IBGE

10/11/2024 06:00h

Segundo dados do IBGE de 2023, dos 5.570 municípios brasileiros apenas 1.322 possuem esta estrutura de segurança local. De 2019 e 2023, houve um aumento de 11,3% no número de municípios que implementaram a Guarda Municipal

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Apenas 1.322 municípios no Brasil possuem guarda civil municipal. É o que aponta a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) e Estaduais (Estadic), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2023. Isso significa que 76,67% dos 5.570 municípios não dispõem de guardas municipais em sua estrutura de segurança pública.

Além disso, os dados apontam que 3.853 municípios brasileiros não possuem estrutura específica para a área da segurança pública, o que representa 69,17% do total de municípios.

O advogado e membro do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Eduardo Pazinato, destaca que as guardas municipais são fundamentais para a segurança pública das cidades, com papel relevante como "uma polícia de proximidade, estabelecendo uma interlocução comunitária, um diálogo mais direto com a população".

"Municípios que possuem guardas municipais são municípios, em geral, mais bem estruturados em termos da sua capacidade de gestão, das políticas municipais de segurança. E também conquistam um diferencial na busca de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, justamente por terem uma instituição de Estado, como a Guarda Municipal, no sentido de serem servidores de carreira que fazem esse trabalho fundamental, que dá capilaridade e contribui diretamente na prevenção das violências", destaca Pazinato.

Segundo o IBGE, entre 2019 e 2023 houve um aumento de 11,3% no número de municípios que implementaram a Guarda Municipal na estrutura de segurança pública das suas localidades. Antes, apenas 1.188 municípios tinham esse tipo de instituição de segurança municipal.

Ainda de acordo com a pesquisa, o efetivo da Guarda Municipal aumentou 2,4% entre 2019 e 2023, saindo de 99.510 para 101.854 guardas municipais em 2023. Os dados compõem parte do capítulo sobre Direitos Humanos da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2023 e da Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic) 2023.

A região brasileira com maior número de efetivos na Guarda Municipal é o Sudeste e a com menor número é o Centro-Oeste. Confira a lista: 

  • Sudeste: 49.540 
  • Nordeste: 32.242
  • Sul: 8.258
  • Norte: 6.613
  • Centro-Oeste: 5.201

Mais guardas, menos crimes

O especialista Eduardo Pazinato explica que o campo da segurança pública municipal vem sendo reconhecido pelos três poderes, além dos demais órgãos de segurança pública, há cerca de 20 anos. Por isso, segundo ele, ainda são poucos os levantamentos de dados e informações das atividades realizadas pelas guardas municipais e o impacto dessas ações na dinâmica da violência e do crime.

“Existem pesquisas aplicadas pontuais, algumas delas com caráter mais regional, outras com caráter mais local. Eu conduzi uma pesquisa junto com a colega Aline Kerber, aqui no Rio Grande do Sul no ano de 2012, em que a gente comprovou estatisticamente que aqueles municípios que possuíam guardas municipais eram municípios em que houve uma maior redução dos furtos e roubos em geral”, afirma. 

Pazinato complementa que há reflexo positivo da presença de guardas municipais na segurança das cidades.

“Não há dúvida que há um efeito de dissuasório preventivo que pode, inclusive, ter impacto em relação a crimes violentos, como, por exemplo, não só os roubos, mas também os homicídios.”

Veja a lista com a quantidade de municípios que possuem Guarda Municipal por UF e o quantitativo de efetivos: 

  • MG: 83 municípios com 5.176 efetivos
  • ES: 18 municípios com 1.680 efetivos 
  • RJ: 80 municípios com 16.076 efetivos 
  • SP: 219 municípios com 26.608 efetivos
  • MA: 108 municípios com 3.023 efetivos
  • PI 15 municípios com 543 efetivos
  • CE: 90 municípios com 5.589 efetivos
  • RN: 35 municípios com 1.426 efetivos
  • PB: 53 municípios com 1.804 efetivos
  • PE: 91 municípios com 6.293 efetivos
  • AL: 64 municípios com 2.718 efetivos
  • SE: 24 municípios com 1.322 efetivos
  • BA: 214 municípios com 9.524 efetivos
  • PR: 38 municípios com 4.383 efetivos
  • SC: 17 municípios com 1.020 efetivos
  • RS: 37 municípios com 2.855 efetivos
  • RO: 2 municípios com 87 efetivos
  • AC: 22 municípios com Guarda Municipal; (sem informação de efetivos)
  • AM: 44 municípios com 2.091 efetivos
  • RR: 5 municípios com 459 efetivos
  • PA: 33 municípios com 2.918 efetivos 
  • AP: 6 municípios com 750 efetivos
  • TO: 6 municípios com 308 efetivos
  • MS: 8 municípios com 1.795  efetivos
  • MT: 9 municípios com 274  efetivos
  • GO: 23 municípios com 3.132 efetivos
  • DF: 1 município

Confira um mapa com os municípios que possuem a guarda municipal referente a 2022:

O que é a Guarda Municipal

Conforme disposto na lei n° 13.022 de 2014, que trata do Estatuto Geral das Guardas Municipais, cabe a essas unidades – que são instituições de caráter civil – fazer a proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal.

É competência das guardas municipais proteger  bens e serviços públicos municipais, por exemplo, e zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do município. Entre as funções também está atuar mediante ações preventivas na segurança escolar. 

Pela legislação, o município pode criar, por lei, sua guarda municipal. Portanto, a guarda municipal é subordinada ao chefe do Poder Executivo municipal. A guarda pode ser custeada com recursos federais pelo Fundo Nacional de Segurança Pública.
 

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09/11/2024 08:00h

A Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), é a favela mais populosa do país, com 72.021 moradores; em segundo lugar está o Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908 habitantes

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O Censo Demográfico 2022, divulgado na sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que encontrou 12.348 Favelas e Comunidades Urbanas no país. Nessas localidades viviam 16.390.815 pessoas, o que corresponde a 8,1% da população brasileira.

Em comparação, no ano de 2010 foram identificadas 6.329 Favelas e Comunidades Urbanas, onde residiam 11.425.644 pessoas. Porém, segundo o IBGE, a comparação deve ser feita com cautela, visto que o aumento pode ser explicado pelo aperfeiçoamento tecnológico na ação censitária, além de maior conhecimento do território, o que pode ter melhorado a captação das informações nas favelas e comunidades. 

Segundo o Censo 2022, a Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ), é a favela mais populosa do país, com 72.021 moradores, e ainda a que apresentou o maior número de domicílios particulares permanentes ocupados (30.371 unidades). Já a segunda favela mais populosa é o Sol Nascente, em Brasília (DF), com 70.908 habitantes.  

Já Paraisópolis, em São Paulo (SP), ficou em terceiro lugar, com um total de 58.527 pessoas, seguida pela Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, em Manaus (AM), que registrou 55.821 moradores.

Com relação aos números absolutos de pessoas residentes em favelas e comunidades urbanas, quando somadas, as populações dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará representam 44,7% do total. Confira os números de moradores em cada um desses estados:

  • São Paulo: 3.630.519
  • Rio de Janeiro: 2.142.466
  • Pará: 1.523.608

Concentração de favelas no país 

Os estados com as maiores proporções de sua população residindo nessas localidades eram Amazonas (34,7%), Amapá (24,4%) e Pará (18,8%). Confira o ranking de favelas e comunidades urbanas por região:

  • 1°: Sudeste, com 6.016 
  • 2°: Nordeste, com 3.313
  • 3°: Norte, com 1.438
  • 4°: Sul, com    1.278
  • 5°: Centro-Oeste, com 303

O censo listou as vinte Favelas e Comunidades Urbanas mais populosas do Brasil. Oito estavam na Região Norte, sendo que seis delas no município de Manaus (AM). Outras sete no Sudeste, quatro no Nordeste e apenas uma (Sol Nascente) no Centro-Oeste. A Região Sul não tinha nenhuma favela entre as 20 com maior população.  Veja o ranking:

Os dados podem ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o Sidra, na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) e no Panorama do Censo.
 

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03/09/2024 03:00h

Levantamento divulgado pelo IBGE é um dos parâmetros utilizados pelo TCU para cálculo de repasses de recursos, como os do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)

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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil chegou à marca de 212,6 milhões de habitantes, o que corresponde a um aumento de 4,68% em relação a dezembro de 2023, período da última atualização. O levantamento é um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo de repasses de recursos, como os do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos. 

O especialista em orçamento público Cesar Lima explica que essa marca pode representar um impacto na arrecadação de recursos por parte dos entes federados, mesmo que a longo prazo. “Basicamente, o volume de recursos a ser recebido, os repasses estaduais, em sua maioria, também se baseiam na população, outros na arrecadação, mas essa também terá uma ligação direta com a curva populacional”, considera. 

Ele cita como exemplo o que ocorreu quando o IBGE divulgou os dados do último Censo Demográfico, referentes a 2022. “Depois dos resultados do censo do IBGE, houve muitas questões levantadas pelos municípios – de quedas abruptas nos valores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o que gerou uma mobilização no Congresso Nacional, e foi aprovada uma Lei Complementar, que diz que o FPM vai ser ajustado de acordo com sua população no decorrer de dez anos, ou seja, 10% ao ano”, pontua.

Lei garante que perdas no FPM por causa do Censo sejam escalonadas em 10 anos a partir de 2024

Em janeiro de 2023, a prévia do Censo Demográfico de 2022 do IBGE causou a diminuição do coeficiente de 863 cidades no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Com isso, esses municípios passaram a receber menos recursos do fundo. O impacto veio após decisão do TCU de considerar a recontagem populacional do IBGE atualizada até 25 de dezembro do ano imediatamente anterior. Isso fez com que esses municípios fossem rebaixados de faixa de habitantes – critério usado para distribuição dos repasses do FPM – o que reduziu os recursos recebidos via transferências do governo federal. 

Na época, o município mineiro de Manhuaçu, por exemplo, viu cair 92.074 para 88.787 o número de habitantes, na comparação entre a estimativa do IBGE em 2021 e a prévia do Censo. 

Fundeb

Cesar Lima ressalta, porém, que, em relação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), não há um impacto imediato, já que a relação é diferente do que ocorre com o FPM, por exemplo. “Os recursos do Fundeb são baseados no número de matriculas da rede pública de um município. Então, se houve uma queda ou aumento no número de estudantes, isso é mais fácil de ser resolvido, porque os dados são repassados pelo município ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que faz os cálculos do Fundeb”, destaca.  

Cidades mais populosas

Entre as cidades brasileiras mais populosas, o destaque continua com São Paulo, que atualmente conta com 11,9 milhões de habitantes. Na sequência, aparece Rio de Janeiro, com 6,7 milhões de pessoas. O Distrito Federal, por sua vez, tem 2,9 milhões de moradores.  Na outra ponta, estão os menores municípios do país: Serra da Saudade (MG), que tem 854 habitantes apenas, Anhanguera (GO), com 921, e Birá (SP), que tem 928 moradores. 

Estados 

Entre os estados, São Paulo também lidera entre os mais populosos, com 21,6% dos brasileiros. Minas Gerais tem 10% — 21,3 milhões de pessoas — e Rio de Janeiro 17,2 milhões, que representa 8,1% da população total do país. Já os estados menos populosos do país são Roraima, com 0,3% da população; Amapá, com 0,4%; e Acre, com 0,4%.
 

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31/08/2024 03:00h

São Paulo ainda é o município mais populoso, com 11,9 milhões de habitantes

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O Brasil tem hoje 212,6 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. A marca representa um aumento de 4,68% em relação à última atualização, feita em dezembro de 2023. A marca de cidade mais populosa do país continua com São Paulo — que hoje tem 11,9 milhões de pessoas. Seguida por Rio de Janeiro — 6,7 milhões — e Distrito federal — 2,9 milhões de habitantes. 

No outro extremo estão os menores municípios do país, que são: Serra da Saudade (MG) que tem 854 habitantes apenas. Anhanguera (GO) tem 921 e Birá (SP) 928 moradores. 

Falando de estados, São Paulo também lidera entre os mais populosos com 21,6% dos brasileiros. Minas Gerais tem 10% — 21,3 milhões de pessoas — e Rio de Janeiro 17,2 milhões, que representa 8,1% da população total do país. 

Já os menores estados do Brasil são Roraima — 0,3% da população — Amapá 0,4% e Acre também 0,4%.

O estudo é um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos.
 

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28/08/2024 12:00h

Com a inclusão de 11 municípios, a criação da nova região busca aprimorar o planejamento urbano e fortalecer a gestão compartilhada entre o entorno e a capital federal.

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a atualização de 2023 dos Recortes Metropolitanos e Aglomerações Urbanas. Um dos destaques desta atualização foi a criação da Região Metropolitana do Entorno do Distrito Federal, no estado de Goiás, composta por 11 municípios.

A criação das Regiões Metropolitanas no Brasil é regulamentada pela Constituição Federal de 1988, que delega aos estados a responsabilidade pela organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum nas áreas abrangidas. Essa nova configuração territorial é um passo importante para melhorar a administração e a gestão compartilhada entre os municípios do entorno e a capital federal.

Segundo Frederico Flósculo, Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UNB, a criação da Região Metropolitana do Entorno é fundamental para o planejamento da área.

“Eu acredito que o estabelecimento dessa região metropolitana dos primeiros 11 municípios goianos deve gerar algo fundamental para o planejamento urbano e regional, que é um diagnóstico dessa região.”

Com a criação dessa nova região, Goiás passa a integrar o grupo de estados com regiões metropolitanas, acompanhando a tendência nacional de organizar territórios para melhorar o desenvolvimento econômico e social das áreas envolvidas. Ao todo, o Brasil conta agora com 77 regiões metropolitanas, distribuídas por 23 estados.

A atualização também abrangeu mudanças nas nomenclaturas e limites geográficos em diversas regiões, com base na Divisão Territorial do Brasil 2023, garantindo que os recortes metropolitanos estejam alinhados com a realidade atual das áreas urbanas e de desenvolvimento no país. Para Frederico Flósculo, essa atualização também abre caminho para novas oportunidades de crescimento na região do Goiás.

“Eu acho que já era tarde a criação de uma região metropolitana pelo governo de Goiás e eu acho que o governo de Goiás vai ser muito melhor advogado dos interesses desses 11 municípios. Eu tenho certeza que esse número crescerá para duas, três dezenas.”

Essa nova configuração reflete a importância do planejamento metropolitano e do desenvolvimento integrado, destacando o papel central que essas regiões desempenham no crescimento econômico e social do Brasil.

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20/08/2024 03:00h

Setor supera níveis pré-pandemia e registra crescimento em todas as atividades pesquisadas pelo IBGE, com destaque para transportes e informação e comunicação.

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O volume de serviços no Brasil registrou um avanço de 1,7% em junho deste ano em comparação com maio, alcançando o patamar mais alto desde o início da série histórica, em 2012. De acordo com dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última terça-feira (13) , o setor está 0,5% acima do recorde anterior, registrado em dezembro de 2022, e 14,3% acima do nível observado antes da pandemia de covid-19, em fevereiro de 2020. Na comparação com junho de 2023, o crescimento foi de 1,3%. No acumulado de 2024, o setor avançou 1,6%, enquanto no período de 12 meses o aumento foi de 1%.

As cinco atividades de serviços pesquisadas pelo IBGE apresentaram crescimento de maio para junho, com destaque para transportes (1,8%) e informação e comunicação (2%). A receita nominal também registrou altas significativas, subindo 2,7% em relação a maio deste ano e 6,3% na comparação com junho do ano passado, acumulando 5,8% de crescimento em 2024 e 4,9% nos últimos 12 meses.
 

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18/08/2024 03:00h

Segundo o IBGE, a queda das atividades do ramo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e de outros artigos de uso pessoal e doméstico contribuíram para o recuo das vendas no varejo brasileiro em junho

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O comércio varejista registrou uma queda de 1% em junho deste ano, na comparação com o mês anterior. Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recuo interrompeu cinco meses consecutivos de altas, que culminou com o recorde da série histórica em maio.

Apesar do resultado, o ganho acumulado em relação a dezembro de 2023 chega a 4,7%. No acumulado do semestre, a alta é de 5,2%, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo os pesquisadores do IBGE, a queda de maio para junho pode ser explicada pelo efeito rebote, ou seja, quando há uma retração natural do volume de vendas logo após um forte crescimento. 

Além disso, a queda de 2,1% das atividades dos setores de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e de 1,8% de outros artigos de uso pessoal e doméstico também contribuíram para o recuo das vendas no varejo brasileiro em junho. 

Ainda de acordo com o IBGE, a queda nesses setores importantes do varejo pode ser explicada pela pressão inflacionária. Apesar de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter passado de 0,46% em maio para 0,21% em junho, os alimentos e bebidas tiveram alta de preços de 0,44% no período e responderam por quase metade da inflação do mês.

Na passagem de maio para junho, 20 unidades federativas apresentaram desempenho negativo no comércio varejista, com destaque para Amapá (-8,7%), Bahia (-2,8%) e Tocantins (-2,7%). 

Já entre as taxas positivas, a Paraíba lidera (2,4%), seguida por Rio Grande do Sul (1,8%) e Rondônia (1,0%). 

Comércio levou três anos para recuperar nível de emprego anterior à pandemia

EMPREGO: 59% das cidades brasileiras tiveram saldo positivo de carteiras assinadas em junho

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14/08/2024 03:00h

Números mostram que país avançou desde 2010, quando o percentual era 97,3% de crianças registradas

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Um suplemento do Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 99,3% das crianças de até 5 anos, são registradas em cartório. O número é um avanço em relação a 2010, quando o Censo registrou 97,3% das crianças nessa idade registradas. Isso significa que, em números absolutos, 15,2 das 15,3 milhões de crianças brasileiras nessa faixa de idade foram registradas.

Os índices levantados agora vão na mesma direção dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), que pretende conferir identidade jurídica para todos os brasileiros. O indicador da ONU estipula a universalização do registro de crianças menores de 5 anos e os dados mostram que, se o Brasil levar em conta apenas esse universo, o índice nacional está em 99,2%.

O levantamento ainda revela que entre os menores de 1 an, a cobertura subiu de 93% em 2010 para 98% em 2022. Com um ano completo, a proporção aumentou de 97% para 99%. Para as crianças de 2 a 5 anos a taxa avançou de 98 para 99,5%. 

Norte: abaixo da média nacional, mas registra avanços 

Em todas as regiões do país, apenas o Norte está abaixo da média nacional — com 97,3% de pessoas com até 5 anos de idade com registro de nascimento em cartório. Apesar disso, a região teve o maior aumento entre os censos realizados, com avanço de 4,7 pontos percentuais.

Apesar de estarem próximos a isso, Paraná, Espírito Santo e Minas Gerais ainda não alcançaram a universalização, mas chegaram a 99,7% das crianças registradas. São Paulo, que tem a maior população do país, tem 99,6%. No Rio Grande do Sul, 42,1% dos municípios alcançaram 100% de crianças de até cinco anos registradas em cartório, seguido por Santa Catarina, com 30,5%, e Minas Gerais, chegando a 30% dos municípios alcançando a universalização.
 

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11/08/2024 03:00h

Paraná (4,5%), Pará (3,2%), São Paulo (1,2%) e Mato Grosso (0,9%) foram as expansões mais acentuadas na média trimestral

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A produtividade da indústria nacional cresceu 4,1%, em junho, na série com ajuste sazonal, em comparação com o mês de maio. Ao todo, oito dos 15 locais pesquisados apresentaram bom desempenho. Paraná (4,5%), Pará (3,2%), São Paulo (1,2%) e Mato Grosso (0,9%) foram os destaques do último levantamento na média trimestral. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Ao retratar o índice de média móvel trimestral para a indústria, o avanço foi de 0,7% no trimestre encerrado em junho frente ao nível do mês anterior. Conforme o levantamento, ao verificar o acumulado no ano de 2024, a alta foi de 2,6% da indústria nacional acompanhada por resultados positivos em 16 dos 18 locais pesquisados. O estado do Rio Grande do Norte registrou o avanço mais acentuado de dois dígitos, com 22,9%.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o aumento do setor industrial foi de 3,2%, em 2024, com resultados positivos em 11 dos 18 locais pesquisados. A alta mais intensa foi no Maranhão (17,3%).

De acordo com o estudo, ao comparar o resultado do primeiro trimestre de 2024 com o segundo trimestre de 2024, frente iguais períodos do ano anterior, oito dos 18 locais pesquisados mostraram ganho de dinamismo, acompanhando, assim, o movimento observado no total nacional, que passou de 1,9% para 3,3%.

As atividades de celulose, papel e produtos de papel (celulose) e metalurgia (óxido de alumínio), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel), produtos alimentícios (carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja e açúcar VHP) e produtos têxteis são exemplos de serviços que contribuíram para o resultado positivo em algumas localidades.

Resultados em baixa

Em movimento oposto, a Região Nordeste (-6,0%), Bahia (-5,4%) e Pernambuco (-5,2%) mostraram as quedas mais elevadas no mês de junho, com os dois primeiros voltando a recuar após avançarem 4,7% e 9,0% em maio, e o último marcando o segundo mês seguido de queda na produção, período em que acumulou perda de 8,7%. Os demais resultados negativos ficaram por conta de Goiás (-4,6%), Amazonas (-3,4%) e Mato Grosso (-2,1%). 

Espírito Santo (-9,6%) e Amazonas (-5,7%) mostraram os recuos elevados pressionados, principalmente, pelas atividades de indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e óleos brutos de petróleo), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.
 

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02/08/2024 00:04h

Isso resultou em 7,5 milhões de pessoas desempregadas, uma redução de 12,5% em comparação ao trimestre anterior e de 12,8% em relação ao mesmo período de 2023

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A taxa de desemprego no Brasil fechou o trimestre, encerrado em junho de 2024, em 6,9%. O número representa uma queda de 1 ponto percentual em relação ao trimestre de janeiro a março de 2024, quando a taxa era de 7,9%. Este é o menor índice de desocupação para um trimestre encerrado em junho desde 2014. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com essa redução, a população desocupada no país atingiu 7,5 milhões de pessoas, refletindo uma queda de 12,5% (menos 1,1 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e uma diminuição de 12,8% (também menos 1,1 milhão de pessoas) em comparação ao mesmo período de 2023. Esse número representa o menor contingente de desocupados desde o trimestre finalizado em fevereiro de 2015.

Adriana Beringuy, Coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, destaca os fatores que influenciaram a redução do desemprego.

"Essa redução importante do número de pessoas desocupadas é devido a uma expansão bastante importante do número de trabalhadores, que em um trimestre teve um aumento de 1,6 milhão a mais de pessoas ocupadas trabalhando, portanto, fazendo com que a população ocupada hoje no Brasil, fique na casa de 102 milhões de pessoas", explica.

Ela também observa que esse crescimento foi verificado em diversas atividades, tanto em setores de maior quanto nos de menor rendimento.

“Tivemos expansão no comércio, nos serviços de tecnologia da informação e comunicação, na educação básica do setor público e em serviços prestados às famílias. Isso demonstra uma disseminação significativa das melhorias no mercado de trabalho”, completa.

Mercado de trabalho formal

Fernando de Aquino, membro da Comissão de Política Econômica do Cofecon, avalia que pesquisas sobre o mercado de trabalho no Brasil precisam ser avaliadas sob duas perspectivas: uma é o seu comportamento nos últimos anos e a outra é a distância que mantemos dos países desenvolvidos.

"Em relação ao comportamento dos últimos anos, a Pnad Contínua nos mostra bons resultados, com o desemprego caindo continuamente e a população ocupada subindo também. Contudo, a informalidade continua muito alta, indicando um mercado de trabalho de pior qualidade, sem as garantias da CLT. Isso traz dificuldades para financiar os benefícios previdenciários, tanto os correntes quanto os futuros", destaca.

Em relação aos países desenvolvidos, ele afirma que o Brasil ainda enfrenta um rendimento de trabalho baixo. De acordo com Aquino, o alto retorno do capital, sustentado pelas altas taxas de juros, faz com que as pessoas prefiram investir no mercado financeiro em vez de no setor real. 

"Precisamos de investimentos que elevem a produtividade do trabalho, possibilitando remunerações mais justas", afirma.

O mercado de trabalho formal também apresenta resultados positivos. O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) atingiu 38,38 milhões, estabelecendo um novo recorde da série histórica. No trimestre, esse número cresceu 1,0% (mais 397 mil pessoas) e, no ano, 4,4% (mais 1,6 milhão de pessoas). O segmento de trabalhadores informais permaneceu em 38,6% da população ocupada, representando 39,3 milhões de trabalhadores informais.

Expectativas

O economista Cesar Bergo destaca que o desemprego vem caindo, especialmente no setor de varejo e serviços. "A tendência é que melhore ainda mais nos próximos meses, impulsionado por datas comemorativas como o Dia das Crianças e o Natal, além da Black Friday. A tendência é ainda manter essa taxa de desemprego em torno de 7%”, completa.

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