, 600 municípios de Minas Gerais apresentaram casos de dengue, com destaque para a região Central. 

Karina Tomiasi, médica que atua na área de saúde da família, explica que a dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti, facilmente encontrado em domicílios, estabelecimentos comerciais e escolas. 

“A dengue é uma doença bem chata, dá dor de cabeça, febre, dor no corpo. Ela abaixa as plaquetas e você pode ficar desidratado. A fase mais perigosa da dengue é quando a febre começa a efervescer, quando surgem as principais complicações”, explica.

Prevenção

De acordo com Tomiasi, a prevenção do mosquito é “facilmente” feita quando evita-se a procriação do Aedes Aegypti. Algumas formas de evitar são:

  • Colocar terra em pratinhos das plantas;
  • Não acumular garrafas e entulhos;
  • Fazer a limpeza regular das calhas;
  • Usar repelentes e mosquiteiros.

Veja outros cuidados:

Vacina contra a dengue

Uma outra forma de prevenção da dengue é por meio da vacinação. Segundo a SES-MG, o Ministério da Saúde deve encaminhar as doses da vacina contra a doença  para os estados com números elevados de casos, incluindo Minas Gerais.

Quando as doses estiverem disponíveis, será feito um cronograma de vacinação e a definição do público-alvo. A previsão é que a vacinação seja iniciada em fevereiro para o público prioritário no estado.

Tratamento

Em caso de suspeita de dengue, a médica pontua que o ideal é ir até á unidade de saúde mais próxima para confirmar. 

“A dengue, nas formas mais leves em adultos sem comorbidades, pode ser tratada ambulatorialmente em casa acompanhada pelo médico do posto de saúde. Ele vai saber seguir os protocolos e encaminhar os pacientes de maior risco para os atendimentos secundários”, informa.

Chikungunya

A chikungunya é uma doença também transmitida por meio do Aedes Aegypti, causando febre, dores intensas nas articulações e outras dores no corpo.

Até o momento, foram notificados 4.353 casos prováveis de chikungunya, 3.067 casos confirmados da doença, duas mortes em investigação e uma morte confirmada.

Leia mais:

Janeiro Branco: desregulação hormonal contribuir para o desenvolvimento de doenças mentais

Minas Gerais registrou mais de 14,9 mil casos de hanseníase nos últimos 10 anos

Copiar textoCopiar o texto