A cotação da arroba do boi gordo começou a terça-feira (29) com queda de 0,0% e o produto é negociado a R$ 287,75 em São Paulo. Em Goiânia, o produto é vendido à vista a R$ 261. Já em Barretos e Araçatuba, em São Paulo, a arroba é comercializada a R$ 290,96.
O preço do quilo do frango congelado não sofreu variação e o produto ainda é vendido a R$ 8,10. O preço do quilo do frango resfriado também não mudou e a mercadoria ainda é comercializada a R$ 8,08.
No mercado financeiro, o preço da carcaça suína especial teve salto de 4,16% e o produto é negociado a R$ 10,02. Em Minas Gerais, o suíno vivo é vendido a R$ 7,28. No Paraná, o produto é comercializado à vista a R$ 6,61. Os valores são do Canal Rural e Cepea.
A saca de 60 quilos do café arábica começou a terça-feira (29) com alta de 1,24 % no preço e é vendida a R$ 984,78 na cidade de São Paulo. O café robusta também teve alta no valor. A taxa ficou em 1,90% e a saca é comercializada a R$ 590,78 para retirada no Espírito Santo.
O açúcar cristal teve queda de menos 0,12% no preço e o produto é vendido a R$ 135,54 em São Paulo. Em Santos, no litoral paulista, o valor da saca de 50 quilos, sem impostos, caiu para menos 1,29% e a mercadoria ainda é comercializada a R$ 133,96.
No mercado financeiro, o preço da saca de 60 quilos do milho teve queda de -0,45% e é negociada a R$ 85,48. Em Cascavel, no Paraná, o preço é R$ 83. Em Rondonópolis, no Mato Grosso, o milho é vendido a R$ 74. Em Uberaba, Minas Gerais, o preço à vista é R$ 76. Os valores são do Canal Rural e Cepea.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) vai instalar centrais de triagem e pontos de entrega voluntária de lixo eletroeletrônico nas 400 maiores cidades brasileiras. A estimativa é que até 2025 a meta seja concluída. Atualmente, as capitais Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Brasília (DF), Maceió (AL) e Manaus (AM) já aderiram ao projeto. Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Fortaleza (CE) são outras três capitais que vão receber os ecopontos agora em novembro.
Os pontos de entrega voluntária de lixo eletroeletrônico são locais em que a população pode deixar eletrodomésticos em desuso como geladeiras, fogões e TVs. Depois, o material é encaminhado para uma central de triagem onde profissionais habilitados fazem a separação do que vai para a reciclagem e o que será destinado aos aterros sanitários.
O recolhimento desses materiais para a reciclagem varia de acordo com cada cidade, como explica o secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André França. “Há vários modelos funcionando. No caso do Rio de Janeiro haverá participação de cooperativas fazendo o recolhimento nesses pontos de entrega voluntária até o ponto de consolidação. É o caso de Manaus também, que vai fazer em parceria com as cooperativas. Em outros municípios, ou até mesmo no Distrito Federal, foi pensado um modelo diferente. Foi contratada uma empresa para fazer o agendamento e coleta porta a porta”.
O secretário lembra ainda que esse é um processo novo no Brasil. “É algo que ainda está se consolidando e se materializando, soluções estão sendo testadas, algumas estão produzindo bons resultados e vão ficar, outras vão evoluir para outros arranjos de cooperação. Mas é um sistema novo que já possui 1,9 mil pontos implantados”, explica.
A implementação, estruturação e a operacionalização do sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos faz parte do Decreto Federal n° 10.240/2020. No ano de 2020, o decreto estabeleceu a estruturação do sistema com ações relacionadas ao planejamento, para que em 2021 o dispositivo começasse a valer por metas quantitativas. “O decreto prevê, até 2025, o conjunto de pontos de coleta de eletroeletrônicos de acordo com a quantidade de habitantes no município, de forma a abranger as 400 maiores cidades com unidades fixas. Enquanto os municípios menores podem ser atendidos por campanhas móveis, já que a geração no fluxo de eletroeletrônicos é menor”, pontuou André França.
A logística reversa está integrada no programa Lixão Zero do MMA, que tem como objetivo eliminar os lixões existentes no país e apoiar os municípios para soluções mais adequadas de destinação final dos resíduos sólidos. André França explica que os produtos reciclados voltam à cadeia produtiva, sendo reaproveitados em novos produtos pela indústria.
Além de projetos de iniciativa do Governo Federal, algumas cidades possuem suas próprias iniciativas para recolhimento e reciclagem de lixo eletrônico. É o caso do Distrito Federal, que atua por meio do Reciclotech. O programa trabalha na conscientização do descarte correto de eletroeletrônicos, promovendo ações educativas que contribuem para democratizar o acesso à tecnologia por meio de recondicionamento e doações de equipamentos.
Além disso, o projeto capacita jovens de 14 a 18 anos de baixa renda em cursos voltados à tecnologia. O projeto conta com uma usina de reciclagem que, segundo a Secretaria de Tecnologia do Distrito Federal, recupera 99,8% do lixo eletrônico recebido.
O Reciclotech segue a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que define a logística reversa como um instrumento de desenvolvimento econômico e social, ao investir na coleta e restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial. Uma vez restituído, esse material pode ser reaproveitado em diversos ciclos produtivos ou ganhar outra destinação ambientalmente adequada.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) do Distrito Federal, Elizio Luz, explica que a pasta realiza projetos de conscientização da população para fazer o descarte correto do lixo eletrônico. “Estamos fazendo gincana nas escolas, drive thru pelas cidades, o nosso ônibus tem filmes sobre a coleta de lixo e também temos mais de 90 pontos de coleta de lixo eletrônico pelas cidades satélites. Essas ações são importantes para que o descarte correto de lixo eletrônico passe a ser a cultura do brasiliense.”
Além de o Reciclotech recolher e reciclar esses itens, cooperativas e ONGs também auxiliam nesse processo.
Nos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) do Distrito Federal é possível descartar bateria, celular, lâmpadas, cabos, notebooks e computadores. Nos drives thrus a população descarta geladeiras, televisão, balanças entre outros. Neles, foram recolhidas 120 toneladas de lixo eletrônico na ação realizada em junho.
Aprovado na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, o Projeto de Lei 6.545/2019, que cria incentivos fiscais à indústria da reciclagem e emissão de títulos para financiar projetos, agora aguarda análise no plenário da Casa. O PL cria também o Fundo de Apoio para Ações Voltadas à Reciclagem (Favorecicle) e Fundos de Investimentos para Projetos de Reciclagem (ProRecicle).
Pelo texto, os recursos do Favorecicle deverão vir de doações, do Orçamento da União, de convênios e acordos de cooperação, além de rendimentos das aplicações em fundo de investimento específico.
Para incentivar as indústrias e as entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos produzidos no território nacional, o texto propõe que a União, pelo prazo de cinco anos após a promulgação da lei, ofereça às pessoas físicas e jurídicas tributadas pelo sistema de lucro real a opção de deduzir do Imposto de Renda os valores gastos com projetos de reciclagem previamente aprovados pelo Ministério do Meio Ambiente. O limite de dedução será de até 1% do imposto devido para pessoas jurídicas e 6% para pessoas físicas.
Uma pesquisa divulgada pela Green Eletron, gestora sem fins lucrativos de logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas, mostra que 33% dos brasileiros acreditam que o lixo eletrônico seja algo digital, como e-mails, spam, fotos ou arquivos. Para outros 42% dos brasileiros o lixo eletrônico são aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos quebrados e 3% acreditam que são todos os aparelhos que já foram descartados, inclusive aqueles que acabam sendo destinados de forma incorreta em aterros ou na natureza. Outros 10% relacionam aos resíduos/restos/sucatas que sobram após o descarte dos aparelhos eletrônicos (algo que não se recicla), 5% dizem que são os componentes desses aparelhos e 7% não sabem o que é.
No Brasil, as cidades do interior de São Paulo, a capital do Rio de Janeiro e Fortaleza são os locais com o menor nível de conhecimento sobre o que realmente são os resíduos eletrônicos. Florianópolis, Joinville e Distrito Federal são os locais do país com maior nível de conscientização sobre o termo.
Em nota, a prefeitura de Joinville (SC) informou que apoia a iniciativa e promove a divulgação dos pontos de coleta dos materiais no site do município. A entidade catarinense weee.do ( https://weee.do) é responsável pelo acordo setorial da logística reversa de eletroeletrônicos em Santa Catarina e recolhe esses resíduos. A entidade faz o beneficiamento dos materiais e a reciclagem. Uma parte do material é encaminhada ao Comitê da Democratização da Informática, em Florianópolis, uma iniciativa de inclusão social. “Como não são pontos da Prefeitura de Joinville e o recolhimento não é organizado pelo município, não há dados da quantidade recolhida”, informou a nota.
A pesquisa mostrou ainda que 87% da população guarda algum tipo de eletroeletrônico sem utilidade em casa por mais de 2 meses e 25% nunca levou seus resíduos eletrônicos até um ponto de coleta, ou PEV (Ponto de Entrega Voluntária). Outro indicador apontou também que quanto mais próximos os PEVs estão do consumidor, maior será a frequência do descarte. Somente 13% dos entrevistados não guardam nenhum dos itens considerados lixo eletrônico em casa. Entre os que guardam, 31% mantêm os itens há mais de um ano.
Os produtos mais descartados são pilhas e eletroeletrônicos de pequeno porte, que também são os que ficam guardados em gavetas por mais tempo. Eletroeletrônicos grandes e que ocupam mais espaço tendem a ficar menos de um mês nas residências.
Sobre o descarte inadequado, 16% descartam com certa frequência algum eletroeletrônico no lixo comum. Esse tipo de descarte não permite a reciclagem das matérias-primas presentes nos aparelhos.
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O lixo eletrônico é todo objeto que possui um circuito elétrico dentro, seja esse circuito composto por uma fiação que vai ligar um motor ou, em casos mais complexos, aquele que possui placa eletrônica para tomada de decisão, que seria geladeira, freezer ou máquina de lavar.
O lixo eletrônico pode ser separado por classes, como explica o especialista em meio ambiente Charles Dayler. “Seriam os grandes equipamentos, por exemplo, uma geladeira é um lixo eletrônico. Mas de forma alguma o lixo eletrônico vai se restringir a pilha e bateria, ele vai muito além disso. Praticamente todos os lares modernos já possuem vários equipamentos eletrônicos em casa como celulares, televisores, caixinhas de som bluetooth e por aí vai. Então tudo isso é lixo eletrônico.”
O descarte incorreto de lixo eletrônico pode prejudicar não apenas o meio ambiente, como também a saúde humana. “Na maioria das pilhas e baterias há produtos tóxicos. Se tiver o extravasamento dessa pilha, o material pode cair no solo e prejudicar o lençol freático. Dependendo do volume que tiver, o meio ambiente é impactado. Quando olhamos para a saúde humana temos que lembrar que dentro dos equipamentos eletrônicos existem metais pesados. Então nos componentes estruturais a gente vai ter alumínio, cádmio, por exemplo, se pensarmos na questão das pilhas, a gente vai ter antimônio, bismuto, chumbo. Então, tem muita coisa que a gente pode ter de metal pesado que vai trazer problema para saúde humana”, explicou Charles.
Para fazer a reciclagem desse material são necessárias condições específicas para receber esses itens e capacidade técnica para manusear os produtos.
“Black Fraude” ou “Tudo pela metade do dobro”. Essas expressões misturam pitadas de humor e ironia dos consumidores brasileiros em referência a já tradicional Black Friday que, neste ano, será no dia 25 de novembro. Mas apesar das frustrações com esse evento importado dos Estados Unidos, é possível encontrar bons descontos para comprar aquele sonhado bem de consumo. E o mais importante: sem cair em golpes ou se endividar.
Por isso, o Brasil 61 entrevistou especialistas que vão te ajudar a fazer compras seguras e a evitar aquela dor de cabeça. Marcelo de Souza Nascimento, diretor-geral do Procon-DF, alerta os consumidores para tomarem cuidado com as fraudes.
“É um momento que já está consolidado entre os brasileiros. Pegou, vamos dizer assim, esse período de promoção que veio importado dos EUA. Ficou bastante conhecido, mas também se tornou um momento muito propício para os golpistas se aproveitarem para ludibriar e enganar os brasileiros”, diz. Ele comenta que os golpes são mais frequentes no comércio eletrônico, sobretudo em sites e nas redes sociais.
Confira algumas dicas dos especialistas para comprar na Black Friday.
A mentora financeira Sílvia Machado recomenda: nada de clicar em links recebidos de terceiros. “Não compre em links recebidos por e-mail ou WhatsApp. Mesmo que sejam iguais àquela loja que você está acostumado, saia do link que você recebeu, entre no site oficial daquela loja e verifique se aquela promoção realmente é daquela loja. Tem muito golpe que você compra, paga e não vai receber nada. Aí com certeza vai sair caro demais”, pontua.
Se ainda sim tiver dúvida sobre a veracidade do site, há algumas dicas extras que podem te ajudar. Antes de efetuar a compra, verifique se o endereço do site é acompanhado de um cadeado. Marcelo também recomenda que o consumidor fique atento se a suposta loja tem CNPJ, endereço físico, canais de atendimento e, até mesmo, a pequenos detalhes: “Se você prestar atenção, você consegue reparar algumas falhas, às vezes no nome da empresa, erros comuns de português, concordância. Isso também chama a atenção”, destaca.
Ter certeza de que está acessando um site seguro é apenas o primeiro passo para evitar problemas na Black Friday. Afinal, mesmo as empresas consolidadas no mercado podem tentar enganar o consumidor. E uma das armadilhas mais comuns é a manipulação dos preços.
Assim, um produto que custava R$ 1.000 nos meses anteriores à Black Friday, por exemplo, tem seu preço reajustado para R$ 2.000 à medida que a data se aproxima. No dia da promoção, a empresa anuncia um “desconto” de R$ 1.000, voltando o produto ao seu preço de costume, o que nada mais é do que uma tentativa de ludibriar o cidadão. É daí que vem expressões criativas como “tudo pela metade do dobro”.
É evidente que, às vezes, a manipulação dos preços não é tão perceptível, o que deve fazer o consumidor redobrar os cuidados. “Que ele venha pesquisando para saber se aquele produto que está sendo anunciado realmente está em promoção, porque a gente percebe que alguns estabelecimentos elevam o preço do produto e dão um desconto para maquiar uma suposta promoção. Então, é muito importante que o consumidor já tenha no radar aquilo que ele vai comprar nesse período promocional, que ele já venha monitorando o preço”, orienta Marcelo.
Há sites de pesquisa e comparação de preço entre as lojas que podem ajudar o consumidor a conferir o histórico de preço daquele produto que ele deseja comprar. Marcelo diz também que é preciso desconfiar sempre que algum anúncio promete um produto ou serviço por um preço muito abaixo dos concorrentes.
Mas fazer compras seguras na Black Friday não passa apenas por tomar cuidado com sites e perfis falsos ou com promoções mentirosas. É, também, saber se o que você vai comprar cabe no seu bolso.
Sílvia Machado diz que os consumidores devem aproveitar a Black Friday de forma consciente. Ela orienta os compradores a checar as finanças antes de gastar. “Cheque quanto você já tem comprometido de parcelas de outras compras anteriores nas faturas de cartão deste mês e dos próximos dois, ou seja, veja quanto já está comprometido. Depois, estipule o quanto você pode gastar."
Além de entender o quanto pode gastar, Sílvia também pede aos consumidores para não comprar um produto por impulso. “O mais importante de tudo é não cair na tentação do ‘ah, mas tá tudo tão barato’, porque mesmo que caiba no seu bolso, algo barato, ruim e inútil não serve para nada”, assegura.
Antes de comprar pela internet, simule o preço do produto com o frete, recomenda a mentora. “Às vezes o vendedor, só para chamar tua atenção, anuncia por um preço muito abaixo, mas na hora em que você concluir a compra com o frete, você acaba se dando um pouco mal."
A dica anterior é fundamental para evitar que a compra traga consigo o arrependimento no futuro. Nada de cair na “armadilha do 13º salário”, diz a mentora financeira. Isso porque o fim de ano costuma trazer não só mais dinheiro, mas também mais gastos, como os presentes de Natal, a viagem nas férias e, mais para frente, material escolar dos filhos, IPTU, IPVA.
“É realmente muito importante fazer uma autoanálise financeira antes de ir às compras. Caso você não tenha o hábito de se programar e se planejar, essa é uma ótima oportunidade. Evite gastar todo o seu orçamento na Black Friday, porque logo em seguida você vai se defrontar com essas despesas e pode, sem querer, chegar em janeiro e fevereiro e ver que se enrolou e o que é pior, se você não conseguir pagar a fatura, vai acabar se endividando”, avisa.
Se mesmo seguindo todas essas dicas, você acabar caindo em um golpe ou perceber alguma irregularidade, o caminho recomendado é entrar em contato com a empresa, primeiro, para tentar resolver o problema. Sem solução, o próximo passo é acessar a plataforma Consumidor.gov.br ou procurar o Procon mais próximo de sua residência.
Comércio deve contratar mais de 100 mil trabalhadores temporários para o Natal
Se a previsão se confirmar, será o maior número de funcionários contratados desde 2013
Para atender a expectativa de aumento de 2,1% nas vendas de Natal em relação ao mesmo período do ano passado, os empresários do varejo pretendem contratar 109,4 mil funcionários temporários. Se a estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) se confirmar, será a maior oferta de vagas para a principal data comemorativa do varejo dos últimos nove anos.
A última vez em que tantos trabalhadores foram contratados para as vendas de fim de ano foi em 2013, quando foram abertas 115,5 mil vagas. As expectativas positivas para o comércio no Natal acompanham o crescimento do varejo na passagem entre agosto e setembro, quando o volume de vendas subiu 1,1%, a primeira alta em cinco meses (desde março), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Responsável pelo estudo da CNC, o economista Fabio Bentes destaca que em 2021 foram contratados cerca de 97 mil trabalhadores temporários para as vendas de Natal, índice que deve aumentar 12,7% este ano. “No ano passado, foram aproximadamente 97 mil trabalhadores temporários e a expectativa para esse ano é da geração de 109.400 postos de trabalho. Os segmentos que mais devem contratar devem ser os hipermercados e supermercados, com a contratação de mais de 47 mil trabalhadores e o segmento de vestuário, com contratação de quase 26 mil trabalhadores temporários”, aponta.
O segmento de utilidades domésticas e eletroeletrônicos deve ofertar quase 16 mil vagas temporárias, seguido de livrarias e papelarias, com mais de nove mil postos de trabalho e do ramo de móveis e eletrodomésticos, que tende a contratar mais cinco mil e quinhentos trabalhadores.
Apenas quatro estados vão concentrar mais da metade dos postos de trabalho ofertados no fim de ano. Confira abaixo:
Segundo a CNC, o salário médio daqueles que forem contratados será de R$ 1.626. O valor é 2,5% maior do que no mesmo período do ano passado. Mas, se descontada a inflação dos últimos 12 meses, vai representar cerca de 4% a menos.
Quem conseguir uma vaga nas lojas especializadas em vendas de produtos de informática e comunicação tende a ter um salário de admissão maior do que a média, em torno de R$ 2.354. Em seguida, vêm o salário dos temporários no ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.821).
Já a previsão da taxa de trabalhadores temporários que serão efetivados após o Natal de 2022 é de 11%. Ou seja, se a taxa se confirmar, serão mais de 12 mil funcionários contratados definitivamente. A efetivação tende a ser menor do que na mesma data do ano passado, quando o varejo efetivou 15%.
Fabio Bentes explica que isso se deve ao fato de que em 2021 o varejo ainda estava repondo as vagas fechadas por causa da pandemia da covid-19. “A razão para essa taxa menor de absorção dos trabalhadores temporários é o fato de que no Natal de 2022 o varejo já apresenta um nível de empregabilidade muito maior do que aquele que se tinha em 2021. No Natal de 2021 o varejo ainda estava repondo as vagas que tinham sido eliminadas da pandemia, especialmente por causa variante ômicron”, diz.
Outro bom indicativo de que as vendas de fim de ano tendem a ser positivas foi o crescimento de 3% no número de consumidores em shoppings centers em setembro na comparação com o mês anterior, de acordo com o Índice de Performance do Varejo (IPV), feito pelo venture capital HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
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Departamento afirma que obra entregue vai facilitar o tráfego na divisa entre os dois estados
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) liberou o tráfego no Contorno Viário de Aragarças, em Goiás. Segundo o órgão, a obra na BR-070/GO vai facilitar o tráfego na divisa entre os estados de Mato Grosso e Goiás. A região fica entre os municípios de Aragarças - GO, Barra do Garças - MT e Pontal do Araguaia - MT. A obra custou cerca de R$ 39 milhões.
O contorno tem 6,3 quilômetros de extensão e liga a BR-070/GO e BR-158/GO com outros municípios goianos e mato-grossenses. São duas vias importantes para o escoamento da produção agropecuária da região Centro-Oeste.
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A expectativa é de que a estrutura vai permitir que o alto fluxo de veículos de carga, que hoje passa pelo centro de Aragarças, seja desviado para fora, o que tende a diminuir o tempo de viagem dos motoristas, o gasto com combustível, além de garantir mais segurança e conforto por quem passa pela rodovia.
De difícil diagnóstico e com alta taxa de letalidade, a febre maculosa tem preocupado as autoridades de saúde do país. Segundo a atualização mais recente do Ministério da Saúde, até 22 de setembro, 67 brasileiros tiveram a doença, dos quais 18, o equivalente a 26%, morreram.
Mas, afinal, o que é a febre maculosa, quais são os seus principais sintomas e como se prevenir, diagnosticar e tratar essa doença? O Brasil 61 entrevistou a pesquisadora Elba Regina de Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz para explicar o assunto. Confira abaixo:
A febre maculosa é uma doença bacteriana, cujo agente transmissor é o carrapato. No Brasil, os principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma, como o conhecido carrapato estrela. Elba explica que esses artrópodes costumam parasitar animais domésticos, como o cachorro e o cavalo, além de bichos selvagens, como a capivara.
O problema é que o carrapato estrela também gosta de sangue humano, motivo pelo qual as pessoas devem redobrar a atenção, diz a pesquisadora. “Ele parasita todas as espécies de animais, não é específico. Então, é importante que as pessoas saibam que a febre maculosa vai ser transmitida por carrapato. Na maioria das vezes, ele está na região rural. Há a importância de a gente sempre considerar que os animais soltos, principalmente cão e cavalo, servem como transportadores de carrapato infectado”, alerta.
É importante lembrar que o carrapato é o agente que carrega a bactéria. A bactéria é a responsável pela febre maculosa. Uma vez que a pessoa é picada pelo carrapato, a bactéria causadora da doença começa a destruir as células que ficam nas paredes dos vasos sanguíneos, explica Elba. O corpo humano reage para combater a doença, o que causa os sintomas da febre maculosa.
Elba ressalta que a febre maculosa não pode ser transmitida diretamente de pessoa para pessoa. Somente por meio da picada do carrapato.
Um dos principais sintomas, como o próprio nome da doença indica, é a febre. Mas os pacientes costumam sentir desde dor de cabeça forte, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, até dor muscular, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, além de paralisia dos membros que começa nas pernas e sobe até os pulmões, causando parada respiratória.
Alguns sintomas, como as manchas no corpo, podem confundir a febre maculosa com outras enfermidades que têm sintomas semelhantes, como dengue, rubéola e meningite, por exemplo. A falta de conhecimento e tratamento adequado para a febre maculosa costuma ser fatal, explica Elba Regina. “É uma doença que se não for identificada precocemente, no tempo certo para iniciar o tratamento, o paciente pode evoluir para óbito. Ele vai morrer, porque a bactéria destrói toda a parede do vaso”, explica.
A febre maculosa tem uma altíssima taxa de mortalidade. Segundo a pesquisadora, pode chegar a 50%. Ou seja, metade daqueles que são acometidos pela doença acabam morrendo, diferentemente do que ocorre com a covid-19 ou mesmo a dengue, cuja letalidade é bastante inferior.
A assustadora letalidade da febre maculosa se deve mais à falta de conhecimento por parte dos profissionais de saúde e da população do que pela doença em si, afirma Elba. Em boa parte dos casos, o quadro dos pacientes evolui para a forma grave e, depois, para o óbito, por causa do diagnóstico impreciso no estágio inicial.
“É importante a gente chamar atenção porque morrer de febre maculosa é por falta de conhecimento, morrer de febre maculosa é decorrente do retardo do diagnóstico e de tratamento correto”, crava.
Ela destaca que diante de sintomas comuns para várias doenças, como febre, dor de cabeça e manchas no corpo, o médico responsável pelo primeiro atendimento do paciente deve assumir a febre maculosa como uma das possibilidades, principalmente se a pessoa esteve em uma área rural ou teve contato com animais domésticos parasitados pelos carrapatos. “Nós tivemos casos que foram confundidos com covid: uma criança que morreu e era febre maculosa e, também, tivemos outros indivíduos, no estado do Rio de Janeiro, cujo diagnóstico foi de dengue e, no final, o indivíduo tinha a febre maculosa”, testemunha.
A pesquisadora ressalta que o diagnóstico é ofertado de forma gratuita na rede pública de saúde. Elba destaca que demorar a identificar a febre maculosa pode ser fatal para o paciente, por isso, orienta os profissionais a iniciarem o tratamento “no escuro”. “É como a gente chama o tratamento empírico. Esse é o diagnóstico inicial. Se não for febre maculosa, tira o antibiótico depois”.
Elba ressalta que o “tratamento no escuro” é importante no início porque, ao contrário de doenças como a dengue, em que já é possível saber se o diagnóstico é positivo ou negativo após o processamento da amostra de sangue, com a febre maculosa isso não funciona. Ela explica que isso ocorre porque a bactéria agride o organismo de uma forma que impede, ao menos nos primeiros sete dias, o corpo de produzir defesa.
“Não adianta a gente fazer sorologia para febre maculosa no momento da doença. A sorologia vai ser negativa. O que a gente tem que fazer? É a pesquisa do genoma do DNA, por meio do PCR, e a gente confirma”, recomenda. É esse exame de PCR, feito a partir de amostras de sangue do paciente, que detecta o material genético da bactéria e ajuda o profissional de saúde a ter um diagnóstico mais certeiro.
O tratamento do paciente com febre maculosa é feito com antibiótico específico. O Ministério da Saúde recomenda que o uso seja empregado por sete dias, devendo ser mantido por mais três dias depois que a febre passar. A pasta também confirma que o tratamento com antibióticos deve começar imediatamente após a suspeita clínica, sem esperar o resultado de laboratório. “É uma doença que tem um tratamento com antibiótico barato, sem resistência e que é disponível”, diz a pesquisadora do IOC.
Ficar longe do carrapato que transmite a bactéria causadora da febre maculosa é a melhor forma de evitar a doença. Segundo o Ministério da Saúde, algumas medidas ajudam a evitar o problema, principalmente onde há maior incidência dos carrapatos.
Confira as dicas:
A pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, Elba Regina, afirma que, embora as pessoas da área rural devam ter mais atenção, quem vive na cidade também deve se proteger.
“Em 2011 nós tivemos um desastre natural na região serrana. Mais de novecentas pessoas morreram, porque foi uma enchente que destruiu toda a região serrana do Rio de Janeiro. Houve o resgate de gente, mas também resgataram cães e trouxeram os cães para uma ONG aqui no Rio de Janeiro. O que aconteceu? Cinco funcionários morreram de febre maculosa, porque você trouxe cão com carrapato infectado”, lembra.
A região Sudeste é, de longe, a que mais registrou casos de febre maculosa este ano. Foram 33, ao todo. Dos 18 óbitos, 12 foram na região, sendo 11 em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Rio de Janeiro. O Maranhão também registrou uma morte pela doença. Outros quatro óbitos não tiveram os estados informados quanto ao local de infecção.
Prazo também vale para a devolução dos recursos que não foram usados durante as campanhas
Acaba no próximo sábado (19) o prazo para que os candidatos, partidos políticos, federações e coligações que disputaram o segundo turno das Eleições 2022 prestem contas à justiça eleitoral pelas campanhas dos dois turnos de votação. A determinação vale, inclusive, para aqueles que concorreram aos cargos de vice-presidente ou vice-governador.
A data também é limite para que os candidatos transfiram as sobras de campanha para as contas de seus partidos políticos e os recursos não gastos do Fundo Eleitoral para o Tesouro. Vale lembrar que o período para aqueles que só participaram do primeiro turno se encerrou no dia 1º de novembro.
O presidente da Comissão de Direito Político e Eleitoral do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), Fernando Neisser, explica que as candidaturas devem declarar todas as receitas e despesas no momento da prestação de contas.
“A prestação de contas é feita pelo computador e candidatos e candidatas guardam a documentação comprobatória daquelas entradas e saídas. Então, contratos, recibos de documentos eleitorais, notas fiscais, para que quando essa prestação de contas for analisada pela justiça eleitoral, se houver alguma dúvida, diligência ou pedido de comprovação, que esses documentos sejam apresentados”, afirma.
Segundo Neisser, a satisfação é feita por meio do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), que é semelhante ao programa de declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
Entregar a documentação é condição para que os candidatos eleitos sejam diplomados e possam tomar posse em seus cargos, em 1º de janeiro. Além disso, o especialista ressalta que quem não prestar contas fica inelegível por quatro ou oito anos (no caso de quem concorreu ao Senado).
Já para aqueles cujas contas forem prestadas, há três resultados possíveis: a aprovação, a aprovação com ressalvas ou a desaprovação por parte da justiça eleitoral. Quem tiver as contas desaprovadas por graves irregularidades pode ser julgado por abuso de poder econômico e sofrer outras sanções, como a suspensão de novos repasses do Fundo Eleitoral ou do Fundo Partidário, além de ter que devolver os recursos ao Tesouro Nacional.
Neisser explica também que há situações em que as contas são desaprovadas por inconsistências pequenas. “É muito comum que candidatos tenham contas desaprovadas por pequenos problemas contábeis, falhas na gestão dessas contas, mas que seja ou em volume muito pequeno ou questões secundárias que não faria sentido você tirar o direito político daquela pessoa, de ser candidato futuramente apenas pelas desaprovação de contas”, afirma.
Todos os cidadãos brasileiros podem acessar a prestação de contas de todos os candidatos por meio do Divulga Contas. Além da descrição dos gastos em campanha, o site traz informações como a declaração de bens dos candidatos. “Isso vai sendo alimentado em tempo real durante a campanha. Portanto, não há nem necessidade de aguardar a prestação de contas para fazer esse controle. Esses dados são abertos, são públicos”, diz Neisser.
Como as campanhas eleitorais no Brasil são financiadas com recursos públicos, seja por meio do Fundo Partidário, seja por meio do Fundo Eleitoral, o chamado Fundão, o advogado reforça que os eleitores devem ficar de olho na utilização desse dinheiro. “Faz todo o sentido e há meios para que a população, as ONGs e a imprensa possam acompanhar o processo de prestação de contas”, completa.
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Polarização: os desafios do próximo governo num país dividido
Quem não gosta de um feriado prolongado? Enquanto alguns aproveitam para descansar em casa, para outros, é uma oportunidade de sair da rotina e fazer algo diferente, como viajar. As viagens costumam ser mais curtas do que as das férias convencionais. Por isso, os destinos mais acessíveis de carro são comuns nessas datas. Feriados prolongados têm fluxo maior de carros nas rodovias do país, o que aumenta o número de acidentes de trânsito.
Segundo o Detran-DF, o número de acidentes é mais expressivo no verão, entre os meses de novembro e fevereiro, porque além de combinar feriados prolongados, as férias aumentam as viagens de turismo. Mas, seja qual for a época, é necessário preocupar-se com a segurança de todos.
Para orientar esses motoristas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) aumentou o efetivo nas vias. Com o objetivo de melhorar a fluidez e reduzir os acidentes, muitas estradas do Brasil estão com inversões e restrição de horários para a circulação de caminhões. “O objetivo é reduzir o número de acidentes e também o número de mortos e feridos, assim como ocorreu nos últimos dois feriados”, informa a policial rodoviária federal Fernanda Souza, porta-voz da instituição.
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A PRF recomenda que os motoristas não ultrapassem em locais proibidos, respeitem a velocidade da via e usem o cinto de segurança. Uma outra dica é fazer a revisão no carro e conferir todos os itens de segurança, como estepe, triângulo e luzes de faróis e freios. O professor Roberto Lemos vai viajar neste feriado para o interior de Minas Gerais, e tomou todos os cuidados. “Programo minhas revisões periódicas para anteceder às viagens de fim de ano e saio sem pressa para chegar no destino”, conta.
Na hora de planejar a viagem, muita gente acaba se preocupando com a previsão do tempo apenas nos dias de aproveitamento, mas se esquece dos dias de deslocamento, a ida e a volta. Chuvas, alagamentos, neblina e imprevistos nas estradas podem aumentar as chances de imprevistos pelo caminho. Estude rotas alternativas, veja o melhor horário para sair de casa e verifique os equipamentos obrigatórios do carro.
O mês de novembro marca um momento de conscientização para que os homens cuidem da própria saúde. Este é, resumidamente, o objetivo da campanha do Novembro Azul - que comemora 11 anos no Brasil. O movimento Novembro Azul teve origem em 2003, na Austrália, com o objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças que atingem a população masculina.
No Brasil, o movimento chegou por meio dos esforços do Instituto Lado a Lado pela Vida, uma organização social que se dedica simultaneamente às duas principais causas da mortalidade - o câncer e as doenças cardiovasculares - além do intenso trabalho relacionado à saúde do homem.
A diretora de relações institucionais e internacionais do Instituto Lado a Lado pela Vida, Fernanda Carvalho, explica que a importância do Novembro Azul é a de “chamar o homem para sua responsabilidade, que ele precisa se cuidar. Tem que romper o paradigma de que cuidar da saúde é coisa da mãe, coisa da mulher. Todo mundo tem que se cuidar! Pois ninguém melhor do que você para cuidar de si próprio”, destacou.
No Brasil os homens vivem, em média, sete anos a menos do que as mulheres, e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, problemas de colesterol e pressão arterial elevada, segundo informações da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Pesquisas e estudos têm comprovado que a saúde, além da relação com a genética, é impactada pelas escolhas e hábitos de vida. No caso dos homens, a falta de cuidados preventivos é um fator relevante.
Por isso, Fernanda Carvalho avalia que outro ponto importante deste mês de conscientização é a educação das novas gerações. “Fazer com que os meninos também aprendam, assim como as meninas, a conhecer o seu corpo. A identificar se tem uma coisa que não está legal, que está errada, e buscar atendimento médico ou questionar a mãe e dizer que está sentindo alguma coisa. Precisamos evitar essa máxima de que o homem não sente dor ou não precisa se cuidar, só na hora que está num estágio muito avançado”, avaliou.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia revela que mais de dois terços dos homens que morrem do coração têm diabetes e acima de 80% das mortes por diabetes estão relacionadas a problemas cardíacos e renais, ou seja, vasculares. Além disso, a sobrevida média depois que um homem tem o primeiro infarto é de cerca de 8 anos.
Outro problema de saúde que mata muitos homens é o câncer de próstata. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no ano passado, foram registradas 16.055 mortes em decorrência do câncer, o que equivale a 44 mortes por dia.
O INCA estima o surgimento de 65.840 novos casos da doença em 2022. O diagnóstico precoce é estratégia utilizada para encontrar o tumor em uma fase inicial e, assim, aumentar as chances de sucesso no tratamento e reduzir o índice de mortes.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, o câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens, e é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata.
A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos. Diante disso, a indicação da melhor forma de tratamento vai depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estágio da doença e expectativa de vida.
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Além da alta taxa de mortalidade, o câncer de próstata não apresenta sintoma nas fases iniciais ou, quando apresenta, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata: dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Quando na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, em casos mais graves, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Manter hábitos saudáveis é a melhor forma de evitar a doença. Alimentação balanceada com frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, aliada à pouca ingestão de gordura, ajudam a diminuir o risco de câncer. Da mesma forma, fazer uma atividade física ao menos 30 minutos por dia, manter o peso adequado à altura (já que estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal elevado), diminuir o consumo de álcool e não fumar são algumas recomendações para prevenir contra essa e outras doenças.
Uma informação importante no caso do câncer de próstata é a hereditariedade. Caso haja algum parente próximo, pai ou irmão, com a doença antes dos 60 anos, o risco aumenta de 3 a 10 vezes, se comparado à população em geral.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem duas diferentes estratégias para o diagnóstico: uma destinada às pessoas que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para pessoas sem sintomas e aparentemente saudáveis (rastreamento). Para isso, são realizados dois tipos de exames:
Exame de toque retal - O médico avalia tamanho, forma e textura da próstata ao examinar as partes posterior e lateral do órgão.
Exame de PSA - É um exame de sangue que mede a quantidade de Antígeno Prostático Específico (PSA), uma proteína produzida pela próstata. Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.
O Instituto Nacional de Câncer é contra a organização de programas para realização de exames sem sintomas ou fatores de risco. Homens que demandam espontaneamente o rastreamento devem ser informados por seus médicos sobre os riscos e provável ausência de benefícios associados a esta prática. O Ministério da Saúde, assim como a Organização Mundial da Saúde, não recomenda a realização do rastreamento do câncer de próstata por existirem evidências científicas de que pode produzir mais danos do que benefícios em casos de homens assintomáticos. O rastreamento sem critérios ou fatores de risco aumenta as chances de diagnóstico de tumores que não evoluíram nem ameaçaram a vida, submetendo os homens a um tratamento que pode causar impotência sexual e incontinência urinária.