Nuas ruas muita aglomeração, poucas medidas de higiene e uso de máscara — só as de fantasia. Os novos casos de Covid-19 se mantiveram estáveis até a quinta semana do ano — quando foram registrados no Brasil mais 36.154 casos da doença — segundo o Ministério da Saúde. Mas, com o fim do Carnaval, o número de casos tende a aumentar ainda mais.
O gerente médico regional da rede D'Or no Distrito Federal, Fabrício Silva, explica que é comum esse tipo de aumento nesta época do ano. “Toda situação que gera aglomeração, festividades, eventos, aumenta a transmissão de infecções relacionadas ao trato respiratório, especialmente aquelas que são transmitidas por gotículas — como é o caso da Covid-19, Influenza A e B. Essa já é a realidade de aumento de transmissão e taxa de novas transmissões quando passamos por momentos como este.”
Com o grande deslocamento de pessoas que saíram de regiões onde a dengue ainda não está tão incidente para grandes centros — que passam por uma epidemia da doença — o médico ressalta que “isso deve aumentar também os casos de dengue, impactando inclusive, nos serviços de saúde.”
Consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia o médico Marcelo Daher, explica como esses casos têm se apresentado.
“Os casos são mais leves, um quadro que simula um quadro gripal mais intenso, com muita dor de cabeça, tosse, febre, mal-estar. Na maioria dos casos não passa disso — e não há comprometimento pulmonar nem necessidade de internação.”
Na capital paulista, o número de casos aumentou 140% em duas semanas, como mostra uma análise feita por uma plataforma criada por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Unifesp. O levantamento mostra que a média móvel semanal subiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no dia 4 de fevereiro — último dado disponível no painel da Secretaria Municipal da Saúde.
Até o início do carnaval, quando foi divulgado o último boletim epidemiológico pela Secretaria de Saúde de São Paulo, o estado contabilizava 6.783.295 casos de Covid. Desde 2020, foram 182.508 mortes pela doença no estado mais populoso do país.
De acordo com o painel do Ministério da Saúde, que acompanha a vacinação em todo o país, foram aplicadas até hoje mais de 517 milhões de doses — contabilizando 1ª, 2ª, 3ª e ainda as doses de reforço. Já a vacina bivalente, indicada pelo Ministério para ser usada como dose de reforço para maiores de 12 anos com comorbidades ou adultos sem comorbidade, teve mais de 33 milhões de doses aplicadas no Brasil.
Depois de pegar Covid logo no início da pandemia, e apresentar sintomas fortes da doença, a farmacêutica Jhennifer Souza, do Rio de Janeiro, conta que assim que a vacina foi disponibilizada, correu para se imunizar.
“Tomei a vacina, as três doses de vacina, não cheguei a tomar a quarta. E acho que as medidas de proteção hoje são essenciais para não expandir mais ainda. Hoje não tenho mais medo da doença porque depois das doses acho que os sintomas são mais fracos e a situação ficou mais tranquila.”
A Covid-19 deixou de ser tratada como emergência de saúde desde 2023, e graças à vacinação, quem se infecta com a doença apresenta sintomas cada vez mais leves, parecidos com uma gripe ou sinusite.
Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, explica que apesar desse cenário, nas primeiras semanas de 2024, a Covid ainda é responsável pela morte de cerca de 20 pessoas por dia no país. “São pessoas com comorbidade, que não tomaram as vacinas ou já tomaram a última dose há mais de um ano e meio.”
“É importante nesse momento que as pessoa que estão em grupo de risco, que têm doença de base, como pessoas que estão fazendo tratamento contra o câncer, hemodiálise, têm alguma doença reumatológica, que tomam altas doses de corticoide, que procurem o serviço de saúde e atualizam a sua vacinação.”
Segundo a secretária, o mesmo vale para as crianças. Muitas ainda não foram vacinadas e os pais devem procurar as unidades de saúde, neste momento de início das aulas.
Enquanto os blocos, trios e escolas arrastam multidões nos quatro cantos do país, o carnaval aquece a economia. O ministério do Turismo estima que este ano, a movimentação de foliões — domésticos e internacionais — ultrapasse os 49 milhões de pessoas, número 6,5% maior que o registrado em 2023.
Uma das cidades mais procuradas do Brasil é o Rio de Janeiro, que segundo a HotéisRIO e a Associação Hotéis (ABIH-RJ), registrou na capital fluminense 80,18% de ocupação nos hotéis durante a quarta-feira de cinzas (14). No estado de São Paulo é esperado um incremento de R$ 9 bilhões na economia, incluindo a capital – onde os blocos de rua vem criando tradição — além de cidades do interior e do litoral.
A professora Caroline Vilhena saiu de Brasília para curtir a folia na capital paulista. Chegou no primeiro dia de festa e se surpreendeu.
“Já tinha tempo que eu ouvia falar que o carnaval de São Paulo estava melhor que o do Rio, que estava crescendo muito. Ano passado quis vir, não deu certo, mas esse ano me programei com antecedência e to achando melhor ainda do que eu imaginava. Gente animada, bonita. Tá um carnaval muito legal.”
Segundo o Ministério do Turismo, além da rota tradicional do Sudeste, o ministério tem apostado nas cidades do Nordeste para aumentar a atração de visitantes. Mas também vem trabalhando para criar novas rotas.
“O ministério do Turismo tem estendido a mão, discutindo projetos importantes, novos pólos de desenvolvimento turístico, como o polo de Cabo Branco em João Pessoa, na Paraíba e em tantos outros locais do Nordeste brasileiro. E a expectativa para esse carnaval é ter o maior e melhor e o carnaval de maior visitação da história do Brasil.”
O Brasil deve receber — até o fim do carnaval — cerca de 200 mil turistas estrangeiros nas principais capitais, que devem deixar cerca de R$ 900 milhões na nossa economia, como prevê um estudo feito pela Embratur.
Há 10 anos o empresário Oswaldo Gregório tem uma empresa de receptivos que atua nas cidades onde o turismo é mais efervescente no país: Rio, São Paulo, Foz do Iguaçu, Manaus e Salvador. Ele conta que o setor está aquecido, e já alcançou números maiores do que no período pré-pandemia. Mas diz que apesar do bom momento, não vê grandes esforços do governo para melhorar a imagem do país no exterior.
“Eu acho que deveria ter melhores condições para o estrangeiro. Ele precisa sentir mais firmeza, principalmente por conta do problema da violência, O turista acaba ficando com o pé atrás em São Paulo e no Rio.”
No ano passado, alguns programas foram lançados pelo Ministério do Turismo para estimular as viagens domésticas. O “Conheça o Brasil: Voando”, é um deles e trata-se de uma parceria do governo federal com empresas aéreas com iniciativas que ajudem no crescimento do setor. Uma dessas medidas faz parte de outro programa, o “Conheça o Brasil: Realiza”, uma ação com bancos públicos que oferece crédito a correntistas para turismo.
Outra aposta do ministro Celso Sabino para estimular o turismo interno é a ajuda do governo federal às empresas aéreas por meio de um Fundo que funcione como garantidor para as companhias. A proposta está sendo discutida em âmbito ministerial e com a participação do Congresso Nacional.
Aproveitou muito o carnaval e agora está sentindo dor na garganta, mal-estar ou dor de cabeça? Cuidado: pode ser que esses sintomas indiquem algo além de ter gritado muito ou cansaço pós-folia.
As doenças infecciosas respiratórias são bastante comuns nesse período, já que no carnaval o contágio é mais fácil devido às aglomerações. É o que alerta a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
A otorrinolaringologista Larissa Vilela Pereira, especialista da ABORL-CCF, explica que os principais sintomas dessas são dores de garganta, nariz entupido, espirros coceira no nariz, coriza, tosse, febre, dor de cabeça, dor no corpo e, em casos mais graves, até dificuldade para respirar ou dor no peito.
“Se o paciente estiver sentindo esses sintomas o ideal é que procure uma avaliação médica para um diagnóstico correto e para iniciar o tratamento adequado para, assim, ter uma recuperação melhor e mais rápida”, orienta.
A médica também explica que falta de hidratação adequada, má alimentação, dormir pouco e consumir bebidas alcoólicas são fatores que reduzem a imunidade, o que aumenta a chance de pegar essas doenças.
“Outro ponto super importante de se falar é que, caso você esteja com esse sintomas, evite voltar ao seu trabalho, voltar à escola no caso das crianças, antes de ter um diagnóstico adequado para evitar a transmissão para outras pessoas”, explica a otorrinolaringologista Larissa Vilela Pereira.
Saiba quais são as doenças mais comuns que circulam nesse período, segundo a ABORL-CCF:
Covid-19: Os principais sintomas são febre, tosse seca, cansaço e perda de paladar ou olfato. Os sintomas mais graves envolvem a dificuldade de respirar ou falta de ar, dor ou pressão no peito.
Resfriado: É causado por vírus e apresenta sintomas como nariz entupido, coceira no nariz, espirros e mal-estar.
Gripe: Provocada pelo vírus influenza, tem os mesmos sintomas do resfriado, além de febre alta e dores pelo corpo. Pode acompanhar dor de garganta, tosse e falta de ar.
Amigdalite/faringite: Podem ser causadas por vírus ou bactérias. Os principais sintomas são: dor de garganta mais de dois dias, dificuldade para engolir, garganta vermelha e inchada ou com pus, febre, dor de cabeça ou no pescoço e ínguas na região do pescoço ou mandíbula.
Mononucleose: Apesar de não ser uma doença respiratória, essa enfermidade é provocada pelo vírus Epstein-Barr (VEB), da família Herpes, e pode ser confundida com amigdalite devido à semelhança dos sintomas. Os principais são fadiga, dores no corpo, febre, aumento dos gânglios na região do pescoço, placas esbranquiçadas nas amígdalas, indisposição e dificuldade para engolir.
Os dias chuvosos exigem cuidado redobrado na volta para a casa após o carnaval. A chuva continua em boa parte do país, com alerta de tempestades para a região Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Além dos cuidados com a direção, o motorista também tem que se preparar para pegar a estrada, como explica o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra.
“Nessa volta do carnaval, é preciso termos um cuidado redobrado: todo motorista deve descansar. O motorista que não dorme ou que estende a folia até mais tarde certamente terá um momento de direção muito perigosa podendo colocar em risco a sua vida e a de todos os ocupantes.”
A Operação Carnaval 2024 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) termina às 23h59min desta quarta-feira de cinzas (14). O movimento nas rodovias brasileiras é intenso no final do feriado de carnaval, principalmente na terça-feira, segundo o inspetor Newton Morais, porta-voz da PRF em Goiás.
“O carnaval é muito motivado pela euforia, principalmente nessas viagens mais longas. Então, é confusão por conta de bebida alcoólica, excesso de velocidade, lotação e nesse ano nós temos um agravante que é boa parte do país o tempo está chuvoso. Essa combinação, se não tiver motoristas conscientes e responsáveis, pode ser ruim para quem vai pegar a estrada”, alerta o inspetor.
O especialista Alysson Coimbra explica que o álcool leva um tempo para ser metabolizado pelo organismo, então é preciso interromper o consumo por pelo menos 7 a 8 horas antes do horário de acordar para voltar para casa.
“E que possamos também, assim, evitar aquela famosa ressaca. A ressaca é um processo que altera a nossa capacidade de reação, de julgamento, e que nesse momento em diante, a partir da interrupção do uso do álcool, nós iniciemos a hidratação, com líquidos de variadas naturezas, sucos, água, enfim, quanto mais hidratado o corpo para uma noite de sono, melhor será o despertar no dia seguinte.”
Coimbra acrescenta que a alimentação também deve ser mais leve, para garantir um sono tranquilo.
Durante a operação do carnaval do ano passado foram registrados 1.085 acidentes, com 73 mortes e 260 feridos graves. Dos 7 mil motoristas submetidos ao teste de embriaguez, 2.371 haviam bebido antes de dirigir.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná foram os estados que mais registraram acidentes durante o carnaval de 2023.
A Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) reuniu orientações para quem vai pegar a estrada e quer fazer a viagem com segurança. Confira:
Dicas para dirigir em segurança
Como transportar crianças
Como transportar pets
Como dirigir em segurança na chuva
A folia mais aguardada pelos brasileiros está quase chegando ao fim, mas ainda dá tempo de reforçar os principais cuidados para que a festa tenha 100% de aproveitamento. Se for curtir com as crianças, a recomendação é caprichar no planejamento.
A coordenadora do departamento de pediatria ambulatorial da Sociedade de Pediatria do DF, Andréia Jacomo, recomenda alimentar preferencialmente os pequenos em casa.
“É importante além de fazer a refeição em casa antes, tentar levar lanchinhos que sejam frutas, lanches saudáveis, que possam ser oferecidos no meio da rua, nos parquinhos, clubes. Além disso, é preciso ficar atento à higienização, tanto das mãos quanto desses alimentos.”
A pediatra alerta para as comidas de rua. “Se for oferecer algum alimento para as crianças, o ideal é fugir dos embutidos, alimentos com molho, à base de ovos ou maionese — pois esses alimentos são mais suscetíveis à fermentação. Quanto mais fresco o alimento, mais recomendado”, complementa Andréia.
Em qualquer idade, o folião precisa ficar atento à hidratação. Seja para evitar passar do ponto na bebida alcoólica ou para garantir a saúde das crianças, mantenha sempre uma garrafinha de água por perto. Quem dá a dica é o nutricionista Artur Terra de Farias
“O mais importante sempre vai ser a hidratação, então eu recomendo, no mínimo, 3 litros de água por dia para estar se hidratando e, se possível, tomar um gatorade e uma água de coco.”
Segundo a dermatologista Fernanda Seabra, beber muita água também é fundamental para manter a pele saudável. “A gente vê muitos casos de desidratação quando o paciente tem uma exposição mais prolongada ao sol”, comenta. Ela acrescenta que a quantidade de água ingerida deve ser aumentada, principalmente, se as pessoas estiverem expostas ao sol e às altas temperaturas.
Por conta da grande concentração de pessoas vindas de diversos lugares e do aumento da circulação de microorganismos infecciosos respiratórios — como vírus e bactérias — cresce também o número de doenças nesse período do ano, segundo a otorrinolaringologista Larissa Vilela Pereira.
“Nessa época a gente também observa que existe uma queda da imunidade em muitas pessoas pela falta de hidratação adequada, má alimentação, privação de sono e, muitas vezes, pelo excesso de bebidas alcoólicas. Todos esses fatores reduzem a imunidade e aumentam as chances das pessoas adoecerem nesse período.”
A Polícia Rodoviária Federal começou na última sexta (9) a Operação Carnaval 2024 que vai até a meia-noite de quarta-feira (14) para fiscalizar e orientar motoristas que pegam a estrada. Coibir infrações que vão desde a mistura de álcool e volante até ultrapassagens proibidas e o desrespeito aos limites de velocidade estão entre as prioridades da ação, que conta com o reforço no efetivo.
Já na folia de rua, a recomendação é para quem vai levar as crianças. O ideal é usar um crachá ou pulseira para identificar os pequenos. Além disso, é importante orientá-los a não aceitar alimentos ou bebidas de pessoas estranhas, ficar sempre por perto, combinar um ponto de encontro com a família e caso se perca, procurar imediatamente um policial militar.
Se tem uma bebida que combina com o brasileiro... é a cerveja. Somos o terceiro país que mais consome a bebida no mundo, segundo um relatório da Kirin Holdings Company. Se o consumo já é alto durante o ano, no carnaval aumenta ainda mais. Tanto que a indústria cervejeira atua para que a festa promova não só alegria, mas também estimule aumento do emprego e renda.
Para a festa acabar bem, o setor cervejeiro promove ações educativas para engajar os foliões sobre a importância do consumo consciente e combate aos excessos. O presidente executivo do Sindicerv, Márcio Maciel, dá o recado.
“A indústria cervejeira apoia a cultura brasileira, suas festividades e tradições. Mas para que a folia seja completa, pedimos que os foliões consumam a cerveja com consciência, sempre intercalando com água e alimentos. Durante a folia, opte por consumir bebidas com menor teor alcoólico. Para quem quer pegar mais leve ou busca outras opções de bebida, a cerveja sem álcool é uma ótima alternativa.”
Dono de um bar e restaurante em Brasília há oito anos, o comerciante Marcelo De Abreu conta que os clientes dele não costumam exagerar. Mas que além da hidratação, ainda tem outra estratégia para não extrapolar os limites.
“Nunca teve caso de passar do ponto, mas os que bebem um pouquinho mais seguram na água e na comida para não ter nenhum problema. o segredo é alimentar bem e hidratar bem — a água é fundamental.”
Para aproveitar os bloquinhos de rua e as escolas de samba com alegria e moderação, separamos cinco dicas.
1 – Saiba diferenciar o teor alcoólico das bebidas
No rótulo de cada bebida está indicada a porcentagem de álcool que ela possui. A ciência comprova que a absorção do álcool pelo corpo é mais rápida quando a concentração de álcool na bebida está acima de 20%. E os níveis de álcool no sangue também aumentam mais rapidamente nesses casos.
Para curtir a festa por mais tempo, escolha opções com menor teor alcoólico.
2 – Que tal uma cerveja sem álcool?
Se você gosta do sabor da cerveja, mas não quer consumir álcool, a cerveja sem álcool é uma alternativa. Ela é uma bebida que apresenta as mesmas características e o mesmo sabor de cerveja, mas sem teor alcoólico.
3 – Bebeu água?
Se manter hidratado é essencial para aguentar a maratona carnavalesca com saúde e sabedoria. E o melhor é não esperar ficar com sede. A dica é consumir bastante água, principalmente se for ingerir bebidas alcoólicas. Essa intercalação garante uma hidratação adequada durante todo o bloquinho.
4 – Conheça seus limites e respeite o outro
É importante que cada folião respeite seus próprios limites durante a folia. A melhor dica é prestar atenção aos sinais do corpo e saber parar na hora certa. A diversão não está na quantidade de bebida ingerida, mas sim na consciência e na responsabilidade. O consumo excessivo de álcool leva a comportamentos inadequados — o que pode prejudicar a sua experiência e a de outras pessoas.
5 – Se beber, não dirija!
Transporte público, carona, carro de aplicativo, bebida zero álcool. O que não faltam são opções para aproveitar a festa sem colocar ninguém em risco com a mistura farat entre álcool e direção
Festa, multidão, música alta. Para garantir que os quatro dias de folia mais comemorados no Brasil sejam só de alegria, planejamento e cuidado são as palavras-chave, ainda mais para quem vai curtir a festa com criança. Saúde e segurança são as maiores preocupações dos pais nessa época.
Para a coordenadora do departamento de pediatria ambulatorial da Sociedade de Pediatria do DF, Andréia Jacomo, os cuidados devem começar em casa.
“É importante além de fazer a refeição em casa antes, tentar levar lanchinhos que sejam frutas, lanches saudáveis, que possam ser oferecidos no meio da rua, nos parquinhos, clubes. Além disso, é preciso ficar atento à higienização, tanto das mãos quanto desses alimentos.”
A pediatra alerta para as comidas de rua. “Se for oferecer algum alimento para as crianças, o ideal é fugir dos embutidos, alimentos com molho, à base de ovos ou maionese — pois esses alimentos são mais suscetíveis à fermentação. Quanto mais fresco o alimento, mais recomendado”, complementa Andréia.
Para proteger os pequenos do sol a dica é usar filtros solares, camisas com filtro UV e chapéus. Na hora de comprar os produtos, é importante ficar atento à faixa etária. “Criança usa produto de criança” , ressalta a pediatra. A partir de seis meses de vida, existem protetores específicos que devem ser aplicados mesmo em dias nublados.
A recomendação é a mesma para a ingestão de água e outros líquidos, que deve ser feita regularmente, mesmo quando não tiver sol. A pediatra ainda ressalta um outro cuidado que é preciso ter neste carnaval. “Diante desse cenário que estamos vivendo com a dengue, além do filtro solar é importante passar também o repelente.”
Pintura de rosto está liberada para decorar a folia, desde que, para isso, sejam usados produtos adequados à pele infantil e tintas atóxicas, também voltadas para o público infantil. Outra recomendação da médica é quanto ao uso de fantasias.
“Procurar roupas frescas, lembrar que as fantasias, muitas vezes, têm algum tecido sintético que incomoda a pele da criança”. Por isso, a médica explica que o ideal é levar uma roupa extra — de algodão — para trocar e deixar a criança mais confortável.
Todos os anos a Polícia Militar do Distrito Federal faz uma campanha para identificar os pequenos foliões. Para isso, a PM disponibiliza no site oficial https://www.pmdf.df.gov.br//index.php/institucionais/32825-a-policia-militar-do-distrito-federal-ressalta-a-importancia-da-identificacao-de-criancas-em-eventos uma sugestão de identificação, assim, caso a criança se perca, os responsáveis conseguem localizar as crianças mais rapidamente.
É um crachá que fica pendurado no peito da criança com os dados dela e dos pais. Os responsáveis imprimem o papel, dessa forma, a identificação fica visível. Além disso, a PM ainda dá algumas dicas sobre como os responsáveis devem orientar as crianças:
Pelas redes sociais, o Ministério Público do DF publicou informações para esclarecer os pais e responsáveis sobre a importância de adotar os principais cuidados nesse período, como explica a promotora Karina Rocha.
“Devemos evitar toda e qualquer situação de violação de direitos que ocorrem neste período, dentre elas abuso e exploração sexual e trabalho infantil. Denuncie qualquer situação em que verifique a ocorrência de uma ameaça ou a própria violação de direitos — é nesse papel que o Ministério Público é chamado a atuar.”
Frutas e legumes também são boas opções para se hidratar, segundo especialistas
O carnaval é um momento de alegria e descontração. Mas para curtir as comemorações sem prejudicar a saúde, é preciso ter alguns cuidados. Quando a festa começa é comum que alguns cuidados básicos sejam esquecidos pelos foliões. Nesses dias de agito, vale um alerta para aproveitar a folia sem ter problemas como a desidratação. Na opinião do nutricionista Artur Terra de Farias, toda a energia gasta durante a folia precisa ser recuperada com uma boa dose de hidratação.
“O mais importante sempre vai ser a hidratação, então eu recomendo, no mínimo, 3 litros de água por dia para estar se hidratando e, se possível, tomar um gatorade e uma água de coco”, orienta.
Segundo a dermatologista Fernanda Seabra, beber muita água também é fundamental para manter a pele saudável. “A gente vê muitos casos de desidratação quando o paciente tem uma exposição mais prolongada ao sol”, comenta. Ela acrescenta que a quantidade de água ingerida deve ser aumentada, principalmente, se a pessoas estiverem expostas ao sol e às altas temperaturas.
Para manter o corpo bem disposto e hidratado, também é importante caprichar na alimentação. De acordo com o Ministério da Saúde, a hidratação não está só na bebida em si. Ela também vem dos alimentos que são consumidos. Conforme a pasta, as frutas contêm entre 80% e 90% de água. Verduras e legumes cozidos ou na forma de saladas costumam ter mais do que 90% do seu peso em água. Quando a alimentação é baseada nesses alimentos e preparações, o órgão destaca que a pessoa consegue ingerir metade da água que é necessária.
A nutricionista esportiva Gabrielle Marques lembra que não basta beber um único copo de água. Ela explica que os foliões também precisam se preocupar com a quantidade ideal para aguentar os festejos.
“O consumo de água adequado é bem importante e as pessoas esquecem de tomar água na quantidade certa e têm até uma regrinha que pode ajudar: é só pegar o seu peso corporal e multiplicar pelo valor de 0,5. Aí você tem a quanidade de água adequada para você ingerir ao longo do dia”, explica.
A advogada Lorena Oliveira (33) mora em Brasília. Ela conta que sempre tem o cuidado de se hidratar durante o carnaval e após os festejos.
“Na semana do carnaval, quando estou curtindo o carnaval, bebo também, entrŵ²e uma bebida e outra, tomo bastante água. No dia seguinte tomo um café da manhã bem reforçado, bastante água e vitamina C”, relata.
O Ministério da Saúde recomenda pausas regulares para descansar à sombra e avaliar como está se sentindo para prevenir a exaustão pelo calor. Em caso de tontura ou cansaço, procurar imediatamente um local para sentar e hidratar-se, preferencialmente com uma bebida isotônica para repor os sais minerais.
Durante o carnaval é comum o movimento intenso nas estradas do país, seja de foliões em busca das cidades mais agitadas ou de quem quer fugir da folia e encontrar tranquilidade. Para evitar acidentes e problemas nas rodovias, que costumam aumentar no período, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou nesta sexta-feira (9) a Operação Carnaval 2024, que segue até às 23h59min da quarta-feira de cinzas (14) e tem como objetivo intensificar a fiscalização nas estradas brasileiras.
De acordo com o inspetor Newton Morais, porta-voz da PRF em Goiás, os dias de maior movimento são sexta, sábado pela manhã e a terça-feira de carnaval. “O carnaval é muito motivado pela euforia, principalmente nessas viagens mais longas. Então, é confusão por conta de bebida alcoólica, excesso de velocidade, lotação e nesse ano nós temos um agravante que é boa parte do país o tempo está chuvoso. Essa combinação, se não tiver motoristas conscientes e responsáveis, pode ser ruim para quem vai pegar a estrada”, analisa.
Além da fiscalização de alcoolemia, outras ações também serão alvo da fiscalização, como ultrapassagens proibidas e o desrespeito aos limites de velocidade das vias. Os itens obrigatórios nos veículos, como cinto de segurança, estado de conservação dos pneus, funcionamento do sistema de iluminação também serão observados pelos agentes.
A assessora parlamentar Larissa Nogueira, de 29 anos, mora em Brasília e vai até o Rio de Janeiro de carro para curtir o carnaval. Apesar de conhecer o caminho, que faz há pelo menos 5 anos, ela sempre descansa antes de sair e faz questão de seguir as orientações para uma viagem segura.
“Fiz a segunda revisão do carro e toda a questão de manutenção, fora as preventivas, pastilhas de freio, limpador. Os cuidados que eu tomo, eu sempre vejo a rota e tenho meus pontos de apoio, então não paro fora desses lugares, e postos policiais mais próximos. Como eu já conheço, tenho esses pontos como referência para qualquer tipo de situação que eu possa precisar”, conta.
Durante a operação do carnaval do ano passado, foram registrados 1.085 acidentes, com 73 mortes e 260 feridos graves. Dos 7.000 motoristas submetidos ao teste de embriaguez, 2.371 haviam bebido antes de dirigir.
Segundo a PRF, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná foram os estados que mais registraram acidentes durante o carnaval de 2023.
A operação encerra o calendário do Programa Rodovida 2023/2024 da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), no dia 18 de fevereiro. O programa contou com um conjunto de ações voltadas à segurança viária e redução dos sinistros de trânsito.
Dizem que o ano só começa depois do carnaval. A máxima popular pode até nem ser verdadeira, mas fato é que ele é um dos feriados mais esperados por grande parte dos brasileiros, em vários sentidos. Seja pelos que buscam diversão, ou por quem espera a data para ganhar mais dinheiro.
O economista e professor da FAAP de São Paulo Sillas Sousa diz que feriados, em geral, acabam atrapalhando a economia — principalmente o setor de serviços — que depende do comércio aberto para gerar riquezas. Mas no caso do feriado de carnaval, o resultado é sempre positivo, pois movimenta uma grande quantidade de setores — como turismo, bares, restaurantes, hotéis, por exemplo.
“Quando a gente analisa o todo da economia, ainda que um ou outro setor não tenha seu potencial atingido, porque ficou um ou outro dia parado, o que gerou de riqueza transações, comércio, prestação de serviços, ao longo e por causa do carnaval, com volume maior de turistas e de gente na rua, esse volume de dinheiro mais do que compensa — em termos macroeconômicos — a perda de um ou de outro setor.”
Nas estradas a expectativa é de que 3 milhões de passageiros circulem de ônibus durante o carnaval. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), houve um aumento de 45% em relação a 2023.
Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mostram crescimento de 25% nas viagens rodoviárias — de carro ou ônibus — em 2023 com relação a 2022. Segundo Letícia Pineschi, conselheira da Abrati, a expectativa deste ano é de uma ampliação ainda maior.
“Não só de viagens e passageiros embarcados, mas no leque de diversificação de serviço. hoje o que se sabe é que 17% da venda de assentos é feita para veículos com algum serviço premium — como o leito, cama, cabines individuais, Essa categoria de viagens vem crescendo muito.”
Já quem escolhe o avião como meio de transporte nos dias de folia, precisa se preparar para o movimento extra. Segundo a Infraero, nos 14 principais aeroportos do país, são esperados 118 mil passageiros até a quarta-feira de cinzas nos 1.134 voos previstos.
Confira os destinos mais procurados:
Para evitar problemas e garantir uma viagem tranquila, a Infraero recomenda que os passageiros cheguem aos aeroportos com pelo menos 1h30 de antecedência. Já para as viagens de ônibus a orientação é de 1h de antecipação. Os passageiros também devem verificar a documentação necessária para cada tipo de viagem.